sexta-feira, 25 de maio de 2012

O DIA DO LULA LÁ

Luís Turiba, escrito após a posso do presidente Lula em 2003

Precisei de uma vida inteira para viver o Lula lá. Daí, este
sentimento saudosista futurista. Meio século de vida e, finalmente, o
Lula lá. Este momento histórico justifica a existência (razão, sonho e
poesia) de uma geração de brasileiros: com o Lula lá, também estamos
lá. A nação, afinal, nos pertence. E é ela quem nos chama.

Precisei nascer em um Brasil pós-guerra, no Recife antigo de Manuel
Bandeira e João Cabral de Mello Neto. A viva lembrança de minha avó e
de minhas tias dando-me bolotas de feijão com farinha na boca. O lento
bonde de Engenho do Meio, a ruidosa torcida do Sport e a ponte sobre o
Capibaribe iluminada por lampiões parisienses. Desde aquela época,
Lula já estava lá: no meu velho pai, jornalista, comunista, dirigente
do partidão, correndo da polícia, organizando o movimento e a mudança
da família para o Rio de Janeiro. Precisei crescer embalado por
canções de Luiz Gonzaga, Dorival Caymmi e Noel Rosa na doce voz de
minha mãe. Brincar de velocípede na Rua São Francisco Xavier, bem em
frente ao morro da Mangueira. Morar em Madureira, torcer para o
Flamengo, viver no Maracanã, desfilar na Portela, sofrer com os
dribles de Garrincha, estudar na Escola Técnica, jogar capoeira em
Olaria, não perder nenhum Fla x Flu, conhecer Cartola, Silas de
Oliveira, Martinho da Vila e Paulinho da Viola; amar o samba, a raça
negra, os Beatles e os Rolling Stones; frequentar a praia da Urca e as
areias de Ipanema. Precisei, enfim, ser carioca da gema para
compreender a grandeza deste dia. Aliás, precisei mais para me
credenciar a este Lula lá.

Na verdade, precisamos. Falo da minha geração, aquela que ingressou no
movimento estudantil em 68. Aquela que enterrou Édson Luís do
Calabouço, tomou a Catedral da Candelária, incendiou a Avenida
Presidente Vargas, frequentou o Zicartola, os ensaios da Mangueira e o
Cine Paisandú para assistir Glauber e Godard. A que fez a Passeata dos
Cem Mil e muito amor com as trotquistas do Colégio Sagrado Coração de
Maria. Abaixo à Ditadura! É proibido proibir. Sim, estamos no Lula lá
porque cantamos Vandré, Caetano, Gil, Milton, Tom, Vinícius e,
principalmente, Chico Buarque. Desfilamos na Banda de Ipanema com a
madrinha Leila Diniz. Lemos o Pasquim, o Movimento e o Bondinho.
Fugimos do AI-5 e caímos na clandestinidade. Paz e Amor, bicho, dê uma
chance à paz! Salve a Guerrilha do Araguaia! Vivemos em aparelhos e
comunas hippies. Tomamos ácidos, mas também assaltamos bancos para
financiar a luta armada. Vestimos roupas floridas, estudamos na USP,
ouvimos Sargent Peappers, lemos Grande Sertão: Veredas, conhecemos Mao
Tsé Tung e o baseado perfumado. A LSN e o LSD. A copa de 70, na
Avenida Paulista. John Lennon & Marighela; Che Guevara & João
Gilberto; as porradas do DOI-CODI, a tortura do delegado Fleury, mas
também o magnetismo poético dos irmãos Campos, a ousadia do Cinema
Novo, a luz de Carlos Drummond de Andrade, a voz de Gal Costa,
seminua, cantando: "eu sou uma fruta gogoia, / eu sou uma moça, /
samba que eu ensaiar, / mestre, não óia".

O lula lá é nosso! Vivemos intensamente para merecê-lo: é meu, é teu,
é de todos os que suaram, sorriram, choraram, cantaram, sofreram,
curtiram, lutaram, venceram, perderam, caíram, juntaram os cacos,
perderam-se para sempre ou foram abatidos na caminhada como a eterna
Jandira e o companheiro Tim Lopes. O Lula lá é, sobretudo, do povo
brasileiro e de seus magnos representantes que levantaram a cabeça, o
peito, a boca, a cuca, os pés, os braços e fizeram por intermédio de
uma costura política à maneira de Tancredo, a revolução dos 50 milhões
de votos. Portanto, rapaziada, essa responsa é nossa: sem medo de ser
feliz, mãos à obra.
--
Luis Turiba

quinta-feira, 24 de maio de 2012

POEMA DE UM VOYEUR

Lá vai


Luis Turiba

são tantos segredos secretos

são tantas células despertas

são tantos calores expressos

são tantas secreções intensas

são tantos odores libertos

são tantas dobrinhas contidas

são tantos buracos ativos

são tantas saídas são tantas

são santos os pecados da vida

são tantas moléculas vivas

são tantos micróbios aflitos

são tantas belezas floridas

são tantos tesões recolhidos

são tantas tensões absortas

por dentro daquela calcinha

envolta na jeans rente ao corpo

VETA DILMA- vamos chegar a 2 milhões de brasileiros contra o Código Florestal aprovado pelo Congresso!

*Nossa petição será entregue ao Palácio do Planalto em algumas horas! Vamos
chegar a 2 milhões de assinaturas antes da reunião na Presidência -- assine
agora e compartilhe com todos! *

Caros amigos do Brasil,

<http://www.avaaz.org/po/brasil_veta_dilma_reblast/?cl=1826113257&v=14565>

*Há alguns dias, o Congresso aprovou um projeto de lei catastrófico* que
vai devastar nossas florestas, da Amazônia à Mata Atlântica. Agora, *somente
a presidenta Dilma pode barrar essa lei*. Ela está sob pressão para
vetá-la, mas cabe a nós aumentar essa pressão e levá-la até o limite. *Não
temos tempo a perder. Clique para salvar a Amazônia e compartilhe essa
petição*:

[image: Assine a
Petição]<http://www.avaaz.org/po/brasil_veta_dilma_reblast/?cl=1826113257&v=14565>
*Há alguns dias, o Congresso aprovou um projeto de lei catastrófico* que dá
aos madeireiros e fazendeiros carta branca para desmatar enormes faixas de
nossas preciosas florestas, da Amazônia à Mata Atlântica. Agora, *somente a
presidenta Dilma pode barrar essa lei*.

O universo está conspirando a nosso favor. Em algumas semanas, Dilma será
anfitriã da maior conferência ambiental do mundo. Informantes nos disseram
que *ela não aceita pagar o preço de ser considerada a líder que aprovou a
devastação da Amazônia*. Dezenas de pessoas já foram assassinadas por serem
contra o desmatamento – agora é a nossa vez de fazer pressão e forçar Dilma
a escolher a opção do veto.

*Não temos tempo a perder* – ela pode tomar uma decisão a qualquer momento.
Vamos dar mais força à nossa petição de 1.2 milhão de assinaturas. *Clique
abaixo para salvar a Amazônia e divulgue essa campanha para todos* – quando
alcançarmos 2 milhões de assinaturas a Avaaz entregará a petição à
Presidência da República:

http://www.avaaz.org/po/brasil_veta_dilma_reblast/?vl<http://www.avaaz.org/po/brasil_veta_dilma_reblast/?cl=1826113257&v=14565>

Na última década, o *Brasil conseguiu reduzir amplamente os índices de
desmatamento*, chegando a 78% de redução entre 2004 e 2011. A razão? Uma
legislação florestal aclamada mundialmente, aplicada pela polícia federal,
e o monitoramento via satélite. *Mas esse novo e perigoso código ameaça
desfazer esse progresso e provocar o desmatamento total*.

Os assassinos de florestas estão festejando – não somente essa nova lei *vai
possibilitar o desmatamento de uma área do tamanho dos estados de Minas
Gerais e São Paulo juntos*, como também concede anistia para todos os
crimes de desmatamento do passado.

Dilma já disse que quer chegar a um "acordo" entre o lobby pró-desmatamento
e os defensores ambientais. Entretanto sabemos que o acordo não é
necessário – *no Brasil, o desenvolvimento econômico e a proteção de nosso
meio ambiente andam de mãos dadas*. Estudos confirmam que a incrível
transformação da agricultura do Brasil está fortemente baseada no aumento
da produtividade e não na expansão de terras. Enquanto isso, na Rússia, a
proteção branda das florestas levou a consequências desastrosas – o aumento
enorme dos incêndios em florestas e uma redução de 20% na produção de trigo
do país.

*79% dos brasileiros em todo o país rejeitam a mudança na legislação
florestal*. Vamos garantir que sejamos escutados antes que seja tarde
demais. Assine agora a petição para Dilma vetar imediatamente o Código
Florestal e, em seguida, encaminhe esse email para todos:

http://www.avaaz.org/po/brasil_veta_dilma_reblast/?vl<http://www.avaaz.org/po/brasil_veta_dilma_reblast/?cl=1826113257&v=14565>

Nos últimos 3 anos, membros brasileiros da Avaaz deram grandes saltos em
direção ao mundo que todos nós queremos: ajudamos a aprovar a Ficha Limpa
contra todos os desafios e pressionamos nosso governo a assumir um papel de
liderança na ONU, proteger os direitos humanos ao redor do mundo, e
intervir em apoio à democracia no Oriente Médio. Agora, mais uma vez, é
hora de preservarmos o nosso mais precioso tesouro natural para o bem de
nossos filhos e netos.

Com esperança e determinação,

Luis, Pedro, Diego, Alice, Ricken, Maria Paz e toda a equipe da Avaaz


Mais informações:

'Dilma disse que não vai nos decepcionar', diz Minc sobre Código Florestal
(Folha de S. Paulo)
http://www1.folha.uol.com.br/poder/1081843-dilma-disse-que-nao-vai-nos-decepcionar-diz-minc-sobre-codigo-florestal.shtml

Dilma deve vetar partes do Código Florestal que levem a anistia, diz Ideli
(G1)
http://g1.globo.com/politica/noticia/2012/04/dilma-deve-vetar-partes-do-codigo-florestal-que-levem-anistia-diz-ideli.html

Código Florestal foi votado, mas batalha continua (Reuters)
http://br.reuters.com/article/topNews/idBRSPE83P0AX20120426

Código Florestal: os principais pontos do texto aprovado (O Globo)
http://oglobo.globo.com/pais/codigo-florestal-os-principais-pontos-do-texto-aprovado-4738934#ixzz1tEoUD3xV

Para ambientalistas, texto aprovado do Código Florestal ampliará o desmate
(O Estado de S. Paulo)
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,para-ambientalistas-texto-aprovado-do-codigo-florestal-ampliara-o-desmate,865403,0.htm

Comunicado IPEA 96
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/comunicado/110616_comunicadoipea96.pdf

Código florestal em roleta russa
http://www.zeeli.pro.br/Novo/Arquivos/Artigos/Valor/2012/Codigo_florestal_em_roleta_russa.aspx


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Ou a gente se Raoni
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Luis Turiba

domingo, 20 de maio de 2012

'CINEMA PELA VERDADE" VAI MOSTRAR A DITADURA NAS TELAS

PRIMEIRO FESTIVAL "CINEMA PELA VERDADE"

1º FESTIVAL CINEMA PELA VERDADE PROMOVE DEBATE SOBRE A DITADURA
MILITAR NAS PRINCIPAIS UNIVERSIDADES DO PAÍS

Projeto vai percorrer 27 capitais com exibição gratuita de filmes sobre o tema

Durante os meses
de maio e junho, as principais universidades do país serão palco para
o primeiro festival Cinema pela Verdade, realizado pelo Instituto
Cultura em Movimento (ICEM) em parceria com o Ministério da Justiça,
via Comissão de Anistia.

O projeto vai levar para os quatro cantos do Brasil filmes nacionais
que têm como tema o período da ditadura militar e suas conseqüências.
Ao todo, o festival vai percorrer todas as 27 capitais federativas e
passar por 81 universidades, promovendo exibições gratuitas, seguidas
de debate com a presença de convidados e diretores/realizadores de
cada obra. A primeira cidade a receber o evento será Recife, entre os
dias 16 (hoje) e 18 de maio.

O cinema sempre foi e será um instrumento indispensável de resgate da
memória de um país. E para relembrar este período marcante da
história brasileira, o Cinema pela Verdade selecionou três
documentários que trazem diferentes enfoques sobre o tema: Cidadão
Boilsen (2009) de Chaim Litewski; Condor (2007), de Roberto Mader; e
Hercules 56 (2006), de Silvio Da-Rin. Além desses, o projeto também
vai contar com a participação especial de mais duas obras: Diário de
uma Busca (2010), de Flavia Castro; e Uma longa Viagem (2011), de
Lucia Murat, lançamento nacional de 2012.

Após cada exibição, será promovido um debate com acadêmicos,
pesquisadores, integrantes de movimentos sociais e culturais, além dos
próprios diretores ou equipe de produção dos filmes, onde estudantes e
debatedores terão a chance de trocar conhecimento e experiências,
fomentando assim a discussão.

Para a produção do Cinema Pela Verdade, o ICEM conta com 27 Agentes
Mobilizadores, isto é, universitários previamente selecionados e
treinados de cada capital que serão responsáveis por articular
localmente as exibições nas universidades, divulgar o evento, ajudar
na pesquisa de pessoas para compor as mesas de debates, além de
escrever relatório acadêmico sobre cada sessão.

O Cinema pela Verdade foi contemplado pelo edital Marcas da Memória,
da Comissão da Anistia, que visa a promoção de eventos e projetos em
geral com foco no período da ditadura militar no Brasil. O festival é
produzido pelo Instituto Cultura em Movimento (ICEM), organização da
Sociedade Civil de interesse Público (OSCIP), fundada em 2002. Nascido
da bem sucedida experiência do projeto Cinema em Movimento, rede
nacional de agentes culturais, organizada em torno da distribuição
gratuita de filmes brasileiros, o ICEM atua em todas as 27 unidades da
federação.

FILMES SELECIONADOS:

Cidadão Boilsen - Um capítulo sempre subterrâneo dos anos de chumbo no
Brasil, o financiamento da repressão violenta à luta armada por
grandes empresários, ganha contornos mais precisos neste perfil
daquele que foi considerado o mais notório deles. As ligações de
Henning Albert Boilesen (1916-1971), presidente do grupo Ultra, com a
ditadura militar, sua participação na criação da temível Oban Operação
Bandeirantes e acusações de que assistiria voluntariamente a sessões
de tortura emergem de diversos depoimentos de personagens daquela
época. Direção: Chaim Litewski, 2009 Documentário, 92 minutos.

Condor - Condor foi o nome dado à cooperação entre governos militares
sul-americanos que resultou no seqüestro e assassinato de milhares de
pessoas e no exílio de tantas outras. Uma análise contemporânea destes
eventos, trazendo uma história de terrorismo de Estado, mas também de
pessoas e da procura pela verdade e justiça.Direção: Roberto Mader,
2007. Documentário, 106 minutos.

Hércules 56 Na semana da independência de 1969 o embaixador americano
no Brasil, Charles Burke Elbrick, foi sequestrado. Em sua troca foi
exigida a divulgação de um manifesto revolucionário e a libertação de
15 presos políticos, que representam diversas tendências políticas que
se opunham à ditadura militar. Banidos do território nacional e com a
nacionalidade cassada, eles são levados ao México no avião da FAB
Hércules 56. Através de entrevistas com os sobreviventes os fatos
desta época são relembrados. Direção: Silvio Da-Rin, 2006.
Documentário, 94 minutos.



PARTICIPAÇÕES ESPECIAS:

Diário de uma Busca - É o primeiro longa-metragem da diretora Flavia
Castro, que antes se dedicava à criação de roteiros de ficção e
documentários. Nele, ela sonda possíveis respostas para um drama: a
morte de seu pai, em 1984, nos últimos lampejos da Ditadura Militar no
Brasil. Celso Afonso Gay de Castro (1943- 1984) era militante da
esquerda. Viveu uma vida de fuga, exílios, amores e filhos. O filme
foi o vencedor, em 2010, dos prêmios de melhor documentário dos
festivais do Rio e de Biarritz. Além disso, o filme está há dez
semanas em cartaz em Paris e já foi exibido em onze festivais no
Brasil e no mundo. Direção : Flavia Castro, 2010. Documentário, 108
minutos.

Uma Longa Viagem - O documentário fala da vida da própria diretora, na
época em que era presa política do regime militar e um de seus irmãos,
Heitor, rodava o mundo num mergulho delirante no universo das drogas.
Direção : Lucia Murat , 2011. Documentário, 97.

MAIS INFORMAÇÕES:

Lacombe Assessoria

Fernanda Lacombe

21 3126-8593/ 21 8121-7409



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Ou a gente se Raoni
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Luis Turiba

quinta-feira, 17 de maio de 2012

VIVA O 6º FORRÓ DO ZECULTIVO

Dia 02/junho/2012, a partir das 20 Horas
Entrada: 10,00
Endereço: Chácara da Vânia, próximo ao Flamingo (ver mapa)


FORRÓ PÉ DE SERRA COM D. GRACINHA E BANDA
BEBIDAS E COMIDAS TÍPICAS NO BAR DO ZECUTIVO*

No arraiá do Zecutivo

Tem bandeirinhas de volpi
Tem forró de Luiz Gonzaga
Tem quentão broa de mió
Ômi afim das mulherada
>
Tem sanfona e pipoca
Estrela e xote porreta
Ocê aquece o coração
E desaquece o planeta
>
Sobra conversa fiada
Fogueira bolo e fuxico
Venha também forrozá
No arraiá do Zecutivo
>
>Desenho: Manu Lambach Toribio



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Ou a gente se Raoni
Ou a gente se Sting

Luis Turiba

terça-feira, 15 de maio de 2012

MAIS HOMENAGEM AO POETA-DESIGNER RESA

AOS NOSSOS RESTOS IMORTAIS


In memoriam ao Resa


A vida, por ser bela em forma artísticamente


Fisicamente em seu próprio verbo contida,


Não se expande mesmo quando distraída.

 

 


Retranca, contrai e fica ali


Em design gerado dentro de si mesma e protegida


Em forma cristalina exposta ao relento e refletida


No gol dos nossos olhos o


que foi carne inteligível agitante e pelo tempo


Eternamente recriada


E destruída

 

 


No inconsciente


Esses arredores sutis do corpo


Esses pés que prendem a respiração


Todo o nosso humano medo ao rés do chão


Reencarnadamente em carne


Gloriosamente efêmera é a rosa


E também vive


E é luz


Todavia dói tudo que nos poros é rente


à memória do amigo que se foi 


como sempre acontece,


de repente


Brasília, 31 de março de 2000 e 12

segunda-feira, 14 de maio de 2012

RESA, NO MÍNIMO O MÁXIMO: ETERNO COMPANHEIRO

 
 
Resa: no mínimo o máximo*
 
Por Luis Turiba
 
"Ques que ti pance? Que chup-chup caju et no canse. Caaaanse! Et como
canse. Avec la castanhe...principalmant."
 
 
O poeta Resa, de tantas capas maravilhosas, grafismos mágicos e
objetos poéticos de múltiplos significados – na certidão Luis Eduardo
Resende de Brito, ex-editor gráfico da histórica revista de poesia
experimental Bric-a-Brac, que nos deixou prematuramente aos 56, no
início do último abril – adorava fazer essa citação com arte e
engenho.
No sorriso cheio de dentes que o caracterizava, parecia até um ator
quando puxava do seu repertório anedótico a performance: fazia
biquinho, rodopios e trejeitos. Tinha plena consciência de que estava
escaneando (ou sacaneando) a mania de eruditismo de certos
intelectuais brasileiros. Trouxe a brincadeira de Maceió, Alagoas,
onde está uma de suas peças mais significativas: um Cristo crucificado
com duas seringas
O dramático da brincadeira é que ela termina sendo uma caixa de
espelhos multiplicadores da própria vida dele como artista e ser
humano. Tudo no Resa era verdade absoluta e radical. Nada nele foi
"boi com abóbora", como disse o radialista Cristiano Menezes.
Absolutamente nada no seu traço era fácil ou facilitador. Resa foi o
operário do desing que acendeu a vela nos dois lados, gerando luz e
energia em tudo que riscou, pintou, bordou, bolou e pariu.
 
Amava trabalhar, enfrentar no silêncio criativo o branco da prancheta,
buscar boas soluções para desafios estéticos. Morreu como bem viveu,
desafinando o coro dos contentes do qual falou Torquato Neto, no
estilo "doce bad boy": de sexo, drogas e rock and roll.
Autor de todas as capas e da magistral programação visual das seis
revistas Bric-a-Brac editadas em Brasília, além do projeto Graphoesia
com 10 lâminas poéticas editados em serigrafia; e também de alguns dos
mais importantes livros da editora UnB, como "Noel Rosa, uma
biografia", de João Máximo e Carlos Didier. De sua prancheta nasceram
coleções infindáveis de cartazes e logomarcas da cultura brasiliense:
Martinica, Bom Demais, Feitiço Mineiro, etc. Também foi por mais de 10
anos programador visual da rede de hospitais Sarah em Brasília e
Salvador e do Clube do Choro de Brasília, com magníficos desenhos de
fundo de palco.
 
Resa chega a Brasília em 82 a convite do então secretário de Cultura,
o também poeta Reynaldo Jardim. De cara, monta uma coleção de cartazes
com poemas do então desconhecido Manoel de Barros. Mas já desembarcou
na capital com o passaporte carimbado pela respeitável bagagem de
trabalhos gráficos da juventude. Editou na saudosa revista Flor do
Mal, de Rogério Duarte; e fez parte do grupo Nuvem Cigana, no início
dos anos 70, tendo participado do Almanaque "Biotônico Vitalidade" com
o trabalho "a sétima face do dado", que ganhou nova versão em
calendário no ano passado, 40 anos depois. Foi o rei das letras Setes.
Parceiro gráfico de grandes poetas e aqui cito só alguns: Manoel de
Barros, Chacal, Claudio Lobato, Ronaldo Santos, Xico Chaves, Carlos
Nico (seu irmão e "bad-boy" da capa na Bric-a-Brac nº 6, a
derradeira), Angélica Torres Lima, Paulo José Cunha, Antônio Risério e
deste que vos escreve.
Resa lia muito, era designer letrado. De formação visual,
ex-aluno da escola do Parque Laje, era capaz de pegar um
verso estroncho e malanjambrado e transformá-lo num poema publicável.
Mas quando não gostava do dito, era implacável, capaz de picar o
original e fazê-lo voar em mil pedacinhos pela janela do 12º andar da
redação da Bric-a-Brac, em pleno Planalto Central do país. Fez isso
algumas vezes. "Ah, essa m ee r d aaaa...é impublicável". sentenciava.

E de tanto fazer cirurgias plásticas em poemas capengas, tornou-se
também ele um poema vestido por macacão jeans desbotado, cujo melhor
tradução é sua obra-prima, o poema "Tênis de beiço". Mas disso
falaremos depois. Voltemos à sua trajetória.
 
Reconhecimento nacional
 
Resa começou a fazer carreira solo na passagem do século XX para o 21.
Mas agora é o poeta-mestre Augusto de Campos que conta essa história
em texto de apresentação do livro Cartas Marcadas, Poesias Visuais,
uma espécie de catálogo da exposição com o mesmo nome:
"Ele tenta agora uma outra aventura, um novo desafio, propondo-se
apresentar um conjunto de trabalhos visuais que pedem exposição e
livro próprio. Pertencem àquele gênero de trabalhos que não se pode
classificar ou tabelar facilmente. Wagner Barja (diretor do Museu da
República, em Brasília) incluiu com justeza alguns deles na exposição
Obranome, dedicada precisamente a esse espaço ou "vão" (expressão de
Barja) interdisciplinar da poesia-arte visual. São trabalhos que se
posicionam numa linha intermediária entre objeto-poema e/ou
poesia-plástica, aquilo que o norte-americano Dick Higgins, discípulo
de John Cage e integrante do grupo Fluxus, denominou "intermídia".
E prossegue Augusto de Campos: "Com elementos do cotidiano, cartas de
baralho, prego, agulhas, pequenas esferas metálicas, palha de aço,
alfinetes, dados, constrói ele um universo minimal que parece conter
interrogações inquietantes. Dados e cartas de baralho acentuam,
dominantes, o caráter lúdico dessas formações artísticas ambivalentes,
a que os títulos apensados pelo artista, carregados de humor – ao modo
de Satie, Klee, Duchamp, Joan Brossa, parentes próximos ou remotos –
dão a nota verbal, poética."
Para o poeta concreto paulista, "a nova aventura a que se propõe Resa"
é "obra de "amor e humor" que oscila entre o real e o irreal, a
plasticidade e a poesia, num vôo plástico, demasiadamente plástico,
mas também poético, demasiadamente poético, ao mesmo tempo rigoroso e
aberto."
Já a produtora e curadora Marília Panitz diz que "Resa foi um escritor
de objetos, inventor de uma língua sem som, ou talvez povoada por
ruídos de dados sendo jogados, de peões sendo deslocados no tabuleiro,
de cartas batendo umas nas outras ao serem embaralhadas."
Ao montar a exposição "Miserere Nobis", em 2010, Resa foi fundo,
radicalizando nos seus poemas-objetos com retratos da realidade
brasileira pinçados de crueldade e humor. Essa exposição mereceu
artigos, citações e interpretações, com destaque para poema Sabor da
Sobra do cantor e compositor Chico César.
"Cada oratório é uma casa de favela com seus segredos expostos/ com
seus templos profanados/ dourado sangradouro de ouro sagrado/ ê ê ê
vida de engodo/ é o gasguito falando do engasgado" (...) "a nação em
armas/ a pátria de pistolas / todo homem de bem tem direito a seu
revólver/ seu fuzil/ a uma metranca sensual bem lubrificada/ um homem
sem armas é uma mulherzinha / a vida real meus amigos não é uma
reunião de ong não/ o buraco é mais embaixo/ então capricha na mira."
Seguiu sua trilha caprichando na mira. Embaralhando ainda mais as
Bric-a-Bracs, invertendo os calendários, revelando a sétima face do
dado, buscando sua matéria-prima nas mais antigas feiras de
antiguidades, como a da Praça XV. Enquanto enfrentava seu câncer, tão
radical como sua obra, ele, o operário do traço, jamais parou de
trabalhar. Preparou uma exposição que será apresentada em agosto com
poemas inéditos em forma de livros sagrados e/ou profanos. Depois
enjaulou gaiolas para se libertar. Fez cartazes e logomarcas para o
Clube de Engenharia.Ou como diz o próprio Chico César: "sobre o
insalubre coração de pedra do mundo/ o artista prepara as próprias
sobras/ em seu canto de genuflexão e ofertório/ Resa reza.
Descansa em paz, mano. Sua obra não sobra.
 
•       O título deste artigo foi extraído do poema Resa, do Chacal,
publicado na contra-capa do livro  "Cartas Marcadas – Poesias Visuais
 

 

POESIA CONCRETA? TAMBÉM É POESIA

ATENÇAO: O Projeto *Arte em Aberto*
convida para a palestra sobre *poesia concreta*, com *Francisco K*,
encerrando a 1ª etapa de seu ciclo inaugural (a 2ª etapa começará logo na
semana seguinte),
na Livraria *Sebinho* (406 Norte, Bl. C),
às *19 h. *(e pouco) do dia *14 de maio *(*segunda*):
palestrA

* POESIA*
*
CONCRETA

*
(audio(re))*vista*
*
O palestrante e pretenso poeta, não sem alguma irritação com o epíteto de
"concretista" que lhe é insistentemente atirado, resolve revidar com a
questão: *Was ist das – die Konkrete Dichtung?* ("O que é isto – a Poesia
Concreta?")

E intenta fazê-lo, sem dúvida, como alguém que foi formado nessa poética:
tanto por seus poemas, como por suas proposições crítico-teóricas – e,
também crucialmente, por seu modo de olhar (e traduzir) a tradição.

É sabido que a "poesia visual" existe, se não já nos primórdios da escrita,
ao menos desde o período helenístico. Qual, então, a real "novidade"
trazida pela poesia concreta, esse movimento coletivo e internacional dos
anos 1950 e 60, que tem no Brasil seu mais rico e consistente centro
irradiador?

A ideia de transpor para a forma escrita (visual) características do
objeto/conceito denotado verbalmente corresponde a uma proposta poética
ingênua (a "falácia icônica")? Como avaliar, no campo da poesia, a força e
as limitações dos conceitos de *ícone*,**de *ideograma *e de
*isomorfia*("conflito de fundo-e-forma em busca de identificação")? O
que dizer,
ainda, dos embates concretos de *analogia* e *ironia*?

Como transcorre, no tempo, a poética concreta (brasileira)? Como o *plano
piloto para poesia concreta* (1958) sintetiza todo um percurso de pesquisas
coletivas – e por que esse programa é sistematicamente descumprido nos
lances criativos desses mesmos poetas que lhe sucedem?

Como considerar os movimentos que, no Brasil, surgem em oposição à poesia
concreta – ou o que dizer da recepção (e seus desdobramentos) ao movimento
no exterior?

E, afinal, como fica a poesia concreta (ou seu legado) no novo ambiente –
digital e eletrônico – de trocas incessantes de textos + sons + imagens,
num cenário aceleradamente mutante e saturado de informações?

[O palestrante se dará por satisfeito se conseguir responder, fazendo-se
entendido, ao menos algumas dessas questões... para isso vai contar, é
vero, com o poderoso auxílio do PowerPoint.]

*Francisco K* é poeta e ensaísta, com 5 livros de poesia publicados, além
de *Poesia? – e outras perguntas* (7 Letras, 2011), coletânea de textos
críticos (vários dos quais tratam da poesia e dos poetas concretos).
Escreveu dissertação sobre o filme *Limite*, de Mário Peixoto.

domingo, 13 de maio de 2012

TODA A VERDADE À COMISSÃO DA VERDADE

Por Márcia de Almeida

A escolha dos sete membros da Comissão da Verdade, foram escolhidos, e
ela tem tudo para andar pra frente, se enfrentar as minhas terrestres
que os militares porão no caminho das descobertas e revelações.

Vejam que time:


Cláudio Fontelesfoi procurador-geral da República de 2003 a 2005. Na
década de 60, atuou em movimento estudantil ligado à esquerda
católica. Atualmente, é membro do Conselho de Defesa dos Direitos da
Pessoa Humana, faz trabalhos de assistência social e estuda teologia.


Gilson Dipp é ministro Superior Tribunal de Justiça (STJ) desde 1998 e
do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desde 2011. Foi
corregedor-nacional de Justiça de 2008 a 2010 e preside a Comissão de
Juristas com a finalidade de elaborar o anteprojeto do Código Penal.


José Carlos Dias é advogado criminalista e autor de dois livros de
poesia. Foi ministro da Justiça entre 1999 e 2000, no governo FHC.
Atualmente é conselheiro da Comissão Justiça e Paz de São Paulo e
membro do conselho curador da Fundação Padre Anchieta.
José Paulo Cavalcanti Filho é advogado no Recife, escritor e consultor
da Unesco e do Banco Mundial. Presidiu o Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (Cade) entre 1985 e 1986 e foi ministro interino da
Justiça no governo de José Sarney.


Maria Rita Kehlé psicanalista, ensaísta, crítica literária, poeta e
cronista. Durante o regime militar, foi editora do Jornal Movimento,
jornal alternativo de contestação à ditadura. Em 2010, ganhou o Prêmio
Jabuti de Literatura com o livro "O Tempo e o Cão".


Paulo Sérgio de Moraes Sarmento Pinheiro é professor aposentado de
ciência política, escritor e consultor. Foi secretário especial dos
Direitos Humanos, no governo Fernando Henrique Cardoso, e relator das
duas primeiras versões do Programa Nacional de Direitos Humanos
(PNDH), em 1996 e 2002. Atualmente preside a comissão da ONU que
investiga crimes contra os direitos humanos na Síria.


Rosa Maria Cardoso da Cunha é advogada criminalista, professora e
escritora. No início da carreira, especializou-se na defesa de crimes
políticos. Atuou também nas áreas de meio ambiente, mercado
financeiro, direito do consumidor e crimes de imprensa. Foi advogada
de Dilma Rousseff durante a ditadura.

Esperemos que, se não pudermos mesmo fazê-los pagar pelas
monstruosidades ( na Argentina, a comissão também começou tímida e com
poucos poderes), que possam ser identificados e seus nomes tornados
públicos. Se mortos, que envergonhem os netos, como o neto de Mario
Lodder, o dono da Casa da Morte de Petrópolis, que deve ser tombada,
que disse não saber de nadica do que ocorreu ali.

E que também descubra se é verdadeira a história de que 5 integrantes
do Araguaia foram soltos, ganharam outra identidade e foram proibidos
de reaparecer. Estão sob vigilância até hoje? Devem estar, pois o
Exército tem informações de que Helio Luiz Navarro de Magalhães, amigo
e filho de uma família muito amiga, teria dois filhos e trabalhado
numa multinacional francesa. Como saberem isso, se o cara sumiu?

São, se vivos, as únicas 5 testemunhas sobre o que, realmente, se deu
ali, além de 20 mil homens para matarem 69 guerrilheiros, a maioria
por volta dos 22 anos.

Publiquei, em 83, pela Marco Zero, a única ficção sobre a guerrilha do
Araguaia, chamado Casulo das Águas, e conta a história através de
relatos reais e é a história da dor da família que perdeu seu membro,
justamente, o Helio Luiz, codinome Edinho.

Agora os ruralistas querem rever o conceito de trabalho escravo, pra
não perderem suas terras. Tem que desapropriar e pronto. O século é
XXI, é a redefinição de trabalho escravo é...trabalho escravo.Um
ruralista declarou que um pedaço de terra vale mais que a vida humana.
Aos domingos, deve ir à missa e comungar.

A esquerda ganhou na França, e a Grécia patina, depois das últimas
eleições, sem conseguir formar um governo de coalizão. Podem ter que
fazer outra eleição e, saindo da zona do euro, não queria estar na
pele deles. Aliás, eu não queria estar na pele deles de forma nenhuma.

Já são nove os países europeus com governos xenófobos. Depois, quando
se fodem, emigram.

Enquanto o filho Thor é condenado por homicídio culposo ( sem intenção
de matar), Eike Batista comprou metade do Rock in Rio.

Onde anda Sérgio Cabral?

Obama saiu do muro, como Dilma deveria fazer, e logo, e se declarou a
favor do casamento LGBT. Boa parte dos financiadores da sua campanha
são do segmento e estavam putos com a indefinição dele.

O presidente da Nova Zelândia também se pronunciou a favor.

E você, tia Dilma? Vai continuar no discurso "não mexerei na família
brasileira"?

Fico por aqui. Desejo às mães que pariram e às que não o fizeram, um
dia cheio de alegrias e que os filhos não as levem para os
restaurantes, onde esperarão duas horas para poderem se sentar.

Não sei o que vai ser o CURTIR TAMBÉM É CIDADANIA de hoje. Talvez,
Angela Maria cantando "mamãe, mamãe, mamãe!/avental todo sujo de
ovo"...

Dia desses, voltaremos a sair sábado pela manhã, como sempre.

Bom domingo.

Marcia de Almeida
Editora
www.emdiacomacidadania.com.br

terça-feira, 8 de maio de 2012

CÓDIGO FLORESTAL: VETA DILMA

O tempo está se esgotando para a Amazônia! Vamos entregar uma forte e ensurdecedora petição com 2 milhões de assinaturas para Dilma antes que ela tome a decisão final – encaminhe para todos!Caros amigos do Brasil,

Há alguns dias, o Congresso aprovou um projeto de lei catastrófico que dá aos madeireiros e fazendeiros carta branca para desmatar enormes faixas de nossas preciosas florestas, da Amazônia à Mata Atlântica. Agora, somente a presidenta Dilma pode barrar essa lei. O universo está conspirando a nosso favor. Em algumas semanas, Dilma será anfitriã da maior conferência ambiental do mundo. Informantes nos disseram que ela não aceita pagar o preço de ser considerada a líder que aprovou a devastação da Amazônia. Dezenas de pessoas já foram assassinadas por serem contra o desmatamento – agora é a nossa vez de fazer pressão e forçar Dilma a escolher a opção do veto. Não temos tempo a perder – ela pode tomar uma decisão a qualquer momento. Vamos dar mais força à nossa petição de 1.2 milhão de assinaturas. Clique abaixo para salvar a Amazônia e divulgue essa campanha para todos – quando alcançarmos 2 milhões de assinaturas a Avaaz juntará forças com ex-ministros do Meio Ambiente para entregar a petição diretamente para Dilma: http://www.avaaz.org/po/brasil_veta_dilma/?vl Na última década, o Brasil conseguiu reduzir amplamente os índices de desmatamento, chegando a 78% de redução entre 2004 e 2011. A razão? Uma legislação florestal aclamada mundialmente, aplicada pela polícia federal, e o monitoramento via satélite. Mas esse novo e perigoso código ameaça desfazer esse progresso e provocar o desmatamento total. Os assassinos de florestas estão festejando – não somente essa nova lei vai possibilitar o desmatamento de uma área do tamanho dos estados de Minas Gerais e São Paulo juntos, como também concede anistia para todos os crimes de desmatamento do passado. Dilma já disse que quer chegar a um "acordo" entre o lobby pró-desmatamento e os defensores ambientais. Entretanto sabemos que o acordo não é necessário – no Brasil, o desenvolvimento econômico e a proteção de nosso meio ambiente andam de mãos dadas. Estudos confirmam que a incrível transformação da agricultura do Brasil está fortemente baseada no aumento da produtividade e não na expansão de terras. Enquanto isso, na Rússia, a proteção branda das florestas levou a consequências desastrosas – o aumento enorme dos incêndios em florestas e uma redução de 20% na produção de trigo do país. 79% dos brasileiros em todo o país rejeitam a mudança na legislação florestal. Vamos garantir que sejamos escutados antes que seja tarde demais. Assine agora a petição para Dilma vetar imediatamente o Código Florestal e, em seguida, encaminhe esse email para todos: http://www.avaaz.org/po/brasil_veta_dilma/?vl Nos últimos 3 anos, membros brasileiros da Avaaz deram grandes saltos em direção ao mundo que todos nós queremos: ajudamos a aprovar a Ficha Limpa contra todos os desafios e pressionamos nosso governo a assumir um papel de liderança na ONU, proteger os direitos humanos ao redor do mundo, e intervir em apoio à democracia no Oriente Médio. Agora, mais uma vez, é hora de preservarmos o nosso mais precioso tesouro natural para o bem de nossos filhos e netos. Com esperança e determinação, Luis, Pedro, Diego, Alice, Ricken, Maria Paz e toda a equipe da Avaaz Mais informações: 'Dilma disse que não vai nos decepcionar', diz Minc sobre Código Florestal (Folha de S. Paulo)http://www1.folha.uol.com.br/poder/1081843-dilma-disse-que-nao-vai-nos-decepcionar-diz-minc-sobre-codigo-florestal.shtml Dilma deve vetar partes do Código Florestal que levem a anistia, diz Ideli (G1)http://g1.globo.com/politica/noticia/2012/04/dilma-deve-vetar-partes-do-codigo-florestal-que-levem-anistia-diz-ideli.html Código Florestal foi votado, mas batalha continua (Reuters)http://br.reuters.com/article/topNews/idBRSPE83P0AX20120426 Código Florestal: os principais pontos do texto aprovado (O Globo)http://oglobo.globo.com/pais/codigo-florestal-os-principais-pontos-do-texto-aprovado-4738934#ixzz1tEoUD3xV Para ambientalistas, texto aprovado do Código Florestal ampliará o desmate (O Estado de S. Paulo)http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,para-ambientalistas-texto-aprovado-do-codigo-florestal-ampliara-o-desmate,865403,0.htm Comunicado IPEA 96http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/comunicado/110616_comunicadoipea96.pdf Código florestal em roleta russahttp://www.zeeli.pro.br/Novo/Arquivos/Artigos/Valor/2012/Codigo_florestal_em_roleta_russa.aspx

sexta-feira, 4 de maio de 2012

ALGUNS POEMAS CARIOCAS


POEMAS CARIOCAS

Luis Turiba

Frescarioca


Os ventos do Corcovado

Não são os do Pão de Açúcar

Mas em nosso apartamento

Eles se cruzam

Onde o vento faz a curva

              Benzâ Rio

              diabético,
              todo dia dou uma mordida no Pão de Açúcar
              agnóstico,
              benzo-me só em olhar pro Cristo Redentor

              e assim, vejo patos pretos surfando em V
              pelo céu azul-laranja seguindo o líder:
              um helicóptero das forças de segurança


         OSWALD AVENIDA

Pessoas vão
Pessoas vêm
Pessoas vêm
Pessoas vão
Pessoas vêm vão
Vão vêm
Vêm vão
Pessoas pessoas
Pessoas
Vão vão vão
Vêm vêm vão
Pessoas


Pessoas vêm vêm
Pessoas vão vêm
Vêm vão vão vêm
Pessoas
Pés soam
Pés soam...
Pés soam.....


    
Suspeitas
Imundas, encardidas no aço brilhante
escadas rolantes levam pessoas
do oco ventilado da terra
ao repentino céu azul
dos dias lindos drummondianos.
Na superfície,
as cinco águias pousadas no Palácio do Catete
desde o século passado
vigiam os passos suspeitos
dos que passam apressados.
Olham pra lá,
olham pra cá.
Mas na real, elas é que são
suspeitas de terem
tramaaaado o suicídio de Getúlio


Apo(zen)tado

aposentadoria,
quem diria que iria (eu)
conseguir uma
... algum dia

aposentado
lanço calado
meu legado:
ninguém me segura mais
sentado.












quarta-feira, 2 de maio de 2012

OSCAR NIEMEYER É INTERNADO NO RIO

Niemeyer deu entrada no Hospital Samaritano, na Zona Sul.
Segundo as primeiras informações, o estado de saúde não é grave.

Do G1 RJ


O arquiteto Oscar Niemeyer, de 104 anos, está internado nesta
quinta-feira (2), no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do
Rio de Janeiro. Segundo as primeiras informações, o estado de saúde
não é grave.

Em abril de 2011, o arquiteto passou 12 dias internado também no
Samaritano, por causa de uma infecção urinária.

AS ÁGUAS VÃO ROLAS NA CPI DO CACHOEIRA

É A ÉTICA DO MERCADO, ENTENDEU?

Luis Turiba

Acorda eleitor pois o bagulho é sério. Desde que aquela falante
gordinha da Rufolo apareceu no Fantástico expelindo a lapidar frase "é
a ética do mercado, entendeu?", justificando com a naturalidade de
quem vai à manicure ofertas de pomposas propinas em troca de favores
hediondos, que a dita fala vem reverberando no inconsciente coletivo
da brasilidade. Existe essa ética? E esse mercado?

Agora, Inês é morta. A República está prestes a paralisar-se enroscada
nas secretas tubulações das redes de corrupção do poder político. As
penetrações do Cachoeira são mais profundas do que as do pré-sal.
Duvida? Aposto a sétima face do dado que vai ser difícil, quase
impossível, assar essa pizza. Já não depende só deles, os políticos, o
lado mais podre desse imblóglio.

É dossiê pra tudo quando é lado. A CPI dos Cascateiros vem com tudo,
jogando lama como lavas de um vulcão mercadológico guloso por erupções
– ops, comissões – cada vez mais rechonchudas. Será que a tal "ética
do mercado" finalmente desnudadar-se-a no Congresso Nacional? Mais uma
vez a máxima de Stanislaw Ponte Preta se coloca para a sociedade: "Ou
restaura-se a
moralidade ou locupletemo-nos todos!"

Calma que o Brasil (ainda) é nosso, lembra o incauto bem intencionado.
É verdade: quem não deve não treme. O povo está realmente enojado
desse jogo? Banir a ética do mercado, substituindo-a pela ética da
cidadania. Mas Brasília (não seu povo) segue na contra-mão da história
sofrendo de um tremendo treme-treme. Ôpa, não empurra: o sistema está
nervoso. Estão querendo ofender minha honra, esquiva-se o corrupto que
acredita piamente em sua inocência. Afinal, essa é a ética do mercado.
Tem culpa eu? Pode vir quente qu´eu estou fervendo. Pede pra sair
Zero-Um!! Afinal, a transparência se tornou pilar da democracia. Todo
mundo grava todo mundo.

Enquanto isso, na sala da justiça, Dom Little Charles Cachoeira brada
com voz de trovão, rei do Goiás: "É tudo cascata, tudo cascata."
Cachoeira tem sete quedas. Cada queda, um tombo. Cada tombo, um rombo.
Cada rombo, um assombro. Tá ligado? Além da rede interligada – lembram
do poema do Drummond: "João amava Teresa que amava Raimundo que amava
Maria que ..." –, estão todos grampeados. Senadores, deputados,
governadores, ministros, arapongas, aspones. São fios-terra do
sistema, farinha do mesmo saco, secreções que fazem a liga. Ninguém
escapa dos respingos dessa Cachoeira, exemplo vivo da tal da ética do
mercado.

A torre do Demóstenes foi engolida pela rainha justiça. O mensalão de
Zé Dirceu e Jeferson reacendeu para reviver um pesadelo que parecia
findo e adormecido. Agnelo foge dos fantasmas de Roriz e Arruda. Isso
tudo num ano eleitoral: Delta, Goiás, Brasília, PAC, Copa, governos,
gangers, operações da PF - que barafunda, meu Santo Onofre.

Assim, frase que cheirava a deslumbramento de um delírio de domingo à
noite, materializa-se na mídia, no mundo político de duvidosas
relações empresariais. É assustador. O que vem por aí é teste para
cardíaco. Até Dilma já avisou: "não serei complacente com erros". A
cobra vai fumar. Parece até praga de sogra. Ayres Britto neles! Esse
tipo de ética o mercado não merece.

*É poeta e trabalha com projetos culturais





--
Ou a gente se Raoni
Ou a gente se Sting

Luis Turiba



--
Ou a gente se Raoni
Ou a gente se Sting

Luis Turiba



--
Ou a gente se Raoni
Ou a gente se Sting

Luis Turiba

terça-feira, 1 de maio de 2012

A COPA DO PONTA-PÉ NA BUNDA

 
 

RENATO RIELLA

COITADA DA FIFA!


A Fifa tenta levar o Brasil a sério e até ameaça dar um pontapé na bunda dos brasileiros, para que a Copa do Mundo de 2014 ande no ritmo europeu (sueco ou francês, ou alemão).

Coitada da Fifa! Os brasileiros, desde pequenos, têm a bunda blindada e até são chamados, como elogio, de CDF – que significa "c. de ferro". Não há pontapé europeu que nos abale.

A Fifa verá que, no Brasil, até os gandulas roubam (imaginem os/as bandeirinhas!) Por aqui criou-se a figura do gandula que solta ou segura a bola para ajudar um time preferido, situação que um inglês, por exemplo, nunca seria capaz de criar. Eles não têm imaginação!

No Brasil, não! Imaginem os mascotes que vão entrar com jogadores famosos na abertura dos jogos. Imaginem bem quem serão! Claro que as amantes dos presidentes de federação indicarão seus filhos para esta enaltecedora tarefa. Se Carlinhos Cachoeira estivesse vivo também teria mascotes a sugerir, pois a garotada precisa ver Messi e Cristiano Ronaldo de perto, ora essa!

E os cambistas? Dá para acreditar que no Ceará, na Bahia ou no Rio de Janeiro não haverá gente do povo, flanelinhas e batedores de carteira, vendendo pelo triplo do preço ingressos para os principais jogos? Não há Fifa que consiga neutralizar os cambistas brasileiros, os mais eficientes do mundo.

Não sei como as charangas vão conseguir entrar nos estádios, mas aqueles tocadores desafinados de trombone, do Vasco ou do meu Bahia, certamente estarão instalados nas arquibancadas, tocando sambinhas e hinos dos principais times. A Fifa que tente impedi-los, dando-lhes suaves pontapés nos traseiros.

OBA! PONTO FACULTATIVO

Nos dias de jogos, aqui ou ali, haverá ponto facultativo, essa inacreditável invenção brasileira, que deixa a gente sem trabalhar, sem ser feriado. Como explicar isso aos posudos representantes da Fifa? Eles nunca acreditarão que o povo estará liberado para brincar, torcer, comemorar e criar confusão nas entradas dos estádios. Sem que nenhuma lei autorize isso: é facultativo!

Outro grande trunfo brasileiro é a venda de camisas. Barcelona, Milan, Seleção Argentina, Flamengo, Seleção Francesa e principalmente a Canarinha estarão bem representados do lado de fora dos estádios, por gente que venderá camisas semi-oficiais (falsificadas, é claro). Nem se trouxer a Scotland Yard ou a CIA a Fifa conseguirá impedir essa prática secular, que democratiza o uso dos grandes esquadrões pelos pequenos brasileiros.

O Brasil é diferente. Você acha que haverá caos nos aeroportos? Tenho certeza que não. Na reta final, as alfândegas vão aplicar o liberou-geral. Quem demora duas ou três horas para sair dos aeroportos, depois de viagens internacionais, vai chegar às ruas em 10 minutos. Isso sem que o Brasil faça maiores investimentos, nem planejamento especial, e sem aumentar o pessoal, pois não dá mesmo tempo para contratar e treinar tanta gente.

A Fifa preocupa-se em permitir a venda de cerveja nos estádios, porque uma marca de bebida patrocina a Copa. O brasileiro não está nem aí e bebe todas do lado de fora, antes dos jogos, com ou sem lei. Aqui vale tudo.

Portanto, não venham chutar a nossa bundinha brasileira à toa. Sabemos bem como fazer uma Copa, ao nosso estilo.

Depois da Copa, muito europeu talvez resolva ficar para sempre no Brasil, um país onde tudo é possível. Onde há muito tempo já se cantou que é proibido proibir.

VAMOS TREINAR OS GANDULAS!

E o técnico Mano Menezes, se sobreviver, não esqueça: é preciso treinar bem os gandulas, pois eles podem ser decisivos. No domingo passado já foram, em diversas partidas. Quem quiser que não acredite nessa tática mortal, infalível e brasileira...