sexta-feira, 15 de julho de 2011

INESQUECÍVEIS HISTÓRIAS DE FÉRIAS (1)

Foto de Vânia Pinheiro

O Pagador de Micos

Luis Turiba
Nada, mais nada mesmo, paga a conta da alegria paterna de curtir minhas pequenas meninas saltitantes de felicidade correndo pela praia, aprendendo a dar os primeiros mergulhos nesse mar gelado do inverno ensolarado de Copacabana.
Até pensei que receberia em plena TV o troféu "Mico do Ano" ao ser enterrado vivo como um tatuí empanado em plena areia molhada, milhares de pessoas passando e vendo aquele vexame suburbano ali exposto. Mas como negar um pedido de Manu, embora ela tenha dito que a idéia foi de Vania, mas o planejamento da ação terrorista foi de mesmo da cerebral Luisa Turiba.
De qualquer maneira a experiência valeu, principalmente depois do micaço que paguei à noite. Sabe aquele barulhinho irritante de TV chuviscando fora do ar? Pois então....
As meninas chegaram ao Rio para as primeiras férias na cidade maravilhosa com a recomendação da mãe: "cuidado com os bueiros!". Elas chegavam a pular quando passando em cima de um, tal o medo das tampas voadoras. E pensar que crianças já tiveram medo de bicho papão.
Mas dessa vez estávamos no charmoso Café Croasonho, esquina de Barata Ribeiro com Santa Clara, quando um desses zumbidos secretos que ninguém sabe de onde vêm, tomou conta do ambiente. As atendentes e até a gerente começaram a ligar e desligar os aparelhos, as televisões, o ar condicionado, todo mundo olhando em volta, procurando no chão algum escapamento de gás do envenenado sub-solo do Rio, quando uma moça olhou pra mim e mandou em alto e bom tom:
- Senhor, o senhor usa telefone com televisão?
Naturalmente respondi:
- Sim, mas a TV não está funcionando. Pensei que a moça quisesse avisar para algum canal de TV sobre aquela zumbição que já durava pra mais de cinco minutos.
 
Foi aí que minha cara foi ao chão.
- Desculpe, mas reparei que esse barulho estranho começou quando o Sr. tirou a mão do bolso.
Era a TV do meu celular que estava ligada. O acontecimento vinha do meu bolso e eu nem havia me dado conta. Desliguei o celular e cabisbaixo, rubro de vergonha, tive que aguentar uma gargalhada geral do restaurante e a encarnação das minhas três meninas.
Paguei o mico, a conta e a historia mais esdrúxula da nossa divertida férias. Ah, mas como valeu a pena.

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