quinta-feira, 24 de julho de 2014

ESCOLA BOMBA

 

Luis Turiba

 

Quando se bombardeia uma escola

de pássaros em primeiros passos

- estilhaços de vidros, pó de fogo,

fumaça tóxica venal e ácida nos

corpos nos olhos de quem já não tem

lágrimas nos rostos plásticos –

mata-se mata-se mata-se mata-se

famílias Cristos todos micros organismos

que possam sobreviver em espíritos

desce-se ao inferno dos infernos quando

o pequeno neto do avô esquelético é

arremessado como tijolo oco nos

escombros dos horrores sem lei

sem lógica sem chance de retorno

da bola de fogo que jaz do ensino ao forno

entre o silêncio o silvo e o estampido

quando bombas arrasam escolas em Gaza

é cortado o cordão umbilical com o humano



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