segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

CHEGOU 2013


FELIZ NOVO ANO NOVO


Antropofagicamente, aproveito o revoado cartão do supremo poeta Zuca Sardanga, enviado diretamente da Alemanha, onde mora, para desejar a todos que convivem vivamente nesse cibernético e democrático espaço da internet, um FELIZ NOVO ANO NOVO com muito AMOR no coração.

Só Ele é capaz de salvar!

Só o AMOR nos conduz a LUZ, a PAZ, a PROSPERIDADE, a SOLIDARIEDADE, a JUSTIÇA, a CRIAÇÃO, a POESIA, a ETERNIDADE.

No mais: bola pra frente que atrás vem gente. 

....e como vem......


Luis Turiba 




sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

"ABRAÇAÇO" DE CAETANO VELOSO É PARA ROGÉRIO DUARTE

O "ABRAÇAÇO" DE CAETANO É PARA ROGÉRIO DUARTE


Luis Turiba


Não sei se consciente ou inconsciente, mas foi Rogério Duarte quem recebeu o grande "Abraçaço" deste fim de ano. 


O CD de Caetano Veloso tem um lado gráfico genial, como um jogo borgeano de espelhos com rostos (principalmente o do próprio Caetano) e muitas mãos e muitas posições. Mas no centro desse múltiplo jogo, lá no âmago, está no rosto de Rogério, "o gênio por trás dos gênios", com sua longa-linda barba branca que ele carrega no seu exílio no interior da Bahia.


Mas a grande homenagem que o setentão Caetano Veloso faz ao setentão Rogério Duarte está mesmo na gravação da belíssima canção de ninar "Gayana" (o amor que vive em mim/ vou agora revelar/ esse amor que não tem fim/ já não posso em mim guarda/eu amo muito você), única que não é de Caetano, mas que ele canta quase à capela com um sentimento transcedental. Uma grande declaração de amor ao companheiro de jornada.

Rogério, para quem não sabe, foi o "exu-mensageiro" da Tropicália. Segundo Fabio Godoh escreveu no Overmundo, "ele foi o mais lúcido ideólogo das nossas vanguardas, verdadeiro cerébro pop-dadaísta por trás de bananeiras e pedestais, foi o responsável pela elaboração das premissas epistemológicas mais fundamentais do que veio a ser grafado como Tropicalismo, no final da década de 60." 

Ah, o "Abraçaço" é um CD difícil de ser ouvido sim, mais lindamente caprichado com belíssimas longas canções como a "Comunista" dedicada ao revolucionário Carlos Marighela. É o Caetano dos bons e velhos tempos, sem o mínimo compromisso com a mídia e o sucesso televisivo. 

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A ONÇA ESTÁ SOLTA

A ONÇA

P/ todas as mulheres que são ou foram agredidas por (r)atos covardes

Luis Turiba

Com sua pele de pérolas pintadas
Ardil, silenciosa, ativa & espreitosa
A carnívora onça cerca a sua caça
E lhe desfere golpe (ar)dente: arrasa

A onça é amiga do índio da mata
E jamais será (- por quem?) escravizada
Em seu território livre em sua morada
Felicidade dela: não foi domesticada

A onça tem seus olhos de esmeralda
Um cio de fogo, dentes garras saltos patas
Quer no afago ou no combate insano
Onça já sabe: não mais perdas e danos

Onça é a fera mais feroz das brasileiras
Fêmeas esguias na luta armam os corpos
São mães & mulheres trabalhadeiras
Se fazem vivas, porque são bichos soltos

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

DERRICK DE KERCKHOVE, HERDEIRO DE McLUHAN


ESTAMOS TODOS ELETRIZADOS", diz
Derrick de Kerckhove, herdeiro de McLuhan

Por Luis Turiba

Derrick de Kerckhove foi professor do Departamento de Letras da Universidade de Toronto, no Canadá, mas mora em Barcelona e passa grande parte do ano em Nice, na França, escrevendo e fazendo pesquisas. É, portanto, um cidadão do mundo e vive a "Aldeia Global" vislumbrada por Marshall McLuhan na década de 60, para quem "o meio é a mensagem".

Teórico militante e apaixonado da Era Digital, Derrick está no Rio onde faz palestra hoje (11/12) no fechamento do ciclo de debates "Inter-Agir", que durante o segundo semestre deste ano aconteceu no espaço Oi Futuro do Flamengo.

Batemos um bom papo com Derrick no iluminado cair da tarde de ontem (10/12) no bar do Arpoador In, em Ipanema.Vindo do inverno no Hemisfério Norte, ele se deliciou com a paisagem tropical cantado por Tom Jobim e Vinícius de Moraes.

Ana Lúcia Pardo, coordenadora, pesquisadora e pensadora do ciclo "Inter-Agir" e eu, anotamos algumas das questões que foram levantadas nessa conversa não-linear, que teve também a participação da arquiteta Rosane Araújo, autora do livro "A cidade somos nós", e dos professores Potiguara M. Silveira Júnior e Aristides Alonso. No final, Rosane ganhou de Derrick o livro "Lo que McLuhan no predijo", onde 19 pensadores fazem em textos homenagem ao mestre da comunicação global.

Eis a síntese jornalística da conversa.

Pergunta – Na década de 60, McLuhan previu que o "meio é a mensagem". Com a globalização da internet, o sr. considera que já vivemos essa realidade?

Derrick de Kerckhove – Eu tenho um livro cujo título é "O que McLuhan não previu". Mas ele disse em 1962 que o próximo meio de comunicação poderia ser a expansão da consciência contida na TV. Ele previu que a TV iria se transformar em uma múltipla forma de arte. Isso é o youtube. A televisão é uma forma de arte muita cara, mas é dada de graça para todos via internet no canal youtube. As mudanças aconteceram velozmente. De repente, o melhor sistema de armazenamento de informações, que é a biblioteca, se tornou absoleta, pois vivemos na era onde tudo está conectado e existe o Wikipedia. Todo o poder de decisão agora é dado aos contribuintes, aos participantes. Por último, foi criada uma nova economia. Atualmente na França, os negócios com e pela internet correspondem a 7% do PIB francês e é o dobro do PIB da agricultura naquele país.

Pergunta – Como a internet interfere no psique dos seres humanos nesse atual estágio da civilização?
Derrick de Kerckhove – Precisamos saber qual o atual estágio do uso e da transformação da eletricidade para a comunicação entre seres humanos. Digamos que num primeiro momento foi o do aparecimento do telégrafo. O telégrafo é o ponto de encontro entre a velocidade máxima e a complexidade da linguagem. Esse foi o maior casamento de poderes que já existiu. Depois a invenção de telégrafo, o homem viveu três novos estágios do uso da eletricidade: a luz, o calor e a energia. O próximo estágio é imaterial, quando a eletricidade se transforma em linguagem. Por último, vem o telefone celular, que é a eletricidade atuando em forma de comunicação em cada um de nós. Estamos todos eletrizados.

Pergunta – Quais são as propostas que o Sr. trás para o fechamento do Ciclo de Debates "Inter-Agir"?
Derrick de Kerckhove – Já não dirijo mais o "Programa McLuhan de Cultura e Tecnologia, em Toronto. Dou aulas e faço pesquisas. Moro em Barcelona e vou muito a Nice, na França, e também a Toronto, no Canadá. Aqui no Rio, no Oi Futuro, nós vamos falar sobre a transformação cultural das mídias e sobre o inconsciente digital. Tudo sobre vocês que vocês ainda não sabiam. A Internet hoje influencia em tudo. Nas coisas que você gosta, que você faz e até em como você vota. Tudo que as pessoas podem saber sobre você como se você fosse sua persona digital.

Pergunta – Por quê você fez tanta questão de voltar ao Rio de Janeiro, cidade que já visitou no ano 2000, quando conheceu a comunidade da Cidade de Deus. O que lhe atrai no Brasil, o que busca nesse país tropical?
Derrick de Kerckhove – O Rio de Janeiro é uma marca, um mito. É a concentração da cultura brasileira com toda sua complexidade, dentro de um cenário maravilhoso. O carioca tem a característica dos portugueses e algo mais que se transforma na gente brasileira. Os brasileiros são mais gentis que os portugueses, sem dúvida. Além do mais, o corpo está presente, é atuante, como não acontece em muitas culturas do hemisfério Norte. Se não morasse na Europa, iria arrumar um jeitinho e um lugar para vim morar no Rio – mas não em outro lugar do Brasil.

Pergunta – Qual o impacto da Era Digital no ato criativo? Como isso acontece?
Derrick de Kerckhove-  No começo da cultura ocidental, depois da criação do alfabeto, vieram as Musas. Aí, os sentidos foram divididos; ouvir, escrever, falar, dançar. Com a eletricidade, criou-se a digitalização e tudo começou a se juntar novamente. O que antes era ópera, com dança e cantos, hoje pode ser uma arte híbrida. Mesmo o cinema na Era Digital começa a ser outro tipo de cinema. Podemos continuar fazendo Bertolt Brecht como um teatro clássico, mas Antoun já é multimídia. O consumidor passa a ser também o produtor e assim o teatro é autogerado. Sem dúvida, a arte sofreu um grande impacto e é outra na Era Digital. 







segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

DALTON TREVISN GANHA O "Prêmio Camões 2012"



                            MinC e FBN entregam Diploma Prêmio Camões 2012
Cerimônia de entrega do principal reconhecimento da literatura em língua portuguesa será realizada na Biblioteca Nacional no próximo dia 12
 
"Dalton Trevisan significa uma opção radical pela literatura enquanto arte da palavra", assim definiu o júri do Prêmio Luís de Camões, no dia 21 de maio deste ano ao escolher, por unanimidade o autor curitibano. A entrega do Diploma do Prêmio promovida pelo Ministério da Cultura, Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e Instituto Camões, ao enigmático Trevisan, avesso a aparições públicas, será feita no próximo dia 12, quarta-feira, às 18h30 no Auditório Machado de Assis, na Biblioteca Nacional. Não, não será dessa vez que o escritor dará o ar da graça, ele será representado por sua editora, Sônia Jardim, no momento de receber o máximo reconhecimento da literatura em língua portuguesa.
"O Prêmio Camões é o grande momento de consagração da literatura em língua portuguesa e uma possibilidade para que nossos países mostrem para o mundo a literatura de grande qualidade que se produz no nosso campo cultural", ressalta Galeno Amorim, presidente da FBN. Aos 87 anos, Trevisan entra no hall de autores clássicos que também foram consagrados com o Prêmio Camões, como José Saramago, Rachel de Queiroz, João Cabral de Melo Neto e Rachel de Queiroz.
Considerado o maior contista contemporâneo, Dalton Trevisan acumulou vários prêmios durante a vida literária, sua primeira publicação Novelas Nada Exemplares (1959) recebeu o Prêmio Jabuti. Seu único romance, A polaquinha (1985), ganhou o Prêmio Ministério da Cultura de Literatura em 1996. A obra figura na lista dos 10 livros que receberam bolsas do Programa de Apoio à Publicação de Autores Brasileiros na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, da FBN, em 2012.
O autor publicou também "Morte na Praça" (1964), "Cemitério de Elefantes" (1964), "A guerra Conjugal" (1969), "Crimes da Paixão" (1978), "Ah, É" (1994), "O Maníaco do Olho Verde" (2008), "Violetas e Pavões" (2009), "Desgracida" (2010), "O Anão e a Nifesta" (2011), entre outros.
O Diploma do Prêmio Camões complementa a premiação de 100 mil euros, já entregue ao autor. Instituído em 1988 pelos governos do Brasil e de Portugal, o Prêmio Luís de Camões visa a estreitar os laços culturais entre os países lusófonos, por meio da premiação de seus escritores mais representativos.


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

HERDEIRO DE MCLUHAN ENCERRA PROJETO "INTER-AGIR"



Rio de Janeiro, 05 de dezembro de 2012 – "O meio é a mensagem". Os famosos dizeres de Marshall McLuhan nunca estiveram tão em voga em tempos de internet. 

Para discutir os meios eletrônicos enquanto extensões do nosso corpo e da nossa mente, o professor da Universidade de Toronto, Derrick de Kerckhove – que foi o último colaborador de McLuhan em suas pesquisas – estará no Oi Futuro, na próxima terça-feira, dia 11 de dezembro.

A partir das 19h30, o centro cultural no Flamengo recebe o último encontro do ciclo "Inter-Agir – Na rua, na rede, na cena contemporânea", que trouxe ao Brasil importantes pensadores contemporâneos como Gilles Lipovetsky e Michel Maffesoli. Junto com Kerckhove, estará o sociólogo brasileiro, Massimo Di Felice, professor da ECA-USP. 

Ambos tentarão responder à questão "O que muda nas relações humanas na Era Digital e Tecnológica?". Para o pesquisador e professor canadense, "entramos na sociedade conectiva, nossa experiência psicológica, resultante dos últimos avanços tecnológicos, dá origem a um novo ser humano, que combina sua subjetividade com a conectividade". 

Já Felice contribuirá com uma palestra que buscará definir as qualidades específicas de um novo tipo de ativismo tecno-humano, fornecendo instrumentos para compreender as características do que ele define como um "inédito tipo de social".  

O ciclo de debates "Inter-Agir" foi concebido pela produtora e pesquisadora Ana Lúcia Pardo e é realizado desde setembro no Oi Futuro, no Flamengo, com o patrocínio da Oi e da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro. Nesses três meses, o projeto propôs-se a refletir, através de debates, oficinas, performances e intervenções artísticas, sobre os novos caminhos da arte e da cultura na era digital.  

Derrick de Kerckhove
Professor do Departamento de Francês da Universidade de Toronto, foi diretor do Programa MacLuhan de Cultura e Tecnologia, de 1983 até 2008. Participou do projeto "Rientro dei Cervelli", na Faculdade de Sociologia da Universidade de Napoles Federico II, onde lecionou "Sociologia da Cultura Digital" e "Marketing e novas mídias". Derrick acompanha as mudanças socioculturais provocadas pela popularização da internet e das tecnologias da informação. Ex-assistente e herdeiro intelectual de Marshall McLuhan, é autor de vários livros, como "Brainframes: Technology, Mind and Business" (1991) e "A Pele da Cultura" (Ed. Annablume 2009).
Massimo Di Felice
Sociólogo pela Universidade La Sapienza de Roma, doutor em Comunicação pela  Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e Pós-doutor pela Universidade Paris V, Sorbonne. É professor da PPGCOM da USP e coordenador do Centro de Pesquisa ATOPOS (ECA/USP), dedicado aos estudos sobre as transformações sociais promovidas pelo advento das tecnologias comunicativas digitais. É também professor visitante da Libera Università di Lingue e Comunicazione (IULM) de Milão e autor de ensaios e artigos editados  na Itália, na França e em Portugal em prestigiosas revistas acadêmicas. No Brasil, coordena a coleção Era Digital, na qual organizou as obras Do público para as redes (2008) e Pós-Humanismo (2010); e a coleção Atopos (Editora Annablume), na qual publicou os livros Paisagens Pós-Urbanas – o fim da experiência urbana e as formas comunicativas do habitar (2009) (traduzida em diversos idiomas). Sua obra mais recente é Redes Digitais e sustentabilidade – as relações com o meio ambiente na época das redes (Annablume, 2012). 
SOBRE O Oi FUTURO

O Oi Futuro é o instituto de responsabilidade social da Oi, que emprega novas tecnologias de comunicação e informação no desenvolvimento de projetos de educação, cultura, esporte, meio ambiente e desenvolvimento social. Desde 2001, suas ações visam democratizar o acesso ao conhecimento e reduzir distâncias geográficas e sociais, com especial atenção à população jovem.

Na educação, os programas NAVE e Oi Kabum! usam as tecnologias da informação e da comunicação, capacitando jovens para profissões na área digital, fornecendo conteúdo pedagógico para a formação de educadores da rede pública, e fomentando o desenvolvimento de modelos inovadores. Já na área cultural, o Oi Futuro mantém dois espaços culturais no Rio de Janeiro (RJ) e um em Belo Horizonte (MG), com programação nacional e internacional de qualidade reconhecida e apreços acessíveis, além do Museu das Telecomunicações nas duas cidades.

O esporte é apoiado através de projetos aprovados pelas Leis de Incentivo ao Esporte, tendo sido a Oi a primeira companhia de telecomunicações a apostar nos projetos socioeducativos inseridos na Lei Federal. Em 2010, a Oi ainda lançou,por meio do Oi Futuro, seu primeiro edital para patrocínios de projetos de preservação e conservação do meio ambiente, reforçando ainda mais o compromisso com iniciativas sustentáveis.

O esporte é apoiado através de projetos aprovados pelas Leis de Incentivo ao Esporte, tendo sido a Oi a primeira companhia de telecomunicações a apostar nos projetos socioeducativos inseridos na Lei Federal. O programa Oi Novos Brasis completa seu escopo de atuação, reafirmando o compromisso do Instituto no campo da sustentabilidade, com o apoio e o desenvolvimento de parcerias com organizações sem fins lucrativos para a viabilização de ideias inovadoras que utilizem a tecnologia da informação e comunicação para acelerar o desenvolvimento humano.

MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O PROJETO
Coordenadora do "Inter-Agir" - Ana Lucia Pardo - 21- 9588-0452
Assessoria de Imprensa - Luis Turiba - 21-8288-1825
Produção:Marcela Baptista- 21-9679-2441

OI FUTURO
Rio de Janeiro, RJ/ CEP 2220010
Telefone: 21- 3131-3060

  
Leïlah Accioly
Comunicação Corporativa - Oi
Oi Móvel: (21) 8834-0055
Oi Fixo: (21) 3131-3082
Às segundas e sextas: (21) 3131-1603


MORRE NO RIO O ARQUITETO OSCAR NIEMEYER


Arquiteto de 104 anos estava internado desde 2 de novembro em Botafogo.
Reconhecido internacionalmente, ele faria 105 anos em 15 de dezembro.

Do G1 Rio

O arquiteto Oscar Niemeyer (Foto: Reuters)Arquiteto morreu, aos (Foto: Reuters)
 
 
Infográfico Niemeyer (Foto: Arte/G1)

O arquiteto Oscar Niemeyer, de 104 anos, morreu no Rio. Ele estava internado desde 2 de novembro, no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul. Reconhecido internacionalmente por suas obras, Niemeyer completaria 105 anos em15 de dezembro. A morte dele foi confirmada às 21h55.

Nesta quarta-feira (5), um boletim médico informava que o estado de saúde do arquiteto havia piorado e era considerado grave.

Ainda segundo o hospital, Niemeyer respirava com a ajuda de aparelhos e encontrava-se sedado por causa de uma infecção respiratória.

O hospital informou também que a piora do quadro clínico do paciente aconteceu após a visita do médico Fernando Gjorup nesta quarta-feira.

Histórico de internações
O arquiteto foi internado várias vezes ao longo dos últimos anos. A última foi em 2 de novembro, quando voltou ao Samaritano, seis dias depois de ter recebido alta. Desta vez, Niemeyer foi submetido a tratamento de hemodiálise e fisioterapia respiratória.

No dia 13 de outubro, o arquiteto deu entrada no Hospital Samaritano após sentir-se mal, apresentando um quadro de desidratação. Ele ficou internado por duas semanas.

Em maio, Niemeyer também esteve internado no mesmo hospital, quando deu entrada com desidratação e pneumonia. Depois de 16 dias, com passagem pela UTI, recebeu alta.

Em abril de 2011, o arquiteto ficou internado por 12 dias por causa de uma infecção urinária. Também já foi submetido a cirurgias para a retirada da vesícula e de um tumor no intestino.

Em 2010, Niemeyer também foi internado em abril, devido a uma infecção urinária.

Em 2009, o arquiteto ficou internado por 24 dias no Samaritano, entre setembro e outubro, após dores abdominais. Ele chegou a passar por uma cirurgia para retirar um tumor no intestino grosso, uma semana depois de ter sido operado para a retirada de um cálculo na vesícula.

Em junho do mesmo ano, o arquiteto foi internado no hospital Cardiotrauma de Ipanema, também na Zona Sul, queixando-se de dores lombares. Ele passou por uma bateria de exames e recebeu alta médica algumas horas depois. Na ocasião, exames de sangue e uma tomografia indicaram que Niemeyer estava apenas com uma lombalgia.

Em 2006, o arquiteto chegou a ficar 11 dias internado, após sofrer uma queda e passar por uma cirurgia.

Filha do arquiteto morreu em junho
A designer Anna Maria Niemeyer, única filha de Oscar Niemeyer, morreu aos 82 anos, em consequência de um enfisema pulmonar, em 6 de junho.

Segundo o administrador Carlos Oscar Niemeyer, filho de Anna, o avô esteve pela última vez com sua mãe, três dias antes, durante uma visita ao Hospital Samaritano, onde Anna Maria ficou mais de 40 dias internada.

Ainda de acordo com Carlos Oscar, durante o tratamento, Anna chegou a receber alta, mas voltou a ser internada no dia 1º de junho. Ela teve cinco filhos,13 netos e quatro bisnetos.

Carlos Oscar contou que sua mãe e o avô eram muito próximos e costumavam se falar todos os dias. Ele disse que Niemeyer ficou muito abalado ao receber a notícia da morte da única filha.

"O pai receber a notícia da morte de um filho é uma coisa extremamente difícil, imagina para um pai de 104 anos, a situação é ainda mais complicada", comentou Carlos, durante o sepultamento de Anna Maria Niemeyer.

Oscar Niemeyer manifestou vontade de ir ao enterro da filha no Cemitério São João Batista, em Botafogo. Mas, de acordo com os parentes, ele não compareceu após os médicos avaliarem que as condições de saúde do arquiteto não eram favoráveis.

Visita à Passarela do Samba
Em fevereiro, Niemeyer fez uma visita ao Sambódromo, durante a fase final das obras de reforma da Passarela do Samba que mantiveram o traçado original que o arquiteto projetou há 30 anos. Ele enfrentou o sol forte de meio-dia e percorreu num carrinho aberto toda a extensão da Avenida.

"Está muito bom. Melhorou muito. Este não é um trabalho só meu, é o trabalho de um grupo. Estou entusiasmado", disse Niemeyer, na ocasião.

O projeto de Niemeyer previa um equilíbrio entre os dois lados da Sapucaí, como se fosse um espelho. Com a obra, a Sapucaí passou a ter 12.500 lugares a mais, podendo acomodar 72.500 pessoas.

Trabalho em ateliê para festejar 104 anos
Autor de mais de 600 projetos arquitetônicos, Niemeyer decidiu festejar os seus 104 anos do jeito que mais gostava: trabalhando em seu ateliê de janelas amplas diante da Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio.

Em agosto de 2011, ele lançou o livro "As igrejas de Oscar Niemeyer" (Editora Nosso Caminho), na galeria de um shopping da Zona Sul do Rio.

Embora ateu convicto, o arquiteto selecionou fotos e desenhos das 16 obras religiosas, entre capelas e igrejas, que realizou ao longo de sua carreira.

"As pessoas se espantam pelo fato de, mesmo sendo comunista, me interessar pelas igrejas. E a coisa é tão natural. Eu morava com meus avós, que eram religiosos. Tinha até missa na minha casa. E eu fui criado num clima assim. Esse passado junto da família me deixou com a ideia de que os católicos são bons, que querem melhorar a vida e fazer um mundo melhor", explicou Niemeyer, na ocasião.