tag:blogger.com,1999:blog-50638972544743870712024-02-07T01:59:02.914-03:00Blog do TuribaNotícias culturais, artigos, reflexões e muita poesiaLuis Turibahttp://www.blogger.com/profile/08284832026273216278noreply@blogger.comBlogger1663125tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-21595025218819445462023-02-06T17:51:00.000-03:002023-02-06T17:51:08.586-03:0068, O ANO QUE MARCOU MINHA GERAÇÃO COM POLÍTICA, CULTURA E POESIA Por Luís Turiba<div><br /></div><div>É bom demais.</div><div>Tão bom quando nada esperamos, e o texto crítico acontece. </div><div>Quando um trabalho poético que custou suor, invenção e pesquisas de campo e conhecimentos, foi editado carinhosamente, ganhou Bolsa de Realização da FUNARTE e agora, anos depois é saudado, analisado, destacado e sofre um mergulho por parte de alguém altamente capacitado.</div><div>Refiro-me a resenha publicado pelo poeta-arquiteto mineiro João Diniz no seu blog sobre meu livro "MEIA-OITO", editado na coleção brasiliense OI POEMA em 2010. </div><div><br /></div><div>Agora, reproduzo a vocês o generoso e afiado texto do João Diniz sobre este livro que é fundamental na compreensão da proposta poético que levo adiante junto com a revista Bric a Brac:</div><div><br /></div><div><p dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">O 68 de LUÍS TURIBA </span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 29px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">Recebi como presente do autor, o poeta Luís Turiba, o livro ‘Meiaoito: 68 razões de 68’ vencedor da Bolsa Literária Funarte de 2008 e editado em 2010 pela Coleção Oi Poema em Brasília. </span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 29px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">O volume é dividido em três capítulos onde Turiba com sua poética ágil, coloquial, sonora, e, em vários momentos, bem humorada, nos confirma ser um dos principais nomes da Poesia Contemporânea Brasileira. </span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 29px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">No primeiro capítulo, o ‘Cardiograma’, o autor toma o liricamente já tão desgastado ‘coração metafórico’, e apresenta um bloco temático, com vários poemas, mostrando que na sua escrita afinada o assunto pode ainda render surpresas. </span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 29px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">“Tira gosto de poeta é coração” ele avisa logo de cara. E mais adiante confirma: “meu coração é rebelde, vive armando greve”. E revela até conselhos médicos: “o cardiologista dá as cartas, todo cuidado meu chapa, ou cê sinquadra ou infarta!” </span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 29px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">O segundo capítulo é uma precisa catarse intitulada ‘68’, com apresentação do poeta e jornalista Amneres, já anunciando o que virá neste longo poema onde Turiba, então com 18 anos de idade, revela o que viveu na pele e na alma naquele conturbado ano no Rio de Janeiro. </span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 29px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">“Cantávamos palavras de ordem com a força máxima dos pulmões, último e único desejo de nossa jovem existência”, diz o texto que une tensão política, descobertas da juventude, brasilidade, sensualidade, Dylan, lisergia, samba, rock, Mangueira, Beatles, Marx, cachaça e coquetel Molotov, dentre outros ‘personagens’. </span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 29px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">Nesta mistura emocional de referências e vivências o autor constrói um dos principais relatos já escritos, no calor dos acontecimentos, daquela época e geração. </span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 29px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">Turiba descreve numa ascendente cadência as ‘primeiras experiências’ que, naquele ano, o marcaram radicalmente como: a pedra atirada, a passeata, o almoço no Calabouço, o filme de Godard, o jornal Classe Operária, o ‘ponto’ clandestino, a luta armada, a namorada libertária, amigos pirados, drogados e desaparecidos. </span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 29px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">Esta sequência épica e alucinada nos faz lembrar o também caudaloso livro-poema ‘Uivo’ em que Allan Ginsberg narra os percalços e conquistas de sua geração Beat nos anos 1950 nos EUA. </span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 29px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">O terceiro capítulo ‘Poemas Avulsos’ funciona como uma descompressão para o turbilhão anterior, iniciando com textos sobre Minas Gerais onde é dito: “atravessar Minas é surfar pelas páginas ímpares de Guimarães Rosa”. </span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 29px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">Os outros focos desta seção são múltiplos: ‘oração para nossa senhora da bala perdida’, ‘o (biquíni) fio dental’, o ‘antropologuês’ que tira um sarro com intelectuais de fala difícil, o ‘papo de repórter’, o ‘fogão de lenha’, dentre outros. Alguns artistas são homenageados como Oscar Niemeyer, Jorge Mautner e Carlos Drummond de Andrade. </span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 29px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">No final do livro, num poema em homenagem aos poetas Paulo Leminski e Nicolas Behr o autor sugere que aqueles que escrevem poesia: “são alquimistas do ofício, tratam seus artefatos como seres viventes em total dialética gramatical, letras espiram, palavras sangram…” </span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 29px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">Este ‘68’ é um dos diversos livros de poesia escritos por Turiba que é também jornalista, editor e figura central no grupo fundador da revista de poesia experimental BRIC à BRAC. </span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 29px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">Esta revista entre meados dos anos 1980 e 1990, foi, e ainda é, uma referencia para a poética brasileira e internacional. Em 2022 a BRIC, coordenada por Turiba foi relançada numa edição especial em homenagem à Semana de Arte Moderna de 2022. </span></p><p style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 29px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;"></span><br /></p><p dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 23px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-family: UICTFontTextStyleBody;">Joao Diniz, fevereiro 2023 </span></p></div>luis turibahttp://www.blogger.com/profile/17952316953234052733noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-54617449978357847382018-01-09T12:28:00.000-02:002018-01-09T12:28:40.139-02:00KENDJI, O GATO DE TORNOZELEIRA ELETRÔNICA
<b>Luis Turiba<i><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyExuHqaC4kn11Md8egSfj5WFYYua_-Pll3eJLbz32iRSYutmZ5dn7SbORsS0z8pp9wO9JgkYqXFiPrh5T1qjuY7LH0zWEkmndFKEhJRUkMMAo_JaTLsv7xoeynpw2WXZyBV4WbOJBYKg/s1600/unnamed-13.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyExuHqaC4kn11Md8egSfj5WFYYua_-Pll3eJLbz32iRSYutmZ5dn7SbORsS0z8pp9wO9JgkYqXFiPrh5T1qjuY7LH0zWEkmndFKEhJRUkMMAo_JaTLsv7xoeynpw2WXZyBV4WbOJBYKg/s400/unnamed-13.jpg" width="300" height="400" data-original-width="584" data-original-height="779" /></a></div></i></b>
Kendji é um exemplo vivo de superação. Gatos normalmente têm sete vidas e vão gastando-as a pinga-gotas. Mas esse siamês (da foto) tem, no mínimo, umas quinze já vividas e disposição para encarar outras tantas, tamanhas foram as confusões que ele andou e ainda anda aprontando ao longo de seus quatorze anos de existência.
Kendji é um gato malandro. Tem nome de guru indiano, mas foi criado como um bom carioca, solto numa ladeira da Glória – rua Barão da Guaratiba -, entre a Lapa e o Largo do Machado, onde moram muitos outros gatos e gatas, cachorros e cachorras e gente, muita gente que sobre e desce a pé e de motos.
Foi no intenso movimento da Barão que ele se fez, se criou, sobreviveu e foi gastando suas vidas. Dormia na casa de um, alimentava-se em outras. Chegou a ter duas identidades na mesma rua. No lar original, era Kendji, mas nas outras casas no baixo da ladeira, era Mingau.
Brigas com outros gatos por causa de gatas no cio, perdeu-se as contas. Nesse item, Kendji tomou muita porrada, perdeu metade dos dentes, rasgou orelhas, rabo e barriga; caiu de muros altíssimos, teve o olho esquerdo furado. Até ser castrado. Pense que sossegou? Qual nada.
Deu de caçar os passarinhos nos vizinhos. Ficava só na tocaia, esperando, arisco como só, o passarinho bobear e zááz, pulava e trazia o bichinho pra casa. Era pena pra tudo quanto é lado. Até que um dos vizinhos, criador de canários belgas, resolveu envenená-lo depois de descobrir quem estava surrupiando seus belos cantadores das gaiolas. Foram três envenenamento seguidos, sendo que da última vez ele passou três dias em coma, espumando como um rio poluído. Escapou mais uma vez.
Foi encarar um cachorro pitbull que lhe quebrou a pata. Ficou meio manco. Nada, porém, o fazia recuar do seu instinto rueiro. Em casa, quando estava tudo tranquilo, peitava os cães domésticos com tapinhas no rosto do Thor, um baita labrador de 40 quilos; e a Mel, uma golden toda dengosa, que adorava rolar no tapete da cozinha com ele.
De rolo em rolo, seus dentes foram caindo. Sobrou-lhe apenas um, cumprido e do lado esquerdo da boca, o que lhe dava um aspecto nosferatum de ser. Até que uma estudante de odontologia em visita a casa amarela, sua principal residência, resolveu cutucar o “único” e o cujo ficou em sua mão. Pronto: além de cego de um olho, manco da pata esquerda, orelha fora de esquadro, Kendji agora era também banguela – e só comia papinha.
Até aí, tudo bem. Sua próxima aventura foi apostar corrida com uma das inúmeras motos que sobem e descem a ladeira da Barão. Só que o motoqueiro era novo, se atrapalhou no pega e nosso herói foi atropelado cinematograficamente. A roda da moto deu-lhe um nocaute de esquerda, quebrando-lhe algumas costelas e seu maxilar, deixando sua boca parecida com a do Noel Rosa.
Rapidamente os vizinhos se mobilizaram e sua dona o levou para um hospital em Botafogo, onde a diária dos primeiros socorros custava quase 900 reais. Entre a vida e a morte, Kendji deveria fazer uma cirurgia que custaria no total quase seis mil reais. Busca daqui, busca daqui, uma veterinária bahiana indicou um hospital veterinário cujo amor aos animais era bem mais barato.
Lá se foi a dona de Kendji atrás de uma solução mais humanitária. O tal hospital ficava em uma comunidade perto de Padre Miguel, subúrbio bem conflagrado na zona Oeste do Rio. Ao adentrar com o seu Suzuki, ela (e o gato estropiado) foi parada em uma barreira por olheiros do tráfico. Crivaram-lhe de perguntas: onde vai? O que deseja? Como assim? Tale e Qual? Etc? Moral da história: “é melhor a senhora cair fora, pois pode perder o carro e o gato”. Nisso, o Bope já estava trocando tiros de fuzis com o pessoal do movimento. Kendji, mais uma vez, conseguiu sair vivo do conflito.
Sua dona fez outro caminho até conseguir chegar no tal hospital São Francisco, onde o diagnóstico foi o pior possível: ou opera rápido, ou ele morre. Mas ela não tinha dinheiro pra bancar a cirurgia pra consertar o maxilar e as costelas do Kendji. O que fazer? Vamos sacrificar? Sim, ele sofreria menos. Uma injeção e tudo estaria acabado para aquele aprontão. Mas desta vez, foi o veterinário que se compadeceu do gatuno e resolveu fazer a cirurgia em nome da ciência. Todos, na maioria estudantes buscando vagas no mercado, iriam aprender muito.
Depois de uma semana, Kendji finalmente passou pela cirurgia onde perdeu parte da maxilar, ficou de boca caída, todo fora de esquadro, mas depois de uns 10 dias tirou a sonda e voltou pra casa, onde vive cercado de cuidados e de mimos. Mas sempre buscando novas aventuras. Pra ganhar novamente as ruas, já fez de tudo. Tentou fugir pelas janelas, subiu na laje para pular no telhado do vizinho e até se fingiu de morto para ver se alguém esqueceria a porta aperta.
O certo é que ele anda preguiçoso, dengoso; só pensa no próximo prato de papinha e nas poucas chances que lhe restam para viver pelo menos mais meia dúzia de vidas. Mia toda hora, todo desafinado. Enquanto isso, fica espreitando uma chance de fuga espetacular. Outro dia, se fingiu de morto, driblou todo mundo, subiu no muro e pulou pra rua. Como chovia forte, voltou imediatamente como gato escaldado.
Ou seja: não há mais solução: Kendji vai passar a usar uma tornozeleira eletrônica. Caiu na Lava-Jato.
luis turibahttp://www.blogger.com/profile/17952316953234052733noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-12813701220481152432018-01-09T12:00:00.000-02:002018-01-09T12:00:40.840-02:00PALHAÇO
<b>Luis Turiba<b><b></b>
o palhaço que há em mim
não saúda o palhaço
que há em ti
o palhaço que me habita
tem uma lágrima equilibrista
pendurada na face
que não de dissolve
sou o palhaço da perna de pau
do olho de vidro
da cara de mal
sou o palhaço do circo incendiado
triste amuado
que não ri nem de si
um palhaço sem palhaçadas
sem cambalhotas
sem quermese
que perdoa
mas não esquece
luis turibahttp://www.blogger.com/profile/17952316953234052733noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-36629356984470241452016-08-22T23:53:00.001-03:002016-08-22T23:53:15.206-03:00O CARIOCA FOI MEDALHA DE OURO NAS OLIMPÍADAS<div dir="ltr"><div class="" id="js_h" style="font-size:14px;line-height:1.38;overflow:hidden;font-family:helvetica,arial,sans-serif;color:rgb(29,33,41)"><div id="id_57bb860d3d18f8563148589" class="" style="display:inline;font-family:inherit"><p style="margin:6px 0px;font-family:inherit">Luis Turiba</p><p style="margin:6px 0px;font-family:inherit">Somos cariocas, somos antropofágicos. Temos um jeito especial de ser e se sentir terráqueos privilegiados. Vivemos, moramos e circulamos em uma cidade de geografia mágica, cujo visual é Patrimônio Cultural da Humanidade. Aqui reina um deus dançante que chamamos samba, e o povo tira onda em esgoto a céu aberto. Temos sotaque acentuado em "ésssex" e inventamos tiradas que, rapidamente, se tornam transcontinentais. Carioca se alimenta de biscoito Globo na p<span class="" style="display:inline;font-family:inherit">raia e acha fofo. Considera argentino hermano, e Copacabana é centro do planeta. Em cada passo que dá na amada cidade de São Sebastião, reflete seu humor/amor ao mar e às praias; a morros e montanhas, no sempre céu azul onde habita outro deus, o Sol, com seus sons, sais e suores de um eterno verão. A autoestima aqui é estratosférica, perigosa, transcendente. Afinal, não foi à toa que Walt Disney batizou um papagaio de Zé Carioca. Que o diga nosso prefeito canguru.</span></p><div class="" style="display:inline;font-family:inherit"><p style="margin:0px 0px 6px;font-family:inherit">A origem do nome carioca é indígena, mas se tornou mestiça como os nossos campeões de ouro, bronze e prata nesta Olimpíada. O pintor Pedro Américo deu o nome de "A carioca" a um óleo sobre tela feito em 1882, onde uma índia curvilínea aparece totalmente nua penteando longos cabelos. A "Garota de Ipanema" é carioca, invenção de Vinicius e Tom. A origem etimológica está em duas palavras da língua tupi: kara'iwa ("homem branco") e oka("casa"), que, juntas, identificam os portugueses. Os índios passaram a usar a expressão com a fundação do Rio de Janeiro. Há uma outra tese que considera a existência de uma aldeia tupinambá chamada Kariók, no sopé do Outeiro da Glória.<br>Independentemente de nomenclaturas, carioca fala alto e cultiva a turistada. Resiste, luta e ocupa com humor seu habitat já muito poluído. Afinal, sempre que o Rio recebe um desses mega eventos — Rio + 20, Jornada da Juventude, Copa do Mundo e, agora, os Jogos Olímpicos —, a cidade se engalana com programas, projetos e novos espaços extraordinários que parecem, às vezes, esquecer o cidadão comum, o gentílico carioca e suas práticas culturais. Mas nós caímos dentro e, antropofagicamente, nos tornamos "donos" da parada. Passamos a torcer com intimidade por Bolts e Phelps como se fossem atletas da Mangueira ou vizinhos da Rafa na Cidade de Deus. Fazemos macumba pra derrubar francês pulador. E isso o "NY Times" vai ter que engolir.<br>Nesta Rio 2016, independentemente das reais transformações (VLT, Boulevard Olímpico, Cidade Olímpica etc), maquiagens e photoshops, a cultura carioca vem se destacando nos estádios e para além dos grandes palcos. Damos sabor especial aos grandes espetáculos. Os artistas de rua, por exemplo, são verdadeiros medalhistas da sobrevivência com seus passinhos, grafites, cânticos, rodas de samba, rap/poesia, marchas e performances coletivas que prosseguirão no universo pós-olimpíco da nossa gente indiscreta, espalhafatosa e marcante. O carioca vai deixar saudade.</p></div></div><div class="" style="border-left-width:2px;border-left-style:solid;border-left-color:rgb(220,222,227);padding-left:12px;font-family:inherit"></div></div><div class="" style="font-family:helvetica,arial,sans-serif;color:rgb(29,33,41);font-size:12px;line-height:16.08px"><div style="font-family:inherit"><div class="" style="margin-top:10px;font-family:inherit"><div class="" style="overflow:hidden;font-family:inherit;width:487px;height:487px"><a class="" href="https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10207406361699118&set=pcb.10207406367339259&type=3" rel="theater" id="u_jsonp_3_16" style="color:rgb(54,88,153);text-decoration:none;display:block;font-family:inherit;width:487px;height:243px"><div class="" style="overflow:hidden;font-family:inherit;width:487px;height:243px"><img class="" src="https://scontent.fsdu2-2.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/14022321_10207406361699118_7698466282115079088_n.jpg?oh=8d158075007ab4d26fe808b6dfd070a6&oe=58485E9E" alt="Foto de Durvalino Couto." width="487" height="277" style="border: 0px; height: auto; min-height: 100%; width: 486.989px;"></div></a></div></div></div></div></div> Luis Turibahttp://www.blogger.com/profile/08284832026273216278noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-9620038241808329332016-08-07T20:12:00.001-03:002016-08-07T20:12:36.859-03:00ESQUECERAM O "POETINHA"- Faltou citar Vinícius de Moraes na abertura das Olimpíadas<p class="mobile-photo"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4AlTpswwvCH-TEKE8wl1JyT3hUf_pWw33oIWOuZe6NJIVKernvrRUQO3kzMp6q3BL3HDt4hnxr93YjtD8nh5Rxf-2RUmls6U0DrDKdzmGq5yMJu3s4TrhfaQB0b-MkA6cyfhJGlM2qrI/s1600/7qsspdpgbdo3m3qef9fydbp5k-756860.jpg"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4AlTpswwvCH-TEKE8wl1JyT3hUf_pWw33oIWOuZe6NJIVKernvrRUQO3kzMp6q3BL3HDt4hnxr93YjtD8nh5Rxf-2RUmls6U0DrDKdzmGq5yMJu3s4TrhfaQB0b-MkA6cyfhJGlM2qrI/s320/7qsspdpgbdo3m3qef9fydbp5k-756860.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_6316228546292903698" /></a></p><div dir="ltr"> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">ESQUECERAM O "POETINHA" </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Faltou Vinícius de Moraes na festa Olímpica</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Luis Turiba</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Tá legal: todo mundo gostou, todo mundo babou. Foi bonita a festa pá. Carioca, brasileira, lusoafroameríndia, universal no país tropical. Demos até uma volta por cima do baixo astral e transformamos o Maracanã na praça da Apoteose onde dançamos todas as nossas diferenças. Mas minha nota não é deeeeezzz. Não pode ser deeeeezzz. "Tonga da mironga do Kabuletê" para quem bolou a pajelança pois, depois de tantas pesquisas, tantas cabeças e assembleias de neurônios por meses e meses a fio, acabaram, por mera bobeira, esquecendo de você Poetinha, justamente quando Gisele Bundchen desfilava o seu balançar para cinco milhões de terráqueos. Isso é sério: não existiria "Garota de Ipanema" sem Vinícius de Moraes. Mas na festa, o Tonzinho levou todas as glórias. A foto que apareceu como real autor da gloriosa canção foi a do maestro Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim. Tom musicou magistralmente um poema que descrevia uma menina "cheia de graça que vem e que passa a caminho do mar". </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Os pesquisadores são unânimes: a </span><span style="font-size:14pt;font-family:Arial;color:black;background:white">letra foi escrita por Vinícius em 1962, em Petrópolis, e sua primeira versão chamava-se "Menina que passa". Depois, os dois se encontraram, e, finalmente, nasceu a canção por completo. O bar Veloso, hoje Garota de Ipanema, serviu como referência, pois era lá que eles esvaziavam suas "ampolas" numa mesinha de canto com vista para a calçada. A lenda garante que a canção (letra e música) foi fechada ali, ao ver a garota passar a caminho do mar.</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial;color:black;background:white">O próprio poetinha, em histórico depoimento em1965, contou alguns bastidores da música que embalou a Bossa Nova: "Seu nome é Heloísa Eneida Menezes Paes Pinto, mas todos a chamam de Helô. Há três anos atrás ela passava ali no cruzamento de Montenegro e Prudente de Morais, em demanda da praia. No nosso posto de observação, no Veloso, enxugando nosso cervejinha, nós a achávamos demais. Tom e eu emudecíamos à sua vinda maravilhosa. O ar ficava mais volátil como para facilitar-lhe o divino balanço do andar. E lá ia ela todo linda, a garota de Ipanema, desenvolvendo no percurso a geometria espacial do seu balanceio quase samba, e cuja fórmula teria escapado ao próprio Einstein; seria preciso um Antonio Carlos Jobim para pedir ao piano, em grande e religiosa intimidade, a revelação do seu segredo. (...) Ela foi e é para nós o<span style="mso-spacerun:yes"> </span>paradigma do bruto carioca; a moça dourada, misto de flor e sereia, cheia de luz e de graça, mas cuja visão é também triste, pois carrega consigo, a caminho do mar, o sentimento do que passa, da beleza que não é só nossa – é um dom da vida em seu lindo e melancólico fluir e refluir constante."</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial;color:black;background:white"><span style="mso-spacerun:yes"> </span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size:16pt;font-family:Arial;color:rgb(51,51,51)"><br style="mso-special-character:line-break"> <br style="mso-special-character:line-break"> </span><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"></span></p><p class="MsoNormal"> </p><p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> </span></p> </div> Luis Turibahttp://www.blogger.com/profile/08284832026273216278noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-32353252798443660962016-08-03T22:17:00.001-03:002016-08-03T22:17:32.511-03:00CARIOCA Amazing Tours<p class="mobile-photo"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8IdFIz3spapIZObUaUA0oJaTF2wQ4aYVwaEqT_xJ4LYVtEqHhoQRgESy4vBTwmdQDwF9ntF5aiAFe4Vpeiii34lNQHGqY-QeTYXErKErSBqCFCeT9hVP_No5EyNEvCQZlIP7-hjf7djU/s1600/IMG_3655-752512.JPG"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8IdFIz3spapIZObUaUA0oJaTF2wQ4aYVwaEqT_xJ4LYVtEqHhoQRgESy4vBTwmdQDwF9ntF5aiAFe4Vpeiii34lNQHGqY-QeTYXErKErSBqCFCeT9hVP_No5EyNEvCQZlIP7-hjf7djU/s320/IMG_3655-752512.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_6314776399462774162" /></a></p><div dir="ltr"> <p class="" align="center" style="margin:6pt 0cm;text-align:center"><b><span lang="EN-US" style="font-size:18pt;font-family:'MV Boli'">Want to see Rio</span></b><b><span lang="EN-US" style="font-size:18pt;font-family:'MV Boli'"> de Janeiro as a Carioca?</span></b><br></p> <p class="MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'">Stroll Rio historic center, go to a "roda de samba" (samba playing dancing), a ride into the Tijuca Forest, Rio after-sunset and Lapa bohemian area! </span><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'">CUSTOMIZED TOURS, with safety, fun and talks filled with information and curiosities. Pick yours or tell us your interest and we will guide you; contact us: LUIS at (21)98288-1825 or LUCA (21)98119-4349.</span></p> <p class="MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'">Luis Turiba</span></b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'">, journalist, poet, cultural producer, rhythmist (cuica player) at São Clemente samba schcool, founder of Carnival Group Mistura de Santa, samba playing events and "Lapagoer" (Rio bohemian area).</span></p> <p class="MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'">Luca Andrade</span></b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'">, psychologist, coach, poet, lover of Rio and its history, founder of Carnival Group Mistura de Santa, a goer to samba playing and cultural events.</span></p> <p class="MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'">We want to make you feel comfortable in Rio, get to know the carioca culture, food, architecture and urbanity. </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'"> </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'">TIJUCA FOREST – </span></b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'">Car ride through the Tijuca Forest for three people at a time. This ride takes about 4 hours. Departing from Glória, we go up Santa Teresa, passing by sightseeing points, Paineiras road, Santa Marta belvedere, Alto da Boa Vista - Tijuca National Park, Vista Chinesa, Mesa do Imperador and return. </span></p> <p class="" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'">Price: R$ 450,00 (for 3 people)</span></p> <p class="MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><span lang="EN-US" style="font-family:'MV Boli'"> </span></p> <p class="MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify;vertical-align:baseline;background-image:initial;background-repeat:initial"><b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'">HISTORIC</span></b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'"> <b>RIO ON FOOT I – </b>A 4-hour walk around historic sites downtown Rio. Cinelandia Square and its historical buildings, <span style="background-image:initial;background-repeat:initial">the XV Square, Paço Imperial and Arco do Teles,</span> <span style="background-image:initial;background-repeat:initial">old historical churches such as "Our Lady of Carmo" Church and São Francisco de Paula Church</span> and Confeitaria Colombo (historic bakery)<span style="background-image:initial;background-repeat:initial">. Groups up to 5 people</span>. <br> Price: R$ 130,00 per person</span></p> <p class="MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify;vertical-align:baseline;background-image:initial;background-repeat:initial"><b><span lang="EN-US" style="font-family:'MV Boli'"> </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify;vertical-align:baseline;background-image:initial;background-repeat:initial"><b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'">HISTORIC</span></b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'"> <b>RIO ON FOOT II – </b>A 4-hour walk around the historic harborside<span style="background-image:initial;background-repeat:initial"> of old Rio. Starting at Mauá Square (MAR and Amanhã </span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify;vertical-align:baseline;background-image:initial;background-repeat:initial"><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli';background-image:initial;background-repeat:initial">-Tomorrow- Museum), we go up </span><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'">Conceição hill and walk around its historic buildings, then go down to Prainha Square, stroll around the slaves' area, the <span style="background-image:initial;background-repeat:initial">New Slave's burial ground with its legends and stories recently unveiled. Groups up to 5 people</span>. </span></p> <p class="MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify;vertical-align:baseline;background-image:initial;background-repeat:initial"><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'">Price: R$ 130,00 per person</span></p> <p class="MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><span lang="EN-US" style="font-family:'MV Boli'"> </span></p> <p class="" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><b><span lang="EN-US" style="font-size:16pt;font-family:'MV Boli'">SANTA TERESA AND LAPA BOHEMIAN AREA ON FOOT – </span></b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'">In the afternoon, we meet at the streetcar stop, downtown, and get off in Santa Teresa. Go for a walk around the historical streets of the area. Go down to the </span><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'">Selaron staircase, before sunset. We make a quick stop to sip a chilled beer at a "botequim" (typical Brazilian bar) then stroll along some historical buildings of Lapa. At night. time for a Samba house - "Carioca da Gema" or "Rio Scenarium" – enjoy the vibe of samba. After the samba house, restore the energy tasting delicious mouth-watering dishes at Nova Capela restaurant. 6-hour tour, individual and groups up to 5 people.</span></p> <p class="" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'">Price: R$ 130,00 per person</span></p> <p class="" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><span lang="EN-US" style="font-family:'MV Boli'"> </span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;text-align:justify;text-indent:0cm;background-image:initial;background-repeat:initial"><span lang="EN-US" style="font-size:10pt;font-family:Symbol">·<span style="font-stretch:normal;font-size:7pt;font-family:'Times New Roman'"> </span></span><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'">Included: driver (car rides) and guide</span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-left:0cm;text-align:justify;text-indent:0cm;background-image:initial;background-repeat:initial"><span lang="EN-US" style="font-size:10pt;font-family:Symbol">·<span style="font-stretch:normal;font-size:7pt;font-family:'Times New Roman'"> </span></span><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'">Not included: drinks, food and tickets, also for the guide</span></p> <p class="" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><b><span lang="EN-US" style="font-size:16pt;font-family:'MV Boli'"> </span></b></p> <p class="" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><b><span lang="EN-US" style="font-size:16pt;font-family:'MV Boli'">Other tours: favela, samba schools, "roda de samba" and other sites as you wish shall be arranged.</span></b></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin:6pt 0cm;text-align:center"><b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'MV Boli'">LUIS at (21)98288-1825 or LUCA (21)98119-4349</span></b></p> </div> Luis Turibahttp://www.blogger.com/profile/08284832026273216278noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-34570202034277416222016-08-02T00:34:00.001-03:002016-08-02T00:34:26.581-03:00CARIOCA Amazing Tours<p class="mobile-photo"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGMGMOyLJTgHWd5W9NlgabhSBgzWGmFuIZJ-fASOTnNub56hnPzXbsGTWL_hAxjolXAIOP9NG8gWDyzy4cwqrewLAQJLbZCevU-wEzVYjUdVO7VV-6NoYj34N-TN8EkgwWkDEOBgjvTm4/s1600/IMG_1802-766583.JPG"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGMGMOyLJTgHWd5W9NlgabhSBgzWGmFuIZJ-fASOTnNub56hnPzXbsGTWL_hAxjolXAIOP9NG8gWDyzy4cwqrewLAQJLbZCevU-wEzVYjUdVO7VV-6NoYj34N-TN8EkgwWkDEOBgjvTm4/s320/IMG_1802-766583.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_6314069509433412690" /></a></p><div dir="ltr"> <br><div></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" align="center" style="margin:6pt 0cm;text-align:center"><b><span lang="EN-US" style="font-size:18pt;font-family:'mv boli'">Want to see Rio</span></b><b><span lang="EN-US" style="font-size:18pt;font-family:'mv boli'"> de Janeiro as a Carioca?</span></b></p><div></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" style="margin-top:6pt;text-align:justify"><b><span lang="EN-US" style="font-size:11pt;font-family:'mv boli'"></span></b></p><div><b> </b></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">Stroll Rio historic center, go to a "roda de samba" (samba playing dancing), a ride into the Tijuca Forest, Rio after-sunset and Lapa bohemian area! </span></b></p><div></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">Different TOURS, filled with fun, information and safety. Pick yours or tell us your interest and we will guide you; contact us: LUIS at (21)98288-1825 or LUCA (21)98119-4349.</span></b></p><div></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" style="text-align:justify"><b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'"></span></b></p><div><b> </b></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">TIJUCA FOREST – </span></b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">Car ride through the Tijuca Forest for three people at a time. This ride takes about 4 hours. Departing from Glória, we go up Santa Teresa, passing by sightseeing points, Paineiras road, Santa Marta belvedere, Alto da Boa Vista - Tijuca National Park, Vista Chinesa, Mesa do Imperador and return. </span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-msonormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">Price: R$ 450,00 (for 3 people)</span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><span lang="EN-US" style="font-family:'mv boli'"> </span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify;vertical-align:baseline;background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial"><b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">HISTORIC</span></b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'"> <b>RIO ON FOOT I – </b>A 4-hour walk around historic sites downtown Rio. Cinelandia Square and its historical buildings, <span style="background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial">the XV Square, Paço Imperial and Arco do Teles,</span> <span style="background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial">old historical churches such as "Our Lady of Carmo" Church and São Francisco de Paula Church</span> and Confeitaria Colombo (historic bakery)<span style="background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial">. Groups up to 5 people</span>. <br> Price: R$ 130,00 per person</span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify;vertical-align:baseline;background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial"><b><span lang="EN-US" style="font-family:'mv boli'"> </span></b></p> <p class="gmail-MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify;vertical-align:baseline;background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial"><b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">HISTORIC</span></b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'"> <b>RIO ON FOOT II – </b>A 4-hour walk around the historic harborside<span style="background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial"> of old Rio. Starting at Mauá Square (MAR and Amanhã </span></span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify;vertical-align:baseline;background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial"><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'mv boli';background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial">-Tomorrow- Museum), we go up </span><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">Conceição hill and walk around its historic buildings, then go down to Prainha Square, stroll around the slaves' area, the <span style="background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial">New Slave's burial ground with its legends and stories recently unveiled. Groups up to 5 people</span>. </span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify;vertical-align:baseline;background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial"><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">Price: R$ 130,00 per person</span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><span lang="EN-US" style="font-family:'mv boli'"> </span></p> <p class="gmail-msonormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><b><span lang="EN-US" style="font-size:16pt;font-family:'mv boli'">SANTA TERESA AND LAPA BOHEMIAN AREA ON FOOT – </span></b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">In the afternoon, we meet at the streetcar stop, downtown, and get off in Santa Teresa. Go for a walk around the historical streets of the area. Go down to the </span><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">Selaron staircase, before sunset. We make a quick stop to sip a chilled beer at a "botequim" (typical Brazilian bar) then stroll along some historical buildings of Lapa. At night. time for a Samba house - "Carioca da Gema" or "Rio Scenarium" – enjoy the vibe of samba. After the samba house, restore the energy tasting delicious mouth-watering dishes at Nova Capela restaurant. 6-hour tour, individual and groups up to 5 people.</span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-msonormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">Price: R$ 130,00 per person</span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-msonormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><span lang="EN-US" style="font-family:'mv boli'"> </span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" style="margin-left:0cm;text-align:justify;text-indent:0cm;background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial"><span lang="EN-US" style="font-size:10pt;font-family:symbol">·<span style="font-stretch:normal;font-size:7pt;font-family:'times new roman'"> </span></span><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">Included: driver (car rides) and guide</span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" style="margin-left:0cm;text-align:justify;text-indent:0cm;background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial"><span lang="EN-US" style="font-size:10pt;font-family:symbol">·<span style="font-stretch:normal;font-size:7pt;font-family:'times new roman'"> </span></span><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">Not included: drinks, food and tickets, also for the guide</span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" style="text-align:justify;background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial"><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'"></span></p><div> </div><p></p> <p class="gmail-msonormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><b><span lang="EN-US" style="font-size:16pt;font-family:'mv boli'">Other tours: favela, samba schools, "roda de samba", and other sites as you wish shall be arranged.</span></b></p><div></div><p></p> <p class="gmail-msonormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><b><span lang="EN-US" style="font-size:16pt;font-family:'mv boli'"></span></b></p><div><b> </b></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" align="center" style="margin:6pt 0cm;text-align:center"><b><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">LUIS at (21)98288-1825 or LUCA (21)98119-4349</span></b></p><div></div><p></p> <p class="gmail-msonormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><span lang="EN-US" style="font-family:'mv boli'"> </span></p> </div> Luis Turibahttp://www.blogger.com/profile/08284832026273216278noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-89794465817756196632016-08-02T00:27:00.001-03:002016-08-02T00:27:50.235-03:00PASSEIOS CARIOCAS ESPECIAIS<p class="mobile-photo"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcuDZ_4SvWMyIqbH8bcQQAxBL0v9KQ05pZAxf19Ff4iCnpuJqNH_VKk9-js6MwNPkeEeszhTL35Q9EThVdHarWrAIP9AmilK0dK44RQRIx2jTFOH-F3TVXiHVoUUQDOK7QWIhl1h95N60/s1600/DSCN1342-770237.JPG"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcuDZ_4SvWMyIqbH8bcQQAxBL0v9KQ05pZAxf19Ff4iCnpuJqNH_VKk9-js6MwNPkeEeszhTL35Q9EThVdHarWrAIP9AmilK0dK44RQRIx2jTFOH-F3TVXiHVoUUQDOK7QWIhl1h95N60/s320/DSCN1342-770237.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_6314067807093338306" /></a></p><div dir="ltr"> <p class="gmail-msonormal" align="center" style="text-align:center"><b><span style="font-size:20pt;font-family:'mv boli'">PASSEIOS CARIOCAS</span></b><span style="font-size:20pt;font-family:'mv boli'"></span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" align="center" style="text-align:center"><b><span style="font-size:18pt;font-family:'mv boli'">Quer conhecer o Rio como um carioca?</span></b><span style="font-size:18pt;font-family:'mv boli'"></span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" style="text-align:justify"><b> </b></p><div></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><b><span style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">Passear pelo Rio histórico, ir a uma roda de samba, conhecer a Floresta da Tijuca, suas belezas naturais e história, a área boêmia da Lapa, seus bares e casa de samba! </span></b></p><div></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify"><b><span style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">Passeios personalizados, com informação, segurança e divertimento. Escolha ou crie sua opção e nós lhe guiaremos; entre em contato: LUIS - (21)98288-1825 ou LUCA - (21)98119-4349.</span></b></p><div></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" style="text-align:justify"> </p><div></div><p></p> <p class="gmail-msonormal" style="margin-bottom:0.0001pt;text-align:justify"><b><span style="font-size:16pt;font-family:'mv boli'">FLORESTA DA TIJUCA – </span></b><span style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">Passeio de carro pela Floresta da Tijuca para três pessoas por vez, com duração de 4 horas. Saída da Glória, subindo por Santa Teresa e suas paisagens, seguimos a Estrada das Paineiras, Mirante Santa Marta, até o Alto da Boa Vista. Vamos ao Parque Nacional da Floresta da Tijuca, Vista Chinesa, Mesa do Imperador, e descemos pelo Jardim Botânico, com passagem por cachoeiras e paradas em pontos com visuais maravilhosos.</span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-msonormal" style="margin-top:0cm;text-align:justify"><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">Preço: R$ 450,00 (para 3 pessoas)</span><span style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'"></span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-msonormal" style="text-align:justify"><b><span style="font-size:16pt;font-family:'mv boli'"></span></b></p><div><b> </b></div><p></p> <p class="gmail-msonormal" style="text-align:justify"><b><span style="font-size:16pt;font-family:'mv boli'">RIO HISTÓRICO </span></b><b><span style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">I – </span></b><span style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">Passeio individual ou grupos de até 5 pessoas pelo Rio Antigo por 4 horas. Início na Cinelândia e seus prédios históricos, passando pelo Largo da Carioca, Praça XV, <span style="background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial">Paço Imperial e Arco do Teles,</span> <span style="background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial">igrejas históricas e área gastronômica e </span>Confeitaria Colombo<span style="background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial">.</span> <br> Preço: R$ 130,00 por pessoa</span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify;vertical-align:baseline;background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial"><b><span style="font-size:16pt;font-family:'mv boli'">RIO HISTÓRICO </span></b><b><span style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">II – </span></b><span style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">Passeio individual ou grupos de até 5 pessoas pela zona portuária, revitalizada do Rio Antigo por 4 horas. </span><span lang="EN-US" style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">Início na <span style="background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial">Praça Mauá (MAR e Museu do Amanhã). </span></span><span style="font-size:14pt;font-family:'mv boli';background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial">Subimos o Morro da </span><span style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">Conceição e passeamos pelo seu casario histórico. Descemos até a Largo da Prainha e passeamos pela área até a Praça da Harmonia e os Pretos Novos. </span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" style="margin:6pt 0cm;text-align:justify;vertical-align:baseline;background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">Preço: R$ 130,00 por pessoa</span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-msonormal" style="text-align:justify"><b><span style="font-size:16pt;font-family:'mv boli'"></span></b></p><div><b> </b></div><p></p> <p class="gmail-msonormal" style="margin-bottom:0.0001pt;text-align:justify"><b><span style="font-size:16pt;font-family:'mv boli'">LAPA E REGIÃO BOÊMIA </span></b><b><span style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">– </span></b><span style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">Pegamos o bonde de Santa Teresa no centro do Rio,<b> </b>atravessamos os Arcos da Lapa, descemos no bairro, onde apreciaremos a vista e conheceremos algumas de suas ruas e arquitetura. Pegamos o bonde de volta e vamos conhecer </span><span style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">a escadaria Selaron, seguindo a pé pelo centro da Lapa, com direito a parar em um bar para um chopp gelado. Em seguida, o passeio segue para uma Casa de Samba como "Carioca da Gema" ou "Rio Scenarium" no início da noite (custo da entra do guia por conta dos visitantes). Depois do samba, podemos ir jantar no histórico restaurante Capela, onde os visitantes saborearão pratos de dar água na boca, como o "Cordeiro na cebola". Duração de 6 horas, grupos de até 5 pessoas.</span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-msonormal" style="margin-top:0cm;text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">PREÇO POR PESSOA: R$ 130,00</span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-msonormal" style="margin:0cm 0cm 0.0001pt 35.45pt;text-align:justify;background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:10pt;font-family:symbol">·<span style="font-stretch:normal;font-size:7pt;font-family:'times new roman'"> </span></span><span style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">Incluído: motorista (passeio de carro) e guia</span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-msonormal" style="margin:0cm 0cm 6pt 35.45pt;text-align:justify;background-image:initial;background-position:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:10pt;font-family:symbol">·<span style="font-stretch:normal;font-size:7pt;font-family:'times new roman'"> </span></span><span style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">Não incluído: bebida, comida e entrada para casa de samba</span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-msonormal" style="text-align:justify"><b><span style="font-size:16pt;font-family:'mv boli'">Outros passeios e roteiros como "visita a comunidades" e "escolas de samba" a combinar.</span></b><span style="font-family:'mv boli'"></span></p><div></div><p></p> <p class="gmail-MsoNormal" align="center" style="margin:6pt 0cm;text-align:center"><b><span style="font-size:14pt;font-family:'mv boli'">LUIS - (21)98288-1825 ou LUCA - (21)98119-4349</span></b></p><div></div><p></p> </div> Luis Turibahttp://www.blogger.com/profile/08284832026273216278noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-28143226432052611692016-07-25T11:04:00.001-03:002016-07-25T11:04:09.613-03:00O DVD DE SANDRA DUALIBE SERÁ GRAVADO NESTA QUARTA<p class="mobile-photo"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7bOIoN6iW1WFRBCmQHeHdwMW1vZc4eYh42Yd_9DEp3mBlfOIjR9bgactQPfMWOn8V5maBwFzzYsKM4VfOZvvI29Dhv_AzfoRJc7Xy2QafA3LmFgg5WK051gZGKAw-5Gd7KA6VR4K4ZsM/s1600/283e2cc1-95f2-4594-b8ca-b596905ef8ae-749614.jpg"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7bOIoN6iW1WFRBCmQHeHdwMW1vZc4eYh42Yd_9DEp3mBlfOIjR9bgactQPfMWOn8V5maBwFzzYsKM4VfOZvvI29Dhv_AzfoRJc7Xy2QafA3LmFgg5WK051gZGKAw-5Gd7KA6VR4K4ZsM/s320/283e2cc1-95f2-4594-b8ca-b596905ef8ae-749614.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_6311263106875320914" /></a></p><div dir="ltr"><div><br></div><div>Está chegando a hora. Será no dia 27 de julho (quarta-feira), às 15h, a gravação de "Celebrizar", primeiro</div><div><br></div><div>DVD da cantora Sandra Duailibe. O local escolhido para show que dará origem ao DVD é o confortável</div><div><br></div><div>Teatro Paulo Gracindo, no Sesc Gama, com estrutura de som de última geração. A gravação terá a</div><div><br></div><div>presença de público convidado, além dos fãs, que podem assistir na plateia. "Este DVD é, para mim, a</div><div><br></div><div>realização de um sonho", define Sandra Duailibe.</div><div><br></div><div>Para isso, a cantora escolheu um invejável time de músicos: Paulo André Tavares (violão), Agilson</div><div><br></div><div>Alcântara (violão e guitarra), Oswaldo Amorim (contrabaixo), Amanda Costa (percussão) e Sandro Araújo</div><div><br></div><div>(bateria). Além deles, serão músicos convidados para a gravação Fernando César (violão de sete cordas),</div><div><br></div><div>Pedro Vasconcelos (cavaquinho), Ocelo Mendonça (violoncelo), Victor Moreira Angeleas (bandolim) e</div><div><br></div><div>Nicolas Krassik (violino). O trabalho é apresentado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de</div><div><br></div><div>Cultura do Governo de Brasília.</div><div><br></div><div>Nascida em São Luís, no Maranhão, desde cedo Sandra Duailibe sabia que a música pulsava fortemente</div><div><br></div><div>em seu coração. Criada em parte da infância e da adolescência em Belém, no Pará, iniciou seus estudos</div><div><br></div><div>de música aos 5 anos, no Conservatório Carlos Gomes, onde estudou piano até seus 15 anos. Seguiu</div><div><br></div><div>para Brasília em 1982, já graduada em Odontologia, profissão que exerceu por 9 anos. Em 1996, instigada</div><div><br></div><div>a ter uma profissão mais ligada à comunicação e ao prazer, abriu uma agência de viagens e turismo,</div><div><br></div><div>negócio que foi seguido de lojas de conveniência em dois hotéis da capital.</div><div><br></div><div>Mas a música continuava falando alto e, em 2005, Sandra Duailibe abandonou suas outras ocupações</div><div><br></div><div>profissionais para se dedicar inteiramente ao canto. Hoje, com uma carreira que inclui cinco CDs e</div><div><br></div><div>participação em diversos DVDs de grandes artistas, shows no Brasil e no exterior, ela parte para mais um</div><div><br></div><div>desafio: a produção do DVD "Celebrizar". "Agora, meu público vai poder levar, além do meu canto, minha</div><div><br></div><div>imagem para casa", completa a artista.</div><div><br></div><div>Os ingressos para a gravação do DVD de Sandra Duailibe custam R$ 1,00 e a classificação indicativa é</div><div><br></div><div>livre. Para participar da gravação, é preciso confirmar presença pelo telefone (61) 98603-4433, com Aline</div><div><br></div><div>Cardoso, ou pelo link <a href="https://www.facebook.com/events/1640667386260026/">https://www.facebook.com/events/1640667386260026/</a>. Para esse trabalho, Sandra</div><div><br></div><div>Duailibe tem o apoio das seguintes empresas e instituições: Atelier Cynthia Alves, Escola de Dança Alex</div><div><br></div><div>Gomes, Grupo Voetur, Indústria de Uniformes República das Malhas, Instituto de Beleza Hélio Diff, Magia</div><div><br></div><div>Flores,Nyll Camisaria, Pães da Corte,Rede de Hotéis Plaza Brasília, Restaurante La Grill e Sesc-DF.</div><div><br></div><div>SERVIÇO</div><div><br></div><div>GRAVAÇÃO DO DVD SANDRA DUAILIBE – "CELEBRIZAR"</div><div><br></div><div>Data: 27 de julho (quarta-feira)</div><div><br></div><div>Horário: das 15h às 20h</div><div><br></div><div>Local: Teatro Paulo Gracindo, no Sesc Gama (Setor de Indústria, Quadra 2)</div><div><br></div><div>Ingressos: R$ 1,00 – é preciso confirmar presença pelo telefone (61) 98603-4433</div><div><br></div></div> Luis Turibahttp://www.blogger.com/profile/08284832026273216278noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-87924206614577133252016-07-25T10:58:00.001-03:002016-07-25T10:58:26.058-03:00O GOLPE COMO FRAUDE E LENITIVO AO DECLINIO<div dir="ltr"><div style="font-size:12.8px;text-align:center"></div><div style="font-size:12.8px"> </div><div style="font-size:12.8px;text-align:center"><a href="https://www.linkedin.com/today/author/0_2tnpfvp1jFraHq9pkBuxUV?trk=prof-sm" target="_blank"><em><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small">Itamar Garcez</span></em></a></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"> </span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"><span style="font-size:x-large"><strong>A</strong></span> resiliência da esquerda aos revesses sucessivos que a história lhe desferiu é resultado em parte de sua característica de seita e, portanto, da crença de que detém com exclusividade a verdade única. As derrotas são apenas batalhas perdidas; no final, a guerra será vencida com a redenção do proletariado que, para evitar desvios no itinerário, será conduzido com mão de ferro ao paraíso.</span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"> </span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"><strong>T</strong>ransposta para a realidade que vivenciamos no Brasil, no limiar do julgamento da presidente Dilma Rousseff (PT), a afastada, o PT se valeu da propaganda política para dissimular o fracasso de seu modelo após treze anos no comando da Nação com o apoio do <em>status quo</em>. No confronto político restavam poucas opções: reconhecer os erros que levaram o País a pior crise econômica, política e ética de sua história ou adotar uma escapatória.</span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"> </span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"><strong>O</strong>ra, o PT não tem como justificar a gestão fiscal fraudulenta da presidente. O PT não tem como justificar as derrapagens administrativa e econômica, carreadas por uma mandatária incompetente e presunçosa, que redundaram em quebradeira, carestia e desemprego. O PT não tem como justificar que boa parte dos delatores da Operação Lava-Jato são companheiros ou neocompanheiros, como os grandes empreiteiros.</span></div><div style="font-size:12.8px"> </div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"><strong>O</strong> PT não tem como justificar que, no poder, exerceu a política da mesma forma que seus adversários, qual seja, na base da barganha de compra de apoios. O PT não tem como justificar que, eleito com uma pregação de detentor exclusivo da ética, atolou-se nos mesmos desvãos do uso espúrio do erário.</span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"> </span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"><strong>O</strong> PT não tem como justificar que seus heróis se transmutaram de militantes por princípio em políticos sem princípios. O PT não tem como justificar que tramou o <em>impeachment</em> dos três antecessores imediatos do lulopetismo. Mais importante, o PT não tem com justificar o golpe com o qual aniquilou a esperança na política. Não se o fizer com sincera autocrítica.</span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"> </span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"><strong>P</strong>ortanto, para não enfrentar o debate honesto, com choro e ranger de dentes, restou aos companheiros fraudar a história e amparar-se no refrão golpista como <em>leitmotiv</em>. Para tanto, fugiu da lógica comezinha.</span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"> </span></div><div style="font-size:12.8px"><em><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small">Propaganda fraudulenta como lenitivo</span></em></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"> </span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"><strong>O</strong> <em>impeachment</em> estribou-se num Judiciário permissivo, que adotou ao extremo a regra <em>in dubio pro reu</em> como na sessão da Corte Suprema de dezembro de 2015, contestada por juristas eminentes. O <em>impeachment</em> sustentou-se na Suprema Corte, cujos membros foram quase todos escolhidos pelo PT. O<em>impeachment</em> foi garantido pela neutralidade silenciosa das Forças Armadas.</span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"> </span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"><strong>O</strong> <em>impeachment</em> foi respaldado pela ampla e legítima maioria da população - exaurida pela economia em pandarecos, enojada da corrupção. O<em>impeachment</em> teve a aprovação majoritária do Legislativo, movido, como em 1992, por eleitores desiludidos. O <em>impeachment</em> ancorou-se na Constituição.</span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"> </span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"><strong>C</strong>omo carece de coerência e sobeja desfaçatez, a narrativa petista - risível diante da hodierna, sangrenta e concreta tentativa de golpe na Turquia - optou por falsear a realidade. Não se trata de ação impensada, mas engendrada em eficiente propaganda política.</span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"> </span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"><strong>N</strong>a ânsia de desqualificar o impedimento da mandatária, sustenta-se em estratégia que vai da autoindulgência à sobrevivência. Primeiro, provê conforto à militância atordoada com os crimes conduzidos por suas lideranças. Repetir <em>ad nauseam</em> que o impeachment foi ilegítimo anestesia a decepção.</span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"> </span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"><strong>S</strong>egundo, fornece à patuleia simplificação retórica à narrativa que pretende converter a presidente Dilma em vítima. Terceiro, ao adotar discurso monotemático foge do debate direto sobre a <em>débâcle</em> petista. Quarto, tenta constranger néscios e desavisados.</span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"> </span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"><strong>I</strong>mplacável, a história aplicou revesses sucessivos na esquerda. Os percalços levaram-na a contornar o mais notório déspota comunista, Josef Stalin (que tiranizou seus camaradas), a relevar os gulags, a ignorar a derrocada soviética (simbolizada pela queda do Muro de Berlim), a condescender com a revolução cultural chinesa, a defender a ditadura cubana, a compactuar com os desmandos do comandante venezuelano.</span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0);font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"> </span></div><div style="font-size:12.8px"><span style="color:rgb(0,128,0)"><span style="font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"><strong>T</strong>udo justificado por dogmas e mitos, como o de que só a esquerda representa os pobres ou do estado forte e onipresente. A exemplo de uma seita, que tem a conversão dos ímpios e a salvação dos fiéis como alvos, a sigla busca no discurso fraudulento o lenitivo ao declínio.</span></span></div></div> Luis Turibahttp://www.blogger.com/profile/08284832026273216278noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-28443990145592176932016-07-08T16:32:00.001-03:002016-07-08T16:32:34.109-03:00DESTINO, um artigo de André Gustavo Stumpf,<div dir="ltr"> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:150%"><i style="line-height:150%"><span lang="PT" style="font-size:10pt;line-height:150%;font-family:Verdana">André Gustavo Stumpf, jornalista.</span></i><br></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:150%"><span lang="PT" style="font-size:10pt;line-height:150%;font-family:Verdana"><br></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:150%"><span lang="PT" style="font-size:10pt;line-height:150%;font-family:Verdana">Vargas Llosa narra em seu magnífico <i>A guerra no fim do mundo</i>, lançado no Brasil em 1984, uma briga de morte entre dois jagunços que disputavam o privilégio de matar um estrangeiro, justamente o narrador da controvérsia. Eles amarram as fraldas das camisas e se esfaquearam reciprocamente. Naturalmente, ninguém vence. Os dois morrem. O livro descreve a história da Guerra de Canudos e mergulha nos elementos retirados do clássico, <i>Os Sertões</i>, de Euclides da Cunha.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:150%"><span lang="PT" style="font-size:10pt;line-height:150%;font-family:Verdana">Vargas Llosa andou pelo interior da Bahia, conversou com pessoas, ouviu histórias, mergulhou no acervo do jornal do jornal O Estado de S. Paulo – Euclides da Cunha era repórter daquele periódico – e foi até a Washington pesquisar na biblioteca do Congresso dos Estados Unidos sobre este formidável conflito que desafiou a jovem República brasileira. Só no terceiro ataque, Canudos capitulou. Na verdade, a pequena vila foi arrasada. Mas os inssurretos mataram o coronel Cerqueira Cesar, que comandava as tropas do Exército. </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:150%"><span lang="PT" style="font-size:10pt;line-height:150%;font-family:Verdana">O autor revelou essa modalidade de briga pessoal. Os dois se amarram e se atacam impiedosamente. Normalmente, morrem. Mas, a honra está salva. Conto essa história porque não sei se a vida imita a arte ou vice versa. Mas Dilma Rousseff e Eduardo Cunha tiveram seus destinos amrrados um ao outro. O deputado carioca, 57 anos, é um negociador frio, que soube enriquecer no exercício da atividade política. Os sucessivos inquéritos que correm contra ele na Justiça demonstram à saciedade sua maneira de operar a política e a contabilidade.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:150%"><span lang="PT" style="font-size:10pt;line-height:150%;font-family:Verdana">A presidente afastada, 69 anos, possuia um leque mais pobre de iniciativas. Ela aparentemente não estava preparada para o exercício do mais alto cargo administrativo do país. Não conhecia os meandros da política, não soube medir seus riscos e se aventurou pelo perigoso caminho voluntarista. Seu governo foi um desastre total. O pior da República brasileira. Não alcançou nenhum dos objetivos pretendidos, mesmo porque eles eram difusos e mal definidos. Restou a ela escolher inimigos. E um deles foi precisamente Eduardo Cunha.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:150%"><span lang="PT" style="font-size:10pt;line-height:150%;font-family:Verdana">Cunha, por sua vez, fez carreira enfrentando adversários e dobrando suas apostas. Rompeu com o governo e colocou na ordem do dia o pedido de impeachment do presidente da República. O desenvolver da crise é fartamente conhecido. A presidente afastada está isolada no Palácio da Alvorada. Seus amigos estão se distanciando, os argumentos estão rareando e ela, lentamente, começa a transportar seus pertences pessoais para Porto Alegre, onde reside. O processo de impedimento deverá ser apreciado pelo plenário do Senado na última semana de agosto.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:150%"><span lang="PT" style="font-size:10pt;line-height:150%;font-family:Verdana">Eduardo Cunha foi, de recuo em recuo, caminhando em direção à sua própria renúncia. Derradeiro capítulo na tentativa de escapar da cassação. Parece sentença proferida. Mas sempre caberá a ele promover o último ato em sua própria defesa e na proteção dos familiares. A crise brasileira está entrando nos moldes tradicionais. Os dois opositores se agrediram reciprocamente e encontraram o seu fim. No Brasil, os políticos morrem várias vezes. Veja-se o ex-presidente Collor, que perdeu a presidência, é hoje um operoso senador da República.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:150%"><span lang="PT" style="font-size:10pt;line-height:150%;font-family:Verdana">Do ponto de vista do governo Temer, o desfecho lhe é altamente favorável. A crise Eduardo Cunha deixa de contaminar a Câmara dos Deputados. Passa a ser um assunto pessoal do ex-presidente. Será cassado pelo Congresso ou pelo Supremo? Seu destino não interfere na política nacional e libera a instituição para viver sua vida, votar o que for necessário e virar a página na política nacional. Os debates sobre sua sucessão fazem parte da atividade parlamentar. O grupo chamado de centrão, reprodução do que ocorreu ao tempo da Assembléia Constituinte, deve apresentar o nome de Rogério Rosso (PSB-DF) como candidato.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:150%"><span lang="PT" style="font-size:10pt;line-height:150%;font-family:Verdana">Rosso é um personagem curioso. Ele veio da iniciativa privada. Trabalhou na Fiat. Foi administrador de Ceilândia e no governo Arruda transformu-se em presidente da Codeplan. Foi governador do Distrito Federal naquele mandato tampão, depois que Arruda dixou o governo. Roqueiro, em pleno mandato foi para a Alemanha tocar em festival de música. Ele tentou se recandidatar ao cargo pelo PMDB. E não conseguiu. Passou o tempo, ele morreu uma vez, e ressurgiu como deputado federal. Sua boa atuação na comissão do impeachhment na Câmara proporcionou uma avenida de oportunidades à sua frente.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:150%"><span lang="PT" style="font-size:10pt;line-height:150%;font-family:Verdana">Os neogovernistas têm suas pretensôes. Uma delas se chama Heráclito Fortes (PSB-PI), experiente parlamentar que está no congresso Nacional desde os tempos de Ulysses Guimarães de quem foi amigo e discípulo. Outros candidatos surgirão. A poeira provocada por estes movimentos na próxima semana tenderá a embaralhar os movimentos na política. Cunha caminha para seu destino e Dilma para Porto Alegre. Um amarrou seu horizonte na possibilidade do outro. Os dois morreram. O governo Temer aparentemente se salvou.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;line-height:150%"><span style="font-size:10pt;line-height:150%;font-family:Verdana"> </span></p> </div> Luis Turibahttp://www.blogger.com/profile/08284832026273216278noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-77550346850109087062016-06-23T11:28:00.001-03:002016-06-23T11:28:42.919-03:00MUDANDO PARADIGMAS<p class="mobile-photo"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdjf8lgp0GXIyWR-MjG8N5mZcJgp8SBBks6fZtBppQcp-gClEF7LB3_4kYaIstdKhd-jLmEvzDb3crUSEbm8gdpEwsH2fDnTrGrgLvsdvDfYOFRfwBQPTD5Y9dTuFdoJzADusKNnWFndM/s1600/IMG_6030-722920.jpg"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdjf8lgp0GXIyWR-MjG8N5mZcJgp8SBBks6fZtBppQcp-gClEF7LB3_4kYaIstdKhd-jLmEvzDb3crUSEbm8gdpEwsH2fDnTrGrgLvsdvDfYOFRfwBQPTD5Y9dTuFdoJzADusKNnWFndM/s320/IMG_6030-722920.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_6299394709095575714" /></a></p><div dir="ltr"> <p class="MsoNormal"><span style="color:rgb(51,51,51);font-family:Arial;font-size:14pt;letter-spacing:-0.25pt">Luis Turiba</span><br></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial;color:rgb(51,51,51);letter-spacing:-0.25pt;background-image:initial;background-repeat:initial"> </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial;color:rgb(51,51,51);letter-spacing:-0.25pt;background-image:initial;background-repeat:initial">Nunca antes na história desse País, tantos inescrupulosos políticos brasileiros, do centro de esquerda e da direita, foram pegos com a mão na cumbuca surrupiando o mingau nosso de cada dia. A República das Empreiteiras caiu como um castelo de areia perante uma onda no mar diante da Lava-Jato. O Supremo se mantêm firme nas decisões anti-corrupção e hoje mesmo caíram mais dois ex-ministros de Dilma. Não faz marola, dizem os políticos, mas se gritar "pega ladrão", não ficar um meu irmão. Nem Freud segura a fraude. O Brasil vive dias terríveis, assustadores. É muita laranja madura e Fat Family pra todo lado. Mas isso faz parte do ébo de limpeza. Quem sabe após essa desratização generalizada, uma nova consciência possa surgir (?) entre políticos, empresários e principalmente eleitores com reflexos já nas eleições para as prefeituras deste ano e, principalmente, para as eleições presidenciais de 2018. A verdadeira esquerda - atenção PSOL - precisa rever todas essas práticas corruptas. É nisso que apostamos. </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial;color:rgb(51,51,51);letter-spacing:-0.25pt;background-image:initial;background-repeat:initial">Duas falas marcaram o noticiário de hoje e são exemplares. Reflitam sobre elas:</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial;color:rgb(51,51,51);letter-spacing:-0.25pt;background-image:initial;background-repeat:initial"> </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial;color:rgb(51,51,51);letter-spacing:-0.25pt;background-image:initial;background-repeat:initial">1- "Assim como, historicamente, se tornou inaceitável discriminar negos e gays (...) bater em mulher (...) dirigir embriagado (...) tornou-se inaceitável a nomeação de parentes para cargos públicos. Acho que está em curso no Brasil hoje uma nova mudança de paradigma. Não é mais aceitável desviar dinheiro público, seja para financiamento eleitoral, seja para o bolso." Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo durante o julgamento de Eduardo Cunha.</span><span style="font-size:14pt;font-family:Times"></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt"> </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial;color:rgb(51,51,51);letter-spacing:-0.25pt;background-image:initial;background-repeat:initial">2- "A corrupção é uma assassina sorrateira, invisível e de massa. Ela é uma serial killer que se disfarça de buracos em estradas, em faltas de medicamentos, de crimes de rua e de pobreza", afirmou Delton Dallagnol, procurador da Lava-Jato.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt"> </span></p> </div> Luis Turibahttp://www.blogger.com/profile/08284832026273216278noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-16407235586448645912016-06-06T12:24:00.001-03:002016-06-06T12:24:30.328-03:00KOMBI VELHA TEM O SEU VALOR<p class="mobile-photo"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZwFHgzNr35LPFl83aUotOxH5wYcKVAG40uN2Wd0PjAV9S3i5L60lhb0gp2s5gLrmcvkzaNiXLi70RRTWXfp0j55AA8tjrntKK3BFpN_VGTjNXokWxbsNSjMtdlLC_22SBLQBSdL5pXZ0/s1600/IMG_6082-770329.JPG"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZwFHgzNr35LPFl83aUotOxH5wYcKVAG40uN2Wd0PjAV9S3i5L60lhb0gp2s5gLrmcvkzaNiXLi70RRTWXfp0j55AA8tjrntKK3BFpN_VGTjNXokWxbsNSjMtdlLC_22SBLQBSdL5pXZ0/s320/IMG_6082-770329.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_6293100638266934402" /></a></p><div dir="ltr"><p class="MsoNormal" style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">Por Luis Turiba</span></p><p class="MsoNormal" style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial"> </span></p><p class="MsoNormal" style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">Quase meio-dia e eu ainda estava na fila do banco. Tinha que chegar as treze na Central do Brasil para encontrar uma galera e subir o morro da Providência para conhecer a famosa Casa Amarela no topo da favela, uma base de cultura numa área dominada de tráfico. Quinta-feira de inicio do mês é sempre assim: a longa fila dos velhinhos estava sacudida com as rabugices de sempre. Num repente, ela (80) saiu do meio da fila e foi ao encontro dele (89), o primeiro prestes a ser chamado para o atendimento:</span></p><p style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">-<span style="font-stretch:normal;font-size:7pt;font-family:'Times New Roman'"> </span></span><span style="font-family:Arial">Como vai Seu Jacó? Tá lembrada de mim...</span></p><p style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">-<span style="font-stretch:normal;font-size:7pt;font-family:'Times New Roman'"> </span></span><span style="font-family:Arial">Claro, garota. Mas você tá velha, heim?! Eu também estou velho, mas você está mais engilhada do que eu.</span></p><p style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">-<span style="font-stretch:normal;font-size:7pt;font-family:'Times New Roman'"> </span></span><span style="font-family:Arial">E como vai Dona Sarah?</span></p><p style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">-<span style="font-stretch:normal;font-size:7pt;font-family:'Times New Roman'"> </span></span><span style="font-family:Arial">Também tá velha, mas não morreu ainda, respondeu ele sem poupar sincerismos.</span></p><p style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">-<span style="font-stretch:normal;font-size:7pt;font-family:'Times New Roman'"> </span></span><span style="font-family:Arial">Trabalhei na loja deles, uma tapeçaria, quando eu tinha 17 anos, confidenciou ela para quem observava de perto o reencontro.</span></p><p style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">-<span style="font-stretch:normal;font-size:7pt;font-family:'Times New Roman'"> </span></span><span style="font-family:Arial">Mas o tempo passa e deixa a gente assim, parecendo maracujá de fim de safra, disse ele antes de seguir para o atendimento.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">O coroa que estava na cadeira ao meu lado, olhou de soslaio e cravou seu palpite:</span></p><p class="MsoNormal" style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial"> - Aí tem coisa...</span></p><p class="MsoNormal" style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">Esse tinha pinta de jovem. Usava pulseiras de couro, um chapeuzinho branco, óculos estiloso, sacolas penduradas nos ombros, lencinho no pescoço. Parecia ter vindo a pé de Woodstock.</span></p><p style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">-<span style="font-stretch:normal;font-size:7pt;font-family:'Times New Roman'"> </span></span><span style="font-family:Arial">Com língua e dedo ninguém fica imprestável, completou baixinho com olhar sacana.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">A fila andou e me piquei pro metrô no rumo Central onde iria encontrar a galera do coletivo Viajantes do Território para subir o Providência, a mais antiga e central favela do Rio de Janeiro, em missão cultural. O entorno da Central ainda me assusta, pois parece um pouco a Índia com gente de tudo quanto é tipo circulando apressadamente pra tudo quanto é lado. Se tentar usar celular naquele mafuá, dança.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial"><br></span></p><p class="MsoNormal" style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">Finalmente nos reunimos no ponto combinado sob o comando de Egeu Laus, o comandante dos Viajantes. Éramos 12 e partimos em busca de uma Kombi velha, cujo teto mais lembrava um assoalho sem o carpete retirado na força e na marra. Seis conseguiram entrar e os outros ficaram para a próxima viagem. A Kombi velha engilhada ia se arrastando pelas ruelas estreitas de paralelepípedos onde mal passava um fusca. Demorou bem meia hora até chegar na subida. A Kombi velha está acostumada com aquela ladeira de curvas fechadas e ainda é o melhor meio de transporte para os moradores do morro quando o teleférico para por manutenção ou guerra entre traficantes. Paga-se pela viagem três reais.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">A Kombi velha engilhada que já teve 17 anos nos deixa na Estação do Teleférico. De lá, nossa guia nos leva até o Bar da Jura que fica em baixo da estação, de onde avistamos toda a baía da Guanabara, a ponte Rio-Niterói, a Cidade do Samba e os novos prédios envidraçados da Odebrecht que surgem aos borbotões na Zona Portuária, além de uma parte da comunidade com intrincados corredores onde não se deve fotografar pois o movimento é intenso.</span></p><p style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">-<span style="font-stretch:normal;font-size:7pt;font-family:'Times New Roman'"> </span></span><span style="font-family:Arial">Sabe como é, né: depois você pode passar pelo constrangimento de ter que apagar a foto, e isso não é legal", explica Dona Jura que faz um inhoque com camarão de tirar qualquer freguês do sério.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">Ela distribui cartões para todos e avisa:</span></p><p style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">-<span style="font-stretch:normal;font-size:7pt;font-family:'Times New Roman'"> </span></span><span style="font-family:Arial">É só ligar e encomendar o que vai comer. Pode trazer a família, amigos, subir na paz que estamos aqui para recebe-los. É só avisar antes de subir.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">Começamos a entender ali como se desenvolve o dialético equilíbrio entre os diferentes negócios do morro da Providência: cada um vende o que tem e o que pode. Cada qual, a sua maneira.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">Finalmente, chegam os Viajantes retardatários. Um dos jovens que trabalha na Casa Amarela, o Douglas Oliveira que aparenta ter seus 18 anos, vai nos guiar na visita que começa pela sacrificante subida da escadaria, com seus 162 degraus, quase todos grafitados com letras de Raul Seixas e Cazuza. Aquela subida será para minhas cansadas panturrilhas uma prova de fogo. Afinal, estão elas em tratamento no hospital Sarah de Brasília. Os pulmões e o coração resistiram bem, mas as canelas chegam lá em cima quase sem fôlego. No caminho, passamos pelos meninos que fazem o atento trabalho de permanente observação. Cochilou, o cachimbo cai. Um deles, com pouco mais de 16 anos, trabalha com quatro celulares e dois walk-talk. Armas não aparecem, mas se insinuam.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial"><br></span></p><p class="MsoNormal" style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">A Casa Amarela, com seu três andares, parece uma obra de Gaudí dos trópicos. Ela é costurada de ripas de madeira e aqui e ali pequenos barracos aparecem como torres. O projeto começou em 2008 graças ao fotógrafo francês J.R. que hoje mora em Nova Iorque. Na época, ele ensinou fotografia aos jovens da favela. Hoje existe ali um Cine Clube, aulas de inglês para as crianças da Providência, cursos de Grafiti e até um projeto para extrair energia de legumes. Muitas artistas estrangeiros passam pela casa com oficinas voluntárias e importantes doações.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">Visitamos a exposição permanente de fotografia, as dependências internas grafitadas e ouvimos com a maior atenção uma palestra sobre Sustentabilidade na Favela feita militante Aline Mendes, 38 anos, que trocou seu emprego certo ("mas chato pra caralho") em um cartório do Rio pela aventura de ser uma empreendedora no morro da Providência. No cartório, ela abriu uma gaveta para "as boas ideias", onde ia guardando informações preciosas que mais tarde foram fundamentais para seus projetos de mapeamento, Ecopontos e Calendário para o Providência Sustentável, que teve o apoio da prefeitura e do Sebrae.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">Com uma alegria transbordante, Aline nos conta como deu seu grito de independência do Seu Barriga, seu antigo chefe no cartório: "Tudo eu anotava: água, luz, pessoas, ruas, tudo, tudo. Andei toda a favela chegando a ir a lugares proibidos como a Pedra Lisa, onde a barra é muito pesada. Vi moradores lavando suas portas do sangue derramado na guerra entre as facções do tráfico. Passei muito perrengue mas cheguei a ser chamada de maestrina de obra, pois criei meus filhos e construí com minhas mãos a minha própria casa virando massa todos os fins de semana. Quando resolvi pintar o Escadão, tive que pedir autorização a UPP e eles noticiaram isso como obra social deles. Fiquei apavorada, pois corri o perigo de ser pega pelo tráfico e levada ao tribunal."</span></p><p class="MsoNormal" style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial"><br></span></p><p class="MsoNormal" style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">Fim de tarde. O céu se fecha, as gaivotas sobrevoam em bando e círculos nossas cabeças e a chuva ameaça cair. Aproveito o intervalo e deixo a Casa Amarela para trás, seguindo com um casal de visitantes. Como na subida, também somos observados na descida por olheiros espalhados na área. Na estação do Teleférico, esperamos a velha e cansada Kombi por mais de 20 minutos na certeza que estamos na mira de binóculos e outros tipos comunicações, pois somos seres estranhos àquele ambiente.</span></p><p class="MsoNormal" style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial">Finalmente, a Kombi chega. Entramos, sentamos e pagamos. Antes de partir na sua venturosa descida, ouvimos gritos e o motorista freia e deixa o veículo parado na esquina fronteiriça entre o topo e a ladeira. Um jovem recém saído da adolescência chega junto, sussurra algo no ouvido do motorista, dá uma geral no ambiente interno e libera a descida. A velha e engilhada Kombi já não tem 17 anos, mas tem lá o seu valor. </span></p><p class="MsoNormal" style="font-size:12.8px"><span style="font-family:Arial"> </span></p></div> Luis Turibahttp://www.blogger.com/profile/08284832026273216278noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-85241679218492065832016-05-31T11:10:00.001-03:002016-05-31T11:10:49.660-03:00E SE DILMA VOLTAR?<div dir="ltr"><div><div>ITAMAR GARCEZ, para o blog do Moreno, em O Globo</div><div><br></div><div style="font-size:12.8px"><span style="font-size:x-large"><strong>A</strong></span> conveniência da presidente Dilma Rousseff (PT), a afastada, de retornar ao Palácio do Planalto beira o insondável. À vontade no papel de opositora-mor da República de Michel Temer, o interino, ela aparenta almejar o regresso. Para o PT, no entanto, o melhor desfecho é menos evidente.</div><div style="font-size:12.8px"> </div><div style="font-size:12.8px"><strong>A</strong>final, os descaminhos, a recessão econômica e os malfeitos deixados por Dilma prosseguem em marcha batida. Melhor adentrar a história como vítima ou como incompetente?</div><div style="font-size:12.8px"> </div><div style="font-size:12.8px"><strong>N</strong>o retorno à política, ela encontrará parlamentares habituados, depois de 13 anos, a frequentar o Planalto e a residência oficial do presidente. Enquanto Temer faz dos rapapés palacianos sua rotina, Dilma sempre preferiu cercar-se de acólitos, que, receosos das invectivas, restringiam suas manifestações ao vocativo imposto: "Sim, senhora presidenta".</div><div style="font-size:12.8px"> </div><div style="font-size:12.8px"><strong>V</strong>oltará ela a enxotar dos salões presidenciais os parlamentares que hoje lá transitam com desenvoltura? Como fará a mandatária para recompor a maioria parlamentar que chamou de "golpista"? Dirá que sua monotemática campanha foi apenas arroubo retórico?</div><div style="font-size:12.8px"> </div><div style="font-size:12.8px"><strong>N</strong>a economia, seu eventual regresso encontrará um caixa deficitário de R$ 170,5 bilhões, o maior da história. Produzido por sua gestão, trata-se de impeditivo para alavancar os projetos sociais que, afora a estabilidade econômica, popularizaram seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).</div><div style="font-size:12.8px"> </div><div style="font-size:12.8px"><strong>A</strong>lém disso, o anúncio do retorno de Dilma será a centelha para frear investimentos, embargar novos empregos e convulsionar mais as ruas. O pragmatismo de Temer cederia lugar à política econômica furta-cor da mandatária regressada, entre a ortodoxia envergonhada e a heterodoxia voluntarista.</div><div style="font-size:12.8px"> </div><div style="font-size:12.8px"><strong>N</strong>o campo policial, como confidenciou o ex-presidente da República, José Sarney (PMDB), a volta de Dilma vai se deparar com a "metralhadora" da Odebrecht. E, em que pesem os reclames dilmistas de que a operação Lava-Jato mira apenas o PT, são o mandatário plantonista e seu partido que acabam por se tornar o alvo principal de investidas "denuncistas".</div><div style="font-size:12.8px"> </div><div style="font-size:12.8px"><strong>V</strong>ide as manchetes dos matutinos, que, dia sim, outro também, desferem petardos contra a cúpula peemedebista. Aliás, munição que, oportunista, o PT dispara agora contra Temer como se antes desconhecesse as fraquezas do velho aliado.</div><div style="font-size:12.8px"> </div><div style="font-size:12.8px"><strong>P</strong>or outro lado, se permanecer na posição vitimada, de que foi destituída por um golpe, poderá seguir em frente na senda propagandística desenhada como narrativa escapatória. Na oposição, trincheira onde o PT é mestre, arquitetará o fracasso do sucessor - pavimentando a volta ao poder em 2019.</div><div style="font-size:12.8px"> </div><div style="font-size:12.8px"><strong>A</strong> tudo isso somam-se as injunções políticas das lideranças petistas. Boa parte do PT e dos movimentos sociais despreza a afastada. Culpam-na pelo fracasso petista.</div><div style="font-size:12.8px"> </div><div style="font-size:12.8px"><strong>T</strong>oleram-na apenas por ser incontornável tê-la como títere na linha de frente oposicionista. Olívio Dutra, petista crítico e de boa cepa, pondera, em entrevista ao Valor Econômico, que "neste momento, o PT vai aprender muito mais se perder".</div><div style="font-size:12.8px"> </div><div style="font-size:12.8px"><strong>E</strong>nquanto alguns petistas hesitam entre voltar ao poder para fazer mais do mesmo e buscar a refundação, a legenda continuará interpretando seu papel de vítima, tendo Dilma como protagonista. Diante do torvelinho de denúncias a tese do golpe tenta ofuscar a mácula inapelável de uma sigla que se enxovalhou com as mesmas práticas que denunciava nos oponentes.</div><div style="font-size:12.8px"> </div><div style="font-size:12.8px"><strong>E</strong> Temer com isso?</div><div style="font-size:12.8px"> </div><div style="font-size:12.8px"><strong>N</strong>a política, o adversário de hoje é o aliado de amanhã. Quem tiver este escrúpulo procure outra ocupação. No entanto, nesse momento é improbabilíssimo que PT e PMDB voltem a compor, pois disputam o mesmo espaço. Assim, restam ao interino poucas alternativas para se efetivar na presidência.</div><div style="font-size:12.8px"> </div><div style="font-size:12.8px"><strong>A</strong> mais óbvia é entregar o governo, e sua alma, ao Senado. Somente os 81 integrantes da Câmara Alta têm o poder de transmutar o mandato interino em definitivo. Cargos, sinecuras, liberações orçamentárias e outros inconfessáveis regalos mimariam os senadores até que, talvez em agosto, a imolação senatorial de Dilma seja consumada.</div><div style="font-size:12.8px"> </div><div style="font-size:12.8px"><strong>M</strong>ais trabalhosa, a investida em ações que sinalizem mudanças efetivas na economia pode render ao noviço créditos entre seus apoiadores - desde que evite polêmicas, como a reforma previdenciária. Se não pode consertar nenhum estrago da predecessora em pouco tempo, pode reverter as expectativas agourentas que travam o país há mais de dois anos.</div><div style="font-size:12.8px"> </div><div style="font-size:12.8px"><strong>A</strong> encarniçada refrega política não vai parar. Há uma eleição municipal em outubro; e a sucessão presidencial, diante da barafunda partidária, foi antecipada. Porém, a cidadania incomoda-se menos com a escaramuça política quando a inflação está controlada, o emprego garantido e a renda banca o sustento, ainda que este cenário represente um alento futuro.</div><div style="font-size:12.8px"> </div><div style="font-size:12.8px"><strong>O</strong>utra iniciativa é propagandística. Levando-se em conta que os milhões de eleitores que foram às ruas, o empresariado, os banqueiros, a mídia e a maioria dos parlamentares não desejam a volta de Dilma, o interino pode advertir, entre uma mesóclise e um latinismo, que, ruim com ele, pior com ela.</div><div style="font-size:12.8px"> </div><div style="font-size:12.8px"><strong>E</strong>m pouco mais de duas semanas de governo, Temer enfrenta reveses aos borbotões - parte por conta de suas próprias iniciativas. Parte pela inescrutável Lava-Jato. Outra porção por seus incômodos aliados, como o deputado Eduardo Cunha (PMDB).</div><div style="font-size:12.8px"> </div><div style="font-size:12.8px"><strong>N</strong>ada, ou quase nada, pode fazer o novato mandatário contra os juízes da Lava-Jato, Sergio Moro e Teori Zavascki, o fechado, que ditam os rumos da investigação. Assim, sobram escassas alternativas e acelerada contagem regressiva.</div><div style="font-size:12.8px"><span style="font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"> </span></div><div style="font-size:12.8px"><strong>P</strong>aparicar senadores, urgir para que o ministro Henrique Meirelles endireite a economia e convencer os eleitores que ele, Temer, é remédio menos amargo são as possibilidades de ocasião. A outra hipótese é a volta de Dilma e suas imprevisíveis consequências.</div><div style="font-size:12.8px"><span style="font-family:arial,helvetica,sans-serif;font-size:small"> </span></div></div><div style="font-size:12.8px">-----</div><div style="font-size:12.8px"> </div></div> Luis Turibahttp://www.blogger.com/profile/08284832026273216278noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-23285217498521599922016-05-14T19:29:00.001-03:002016-05-14T19:29:47.527-03:00O MINC E A ALMA BRASILEIRA<p class="mobile-photo"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSIZN80M1rQ4cB7DiHmb3ifszyAvSZHN0qtVjmnPUjmMqPvl_DLRUJ-MTJBwPbxg5H_q4D79oqr2wgfH1h4UaT8MUHU8ti7EbUFPh4TUFvNeEtHYgq1T1M_Qxhi4amTltVYPjd6ff7hCE/s1600/%253D%253FUTF-8%253FQ%253FGilnaCinela%253DCC%253D82ndia%253D2Ejpeg%253F%253D-787528"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSIZN80M1rQ4cB7DiHmb3ifszyAvSZHN0qtVjmnPUjmMqPvl_DLRUJ-MTJBwPbxg5H_q4D79oqr2wgfH1h4UaT8MUHU8ti7EbUFPh4TUFvNeEtHYgq1T1M_Qxhi4amTltVYPjd6ff7hCE/s320/%253D%253FUTF-8%253FQ%253FGilnaCinela%253DCC%253D82ndia%253D2Ejpeg%253F%253D-787528" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_6284675270782411714" /></a></p><div dir="ltr"> <p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-family:Arial;font-size:14pt">Por Luis Turiba</span><br></p> <p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> </span></p> <p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">O Ministério da Cultura (MinC) foi criado em 15 de março de1985 pelo então presidente Tancredo Neves. No dia da sua posse, Tancredo foi internado, operado e não assumiu, sendo substituído pelo seu vice José Sarney.</span></p><p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"><br></span></p> <p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">O MinC, portanto, surgiu junto com a Nova República para atender aos anseios de artistas, intelectuais, professores, pensadores e produtores de arte e cultura que participaram da campanha das Diretas Já e da eleição indireta de Tancredo Neves, pondo fim a 21 anos de ditadura. O primeiro ministro da Cultura foi o então deputado José Aparecido que, de imediato nomeou um negro (Carlos Moura) e um índio (Cacique Marcos Terena) como assessores diretos. Foi seu primeiro ato.</span></p> <p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"><br></span></p><p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">O MinC se tornou a Casa da Cultura dos que queriam e desejavam pensar a cultura brasileira do ponto de vista simbólico, estrutural, econômico e artístico. Foi a partir da nomeação de Moura que surgiu a proposta de criação da Fundação Palmares para políticas públicas culturais afro-brasileiras. O ministro Aparecido não esquentou a cadeira, pois atendeu a um pedido do presidente Sarney e virou governador indireto de Brasília. No governo Sarney, passaram pelo MinC intelectuais do porte do economista Celso Furtado e do acadêmico e dicionarista Antônio Houaiss. Personalidades como Ziraldo, o poeta negro Adão Ventura, o historiador Angelo Oswaldo participaram e criaram o ministério.</span></p> <p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">No governo Collor, o MinC se apequenou. </span><span style="font-size:14pt;font-family:Helvetica;color:rgb(37,37,37)">Em 12 de abril de 1990 foi transformado em Secretaria da Cultura, diretamente vinculada à Presidência da República. Essa situação foi revertida pouco mais de dois anos depois, já no governo do presidente Itamar Franco, quando foi criada a Lei Roaunet de incentivo à cultura.</span><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"></span></p> <p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Helvetica;color:rgb(37,37,37)"><br></span></p><p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Helvetica;color:rgb(37,37,37)">Em 1999, no governo FHC, foram ampliados os recursos e a estrutura foi reorganizada. O ministro Francisco Werfort passou a aplicar a famosa Lei Roaunet captando recursos para projetos culturais. A lei atendeu e atende a produtores culturais do país, mas não consegue bancar com seus recursos direcionados a milhares de pequenos produtores. Esse gargalo ainda não foi resolvido.</span><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"></span></p> <p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Em 2003, o MinC passou a viver a chamada "Era Gil" da cultura brasileira. Ao ser convidado e nomeado para o ministério, o cantor e compositor tropicalista Gilberto Gil, resolveu atender ao chamado do presidente Lula que lhe disse: "vá lá e faça como você faz no palco". E Gil fez mesmo: montou uma equipe competente de "cabeças iluminadas" e saiu pelo Brasil dançando e cantando, anunciando as boas novas. No seu discurso de posse, falou em "do-in antropológico", que massagearia pontos vitais momentaneamente desprezados ou adormecidos do corpo cultural do País. O "do-in" serviu para "avivar o velho e atiçar o novo", segundo o poeta e antropólogo Antônio Risério, criador da expressão.</span></p> <p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"><br></span></p><p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">O MinC passou a ter uma estrutura densa: </span><span style="font-size:14pt;font-family:Helvetica;color:rgb(37,37,37)">uma Secretaria Executiva com três diretorias (Gestão Estratégica, Gestão Interna e Relações Internacionais), seis Representações Regionais (nos estados de MG, Pernambuco, Pará, RJ, Rio Grande do Sul e São Paulo; além de seis Secretarias: <i>Fomento e Incentivo à Cultura</i>, <i>Políticas Culturais</i>, <i>Cidadania Cultural</i>, <i>Audiovisual</i>, <i>Identidade e Diversidade Cultural</i> e <i>Articulação Institucional</i>. </span></p> <p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"><br></span></p><p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">No governo Dilma o MinC perdeu a pulsação.</span><span style="font-size:14pt;font-family:Helvetica;color:rgb(37,37,37)"> O principal projeto da Era Gil – os Pontos de Cultura – não avançou. No meio do caminho, a presidente nomeou a cantora Ana de Hollanda, irmã do Chico Buarque. Recursos foram cortados e pouco foi feito.</span><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"></span></p> <p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Apesar de parte do movimento cultural ter se engajado no movimento "Não vai ter golpe", contra o impeachment da presidente, existia uma latente insatisfação de artistas, pensadores e produtores de arte e cultura com a performance do Minc nos governos Dilma. O ministério ficou à míngua e o governo devendo muito ao mundo da cultura.</span></p> <p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"><br></span></p><p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Sabemos que a cultura brasileira tem pulsação própria e merece um tratamento de honra no topo da nossa existência planetária. Cultura deve ser tratada pelo seu simbolismo como parte fundamental da formação do nosso povo, dos seus costumes, da memória, da criatividade infinita da nossa gente. Vejamos o exemplo do samba e seu valor simbólico, até como produto de exportação.</span><span style="font-size:14pt;font-family:'Times New Roman'"> </span><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">A Cultura como encontro de raças e necessidade lúdica para enfrentarmos o dia-a-dia de nossas lutas, prazeres e sobrevivências. Cultura como ação social civilizatória. Mas que fique claro: não cabe ao Estado fazer Cultura, mas promover e apoiar o desenvolvimento da sociedade como direito básico da cidadania.</span></p> <p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"><br></span></p><p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Assim, sem olhar atenciosamente para a cultura brasileira com o devido respeito que sua história merece, o novo governo tropeça na brasilidade. Não basta tão somente um ministério, pois mistério sempre há de pintar por aí. A questão é mais profunda: temos que valorizá-la no seu conjunto. Afinal, cultura não é somente a cereja do bolo, mas cesta básica também. Faltam cultura e mulheres no governo Temer.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Times"> </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> </span></p> </div> Luis Turibahttp://www.blogger.com/profile/08284832026273216278noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-32926309361116502962015-12-09T02:40:00.001-02:002015-12-09T02:40:41.461-02:00ARUC, PATRIMÔNIO CULTURAL DE BRASÍLIA, CORRE SÉRIOS RISCOSMeu caro amigo Turiba,
Te escrevo em caráter pessoal, em nome da nossa amizade e do nosso compromisso com a história dessa cidade que escolhemos para viver e que ajudamos a escrever.
A ARUC vive um dos momentos mais difíceis e dramáticos da sua gloriosa história de 54 anos.
Durante todos esses anos, a ARUC se transformou numa referência do samba, do esporte, da cultura e do Carnaval não só em Brasília, mas em todo o país. Você sabe muito bem que no Rio de Janeiro, entre os sambistas e o povo do Mundo do Samba, todo mundo conhece e respeita a ARUC e seu trabalho.
Você não só sabe disso, como acompanhou de perto grande parte dessa história, frequentando nossa quadra, seja nos ensaios, seja nos eventos, e até mesmo desfilando na Bateria.
O trabalho da ARUC em defesa do samba de raiz, principalmente a partir do final dos anos 70 e começo dos anos 80, foi decisivo para que Brasília recebesse, na quadra da ARUC, nomes como os de Paulinho da Viola, João Nogueira, Beth Carvalho, Elza Soares, Eliana Pitmann, Nelson Sargento, Noca da Portela, Martinho da Vila, Jamelão, Luiz Carlos da Vila, Velha Guarda da Portela, Dona Ivone Lara, Zeca Pagodinho, Fundo de Quintal, Arlindo Cruz, Jorge Aragão, Dorina e tantos outros sambistas de renome.
Tudo isso nos permitiu ter a honra de ser uma das poucas manifestações culturais de Brasília a ser oficialmente reconhecida pelo GDF como Patrimônio Cultural Imaterial do Distrito Federal.
Pois bem, toda essa história, agora, está seriamente ameaçada. Seja pela indefinição quanto à regularização da área ocupada pela ARUC desde 1973, que se arrasta há anos, nos causa uma profunda insegurança jurídica e nos impede de buscar patrocínios e parcerias para revitalizar a área e promover benfeitorias que beneficiariam não só a comunidade do Cruzeiro, mas os amantes do samba de toda a cidade, seja pela não realização dos desfiles das escolas de samba em 2015, que, muito provavelmente, também não deve ocorrer em 2016, que afasta a nossa comunidade da nossa quadra e da nossa sede.
Para lutar contra isso e mostrar que estamos vivos, temos tentado realizar alguns eventos, ao longo do ano, mantendo viva a bandeira do samba. Amanhã, dia 5 de dezembro, realizaremos mais um desses eventos, uma Feijoada, para comemorar o Dia Nacional do Samba, com a participação da cantora Dhi Ribeiro e dos grupos Samba-Show e Kanella de Cobra, além da Bateria Nota 10 da ARUC. Durante o evento, lançaremos oficialmente a campanha Sou + ARUC, que pretende mobilizar a comunidade, os amantes do samba e os amigos da ARUC, como você, na defesa da regularização da nossa área e na luta pela nossa sobrevivência.
Conto com sua presença nesse evento e, mais do que isso, com seu apoio, pessoal e profissional para ajudar a divulgar as nossas atividades e na nossa campanha em defesa da ARUC.
Um abraço fraterno
Moa – 04/12/2015
luis turibahttp://www.blogger.com/profile/17952316953234052733noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-32098950140482406842015-08-19T11:58:00.001-03:002015-08-19T11:58:29.054-03:00PARA LAVAR A ALMA DA PÁTRIA<div dir="ltr"><a href="http://oglobo.globo.com/opiniao/para-lavar-alma-da-patria-17229537">http://oglobo.globo.com/opiniao/para-lavar-alma-da-patria-17229537</a><br></div> Luis Turibahttp://www.blogger.com/profile/08284832026273216278noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-13538362528236379772015-04-20T22:50:00.001-03:002015-04-20T22:50:31.437-03:00A ÁGUA NOSSA DO DIA A DIA<p class="mobile-photo"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHr9RfpQMPO0v0HL_2C1-xAK-ifNCaenzPrJIhNzfrHUqitl296gvYoJRP_XsBOfxELrAyongsiovh8jtIux9Hlxmsx_g8qk5bqwMz1CMNEZFFt-M8tbuBrmmj5FMPbvKOYLNQ7Wc1SuA/s1600/IMG_7002-731437.jpg"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHr9RfpQMPO0v0HL_2C1-xAK-ifNCaenzPrJIhNzfrHUqitl296gvYoJRP_XsBOfxELrAyongsiovh8jtIux9Hlxmsx_g8qk5bqwMz1CMNEZFFt-M8tbuBrmmj5FMPbvKOYLNQ7Wc1SuA/s320/IMG_7002-731437.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_6140003780759137570" /></a></p><div dir="ltr"> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0.0001pt;line-height:normal;background:white"><span style="font-family:Arial;font-size:12pt">Por Luis Turiba</span><span style="font-family:Arial;font-size:12pt"> </span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0.0001pt;line-height:normal;background:white"><span style="font-size:12pt;font-family:Arial;color:rgb(34,34,34)"> </span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0.0001pt;background:white"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial;color:rgb(34,34,34)">Água. Bem que vovó avisava: sabendo usar não vai faltar. Mas quem disse que o ser humano a ouviu. Os abusos continuam jorrando pingando</span><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial;color:red"> </span><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial;color:rgb(34,34,34)">com o elevado mal uso de todo ciclo hídrico: as águas, o solo e o ar. E a natureza pede socorro, dá seus avisos - ora com largas estiagens, ora com excesso de chuvas, inundações, desabamentos, poluições, etc –, esses fenômenos que nos acostumamos chamar <span style> </span>de desastres naturais.</span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0.0001pt;background:white"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial;color:rgb(34,34,34)">A revista Brasileira de Saneamento e Meio Ambiente (BIO), da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), publicou neste mês de abril, um número especial dedicado a crise hídrica da região Sudeste do Brasil.</span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0.0001pt;background:white"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial;color:rgb(34,34,34)">Convidado pelo editor Romildo Guerrante, tive a oportunidade de fazer algumas reportagens para e edição, entrevistando e conversando com técnicos e cientistas que entendem do assunto.</span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0.0001pt;background:white"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial;color:rgb(34,34,34)">Agora, que a revista BIO já está circulando, tomo a iniciativa de juntar todas as matérias no mesmo ambiente, para que vocêa tenham condições de entender melhor como o Brasil ainda engatinha no trato responsável e sustentado da água.</span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0.0001pt;background:white"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial;color:rgb(34,34,34)">Vamos começar com uma conversa com o gerente de Articulação e Comunicação da ANA (Agência Nacional de Águas), o engenheiro agrônomo Antônio Félix Domingues, que</span><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial;color:red"> </span><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial;color:rgb(34,34,34)">fez uma análise muito crítica desse segmento no Brasil e me deu a oportunidade de escrever a matéria "O homem precisa saber tratar a água".</span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0.0001pt;background:white"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial;color:rgb(34,34,34)">Visitei e conheci o trabalho incansável e valiosíssimo dos cientistas que trabalham na Embrapa Solo, que funciona no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, especialmente os engenheiros Daniel Pérez e Marysol Schuler. Fiz uma entrevista com o secretario Nacional de Saneamento Básico do Ministério das Cidades, o também engenheiro Paulo Ferreira.</span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0.0001pt;background:white"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial;color:rgb(34,34,34)">Por último, entrevistei por telefone o engenheiro hidrólogo Mario Mendiondo, argentino com Mestrado e Doutorado em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Pós-Doc Senior</span><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial;color:red"> </span><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial;color:rgb(34,34,34)">do Center for Environmental Systems Research da University of Kassel, Alemanha.</span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0.0001pt;background:white"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial;color:rgb(34,34,34)">Agora, segue o conjunto de matéria que vai certamente lhe permitir ter uma visão mais global dessa que é a questão mais palpitante do momento: como tratar e conservar a água nossa do dia a dia.</span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0.0001pt;background:white"><br></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial"> </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">SOLO ÉS MÃE GENTIL</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial"> </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Luis Turiba</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial"> </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Se a água é considerada "mistério e dádiva da natureza", porque </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">a ciência ainda não conseguiu desvendar de onde ela veio – </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">cientista afirmam que chegou ao nosso planeta por meio de </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">corpos celestes que aqui caíram ao longo de milhões de anos -; o </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">solo é um de seus berços; sua pátria na natureza; a "mãe </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">gentil" que a recebe, absorve, filtra e lhe dá frutos e rumos.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Portanto, dentro do ciclo hidrológico água-terra-ar, cabe ao solo a </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">função máter de cuidar da água. Isso não é poesia, é ciência. A </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">relação entre ambos é estreitíssima, íntima mesmo. </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">O pesquisador e chefe-geral da Embrapa Solos, Daniel Pérez, que </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">coordena um corpo de 70 pesquisadores no Jardim Botânico do </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Rio de Janeiro, defende a ideia de que a crise hídrica brasileira de </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">2014/2015 "está intimamente ligada ao manejo do solo."</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Segundo ele, o solo atua como um filtro e deve estar permeável </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">para que o líquido se acumule nos lençóis freáticos e aquíferos. </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Assim, percebe-se que o problema da crise hídrica no Sudeste é </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">provocado não só por baixa precipitação, mas principalmente pela </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">impermeabilização do solo nas áreas urbanas e o não </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">armazenamento das águas pluviais. Em artigo recente ele </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">lembrou que "enquanto São Paulo e Rio de Janeiro vivem uma </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">séria crise de abastecimento, provocada por diversas razões, não </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">há um projeto em escala para o aproveitamento da água de chuva </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">em diversas frentes — seja no meio urbano ou rural. Ele cita os </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">piscinões de cidades como Paris e Kuala Lampur como formas de </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">aproveitamento da água das chuvas, além das construções de </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">parques urbanos que viabilizem a infiltração e a retenção das </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">águas.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">"Onde há um grande parque, existe sempre um equilíbrio de </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">temperatura, pois um solo natural, bem equilibrado com matas, </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">plantas e até florestas ameniza o clima e os impactos </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">hidrográficos", defende Pérez. </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">A engenheira florestal Marysol Schuler, que trabalha com Pérez </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">na Embrapa Solos, destaca as relações do solo com os demais </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">meio ambientes. "A água tem o seu ciclo: evapora, se transformar </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">em nuvens que, por sua vez, vira chuva e cai na terra, no solo. Se </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">esse solo tem vegetação, amortece a água, o que chamamos de </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">"o impacto da gota". O solo, por sua vez, tem que ter um bom </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">manejo: boas condições de infiltração para que a água ficar nas </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">regiões aquíferas, correr para os rios e fortalecer os reservatórios.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Segundo Schuler, é o solo que recebe os maiores impactos das </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">ações humanas não-conservacionistas. No meio rural ela aponta </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">alguns desses impactos: o desmatamento de Áreas de </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Preservação Permanentes (APPs) que são importantes para a </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">infiltração e recarga da água; a degradação dos solos pelo uso </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">intensivo e utilização de práticas agrícolas inadequadas que </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">provocam a sua erosão e perda (de que?) pelo escoamento </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">superficial, além da sedimentação dos corpos hídricos (essa frase </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">ficou grande); a utilização intensiva de agrotóxicos e fertilizantes; </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">a ausência de tratamento de esgotos domésticos e da </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">agroindústria, além dos resíduos da produção intensiva de </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">animais que poluem a água; a utilização de sistemas de irrgação </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">com elevado nível de desperdício; dentre outros. </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Estudos da Embrapa Solo indicam que no Brasil foram estimadas </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">perdas anuais de 500 milhões de toneladas de solo pela erosão, </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">com perda média anual da capacidade de armazenamento de </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">água dos reservatórios do país de 0,5%, devido ao processo de </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">sedimentação. Somando-se a isso, também somos o maior </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">consumidor de agrotóxicos do mundo, utilizando 19% da produção </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">mundial. Desta forma, quando se pensa em um manejo e uso </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">adequado da água é preciso ter em mente não apenas a </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">quantidade de água disponível para os diferentes usos e </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">demandas da sociedade, mas também assegurar a sua boa </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">qualidade. </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Ter políticas públicas para o tratamento adequado do solo </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">brasileiro, portanto, é fundamental para o reaproveitamento das </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">águas das chuvas, com impactos claros nos preços da energia e </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">na agricultura. </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Assim, Pérez lembra que "o problema hídrico começa bem antes, </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">com a erosão das cabeceiras dos córregos e rios que compõem </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">nossas principais bacias de captação de água." Para ele, não há </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">dispositivo em nossa atual legislação ambiental que preveja a </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">necessidade de acompanhamento técnico sobre o manejo </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">adequado do solo nessas áreas tão frágeis — mesmo se </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">estiverem no coração da recarga de aquíferos. Com isso, em um </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">solo descoberto ou com pouca cobertura vegetal, as águas da </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">chuva apenas "varrem" o solo, não se infiltrando e não </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">promovendo o reabastecimento dos aquíferos e a manutenção </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">dos lençóis freáticos dos rios e córregos que alimentam os </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">reservatórios.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">É o caso recente do Estado de São Paulo, onde chove em </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">determinadas áreas, mas a água da chuva não pode ser </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">canalizada para os reservatórios.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">"Como se diz popularmente: 'demos sorte pro azar'. Não fizemos </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">o dever de casa tratando o solo como parte fundamental desse </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">ciclo hidrológico. Assim como a água, o solo também é um bem </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">finito. E quando se esvai, é impossível recuperá-lo. Podemos </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">perder dois centímetros de solo e levar duas ou três gerações </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">humanas para recuperá-lo", comenta Pérez.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">E completa em tom de desabafo: "somos todos culpados. Nós </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">cientistas e técnicos por não termos gritado a plenos pulmões há </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">mais tempo; arquitetos, engenheiros, políticos e gestores por não </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">terem feito planejamento urbano respeitando o solo. Daí, ser </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">necessária uma legislação que o proteja com rigor.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Em recente artigo publicado no Correio Braziliense, o presidente </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, afirma que "apesar de </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">abrigar 12% das reservas de água doce do planeta, o Brasil </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">convive com situações preocupantes de escassez. Para ele, o </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">grande desafio é aprimorar o manejo e o uso sustentável dos </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">recursos hídricos brasileiros.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">"É preciso superar o mito da abundância. Cerca de 80% da água </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">doce do Brasil está na região amazônica; os outros 20% </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">abastecem larga extensão do território brasileiro onde habita 95% </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">da população. O avanço do processo de urbanização nos força a </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">discutir o impacto das cidades na poluição dos nossos recursos </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">hídricos e na ampliação do uso insensato da água e do solo. </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Descarregar esgoto não tratado nos rios ou lavar carros e </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">calçadas com água tratada precisam se tornar coisas do </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">passado", diz Lopes. </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Essa é uma preocupação constante dos técnicos da Embrapa </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Solo. Daniel Pérez chama a atenção para um tema muito </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">polêmico: "o aquecimento global pode ser influenciado pelo </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">manejo do solo." Segundo documento das Nações Unidas, até o </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">fim desta década, é necessário que as emissões de carbono </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">parem de crescer e caiam para zero até 2050. Assim, o manejo </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">adequado do solo – com técnicas diversas de plantio e coleta de </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">água - pode ser o fiel da balança no sequestro de carbono.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Segundo ele, por sua multifuncionalidade o solo deve estar na </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">pauta dos agentes públicos, sob a responsabilidade de quem faz a </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">gestão de um recurso finito. "Só assim haverá mais chances de </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">que o cenário futuro do Brasil e do mundo seja mais promissor". </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial"> </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">ANO INTERNACIONAL DO SOLO</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial"> </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">A Embrapa Solo e grande parte de seus cientistas preparam-se </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">para participar de uma grande conferência organizada pelas </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Nações Unidas (ONU) que declarou o ano 2015 o "Ano </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Internacional do Solo".</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">A primeira grande conferência sobre o tema será (foi) em Brasília </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">de 25 e 27 de março, organizada pelo Tribunal de Contas da </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">União (TCU), com parceria da Embrapa. A conferência </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Governança do Solo trouxe à capital federal autoridades </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">brasileiras e mundiais no assunto. "A ideia deste evento surgiu em </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">outubro, em Berlim, na Alemanha, quando eu e o presidente do </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Tribunal Aroldo Cedraz nos encontramos na II Semana Global do </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Solo", conta a pesquisadora da Embrapa Solos (Rio de Janeiro-</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">RJ) Lourdes Mendonça. "O TCU pretende se envolver mais em </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">grandes temas brasileiros e acredita que o solo é base de tudo", </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">diz Lourdes.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Estado do Solo</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Os solos constituem insumos (plural) fundamentais para o </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">desenvolvimento humano. Nenhum país consegue desenvolver-se </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">sem acesso a esse recurso natural e a suas riquezas. Apesar de </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">toda a sua importância, os solos do planeta estão sob risco: </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">estima-se que, nos últimos cinquenta anos, a quantidade de terra </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">agricultável per capita diminuiu cerca de 50% no mundo e cerca </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">de 33% das terras é afetada pela erosão.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">"Infelizmente, ainda não há conscientização da importância do </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">recurso solo. E não falo apenas do uso agrícola, a construção civil </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">também depende dele", conta a também pesquisadora da </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Embrapa Solos Ana Paula Turetta.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Por sinal, na conferência Governança do Solo, Ana Paula será a </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Coordenadora da sessão técnica sobre "Avaliação da </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">sustentabilidade do sistema produtivo brasileiro". Cientistas da </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">Embrapa também comandarão debates sobre integração lavoura-</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">pecuária-floresta, poluição e mapeamento digital de solos. Já o </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">presidente da Embrapa Maurício Lopes foi o palestrante da </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial">tarde do dia 25.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:12pt;line-height:115%;font-family:Arial"> </span></p> <p class="MsoNormal"><br></p><p class="MsoNormal"><b><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"><br></span></b></p><p class="MsoNormal"><b><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">O HOMEM PRECISA SABER TRATAR A ÁGUA</span></b></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Luis Turiba</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> </span></p> <p class="MsoNormal"><i><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">"A água não é somente uma herança dos nossos predecessores, ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do Homem para com as gerações presentes e futuras"</span></i></p> <p class="MsoNormal"><br></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> "Declaração Universal dos Direitos da Água" (em 22 de março de 1992, a Organização das NaçõesUnidas instituiu o Dia Mundial da Água.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> "Somos todos culpados pela crise hídrica que o país vive. O governo de São Paulo teve medo, não fizemos a lição de casa, não nos preparamos e eu me incluo nisso".</span></p> <p class="" style="text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> O "mea culpa" é de quem entende do riscado, o atual gerente Geral de Articulação e Comunicação da ANA (Agência Nacional de Águas) engenheiro agrônomo Antônio Félix Domingues, diplomado pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Piracicaba, da Universidade de São Paulo e que há 30 anos trabalha no setor.</span></p> <p class="" style="text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Félix Rodrigues foi Secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (1990/1991) e Secretário de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras do Estado de São Paulo (1994). </span><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Presidiu o </span><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Conse</span><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">lho de Administração da SABESP e o </span><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Conselho Estadual d</span><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">e Recursos Hídricos de SP em 1964</span><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">.</span><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> </span><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">É funcionário da Agência Nacional de Águas, desde o início de seu funcionamento, em 2001.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Ao longo deste período, teve experiência como profissional das áreas de agricultura, abastecimento e gestão de águas visitas a 36 países. </span><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">É autor de diversas obras sobre a gestão de águas, entre elas: "Comitês de bacias hidrográficas: uma revolução conceitual", Editora Iqual, p.65-76, 2002. "A Cobrança pelo uso da água na agricultura", Editora Iqual, p.17-48, 2004."Águas Doces do Brasil", Editora Escrituras", p. 325-365, 2006."A Gestão dos Recursos Hídricos e a Mineração", p. 303-319, 2006.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Diante de tantos saberes, estudos e realizações, sua sentença é cruel: "o homem é um ingrato, usou a água até o poço secar". O este raciocínio vem com uma nova visão da água como produto básico para a sobrevivência do homem.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">No seu entender, </span><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">"a água é essencial à vida moderna." É o bem mais importante que temos na Terra, "pois perpassa tudo o que acontece na vida do planeta."</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Segundo o diretor da ANA, o homem sempre "dependeu muita da água. As sociedades se criaram e se desenvolveram em torno da água. Mesmo em momento sedentário, cidades cresceram às margens dos rios. Daí ser necessário se organizar um novo conceito da água como produto da sociedade moderna. Só assim, poderemos protegê-la melhor, pois se não cuidar, vai faltar."</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Félix Rodrigues lembra que no último século "muita coisa mudou de paradigma com a industrialização e a modernização da sociedade e novos conceitos foram criados para a convivência entre raças, de gêneros e no trato com o meio ambiente. Mas o ser humano ainda não mudou sua visão sobre a água, este produto da natural que começa a ficar escasso. "Temos realmente que redirecionar o conceito do uso racional da água nas sociedades modernas. Não é somente um problema de governos, mas de todos os cidadãos", afirma. </span><span style="font-family:Arial;font-size:14pt"> </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Segundo ele, um ténico de governo, os "governantes de plantão não se sentem responsáveis por este problema. Preferem culpar o clima do que se adiantar aos problemas e solucioná-los antes que eles aconteçam. E cita um exemplo de pro-atividade:</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">"Quando o Sistema Cantareira foi construído, nos anos 70, os responsáveis foram ameaçados de processo pelo tamanho do reservatório. Diziam na época que São Paulo jamais iria usá-lo em sua plenitude. Mas eles, os governantes da época, haviam se antecipado e o Cantareira sobreviveu até os dias atuais", afirma o gerente da ANA.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Para ele, a água é cientificamente um produto cíclico. "Tem hora que a bacia vai bombar e você tem que saber guardar para uso futuro. Essa é uma lição."</span></p> <p class="MsoNormal"><br></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Desta forma, trabalhar permanentemente com estudos científicos e previsões é uma das soluções para que o Brasil não enfrente mais crises hídricas como a atual. E cita um caso histórico: em 1877, o engenheiro baiano Teodoro Sampaio previu que o Rio São Francisco iria "morrer" com base em estudos geológicos e geográficos. Em 1879, ele foi convidado pelo imperador Dom Pedro II para ser o único engenheiro brasileiro a integrar a chamada "Comissão Hidráulica" que no final do século XIX empreendeu uma viagem de três mil quilômetros pelo interior do Brasil, especialmente pelo Rio São Francisco. </span></p> <p class="MsoNormal"><b><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> </span></b></p> <p class="MsoNormal"><b><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Propostas</span></b></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">"Quem seria capaz de prever que o sul Texas iria ser castigado por nevascas?", indaga Félix. Mas também lá, nos Estados Unidos, o clima é cíclico. Mas o que fazer, além de acompanhar e estudar os ciclos da natureza? Ele aponta dois caminhos:</span></p> <p class="" style><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">1-<span style="font-stretch:normal;font-size:7pt;font-family:'Times New Roman'"> </span></span><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Proteger os ecossistemas naturais. Sabe-se, por exemplo, que as florestas tropicais evaporam 200 mil metros cúbicos por segundo, criando verdadeiras estradas ou rios voadores sob o oceano Atlântico na altura do equador. Essas correntes seguem seus fluxos a centenas de quilômetros acima do planeta e são importantíssimos para o equilíbrio há bilhões de anos. Essas "estradas" aquáticas vão e vem. Também se voltam para dentro do continente, batem na Cordilheira dos Andes, retornam e fazem chover na região Sudoeste, especialmente no Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Neste caso, diante de tamanha complexidade climática, o homem precisa criar ferramentas tecnológicas para colher essas águas com os isótopos atômicos amazônicos e encher os reservatórios. No inícios dos anos 50, portanto há 60 anos, aconteceu uma seca na região Sudoeste. "Essa seca deve durar um ano e meio", prevê o diretor da ANA. É tudo muito dialético: "há oscilações que evitam o tédio: água, calor, frio tudo influencia a força das espécies. Não é à toa que o cerrado se incendia para fortalecer e preservar suas raízes."</span></p> <p class="" style><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">2-<span style="font-stretch:normal;font-size:7pt;font-family:'Times New Roman'"> </span></span><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Saber fazer e praticar a "reservação" de água em todos os níveis, pois esse produto natural é fundamental tanto para a energia das grandes cidades – sem água as hidrelétricas não produzem, as termoelétricas queimam óleo que emitem gás carbônico que trazem impacto para o meio ambiente -; como para a irrigação do solo e consequentemente a produção de alimentos. Para Félix, "há um grande pepino nesse item: a água urbana". Ele lembra que a Constituição de 1988 atribuiu aos municípios – pode local – o trato das águas usadas nas cidades, assim como o lixo. "A água é da competência e da responsabilidade dos municípios" afirma. O ideal é que a medição e individualização das contas de água. Se a conta é coletiva como na maioria dos prédios dos municípios, há um descompasso. Você usa a água economicamente, mas o seu vizinho gasta à vontade. Só que as prefeituras acham caro demais individualizar essas contas. É realmente um pepino a ser resolvido." </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Mas há um projeto encampado pela ANA, baseado numa experiência norte-americana, que vem dando excelentes resultados na preservação dos mananciais brasileiros. É o projeto Produtor de Água. Nele, o governo paga pela proteção das matas ciliares e das fontes que alimentam os rios. A água que alimenta Nova Iorque, por exemplo, há 10 anos que recebe um tratamento especial desde áreas bem distantes, como nos mananciais da região de Woodstock. Essa pactuação entre fazendeiros e prefeituras e governos estaduais e federal começa a dar certo também no Brasil.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><strong><span style="font-size:14pt;font-family:Arial;color:black">Produtor de Água da ANA</span></strong><span style="font-size:14pt;font-family:Arial;color:black"></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><strong><span style="font-size:14pt;font-family:Arial;color:black"> </span></strong><strong><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"></span></strong></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial;color:black">O Programa Produtor de Água foi lançado pela ANA em 2001 e tem foco no estímulo à política de pagamento por serviços ambientais voltada à proteção hídrica no Brasil. A iniciativa, segundo Félix Rodrigues, estimula práticas conservacionistas em propriedades rurais de forma a melhorar a qualidade da água e aumentar sua vazão, revitalizando as bacias hidrográficas. O Produtor de Água consiste em remunerar o produtor rural com valores proporcionais aos serviços ambientais prestados, que beneficiam a sociedade, além de oferecer assistência técnica para a recuperação ambiental da propriedade. A iniciativa apoia projetos que busquem reduzir a erosão e o assoreamento de mananciais no meio rural em parceria com instituições públicas, privadas ou com organizações do terceiro setor. Mais de 20 projetos do Produtor de Água estão vigentes pelo País, como o de Extrema (MG) e do Pipiripau (DF).</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial;color:black"> </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial;color:black">Afora esse projeto, o diretor da ANA diz que o Brasil precisa também aprender a lição da Califórnia, onde uma lei estadual garante Planos de Contingências para as contas de água conforme o nível dos reservatório. "Se o Cantareira está com apenas 20% no reservatório, a tarifa de água para quem mora nas regiões alcançadas é aumentada. Se o nível sobe para 80%, a tarifa tem que baixar. Na cidade de Sacramento, por exemplo, chegou-se a proibir o uso da água para jardins", conta ele.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial;color:black"> </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial;color:black">Mas ele garante: "os políticos, infelizmente, vão esquecer das lições extraídas dessa crise atual, pois os planejamentos para os usos múltiplos das águas deve ser feito dentro de uma perspectiva de 40/50 anos, pois depois dos estragos, um reservatório leva muitos anos para se recuperar e deixa as regiões metropolitanas muito vulneráveis."</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial;color:black">Por isso, ele chama a atenção para um acompanhamento permanente da Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial;color:black">"A oportunidade de mudar conceitos, paradigmas e propostas sérias é agora. A ANA nasceu na crise do setor elétrico, portanto já nascemos sendo demandados</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> </span></p> <p class="MsoNormal"><b style="text-align:center"><span style="font-size:16pt">ANA seleciona projetos de pagamento por serviços ambientais para o Programa Produtor de Água</span></b></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="text-align:center"><i><span style="font-size:13pt"> </span></i></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="text-align:center"><i><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Agência oferece R$ 5,6 milhões para ações de conservação de água e solo que melhorem as condições das bacias hidrográficas do Brasil</span></i></p> <p style="margin:0cm 0cm 0.0001pt;text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Até 20 de outubro, a Agência Nacional de Águas (ANA) receberá propostas de projetos de pagamento por serviços ambientais (PSA) que se interessam em participar do Programa Produtor de Água, iniciativa que estimula práticas conservacionistas para água e solo em propriedades rurais para revitalizar bacias hidrográficas. As inscrições devem ser realizadas pelo site do Sistema de Convênios do Governo Federal (SICONV), </span><a href="http://www.convenios.gov.br"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">www.convenios.gov.br</span></a><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">. Estão previstos R$ 5,6 milhões em recursos, com limite máximo de R$ 700 mil por projeto.</span></p> <p style="margin:0cm 0cm 0.0001pt;text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> </span></p> <p style="margin:0cm 0cm 0.0001pt;text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">A ANA selecionará trabalhos em duas modalidades: para apoio técnico e financeiro ou para capacitação e apoio técnico. Os recursos repassados pela Agência deverão ser utilizados em ações de conservação de água e solo, como: construção de barraginhas (bacias de captação e infiltração de água da chuva), plantio de mudas de espécies nativas, construção de terraços de nível, cercamento de áreas de interesse para conservação ambiental, adequação de estradas rurais, entre outras medidas. Os recursos da ANA não poderão ser disponibilizados para o PSA, o que é realizado por outras instituições parceiras, como, por exemplo, comitês de bacias.</span></p> <p style="margin:0cm 0cm 0.0001pt;text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> </span></p> <p style="margin:0cm 0cm 0.0001pt;text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Podem participar da seleção órgãos e entidades da administração direta e indireta dos municípios, estados, Distrito Federal e consórcios públicos. Os projetos devem garantir o pagamento por serviços ambientais para produtores rurais obedecendo às condições do Programa Produtor de Água, contidas no </span><a href="http://arquivos.ana.gov.br/imprensa/noticias/20140822122540_Chamamento%20ANA%20002%202014%20(2).pdf"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">edital do processo seletivo</span></a><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">. Caso os R$ 5,6 milhões disponíveis não sejam totalmente utilizados na primeira etapa da seleção, será aberta uma segunda etapa de inscrições entre 20 e 30 de novembro.</span></p> <p style="margin:0cm 0cm 0.0001pt;text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Os resultados da primeira fase serão divulgados até 19 de novembro no site do Programa Produtor de Água: </span><a href="http://www.ana.gov.br/produagua"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">www.ana.gov.br/produagua</span></a><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">. Em caso de segunda etapa, a divulgação será até 16 de dezembro.</span></p> <p style="margin:0cm 0cm 0.0001pt;text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"> </span></p> <p style="margin:0cm 0cm 0.0001pt;text-align:justify"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Para todos os interessados em participar da seleção, a Agência Nacional de Águas realizará uma oficina sobre o processo seletivo e sobre o Programa Produtor de Água. O evento está marcado para 1º de setembro, das 10h às 12h e das 14h às 18h, na sede da ANA (Setor Policial, Área 5, Quadra 3, Bloco M, Sala de Vidro, Brasília).</span></p> <p style="margin:0cm 0cm 0.0001pt;text-align:justify"><br></p> </div> Luis Turibahttp://www.blogger.com/profile/08284832026273216278noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-39666469969854395452015-04-14T12:39:00.001-03:002015-04-16T17:10:48.238-03:00CONFERÊNCIA DE SENDAI: O BRASIL E A RESILIÊNCIA CLIMÁTICA<p class="mobile-photo"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjBJz7vGBxNy4eCoepCC99CcmUYWN84mFxtUQlBKA1FYeDzX4rYD2KD2mWrmUGtISTr56N11QjfR17w5cl5KpC3sth3lsKquj4SrhIx-1sM-u0mB8QowNzB7TYCbYuDuS3Kg4wwLeZvJM/s1600/ResilienciaClimatica-778981.jpg"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjBJz7vGBxNy4eCoepCC99CcmUYWN84mFxtUQlBKA1FYeDzX4rYD2KD2mWrmUGtISTr56N11QjfR17w5cl5KpC3sth3lsKquj4SrhIx-1sM-u0mB8QowNzB7TYCbYuDuS3Kg4wwLeZvJM/s320/ResilienciaClimatica-778981.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_6137619848491312258" /></a></p><div dir="ltr"><p style="margin:0px 0px 15px;padding:0px;direction:ltr;font-family:Georgia,Century,Times,serif;font-size:15px;line-height:21px;border:0px;vertical-align:baseline;font-stretch:normal;color:rgb(51,51,51)">No mês passado foi realizada em Sendai, Japão, a <a href="http://nacoesunidas.org/comeca-neste-sabado-14-em-sendai-no-japao-conferencia-da-onu-sobre-risco-de-desastres/" target="_hplink" style="color:rgb(5,139,123);text-decoration:none;line-height:inherit;margin:0px;padding:0px;border:0px;vertical-align:baseline">Terceira Conferência Mundial sobre a Redução do Riscos de Desastres Naturais</a>. Além de cabeças coroadas, participaram representantes dos 187 Estados membros da ONU. Na ocasião foi acordado um novo marco para reduzir nos próximos 15 anos a mortalidade e as perdas econômicas produzidas por essas catástrofes. São sete as recomendações.</p><p style="margin:0px 0px 15px;padding:0px;direction:ltr;font-family:Georgia,Century,Times,serif;font-size:15px;line-height:21px;border:0px;vertical-align:baseline;font-stretch:normal;color:rgb(51,51,51)">A última conferência foi em Hyogo, também no Japão, em 2005. Na época, já se apontava a necessidade de se construir uma agenda global e coletiva de resiliência diante dos desastres naturais.</p><p style="margin:0px 0px 15px;padding:0px;direction:ltr;font-family:Georgia,Century,Times,serif;font-size:15px;line-height:21px;border:0px;vertical-align:baseline;font-stretch:normal;color:rgb(51,51,51)">De lá para cá avançou-se pouquíssimo. O relatório base da conferência diz que "ao longo desses 10 anos, os desastres continuam produzindo um fardo pesado. Mais de 700 mil pessoas perderam a vida, mais de 1,4 milhão de pessoas ficaram feridas e cerca de 23 milhões foram desabrigadas pelos desastres. No geral, mais de 1 milhão e 500 mil pessoas foram afetadas por desastres de várias maneiras. Mulheres, crianças e pessoas em situação de vulnerabilidade (idosos, crianças, doentes) foram desproporcionalmente afetados. A perda econômica total foi de mais de U$ 1,3 trilhões. Além disso, entre 2008 e 2012, 144 milhões de pessoas foram deslocadas por catástrofes."</p><p style="margin:0px 0px 15px;padding:0px;direction:ltr;font-family:Georgia,Century,Times,serif;font-size:15px;line-height:21px;border:0px;vertical-align:baseline;font-stretch:normal;color:rgb(51,51,51)">O Brasil foi representado em Sendai pelo climatologista Carlos Nobre, diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Afinal, somos parte significativa dessa macabra estatística com nossas enchentes, alagamentos e desabamentos. De mais a mais, há dois anos enfrentamos uma estiagem na região Sudeste com repercussões diretas no abastecimento d'água, no custo energético e na produção agrícola/ alimentar. Seca está que começou em 2013 e, além de esvaziar inúmeros reservatórios, já comeu um dígito do PIB nacional neste período, segundo estimativas do próprio Cemaden. Há outros estudos que falam em prejuízo de 8% do PIB nos últimos três anos de estiagem.</p><p style="margin:0px 0px 15px;padding:0px;direction:ltr;font-family:Georgia,Century,Times,serif;font-size:15px;line-height:21px;border:0px;vertical-align:baseline;font-stretch:normal;color:rgb(51,51,51)">Este órgão do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) tem um plano nacional para aumentar a resiliência da sociedade brasileira diante de tais catástrofes. Foi construída até uma rede observacional para monitorar todo território nacional, com base em três mil sensores que acompanham os fenômenos meteorológicos de todo o País, podendo avaliar com rapidez inundações, alagamentos bruscos, deslizamentos, secas.</p><p style="margin:0px 0px 15px;padding:0px;direction:ltr;font-family:Georgia,Century,Times,serif;font-size:15px;line-height:21px;border:0px;vertical-align:baseline;font-stretch:normal;color:rgb(51,51,51)">Quem coordena essa rede é o engenheiro hidrólogo Mario Mendiondo, argentino com mestrado e doutorado em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Pós-Doc Sênior do Center for Environmental Systems Research da University of Kassel, Alemanha.</p><p style="margin:0px 0px 15px;padding:0px;direction:ltr;font-family:Georgia,Century,Times,serif;font-size:15px;line-height:21px;border:0px;vertical-align:baseline;font-stretch:normal;color:rgb(51,51,51)">Para Mendiondo, a estiagem é um fenômeno conhecido da sociedade brasileira, especialmente por causa do nosso semi-árido nordestino. "Em 1953 houve aqui no Sudoeste uma seca de grande magnitude. Mas as estiagens têm suas dinâmica própria, não são ciclos estacionários. A seca que esvaziou o Cantareira é superior a de 53, pois já dura dois anos e afeta especialmente o eixo Rio-São Paulo, que hoje é ocupado por grandes populações e grandes produções agrícolas também."</p><p style="margin:0px 0px 15px;padding:0px;direction:ltr;font-family:Georgia,Century,Times,serif;font-size:15px;line-height:21px;border:0px;vertical-align:baseline;font-stretch:normal;color:rgb(51,51,51)">De qualquer maneira, no seu entender, é fundamental melhorar a tecnologia de previsões e novos elementos para o bom trato de água. No Japão é chamada rede observacional - radares climáticos e pluviométricos - é 20 vezes maior que a brasileira, para um país cujo tamanho é um pouco maior que São Paulo.</p><p style="margin:0px 0px 15px;padding:0px;direction:ltr;font-family:Georgia,Century,Times,serif;font-size:15px;line-height:21px;border:0px;vertical-align:baseline;font-stretch:normal;color:rgb(51,51,51)">Nos últimos dois anos, diz Mendiondo, o Japão investiu U$ 4 bilhões na sua rede observacional para aumentar a resiliência diante dos desastres naturais - muito em função do tsunami de 2011.<br>"A pobreza na sociedade moderna pode ser medida entre os que tem e os que não tem essa rede observacional de defesa. É necessário construir uma Política Nacional que mantenha e aperfeiçoe a rede. O Brasil precisa aumentar os financiamentos em prevenção de risco", afirma o coordenador do Cemaden.</p><p style="margin:0px 0px 15px;padding:0px;direction:ltr;font-family:Georgia,Century,Times,serif;font-size:15px;line-height:21px;border:0px;vertical-align:baseline;font-stretch:normal;color:rgb(51,51,51)">Segundo ele, a grande maioria dos municípios brasileiros não possuem secretarias de gestão e risco contra os desastres naturais. "Conta-se nos dedos de uma mão", comenta. Normalmente são secretarias ligadas ao meio ambiente ou ao planejamento urbano, tudo muito tímido, pois os municípios não possuem Planos Diretores de Ocupação do Solo.</p><p style="margin:0px 0px 15px;padding:0px;direction:ltr;font-family:Georgia,Century,Times,serif;font-size:15px;line-height:21px;border:0px;vertical-align:baseline;font-stretch:normal;color:rgb(51,51,51)">"Não se pode sair por aí dando alvarás de construção em morros, encostas, áreas de riscos e deslizamentos. Os centros urbanos vivem alagando com a menor chuva e não há sinalização próprias nem política de comunicação. Poderíamos evitar inúmeras mortes com placas sinalizadoras, avisos óbvios e rápidos de fazer. Mais de 40% da população brasileira não têm nenhum tipo de proteção contra a elevação de níveis das águas das chuvas. E isso acontece em Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro. Falta o planejamento óbvio e sinalizações básicas", desabafa o coordenador do Cemaden.</p><p style="margin:0px 0px 15px;padding:0px;direction:ltr;font-family:Georgia,Century,Times,serif;font-size:15px;line-height:21px;border:0px;vertical-align:baseline;font-stretch:normal;color:rgb(51,51,51)">Enquanto isso, de Sendai, no Japão, chega a mensagem básica para todas as governanças do mundo: "Desastres naturais, muitos dos quais são agravadas pelas alterações climáticas, afetam significativamente o desenvolvimento sustentável no planeta. Evidências indicam que a exposição de pessoas e bens em todos os países tem aumentado mais rapidamente diante da vulnerabilidade, gerando novo risco e um aumento constante em desastres com perdas significativa para a economia, o social, a saúde, o impacto cultural e ambiental, a curto, médio e longo prazo, especialmente em nível local e da comunidade.</p><p style="margin:0px 0px 15px;padding:0px;direction:ltr;font-family:Georgia,Century,Times,serif;font-size:15px;line-height:21px;border:0px;vertical-align:baseline;font-stretch:normal;color:rgb(51,51,51)">Ou seja: a aplicação do novo marco de Sendai "requer um forte compromisso das lideranças políticas e será vital para o êxito de futuros acordos sobre os objetivos de desenvolvimento sustentável". Entre as sete recomendações de Sendai, a última diz ser necessário "aumentar substancialmente a disponibilidade e o acesso a sistemas de alerta precoce de riscos múltiplos e informações de risco de desastres e as avaliações para o povo até 2030. Diante dessas recomendações, Mario Mendiondo afirma que, apesar de investimentos não satisfatórios, o Brasil está no caminho pois possuiu os marcos regulatórios legais e planos para o saneamento básico, a água, o solo e a proteção contra desastres naturais.</p><p style="margin:0px 0px 15px;padding:0px;direction:ltr;font-family:Georgia,Century,Times,serif;font-size:15px;line-height:21px;border:0px;vertical-align:baseline;font-stretch:normal;color:rgb(51,51,51)">"Precisamos criar na sociedade uma consciência idêntica a já existente para o tratamento do lixo. Travar a batalha da comunicação, levar o assunto para a grade escolar nos vários graus. Trazer essa agenda para os vários níveis de governança, desde o federal até o municipal. Nossos políticos precisam lutar por emendas voltadas para essa causa e ter uma sociedade melhor e mais preparada para enfrentar secas, inundações e outros problemas climáticos. Entre os Brics - China, África do Sul e Rússia - estamos na liderança; mas precisamos caminhar para se igualar a países do Primeiro Mundo", propõe ele.</p><p style="margin:0px 0px 15px;padding:0px;direction:ltr;font-family:Georgia,Century,Times,serif;font-size:15px;line-height:21px;border:0px;vertical-align:baseline;font-stretch:normal;color:rgb(51,51,51)">E finaliza: "tratar bueiros sem levar em consideração as mudanças climáticas, é coisa do passado. Vamos olhar para o futuro."</p><div><br></div><p style="margin:0px 0px 15px;padding:0px;direction:ltr;font-family:Georgia,Century,Times,serif;font-size:15px;line-height:21px;border:0px;vertical-align:baseline;font-stretch:normal;color:rgb(51,51,51)"></p></div> Luis Turibahttp://www.blogger.com/profile/08284832026273216278noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-91279701978429885072015-03-12T14:37:00.001-03:002015-03-12T14:37:29.855-03:00TÁ DIFÍCIL, MANO!<div dir="ltr"><span style="font-size:13px"><p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Luis Turiba</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"><br></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Jovem, negromestiço e morador de uma quebrada qualquer em uma grande cidade brasileira. Esta condição já é quase um atestado de culpa ou um passaporte para a desexistência. Pouco importa se trabalha ou estuda. Nossa juventude corre risco.</span></p><span class="im"><p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">No meio caminho não há somente pedras ou esgoto a céu aberto. Assim, do nada, você pode ser alvejado na puxada do gatilho e no estampido do cão. Fiquem espertos. Ou, na melhor das hipóteses, ser algemado e enjaulado como cachorro louco num desses camburões que lembram navios negreiros da pós-modernidade. Aí, é trauma para sempre ou um X a mais nas estatísticas.</span></p></span></span><span class="im" style="font-size:13px"><p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Tá difícil, Mano; reconheço. Nos últimos tempos tem acontecido quase de diariamente como uma chuva de balas perdidas. Os confrontos se multiplicam especialmente nas áreas de chapa quente. Em alguns casos, o assunto chega à televisão, ao noticiário como recentemente, quando soldados foram presos por fuzilar um jovem na Palmeira e o Comandante do Batalhão exonerado por tentar confundir o mal-feito com o direito. Semanas atrás, uma passeata de jovens indignados foi dissolvida à bombas, porrada e tiros, transformando a Maré numa espécie de Soweto do século XXI. É muito ONG pra pouca onda. Dois corpos ficaram no chão. </span><span style="font-family:Arial;font-size:14pt">Esse estado de barbárie (falamos do Estado Ismalico, mas tantas vezes ela está em nosso próprio quintal) trás dor, medo e pavor para dentro dos nossos lares. É um Rio de Janeiro nada glamoroso, especialmente quando uma mãe aguarda a chegada do seu filho que, como milhares de outros jovens de 20 anos, foi a praia com a galera e terminou sendo levado ao bofetões para uma delegacia no Leblon acusado por um roubo do qual não faz a menor ideia. E o mais grave: da rua até a DP, ficou sem o celular, o anel e o cordão do pescoço. No fim, o delegado mandou soltar, pois nem passagem ele tinha: mas e daí? Dentro da lógica do absurdo, talvez tenha tido até sorte.</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">"Rio de ladeiras, civilizações, encruzilhadas/ cada ribanceira é uma nação". Esse verso de Chico Buarque revela a nova geografia carioca que não está nos cartões postais. É nesse ambiente que o extermínio planta suas raízes. O assunto está na ordem do dia da Segurança Pública do Rio e de outras grandes cidades, como Salvador. Como escreveu Marcus Faustini em recente crônica: "A naturalização da morte de jovens de origem popular no Rio precisa ter fim, antes que morra a força pela mudança de quem fica." Ainda é possível não exterminar a esperança.</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"><br></span></p></span><p class="MsoNormal" style="font-size:13px"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Luis Turiba, jornalista e poeta</span></p><div><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"><br></span></div></div> Luis Turibahttp://www.blogger.com/profile/08284832026273216278noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-81852639570988038202015-02-18T13:36:00.001-02:002015-02-18T13:36:41.682-02:00JE SUIS CUICÁ<p class="mobile-photo"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFCnoOPoeU0KDpWKqQHWKssrZKOL_MTXKWrbXSKAIoD73PlWtrty72dYiEoAA8qQeVZtjdzgmjJY8pLwmMxnITFetaZIKddBrd6QJmq6RgRYVcPoS2k0ylq9otO-tTTjDTDeB01BxOPTk/s1600/IMG_6288-701683.jpg"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFCnoOPoeU0KDpWKqQHWKssrZKOL_MTXKWrbXSKAIoD73PlWtrty72dYiEoAA8qQeVZtjdzgmjJY8pLwmMxnITFetaZIKddBrd6QJmq6RgRYVcPoS2k0ylq9otO-tTTjDTDeB01BxOPTk/s320/IMG_6288-701683.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_6117209402757620514" /></a></p><p class="mobile-photo"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigjyw2JrCG47aslGCSFsEztJ2PzcGHE0jG4wJ31Wb1Osm-W5qIlZO6B5Y0ronwkRYVVnhikgNAWtL_eYnMcWFlXmCgvtEROkRDYJV4YSOQoJrgsz0Xh_BnXfGLVJgQLSAl_1mJT94gD34/s1600/IMG_6266-705438.jpg"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigjyw2JrCG47aslGCSFsEztJ2PzcGHE0jG4wJ31Wb1Osm-W5qIlZO6B5Y0ronwkRYVVnhikgNAWtL_eYnMcWFlXmCgvtEROkRDYJV4YSOQoJrgsz0Xh_BnXfGLVJgQLSAl_1mJT94gD34/s320/IMG_6266-705438.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_6117209418519801682" /></a></p><div dir="ltr"><span style="color:rgb(20,24,35);font-family:Helvetica,Arial,'lucida grande',tahoma,verdana,arial,sans-serif;font-size:13.63636302948px;line-height:17.5636348724365px">O som da cuíca é um patrimônio imaterial da cultura popular carioca – no mundo não há outro igual</span><span class="" style="display:inline;color:rgb(20,24,35);font-family:Helvetica,Arial,'lucida grande',tahoma,verdana,arial,sans-serif;font-size:13.63636302948px;line-height:17.5636348724365px"><br>Numa bateria de 280 componentes, são 28 cuícas marcando o ritmo na mesma levada com tons diferenciados<br>Lá e cá, com uma bossa dobrada no meio<br>Umas choram, outras riem, a maioria gargalha<br>Tudo funciona como numa alucinada orquestra de couros<br>Ao longo de 90 minutos – uma partida de futebol – você toca ali no meio de redemoinho.<br>Vira também uma cuíca: corpo e instrumento num só embalo<br>Somos, portanto, homens-cuíca ladeamos por homens-surdo, homens-caixa, homens-tamborim</span><div><span class="" style="display:inline;color:rgb(20,24,35);font-family:Helvetica,Arial,'lucida grande',tahoma,verdana,arial,sans-serif;font-size:13.63636302948px;line-height:17.5636348724365px">Mas somos cuícas<br>Flutuamos...voamos...dançamos...gargalhamos<br>As cuícas tocam para os chakras dos umbigos das mulatas<br>As rainhas, quando realmente majestades, se derretem ao som imantado das cuícas da Sapucaí<br>As bichas enlouquecem<br>Na fiel bateria da São Clemente cuícas surfam em ondas<br>O estridente som dos agogôs de quatro bocas nos completam<br>Há dez anos desfilo na Sapucaí e este ano me senti genuinamente uma cuíca<br>Mugindo como boi, buzinando como caminhão, abduzido pelo som circulante em êxtase deslumbrante<br>Cuíca não sente dor, nada pensa: é zen transcendental<br>Cuíca não sente o tempo passar e faz a plateia delirar<br>Cuíca não é o principal instrumento, mas é o molho de pimenta<br>Cuíca bebe água, suor e lágrimas pelo gorgurão<br>Durante 90 minutos fui uma cuíca e não queria mesmo ser outra coisa, pois o meu som fazia o maior espetáculo da Terra.<br>Deus salve as cuícas: je suis cuicá</span><br></div></div> Luis Turibahttp://www.blogger.com/profile/08284832026273216278noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-85701196338699108372015-01-22T10:59:00.001-02:002015-01-22T10:59:14.970-02:00TANCREDO NEVES, CULTURA E A NOVA REPÚBLICA<p class="mobile-photo"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEif_o5febvqHj8zE-MmtM4GkEMm9Va2Oz5Qt45V192_C-BMN0mSbecpAXWBWtu54qOKdiNXvQsRXKju8q0ellf5IvprnAQlwG5UJ_v1xrqiEuzHgTv2JlL3K8u8Chch2MYspzf6Qs7Bba0/s1600/IMG_5557-754970.JPG"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEif_o5febvqHj8zE-MmtM4GkEMm9Va2Oz5Qt45V192_C-BMN0mSbecpAXWBWtu54qOKdiNXvQsRXKju8q0ellf5IvprnAQlwG5UJ_v1xrqiEuzHgTv2JlL3K8u8Chch2MYspzf6Qs7Bba0/s320/IMG_5557-754970.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_6107149527403163058" /></a></p><div dir="ltr"><div dir="ltr"><div class="gmail_quote"><div dir="ltr"><div class="gmail_quote"><div class="gmail_quote"><blockquote class="gmail_quote" style="margin:0px 0px 0px 0.8ex;border-left-width:1px;border-left-color:rgb(204,204,204);border-left-style:solid;padding-left:1ex"><div dir="ltr"><span class=""><font size="4"><p class="MsoNormal" style="margin-left:18pt"><br></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial">Luis Turiba</span></p><p class="MsoNormal" style="margin-left:18pt"><span style="font-family:Arial"> </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial">Foi Tancredo Neves quem me apresentou a Jorge Luís Borges. Isso em fevereiro de 1986, Buenos Aires, última escala do giro internacional que o então presidente civil eleito (pelo Colégio Eleitoral) fez ao mundo civilizado para apresentar ao papa e a governantes aliados - Portugal, Itália, França, EUA, México e Argentina - o novo Brasil que nascia depois de 21 anos de ditadura militar. </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial">A ditadura foi derrubada com o povo nas ruas e o pelo voto indireto. A este movimento chamou-se Nova República e se concretizou com um viés cultural. A velha raposa mineira tinha um compromisso político com pensadores, acadêmicos e intelectuais que se engajaram na sua campanha contra o governista Paulo Maluf. O deputado José Aparecido seria seu Ministro da Cultura, uma nova pasta criada para os artistas no processo de redemocratização. </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial">No seu livro "Diário de Bordo", o embaixador Rubem Ricupero, que acompanhou Tancredo Neves na histórica viagem internacional , assim descreve o encontro do Bruxo com a Mago argentino: "<span style="color:black">Borges está quase completamente cego e é acompanhado por uma jovem secretária de nome asiático [...]. Com 84 anos, parece relativamente bem, come com certo apetite embora evite carne e alguns tipos de alimentos. Adota às vezes um tom cínico e provocativo. A jovem secretária é Maria Kodama, com quem se casaria anos depois."</span></span></p></font></span><span class=""><p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial;color:black"><font size="4">Por sugestão de Tancredo, o então jovem repórter aqui foi recebido por Borges e Maria Kodoma no apartamento do sétimo andar de um prédio com escadas em forma de caracol num subúrbio de Buenos Aires. "Estamos dirigindo uma coleção com 100 escritores. São 100 volumes, cada um com um prólogo. Escolhemos aqueles de uma grata leitura. Tive que viver 85 para cumprir esse objetivo.(...) Também vou publicar um livro chamado Atlas, com colagens, fotografias, recordações e textos curtos. É um Atlas com muitas partes do mundo: Irlanda, Inglaterra, Japão, Egito, Grécia, Califórnia. Muitos países e lugares."</font></span></p></span><span class="" style="font-size:large"><p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial">Borges foi uma espécie de padrinho internacional de Tancredo, cuja base cultural esteve presente em toda a campanha. Um mês antes de sua eleição (15 de janeiro), ele fez o Comício da Juventude na praia de Boa Viagem, em Recife, para se despedir da campanha. Artistas, roqueiros, celebridades e desportistas compareceram. Mas por pouco a vaca não foi pro brejo. A empolgação (verão tropical, loucuras e rock and roll) era tanta, que algumas mulheres foram atacadas na praia e a polícia teve que intervir. </span><span style="font-family:Arial">Tancredo ficou zangadíssimo com aquilo, deu uma bronca no neto-secretário Aécio Neves e chegou a falar mal da juventude roqueira. Nova crise. Teve que voltar atrás, porque na época o Roberto Medina estava lançando com uma tremenda mídia o primeiro Rock In Rio. Deixaram o dito pelo não dito, pois as reais tensões e futuros acordos eram focados para o desmonte da máquina burocrática da ditadura.</span></p></span><p class="MsoNormal" style="font-size:large"><span style="font-family:Arial">Enquanto isso, o futuro presidente adoecia em silêncio. Notávamos quando ele fazia cara do muxoxo vez por outra. Ao escolher seus ministros, dispensou na moral o então senador sociólogo Fernando Henrique Cardoso e ainda lhe aconselhou: "Diga aos jornalistas que o convidei, mas que você não aceitou." Assim era Tancredo. Dona Antônia, sua secretaria, mandava mais que a maioria dos ministros. Mas ele não teve tempo de praticar a democracia-cultural. A doença o derrubou e Sarney, que já havia escrito "Marimbondos de Fogo", assumiu. Mas a base de um futuro Ministério da Cultura, hoje tão disputado, estava montada.</span></p><span class="" style="font-size:large"><p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial">Foi nesse clima que Zé Aparecido nomeou seus dois principais assessores no MinC: um negro e um índio. O advogado Carlos Moura avançou no espaço e criou a Fundação Palmares. O cacique-piloto Marcos Terena trouxe a cultura indígena para a pauta antropológica brasileira. Tancredo adorava ouvir Fafá de Belém cantar. Mas a história foi tomando seu próprio rumo: Sarney dispensou Francisco Dornelles e inventou o Plano Cruzado, Aparecido foi nomeado governador de Brasília. O MinC passou pelas mãos e pelas cabeças de gente como o economista Celso Furtado e o acadêmico Antônio Houaiss. Depois, Collor derrotou Lula. Mas aí, já é outra história.</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial"><br></span></p></span><p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial"><i><b>Luis Turiba é jornalista e poeta. Cobriu toda a campanha de Tancredo Neves e fez a viagem internacional com o presidente eleito em 1985. Editou em Brasília a revista Bric-a-Brac. Atualmente, mora no Rio de Janeiro onde publicou em 2014 o livro de poesia 'QTAIS" pela editora 7Letras</b></i></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial"><i><b> </b></i></span></p></div></blockquote></div></div><font size="4"><br></font></div></div><font size="4"><br></font></div></div> Luis Turibahttp://www.blogger.com/profile/08284832026273216278noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-66061618617483220592015-01-06T20:16:00.001-02:002015-01-06T20:16:32.108-02:00UM CORREDOR CULTURAL PARA O RIO-450<p class="mobile-photo"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhL57gdo0k_QbC6F6xgn9QDIytvWL7HTpGgtFn-825i-2PJaLNWqWETX-35PsL4zmtwvoaWpfL6Jx7uQlLs151kuXm5VaM2sl9pRJTL5b6wWQ3Q_HUMCfSOcyHwic-TNAph45UQrgkaBrU/s1600/ALERJ-792109.jpg"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhL57gdo0k_QbC6F6xgn9QDIytvWL7HTpGgtFn-825i-2PJaLNWqWETX-35PsL4zmtwvoaWpfL6Jx7uQlLs151kuXm5VaM2sl9pRJTL5b6wWQ3Q_HUMCfSOcyHwic-TNAph45UQrgkaBrU/s320/ALERJ-792109.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_6101355776269180930" /></a></p><p class="mobile-photo"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0Ae6vUc5BSY4UOvMZUZcRMOC7Agd1CFNEEAxCp1ih8da_xoUYy4UqpoingazauZsDx7XSxKW2yoLsvZZPS415KCPSHtXh5ewzpTP10qTn-_yjoSDGTURzQ1hZ5fiznMDSMfN6ZI1gtdU/s1600/teatroMunicipal-794885.jpeg"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0Ae6vUc5BSY4UOvMZUZcRMOC7Agd1CFNEEAxCp1ih8da_xoUYy4UqpoingazauZsDx7XSxKW2yoLsvZZPS415KCPSHtXh5ewzpTP10qTn-_yjoSDGTURzQ1hZ5fiznMDSMfN6ZI1gtdU/s320/teatroMunicipal-794885.jpeg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_6101355787979189074" /></a></p><div dir="ltr"> <p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><br></p> <p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Por Luis Turiba</span></p> <p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial"><br></span></p><p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">O centro do Rio de Janeiro tem todos os ingredientes para se constituir num dos maiores Corredores de Convivências de Culturas do planeta. Pense na Times Square, em Nova Iorque; na Plaza Mayor, em Madri; ou no calçadão do Centre George Pompidou, em Paris. Imaginou: o centro cultural do Rio pode ser ainda maior. Basta querer, mexer, transformar, conectar os entes.</span></p> <p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Da Praça Mauá ao aeroporto Santos Dummond existe um corredor onde funcionam centros culturais, museus, escolas, bibliotecas, polos gastronômicos, teatros, rádios, clubes, sindicatos, blocos carnavalescos e auditórios. A cultura pulsa, mas não se articula para tornar-se um tsunami de inquietações.</span></p> <p class="MsoNormal" style="background-image:initial;background-repeat:initial"><span style="font-size:14pt;font-family:Arial">Consideremos a Avenida Rio Branco como eixo central, começando na Praça Mauá, onde estão o MAR, o quase pronto Museu do Futuro, a sede da histórica Rádio Nacional, o morro da Conceição e a Pedra do Sal; até a Cinelândia, onde o Theatro Municipal brilha. Nessa legendária praça, centro político de grandes acontecimentos, ainda convivem a Biblioteca Nacional, o Museu de Belas Arte, a ABL e o MAM, vizinho do Santos Dummond que liga o Rio a SP, Beagá e Brasília.Do lado direito da Avenida Rio Branco, está o Clube de Engenharia com seus 130 anos de história e o Sindicato dos Jornalistas; isso sem falar da vizinha e agitada Lapa, com dezenas de espaços musicais; e a nova Praça Tiradentes. Do outro lado da calçada, no corredor rumo à Praça XV, onde circulam diariamente quase dois milhões de cariocas (incluindo os que moram em Niterói); vamos encontrar magnificamente espalhados, quase formando um quadrado de vida própria, o CCBB, a Casa Brasil-França, o CCECT, a Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Caminhando ali por trás, vamos encontrar um dos maiores polos gastronômicos do Centro, com dezenas de restaurantes, bares e cafés entre a Candelária e a Praça XV. Nesse mesmo contexto está o histórico Passo Imperial e ao seu lado a sede da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), localizada em um dos mais simbólicos palácios que os colonizadores portugueses nos deixaram. A ALERJ está geograficamente no centro desse desarticulado Centro de Convivências e pode funcionar como um sol, iluminando e unindo essa galáxia de cultura, arte, conhecimento e lazer. Pela sua tradição e forca politica, pode muito bem plugar todos esses espacos para um Rio 450 Anos. E olha que não falamos da ABI, da OAB, dos espaços ligados ao SESC, SENAI, da Firjan. Vamos pensar nisso?</span></p> </div> Luis Turibahttp://www.blogger.com/profile/08284832026273216278noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-21395477031275122632014-11-13T13:00:00.001-02:002014-11-13T13:00:01.851-02:00MANOEL DE BARROS SE ETERNIZOU: AGORA É MUSGO<p class="mobile-photo"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhp5vvrSI1HpRd9R9P28_2-faEwFZ6miBEWZ6m0GyalHZF2BqCkTYSzjcSjHRwoA_71VLRCBpiU6SpgihzBFdn9jA256YzM3OAD2oBLpeS6Oa9035GmIasHXcYqxzV3QO9Qc-mSnWVRqr8/s1600/gil-e-manoel-701852.jpg"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhp5vvrSI1HpRd9R9P28_2-faEwFZ6miBEWZ6m0GyalHZF2BqCkTYSzjcSjHRwoA_71VLRCBpiU6SpgihzBFdn9jA256YzM3OAD2oBLpeS6Oa9035GmIasHXcYqxzV3QO9Qc-mSnWVRqr8/s320/gil-e-manoel-701852.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_6081204690198759810" /></a></p><div dir="ltr"> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial"><font size="4">O POETA QUE VIROU MUSGO </font></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial"><font size="4">Luis Turiba</font></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial"><font size="4"> </font></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial"><font size="4">Manoel de Barros agora é musgo. Ele sempre teve parentesco com garça. Como ele gostava de dizer: "palavras têm sedimentos, cópia de lodo, usos do povo, cheiros de infância, permanências por antros, ancestralidades, bostas de morcegos. Não vou encostar as palavras lesma, sapo, águas. Pois elas são meus espelhos."</font></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial"><font size="4">Manoel pegou o trem do Pantanal rumo a eternidade. Águas agora são fêmeas de chão. </font></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial"><font size="4">A entrevista que fizemos com ele para a Bric-a-Brac foi, talvez, meu mais importante trabalho jornalístico. Ele era um poema-silêncio. Quase um ano de convencimento. Depois, seis meses de troca de cartas. Visitamos o Poeta por três ou quatro vezes em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Ele nos apresentou – Resa, João Borges e eu – o famoso Caldo de Piranha com muito uísque dos bons. Muita conversa e Manoel adorava mentir. Contava que esteve, na sua juventude, com Noel Rosa na Lapa. Parecia coisa de filme de Wood Allen. Farrista, risonho, adorava uma piada. </font></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial"><font size="4">Mas em público, virava lesma, caramujo, parede. A última vez que nos vimos foi no final do século passado, numa tarde em sua casa, onde levei o então ministro Gilberto Gil para conhece-lo. Dona Stela fez uns petiscos e conversaram muito. Documentei isso em vídeo:</font></span></p> <p class="MsoNormal"><font size="4"><span style="font-family:Arial;color:black">"Oi Gil… quanto prazer tê-lo em casa. Mas estou recebendo aqui o poeta e não o ministro."</span><span style="font-family:Arial"></span></font></p> <p style="margin:9pt 0cm;line-height:13.5pt;background:rgb(252,250,250)"><span style="font-family:Arial;color:black"><font size="4">Esperto, foi Manoel de Barros quem tratou logo de quebrar o protocolo. Trouxe o ministro-cantor para o mundo das palavras. Gil, barroco-baiano, aceitou e tocou em frente.</font></span></p> <p style="margin:9pt 0cm;line-height:13.5pt;background:rgb(252,250,250)"><span style="font-family:Arial;color:black"><font size="4">"O prazer é todo meu, Manoel. Fazia tempo que buscava este encontro. Sua prosa poética me encanta, está na mesma margem da de Guimarães Rosa."</font></span></p> <p style="margin:9pt 0cm;line-height:13.5pt;background:rgb(252,250,250)"><span style="font-family:Arial;color:black"><font size="4">Manoel de Barros se orgulhou. Aos 88 anos, cabeleira branquinha como as garças do Pantanal, jeito de passarinho tímido, foi receber o ministro Gilberto Gil no portão de entrada da sua casa na pacata Rua Piratininga, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Estava acompanhado de Dona Stella, sua mulher, da filha e de amigos.</font></span></p> <p style="margin:9pt 0cm;line-height:13.5pt;background:rgb(252,250,250)"><font size="4"><span style="font-family:Arial;color:black">O ministro-poeta também esperava por este encontro há algum tempo. Tinha vontade de conhecer e papear com seu colega das águas pantaneiras. As duas tentativas anteriores haviam fracassado. Manoel não pode comparecer à Brasília para receber a Medalha da Ordem do Mérito Cultural de 2004, outorgada pelo presidente Lula e pelo ministro da Cultura. Nem tampouco a uma estada do ministro Gil à cidade de Corumbá. Andava dodói, mas já voltou à ativa.<br> </span><span style="font-family:Arial;color:white">.</span></font><span style="font-size:12pt;font-family:Arial;color:black"></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial"> </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial"> </span></p> </div> Luis Turibahttp://www.blogger.com/profile/08284832026273216278noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5063897254474387071.post-19555969414974357722014-11-05T17:53:00.001-02:002014-11-05T17:53:01.555-02:00O ELEITOR DESCONSTRUÍDO<div dir="ltr"> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial">Luis Turiba*</span><br></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial"> </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial">Desconstrução. Ninguém escapou dela. Nós, eleitores, também fomos totalmente desconstruídos pelo virulento tsunami eleitoral que o Brasil acaba de viver. </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial">Mesmo reservando-se, todos fomos atingidos pelos seus ecos e efeitos dessa onda como pedestres distraídos em meio a um tiroteio de balas de prata perdidas . Não há ciência que explica tal dinâmica. A história ainda se redesenha aos nossos pés. As fendas são profundas, os abismos perigosos, os atalhos tenebrosos. Os brasileiros saíram quase nocauteados desse ringue. </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial">Estamos aos cacos e tentamos agora juntá-los. Vitoriosos e derrotados, pois são cacos de certezas e incertezas; de sonhos e pesadelos; de confianças, promessas, medos, mágoas e ilusões. Cacos políticos e ideológicos; de marketing e malandragens; de dívidas e compromissos. E nem toda cola-tudo, cola tudo. </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial">Sim, o PT venceu. Dilma foi reeleita, é a nossa legítima presidenta por mais quatro anos. E daí? Isso é o lado óbvio ululante da história. Aos vencedores, as batatas. Aos derrotados, o choro livre. A democracia escolheu o seu projeto para o país. Mas a ficha ainda caiu verdadeiramente. </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial">São muitas as contas a fazer de todos os lados, há muitos feridos a recolher nos diversos campos de batalha. Afinal, participamos de uma espécie de MMA eleitoral, onde bater do joelho pra cima, com rabo de arraia e dedo no olho, se tornou algo tão corriqueiro como não se beber um copo de água em São Paulo. Sem inocentes nem delicadezas, reinventamos a lei nazista na comunicação tropicalista: mentira + meia mentira + mentira em dobro = quase verdade falsa.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial">Foi uma eleição clip-pesada. Nem bem a corrida começou, caiu avião. Dentro dele um candidato da esperança nordestina. E até agora, ninguém explicou direito essa tragédia – mesmo sabendo que tragédias não se explicam. Das cinzas, surge uma candidatura santificada por novas ideias e cabeças. Havia algo de novo no ar, além do clássico FlaxFlu político que se repete há 20 anos. Marina se pintou, se enfeitou mas não colou. Foi desconstruída em pleno vôo com requintes de cinismo e sordidez.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial">Dizem que em política não há traição: há rearranjos. Desarranja daqui, rearranja dali, de novo na pauta do país o antigo e conhecido clássico Tucanos versus Petistas, os vermelhos contra os azuis. Palavras ganharam novos significados, espaços e múltiplos usos: aparelhamentos, pobres, ricos, social, corrupção, mudança, inflação, educação. </span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial">E todos nós caímos dentro do ringue cibernético da web. Afora os políticos, famílias se dividiram, casais se separaram, primos contra primos; tios versus cunhados; amizades se desfizeram. Até a nossa maior empresa, orgulho nacional, a Petrobras, passa por acusações gravíssimas. Nesse processo sedento de poder, todos nós xingamos e dançamos como cegos de ilusão no baile autofágico da desconstrução.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial">Somos 141 milhões de eleitores batendo títulos e miolos. Sete milhões não votaram, 30 milhões anularam o voto. Quem analisa isso? Ou 37 milhões não têm nenhuma importância? O país ficou geograficamente cortado. No Norte/Nordeste, os vermelhos. Do sudeste para baixo, os azuis. Como reconstruir nossa geografia tropical? Como remisturar as cores vivas?</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial">Sábia e tranquila, a líder maior da Dilma estendeu a bandeira branca de Oxalá no meio do terreiro e pediu diálogo. Aécio Neves, com sua capa de 50 milhões de votos, também falou em recosturar a unidade nacional. Presidente eleita e líder da oposição, desanuviam os ânimos. Um nova e histórica peleja se descortina no horizonte. Reforma política e mudanças generalizadas. Amigo meu, Nico do Cavaco, fez um samba há anos atrás, para o Suvaco do Cristo, onde antevia: "Oh venham ver/ Oh venham ver Vera Cruz/ A luta dos peles vermelhas/ Contra os casacos azuis."</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial">Agora é o momento de acender uma vela de sete dias ao eleitor desconstruído. O poeta Torquato Neto escreveu e Gilberto Gil cantou no tropicalismo, quando a ditadura prendia e torturava brasileiros, entre os quais a presidente Dilma Rousseff: "Eu brasileiro confesso/ minha culpa meu pecado/ meu sonho desesperado/ meu bem guardado segredo/ minha aflição." Ao contrário da canção, aqui não é o fim do mundo, mas estivemos bem próximo. Respirar fundo e se reconstruir - eis a missão.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:Arial"> </span></p> </div> Luis Turibahttp://www.blogger.com/profile/08284832026273216278noreply@blogger.com0