terça-feira, 31 de maio de 2011

NOSSA LÍNGUA ESTÁ VIVA. VIVA À LÍNGUA BRASILEIRA

 

LÍNGUA À BRASILEIRA

Luis Turiba



Ó órgão vernacular alongado

Hábil áspero ponteado

Móvel Nobel ágil tátil

Amálgama lusa malvada

Degusta deglute deflora

Mas qual flora antropofágica

Salva a pátria mal amada

 

Língua-de-trapo Língua solta

Língua ferina Língua douta

Língua cheia de saliva

Saravá Língua-de-fogo e fósforo

Viva & declinativa

Língua fônica apócrifa

Lusófona & arcaica

Crioula iorubáica

 

Língua-de-sogra Língua provecta

Língua morta & ressurecta

Língua tonal e viperina

Palmo de neolatina

Poema em linha reta

Lusíadas no fim do túnel

Caetano não fica mudo

Nem "Seo" Manoel lá da esquina

 

Por ti Guesa Errante, afro-gueixa

O mar se abre o sol se deita

Por Mários de Sagarana

Por magos de Saramago

Viva os lábios!

Viva os livros!

Dos Rosas Campos & Netos

Os léxicos, Andrades, os êxtases

Toda a síntese da sintaxe

Dos erros milionários

Desses malandros otários

Descartáveis, de gorjetas.

 

Língua afiada a Machado

Afinal, cabeça afeita

Desafinada índia-preta

Por cruzas mil linguageiras

A coisa mais Língua que existe

É o beijos da impureza

Desta Língua que adeja

Toda a brisa brasileira

Por mim,

                Tupi,

                        Por tu Guesa

COM TODO RESPEITO: A POLÊMICA DA LÍNGUA CHEGA AO CONGRESSO

Ministro da Educação compara críticas a livro do MEC a fascismo

'Diferença entre Hitler e Stalin é que Stalin lia os livros', afirmou ministro.
Segundo Haddad, criticar um livro sem ler a obra seria postura 'fascista'.

Robson Bonin Do G1, em Brasília

Ministro Fernando Haddad ao lado do presidente da comissão de Educação do Senado, Roberto Requião (PMDB-PR) (Foto: Geraldo Magela / Agência Senado)Ministro Fernando Haddad ao lado do presidente
da comissão de Educação do Senado, Roberto
Requião (PMDB-PR) (Foto: Geraldo Magela /
Agência Senado)

O ministro da Educação, Fernando Haddad, classificou nesta terça-feira (31) de uma "postura de viés fascista" as críticas de diferentes setores da sociedade a um livro didático distribuído pelo governo nas escolas, que permitiria erros de concordância.

Haddad defendia, durante reunião da Comissão de Educação do Senado, a decisão do Ministério da Educação (MEC) de distribuir a 484.195 alunos de 4.236 escolas o livro "Por uma Vida Melhor" pelo Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos (PNLD-EJA). Nele, os autores afirmam que o uso da língua popular - ainda que com seus erros gramaticais - é válido, permitindo frases como "nós pega o peixe" ou "os menino pega o peixe". Para o ministro da Educação, a maioria dos críticos sequer havia lido a obra.

Foi depois de ser provocado pelo líder do PSDB, Alvaro Dias (PR), que Haddad fez um paralelo entre Hitler e Stalin para afirmar que a diferença entre os dois ditadores estaria na postura de Stalin com os livros.

"Estamos vivendo um período de involução, uma situação stalinista e agora adotando uma postura mais de viés fascista que é criticar um livro sem ler. A diferença entre Hitler e Stalin é que Stalin lia os livros antes de fuzilar os inimigos", afirmou Haddad.

Pouco antes da fala do ministro da Educação, o líder do PSDB traçou um paralelo da polêmica do livro didático do MEC com uma corrente do Partido Comunista russo, que teria tentado introduzir no regime stalinista um nova linguagem que substituísse a forma culta.

"Esta questão [das formas de linguagem aceitas no livro do MEC] é complexa, mas encontra paralelo em outros tempos. Faço referencia à corrente do Partido Comunista russo, quando Stalin chegou ao poder, que tentou introduzir uma nova língua do partido no país e o próprio Stalin não permitiu esta língua que sepultaria a norma culta. Não estou estabelecendo paralelo, mas a verdade é que há aí uma corrente de forma direta ou indireta induzindo para tentativa de se adotar uma nova linguagem popular", afirmou Dias.

Depois das referências de Haddad ao fascismo, o líder do PSDB no Senado ainda questionou o ministro sobre os motivos que teriam levado o ministério se recusar a enviar cópias do polêmico livro ao Senado.

"Já que o ministro fez uma referência ao fascismo, gostaria de saber o porquê de o ministério negar aos senadores as cópias do livro. O ministério negou, a Comissão de Educação não recebeu e a própria editora negou cópia ao Senado. Vossa Excelência queria que nós lêssemos todo o livro sem ter acesso a ele?", questionou Dias.

Haddad rebateu Dias afirmando que o ministério havia distribuído mais de dois mil exemplares da obra.

Diante da troca de farpas entre Dias e Haddad, o presidente da Comissão de Educação do Senado, Roberto Requião (PMDB-PR), pediu a palavra para afirmar que o fascismo não censurava obras literárias. "O fascismo se limitava, de forma inteligente, a censurar duramente os panfletos e os textos curtos", argumentou Requião.

FHC PARTICIPA DE FILME QUE DISCUTE MACONHA E DROGAS



30/05/2011 22h58 - Atualizado em 30/05/2011 23h12

Documentário com FHC mostra meandros de políticas antidrogas

'Quebrando o tabu' aponta falhas na repressão e alternativas que funcionam.
Filme entrevista políticos como Bill Clinton e personalidades do mundo pop.

Maria Angélica Oliveira Do G1, em São Paulo

iO documentário "Quebrando o tabu" estreia nos cinemas brasileiros na próxima sexta-feira (3) expondo falhas nas políticas de repressão às drogas e propondo um debate sobre a descriminalização da maconha.

Personagem central do documentário, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é conduzido aos meandros do sistema no Brasil e a um aprendizado sobre iniciativas não repressivas em outros países.

"Aprendi muitas coisas. Não sabia o que tinha dado certo, o que tinha dado errado", disse, em entrevista após a exibição do filme para jornalistas em São Paulo.

No filme, o ex-presidente conversa com autoridades e especialistas de vários países, mas também sobe o Morro Dona Marta, no Rio de Janeiro. Conhece um coffee shop que vende maconha em Amsterdã, acompanha a audiência de um usuário em Portugal, vê um empresário americano chorar a morte da filha por overdose de heroína e visita detentas do presídio do Carandiru, em São Paulo.

O diretor, Fernando Grostein Andrade, conta que a ideia do filme surgiu há quase dez anos, quando conheceu jovens traficantes da Rocinha durante a gravação de um videoclipe e ficou impactado pelo contraste entre aquela realidade e a de um coffee shop holandês. "Falava sobre a ideia e todo mundo tratava como se fosse apologia à maconha", contou.

Tempos depois, assistiu na TV a uma reportagem sobre um relatório da Comissão Latinoamericana sobre Drogas que apontara falhas na repressão aos entorpecentes. Na tela, estava Fernando Henrique, um dos membros da comissão. "Ficou claro que, pra esse filme dar certo, precisava de uma pessoa que tivesse credibilidade", disse. Reuniu "uns 30 argumentos" e levou o projeto ao ex-presidente.

Fernando Henrique Cardoso e o médico Drauzio Varella em cena de 'Quebrando o tabu' (Foto: Divulgação/Spray Filmes)Fernando Henrique Cardoso e o médico Drauzio Varella conversam com presidiárias em cena do documentário (Foto: Divulgação/Spray Filmes)

No começo, foi difícil conseguir patrocinadores. "No geral, as pessoas têm uma resistência muito grande a ter suas marcas relacionadas a drogas, ainda que fosse algo contra as drogas. A gente só conseguiu captar patrocínio quando já tinha partes do filme para mostrar", conta o diretor. No total, foram captados R$ 2,7 milhões. "O patrocínio já mostra que o tabu está sendo quebrado", avaliou.

Gravado em oito países, o documentário parte da desconstrução da guerra às drogas declarada pelos ex-presidentes dos Estados Unidos Richard Nixon e Ronald Reagan há cerca de 40 anos. Um dos personagens do filme é Anthony Pappa, um americano que passou 12 anos numa prisão de segurança máxima dos EUA por entregar um envelope contendo uma pequena quantidade de droga. Ele ganharia US$ 500 pelo serviço.

"Na prisão, vi mais drogas ao meu redor do que no mundo real", contou, na entrevista realizada após a exibição do filme para a imprensa. É dele a frase que ilustra o documentário: "Se não conseguimos acabar com as drogas dentro de uma prisão de segurança máxima, como podemos acabar com elas em uma sociedade livre?"

Anthony Pappa em cena de 'Quebrando o tabu' (Foto: Divulgação/Spray Filmes)Anthony Pappa em cena de 'Quebrando o tabu' (Foto: Divulgação/Spray Filmes)

De uma prisão brasileira, o médico Drauzio Varella afirma que a maior parte das presas chegaram ali por traficar para os maridos e que, uma vez libertadas e estigmatizadas pela ficha suja, dificilmente conseguirão outro emprego fora do tráfico.

'Mea culpa' de políticos e personalidades pop
Recheado de números, pesquisas e comparações, "Quebrando o tabu" tenta ser didático e, para isso, confronta argumentos. Um usuário monta um baseado e contesta uma propaganda do governo brasileiro de que quem compra drogas financia o tráfico. Em outro momento, um especialista rebate a fala de um detento de que, se a venda de maconha deixar de ser crime, os traficantes migrarão para outras atividades com roubos e seqüestros.

Um dos destaques do filme é o "mea culpa" de políticos. O ex-presidente Bill Clinton diz que falhou ao se opor à distribuição de seringas para usuários – um dos pilares das políticas de redução de danos. O ex-presidente Jimmy Carter diz que a guerra contra as drogas desperdiçou dinheiro e reconhece que há discriminação racial nas leis e na repressão. Ruth Dreifuss, ex-presidente da Suíça, admite o fracasso de parques destinados a usuários de drogas.

Personalidades do mundo pop entram em cena contra a hipocrisia no debate. O ator mexicano Gael García Bernal conta que já teve pés de maconha em casa e diz que, ao falar sobre isso, sente como se "confessasse" algo. O escritor Paulo Coelho pede sinceridade no diálogo com os jovens. "Seja aberto, seja honesto. Diga: 'realmente a droga é fantástica e você vai gostar, mas cuidado porque você não vai decidir mais nada'".

Cópia do filme foi enviada para Dilma
O ex-presidente diz que já enviou uma cópia do filme para a presidente Dilma Rousseff, mas rejeita um viés político na discussão. "Não acho que é um tema que se preste ao debate eleitoral. É um tema social", afirma.

Ele reconhece que, como ex-presidente, se sente mais à vontade para discutir o assunto. "Não posso dizer que se fosse presidente hoje faria acontecer. Não sei qual seria minha relação com o Congresso", diz.

Por fim, afirma que é preciso liderança para políticos enfrentarem o tema. "As sociedades não mudam de uma vez. Não dá pra ficar pensando no fim do processo. É preciso dar passos. É dizer que a cadeia não vai resolver e que lá o usuário vai usar mais droga. Tem que liberar a pessoa do contrabandista. Se você quer mudar as coisas, tem que ter convicção. Você não lidera ou muda a sociedade se vai de acordo com as pesquisas. Tem que tentar ganhar a maioria. É claro que existe resistência, interesses organizados. Mas se tiver energia e clareza na argumentação, você consegue", diz.


NOVO PERNAMBUCANO NO RIO DE JANEIRO

 
PRA SAMBAR MARACATU

Tem uma tese acadêmica, defendida também por Gilberto Gil, que o samba não nasceu nem na Bahia, nem no Rio de Janeiro. O samba veio do Nordeste, oriundo do coco e do forró-xaxado e só no século passado ganhou o sincopado nos morros cariocas e gingado nas rodas de lavadeiras do Recôncavo baiano.

O compositor e cantor pernambucano Charles Teony, chega ao Rio para apresentar uma sonoridade que vai nessa trilha. Tanto que fará o show "Pra sambar maracatu", nesta quinta-feira, dia 2, no Lapa Café, na Rua Gomes Freire, em frente a TV Brasil, na Lapa, onde coco, maracatu, baião xaxado ganham novas dimensões impulsionadas pelos tambores e por onda percussiva.

Sua apresentação está marcada para as 22h e a entrada custa R$ 15,00 para quem comprar antecipado e R$ 20,00 para os que comprarem na hora. Charles Teony dividirá o palco com a também pernambucana Andrea Amorim.

O cantor gravou no ano passado o CD "Tambor do mundo", onde traz elementos do jazz para a pegada do beat nordestino.

"Escutei em primeiríssima mão o CD de Charles e com satisfação constatei que, apesar da invasão dos descartáveis, a nossa verdadeira música não pára de se renovar", escreveu Alceu Valença sobre o trabalho desse músico.

Contatos pelo telefone 21-8023-2828

segunda-feira, 30 de maio de 2011

OLHA A FALAR BRASILEIRO AÍ, GENTE

OS XERIFES DA LÍNGUA
José Ribamar Bessa Freire, do blog Taquiprati
22/05/2011 - Diário do Amazonas

 Os toques de clarim e o rufar dos tambores chamaram a Infantaria e a 7ª. Cavalaria. O Exército colocou de prontidão os seus soldados armados até os dentes: a tropa da Academia Brasileira de Letras (ABL), o batalhão dos jornalistas, a brigada ligeira dos escritores, a legião de políticos, o pelotão do Ministério Público e até algumas divisões blindadas da Universidade. Todos eles irmanados na santa cruzada lançaram o grito de guerra que ecoou pelos campos, vilas e cidades do Brasil, ameaçando o inimigo:

- "Oh, vós, que desejais assassinar o idioma. Liquidar-vos-emos. Avante!".
O inimigo é o livro "Por uma vida melhor" da professora Heloísa Ramos, adotado pelo MEC, que é apenas a ponta do iceberg. Lá, a autora apresenta a diferença entre falar e escrever e reconhece que na fala existe muito mais variação do que na escrita. O jeito de falar muda bastante, de acordo com a região, a classe social e a situação de comunicação. A mesma pessoa fala diferente se está em casa, na feira, no bar, no tribunal ou na igreja.
- "Existem várias línguas faladas em português" – já disse o escritor José Saramago, prêmio Nobel da literatura. Nesse sentido, cada um de nós é "bilíngue" na própria língua. Uma dessas línguas é a chamada 'norma culta', a de maior prestígio em nossa sociedade, que é usada na sala de aula e está mais próxima da escrita formal. Outras são as variedades populares, regidas por uma diversidade de regras, mas que não chegam a prejudicar a intercompreensão.  
Acontece que milhões de brasileirinhos chegam à escola, falando segundo as regras da variedade popular. Por isso, são ridicularizados e humilhados. Dessa forma, são levados a se envergonharem das variedades que a norma culta considera "erradas", e não se apropriam, nessas condições adversas, da outra variedade considerada "certa". São reprimidos. Sua fala fica excluída dos espaços públicos, comprometendo o exercício da cidadania.
Esse fato demonstra a incapacidade do Estado, que não encontrou ainda o caminho para permitir que todos os alunos transitem pela norma culta. A autora defende, então, que a alternativa é admitir que a variedade popular EXISTE, tem suas regras e é legítima. As duas normas não se excluem, mas se complementam. O respeito ao jeito de falar do aluno cria um ambiente acolhedor e propício à aprendizagem da norma culta. Só isso.
Mas tal proposta foi suficiente para que os xerifes da língua, que combatem a diversidade, disparassem suas armas alegando, alguns deles, que o MEC quer instituir o "lulês" como idioma oficial. Distorceram – ou no mínimo não compreenderam (será que leram?) - o que está escrito no livro. Eles acham que quem defende o respeito à norma popular quer impô-la ao conjunto da sociedade, como eles o fazem com a norma culta. Por isso, chamam a 7ª. Cavalaria!!!
As cavalgaduras
A cavalaria veio. Na linha de frente, cavalgando um pangaré manco – tololoc, tololoc - o centurião José Sarney (PMDB, vixe-vixe!), membro da ABL, ex-presidente da República e presidente do Senado. No artigo 'Fale errado, está certo' na Folha de SP – com a espada em riste, ele faz aquilo que fez ao longo de sua vida: atribui aos outros seus próprios defeitos. Escreve que o livro em questão pretende "oficializar a burrice", que "o Brasil resolve criminalizar quem fala corretamente", quando é justamente o contrário, e que "defender a língua é defender a pátria".
Sarney, defensor da pátria? Quaquaraquaquá! O que é 'a língua' e o que é 'a pátria' para ele? Em sua 'pátria' não cabem os deserdados, apenas os beneficiados pelo nepotismo. Já a 'língua' que defende não é um sistema variado, dinâmico e rico, mas se reduz à norma culta, que ele congela. Elimina as demais variedades, proclamando que apenas uma variedade é o português, embora nas conversas telefônicas com sua neta, que ouvimos gravadas e reproduzidas pelos telejornais, a norma usada para contratar o namorado dela, mais coloquial, não foi bem a que ele defende.
Da mesma forma, Sarney, o vixe-vixe, protesta com indignação contra a anarquia:
- "Voltemos ao sistema tribal: cada um fala como quer".
Imagina! Que país é esse onde cada um fala como quer e não como os sarneys da vida pretendem impor! Sarney, que passou a vida confundindo a coisa pública com a privada, sobretudo no que se refere à grana, quer privatizar também a língua. Acha que ela é sua e dos seus. Não reconhece que se trata de produção coletiva. Nem sequer suspeita que existam regras no falar popular. Exige que a norma culta seja o padrão de correção de todas as demais variedades, confirmando o que escreveu Roland Barthes:
- "A língua não é fascista quando impede de dizer, mas quando obriga a dizer de uma determinada forma".
Cavalgando um burro alazão – tololoc, tololoc – o presidente da ABL Marcos Villaça também atacou o livro. Reduziu a riqueza do idioma a uma reles operação aritmética, com uma visão primária da matemática, dizendo que admitir outras formas de falar "é como ensinar tabuada errada. Quatro vezes três é sempre doze, seja na periferia ou no palácio".
A mesma imagem foi usada por sua colega, a escritora Ana Maria Machado, que esqueceu o que ensinou quando foi minha professora de Comunicação Fabular e Icônica na UFRJ. Ela reforça essa comparação infeliz: "Equivale a aceitar que dois mais dois possam ser cinco, com a boa intenção de derrubar preconceitos aritméticos". Trata-se de uma falácia, porque ninguém está reivindicando que 2+2=5, mas a possibilidade de ser 1+1+1+1 ou 3+1 e até 2+2=5-1 e assim por diante, já que o quatro contém o infinito.
Mas quem se superou mesmo em bobagens foi o jornalista Merval Pereira - um projetinho de Sarney - que veio cavalgando uma besta de sela desembestada: tololoc, tololoc. Em sua coluna no Globo concluiu que se o português popular é legitimo, então ele deveria "ser ensinado nas escolas e faculdades", como se fosse preciso ensinar o que já se sabe.
Merval condenou ainda o que chamou de "pedagogia da ignorância" e criminalizou o livro adotado pelo MEC: "Se for uma tentativa de querer justificar a maneira como o presidente Lula fala, aí então teremos um agravante ao ato criminoso de manter os estudantes na ignorância".
Os criminosos
Ops! Vocês ouviram o que eu ouvi? Ato criminoso? Pois é. Parece que os xerifes do idioma querem criminalizar a desobediência às regras da norma culta, reproduzindo o que aconteceu na Cabanagem, a revolta popular mais importante da história da Amazônia (1832-1840). Bilhetes escritos pelos cabanos, anexados aos processos criminais, foram exibidos nos tribunais durante o julgamento como "prova de seus instintos criminosos". Um deles assinado por Antônio Faustino, um cabano com a patente de major, diz:
"Axome çem monisão que muntas vezis teno pidido. Çe uver cunfelito aqi não çei o qe soçederá. Estarei em pouçilitado de zequtar qalqer prugetu. Halguns camaradas já çairão daqi pur farta de cumer". Pontu da Barra, 3 de otobro de 1835. Antonho Fostino, manjor de artilharia.  
O outro, que também se encontra no Arquivo Público do Pará, "com uma caligrafia feita de garranchos", é de um chefe cabano que adverte o presidente da Província:
"...E se V. Exa. Responsave pellos mal desta província não sortar logo logo móhirmão e outros patrisio que saxão prezo prometo intrar na sidade comeu inzercito de sinco mil Ome i não dexar Pedra sobre Pedra".
Um terceiro documento, escrito pelo tenente-comandante de Soure, é um ofício dirigido ao cabano Eduardo Angelim, que ocupou o cargo de presidente da Província:
"Rogo a V. Exa. Nois quera há-remidiar com algun çal e mesmo harmamentu que estamos mointos faltos deles. O mais V. Exa. verá no Pidido jontu q. faz obegeto tãoben desti ufisio. Deos guarde V. Exa. pur moitos anus. Soure, 13 de Dezembru de 1835".
Que Deus guarde a ABL, Sarney e Merval pelo período de tempo acima indicado, bem como proteja políticos como o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), para quem o livro adotado pelo MEC "está transformando a ortografia em pornografia gramatical" e até o senador Cristovão Buarque (PDT), ex-reitor da UnB e ex-ministro da Educação, que declarou sobre o livro em questão:
- "Claro que o livro deseduca e, pior, mantém o apartheid linguístico. Manter o português errado é um crime, é manter a desigualdade".
Crime? Desigualdade? Segundo Boaventura de Souza Santos, devemos "lutar pela igualdade sempre que as diferenças nos discriminem e lutar pelas diferenças sempre que a igualdade nos descaracterize". Não se trata, evidentemente, de adotar as normas dos cabanos, mas de recusar sua criminalização.
A professora Heloisa, que fez um trabalho cuidadoso, está sendo tratada como "criminosa" segundo algumas divisões blindadas da própria Universidade que também entraram em ação. Cláudio Moreno, doutor em Letras, ameaçou no jornal Zero Hora de Porto Alegre:
- "O livro tem que ser proibido e as pessoas devem ser punidas".
Não disse que tipo de punição considera mais adequada. Acionado, o pelotão do Ministério Público partiu para o ataque. A procuradora da República Janice Ascari, do Ministério Público Federal, cavalgando um jegue – tololoc, tololoc - considerou o livro citado como "um crime contra nossos jovens", ganhando manchete de página no Globo. "Essa conduta não cidadã é inadmissível, inconcebível e, certamente, sofrerá ações do Ministério Público", avisou a procuradora.
O historiador peruano Pablo Macera comenta que se o Império Romano conseguisse proibir o latim vulgar, como querem agora os xerifes da língua, nós não estaríamos hoje falando espanhol, português, francês, italiano, romeno, catalão – todas elas variantes "erradas" do latim clássico, conhecidas como línguas vulgares na Idade Média.
A troca de 'l' em 'r', que costuma ser considerada como "atraso mental", quando alguém fala "pobrema", "craro" ou "pranta" é um fenômeno fonético presente na formação da língua portuguesa, como esclarece Marcos Bagno. Palavras latinas como "blandu, clavu, flacu, sclavu, obligare" mantiveram o "l" no espanhol, no francês e no italiano, mas ficaram consagrados na norma culta da língua portuguesa com o "r": "brando, cravo, fraco, escravo, obrigar", etc.
Os xerifes querem continuar hegemônicos na formulação da política de línguas, autoritária e intolerante. Para isso, manipulam a opinião pública, ignorando a Declaração Universal dos Direitos Linguísticos, aprovada em 1996 em Barcelona, num evento realizado com o apoio da Unesco, recomendando que "os direitos linguísticos sejam considerados direitos fundamentais do homem" e que as diferenças linguísticas sejam respeitadas. 
P.S. – Agradeço os colegas do COMIN e da EST, de São Leopoldo (RS), e os colegas da lista Uerj XXI, com quem pude trocar ideias sobre essa questão. Eles não têm, no entanto, qualquer responsabilidade pelo conteúdo ou pela forma desse texto.
 
DOIS COMENTÁRIOS; CÉLIA COLLET E THIAGO DE MELLO
Foram incorporados ao texto por excederem o espaço dos comentários. Célia Collet, doutora em Antropologia Social, autora da tese "Rituais da Civilização, rituais da cultura: a escola entre os Bakairi" orientada por Bruna Franchetto. Thiago de Mello, poeta de Barreirinha (AM) e do mundo, autor entre outros de "Faz Escuro mas eu Canto", "Canção do Amor Armado" e "Estatutos do Homem".   
 
COMENTÁRIOS DE CÉLIA COLLET
Parabéns pelo seu artigo "os xerifes da lingua" . Estou impressionada com os comentários gerais sobre o livro "Por uma vida melhor". Não lí o livro, e portanto, não falarei sobre ele. Meu interesse recai sobre a reação da elite culta à lingua portuguesa (brasileira) oral. Sabia - pois me interesso bastante pelo assunto – que o poder da cultura oral é extremamente temido pela elite letrada. Mas não imaginava tamanho medo.
Estamos diante de um quadro político que coloca frente-a-frente a língua portuguesa formal-escrita e as línguas portuguesas informais-orais. A língua colonizadora ainda hoje pretende submeter as "línguas" colonizadas.
Argumentos sobre a "pobreza" da língua portuguesa oral em detrimento de uma língua escrita "rica" mostram o quanto ainda os brasileiros desconhecem a riqueza de culturas deste país. Um vasto vocaburário, estilos diversos, formas poéticas variadas são encontradas em cada cantinho do Brasil. Para perceber basta apenas se livrar do preconceito de querer sempre "corrigir" o "errado", e ouvir...
Em países europeus, como a Inglaterra, ocorreu que a escrita da língua surgiu da fala. Por isso se diz que um inglês não fala tão "errado" como um brasileiro. A não ser meus colegas de trabalho no Mc Donalds, negros, que sendo filhos de migrantes africanos falavam um ingles próprio, também considerado "menor" pelos outros ingleses.
No Brasil, a língua falada se desenvolveu maravilhosamente adequada ao tipo de vida que se tinha (e tem), mas já havia a língua portuguesa escrita, formada fora do nosso contexto, e que ainda hoje serve de parâmetro único para medir o que é errado e o que é certo.
Vejam: é sempre a lingua como emblema de pertencimento a uma classe, a um grupo. Da mesma forma que Norbert Elias nos fala que a introdução dos talheres à mesa surgiu como mais uma forma de separar simbolicamente a elite dos "outros", a língua é outro importante emblema da discriminação social. Saussure já dizia que toda língua é arbitrária, ou seja, não há uma forma melhor ou pior de expressar um conceito. Portanto, se adimitirmos que o português oral brasileiro é tão rico como o português escrito não há como dizermos que o segundo é melhor que o primeiro. É apenas diferente.
E aí chego em um ponto importante de tocar: a preocupação com o valor da língua oral coloquial não significa tirar a importância da língua escrita. Podemos usar cada uma em seu contexto, e ficarmos assim mais enriquecidos culturalmente. Mas aqueles que pregam a superioridade da língua culta contribuem para o empobrecimento das formas de expressão ao deixar de lado os diversos modos de se falar o português.
Como dizem os Guaraní: "o um é o mal"
Celia Collet
 
COMENTÁRIO DO POETA THIAGO DE MELLO
 
A tua crônica sobre os Xerifes da Língua é um primor. Clara como água potável, pode-se até beber. Só faltou dizer porque tu não falas nem escreves do jeito que fala quem não teve a sorte de estudar.
Lembro os versos do Manuel Bandeira sobre a infância dele:
 - A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
é macaquear
a sintaxe lusíada.
 
Depois  ele cresceu,  estudou (era um dos melhores conhecedores do idioma - me disse um dia o Aurélio Buarque ) e escrevia como tu e eu, uns príncipes.
 
Mas vou te contar: me lembro feliz da frase da Dorsemira, cabocla de Urucará, depois de uns abraços intermináveis  num desvão da rua Japurá, quando eu voltava da aula noturna do Ginásio:
 - Eu acho que nós gosta é já demais.
Importante:
As professoras de Barreirinha ensinam e exigem dos alunos o português da gramática. Rebaixam a nota de erro gramatical na prova escrita. Mas quando chegam na rua, no barco, no mercado, na festa da padroeira, vão com o pessoal que foram, tomam o munguzá que nós gosta e contam que é uma questão cultural, elas também cagam na fossa.
 
Te abraço saudoso. Vou ler o artigo de hoje sobre os Tarumã.
 
Thiago de Mello

 

HENRIQUE NETO LANÇA CD COM CLÁSSICO DO CHORINHO

 

Henrique Neto, é violonista e desde os treze anos se

dedica à pesquisa e estudo dos diversos gêneros que compõem a música brasileira.



Seu repertório incorpora sem preconceitos obras de grandes

compositores de diferentes gerações da música nacional e

internacional. Com interpretações pessoais e estilo próprio, toca do

choro ao clássico, sem nunca esquecer a raiz

brasileira que orienta e define seu trabalho.


O interesse pela música veio de dentro de casa, através seu pai, Reco do Bandolim, Presidente do Clube do Choro de Brasília e fundador da primeira escola de choro do país. Desde o início de sua carreira Henrique Neto vem atuando com regularidade na vida cultural da cidade. Além de fazer apresentações como solista em importantes casas de espetáculos da Capital da República, ele já dividiu o palco com músicos consagrados como o multi-instrumentista Hermeto Pascoal, o bandolinista Hamilton de Holanda, o clarinetista e saxofonista Paulo Moura, o acordeonista Sivuca, o bandolinista e guitarrista Armandinho Macedo, os violonistas Sebastião Tapajós, Manasses e Guinga, o acordeonista Dominguinhos e o clarinetista Paulo Sérgio Santos.


Henrique Neto recebe freqüentes convites para participar de eventos de música no Brasil e no exterior. Recentemente apresentou-se nas cidades paulistas de Ribeirão Preto, Campinas e São Paulo. No Rio de Janeiro, tocou no SESC Copacabana, no Teatro Rival, no lançamento do CD solo de Hamilton de Holanda, e no CCBB, com o grupo brasiliense Choro Livre. Esteve também em Curitiba, Salvador, Natal, João Pessoa, Goiânia e Corumbá. Excursionou por Emirados Árabes, Uruguai, Argentina e Peru.


Em 2007 apresentou-se como solista do "Festival de Música De Pulso e Pua", em La Coruña, na Espanha. No mesmo Festival atuou no grupo de base da cantora Sandra Duailibe, indicada para o Prêmio Grammy Latino de Música, na categoria revelação. A convite do clarinetista Ricardo Dourado, professor do Departamento de Música da Universidade de Brasília (UnB), participou em 2007 de eventos organizados pela Michigan State University (EUA).


No início de 2008 foi indicado pelo violonista Guinga para representar o Brasil no Festival Mundial de Jovens Virtuoses, realizado em Tunis, capital da Tunísia. Destacou-se tocando ao lado de músicos de dez países de três continentes, tendo sido convidado a apresentar-se no prestigiado Festival de Jazz da Tunísia, em outubro. Além disso, em 2008 apresentou-se em Viena, Lisboa, Praga e Zaragoza.

Henrique Neto é ainda integrante do grupo Choro Livre, tendo assim oportunidade de dividir o palco com os solistas convidados nas programações promovidas pelo Clube do Choro de Brasília.

Foi vencedor com o "TRIO CAI DENTRO" do disputado festival nacional de novos talentos "GERAÇÃO MUSICAL", sediado no Rio de janeiro e patrocinado por Furnas.

Em 2010 fez uma turnê para os EUA, onde se apresentou no Kennedy Center (Washington D.C) e no LOTUS festival (Indianapolis), e também para o Canadá, onde tocou em Quebec em apresentações realizadas na universidade LAVAL.

Desde 2006 leciona violão da Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello e é aluno regular do curso de Música da Universidade de Brasília.

Henrique Neto 
55 (61) 9557-8045 



TODOS APOIAM BELTRAME: FAVELAS PRECISAM DE AÇÕES CULTURAIS E SOCIAIS

RIO - A preocupação do secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, com a carência de investimentos sociais nas comunidades pacificadas pelas UPPs ganhou apoio do governador Sérgio Cabral, da Ordem dos Advogados do Brasil, de especialistas, das próprias favelas e até da prefeitura. Em entrevista exclusiva ao GLOBO, o secretário se mostrou angustiado com a demora de ações governamentais e da iniciativa privada que complementem a ocupação policial nas favelas.

ENTREVISTA: 'Nada sobrevive só com segurança. É hora de investimentos sociais', diz Beltrame sobre UPPs

Por meio de sua assessoria, Cabral, que está em viagem, classificou como legítimas as inquietações de Beltrame: "O secretário Beltrame expressa uma preocupação legítima. Recuperamos áreas controladas pelo poder paralelo. Com esforço conjunto dos três níveis de governo, mais o empresariado e a sociedade motivados, vamos tornar essas comunidades regiões incluídas na cidade, com serviços, infraestrutura e compromissos de direitos e deveres por parte da população".

Na OAB, o tom do secretário agradou. O presidente da ordem no Rio de Janeiro, Wadih Damous, afirmou estar de acordo com o discurso, que classificou de "mantra":

- Toda a propaganda que foi feita gerou a ilusão de que o problema estava resolvido. Quando o Beltrame diz que a sociedade deveria se mobilizar em torno das comunidades, é porque ele reconhece que muitas vezes só se clama por polícia. Pode até parecer um mantra, mas é verdade: só polícia não resolve.

O sociólogo Cláudio Beato, coordenador do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da UFMG, compartilha da opinião:

- O secretário está expressando o que os especialistas falam há muito tempo. O sucesso das UPPs ofuscou o fato de que elas não são uma política, e sim um programa bem feito e importante, mas que deve ser acompanhado por outras ações.

Beato é criador do projeto Fica Vivo!, que levou policiamento a 28 comunidades de Minas Gerais e fez o número de homicídios em Belo Horizonte cair de cerca de 1.400, há oito anos, para menos de 750 em 2010. Ele elogia as UPPs, mas alerta para a urgência das políticas sociais.

- Sem pacificar, nenhum programa social dá certo. Mas é necessário que essas ações sejam feitas o quanto antes, pois seus resultados demoram bem mais a aparecer do que os de uma ocupação policial.

Para o prefeito Eduardo Paes, há um longo caminho a ser percorrido como sequência à pacificação, e a direção é a apontada por Beltrame.

- Não há dúvidas quanto à necessidade de aprimorar os serviços. Temos muito a fazer, mas muito está sendo feito. Nós conseguimos realizar obras de emergência em várias comunidades, e há trâmites de licitação e de projeto. Estou plenamente de acordo com o Beltrame - afirmou Paes.

Uma das empresas citadas por Beltrame como parceira das UPPs foi a Light, que deve investir cerca de R$ 150 milhões para regularizar, em 2011, o fornecimento de energia de 50 mil residências em áreas pacificadas.

- Concordo com o secretário, e a Light é uma das parceiras. Já mudamos as instalações elétricas de 11 mil famílias, doando geladeiras, lâmpadas e outros aparelhos domésticos - diz Jerson Kellman, presidente da empresa.

Moradores de áreas pacificadas cobram ações

Diretor social e cultural da associação de moradores do Dona Marta, primeira comunidade a ter uma UPP, Antonio Guedes foi enfático ao concordar:

- A segurança não é o único problema da comunidade. O mais importante agora é que sejam retomadas as obras para a melhoria das casas e do saneamento, principalmente para a contenção das áreas de risco.

No Cantagalo, Luiz Bezerra do Nascimento, presidente da associação de moradores, respalda as declarações do secretário e lembra outra experiência de policiamento que não foi complementada por políticas sociais:

- O GPAE (Grupo de Policiamento em Áreas Especiais) começou aqui no Cantagalo em 2000, mas não vingou por não ter sido acompanhado de políticas sociais. Se não vier o suporte social, a UPP vai afundar.

O sociólogo Ignacio Cano, professor da Uerj e membro do Laboratório de Análise da Violência, concorda com Beltrame, mas faz uma ressalva:

- Acho importante que um policial faça essa reflexão, quando tradicionalmente a Secretaria de Segurança não tinha essa preocupação. Mas esse investimento social não pode ser exclusivo das áreas com UPPs. Se não for estendido a todas as comunidades, há o perigo de a desigualdade aumentar.



Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/05/29/cabral-oab-especialistas-apoiam-preocupacao-de-beltrame-sobre-investimento-social-em-upp-924559536.asp#ixzz1Nnpv7mFb
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domingo, 29 de maio de 2011

MARCHA DA MACONHA NÃO FALOU EM MACONHA

Geral

'Ei, Polícia, liberdade é uma delícia', ecoou pela Paulista

Na Paulista, a Marcha da Liberdade - Foto: Marcos Alves/O Globo 

 

Paulo Justus e João Sorima Neto, O Globo

Mesmo proibida pela Justiça, a Marcha da Liberdade foi realizada neste sábado na Avenida Paulista, em São Paulo.

Segundo os organizadores, houve um acordo com a Polícia Militar para que não fosse feita apologia às drogas e ao crime. Os próprios organizadores monitoraram e impediram que cartazes que faziam menção às drogas fossem utilizados no protesto.

Os participantes se concentraram no vão livre do Masp, desde às 13h30m, de onde saíram por volta de 16h em caminhada em direção ao centro da cidade. Eles levavam cartazes com frases como "Mais Respeito, menos Preconceito" e gritavam palavras de ordem como "Ei, Polícia, liberdade é uma delícia".

Antes de iniciar o protesto, os manifestantes entregaram flores às pessoas que passavam pela Paulista e também a alguns policiais militares.

Na descida da Rua da Consolação, eles fizeram um minuto de silêncio pelos mortos em casos de violência policial. Cerca de 250 PMs foram destacados para o policiamento, sendo 60 do Batalhão de Choque.

Um dos únicos incidentes foi a detenção de um punk que estava esmurrando o carro da TV Globo.

sábado, 28 de maio de 2011

ENCONTRO INTERNACIONAL DE FOTOGRAFIA RIO 2011

O Centro Cultural do Banco do Brasil marca a abertura do FOTORIO 2011 - Encontro Internacional de Fotografia do Rio de Janeiro- com a realização da exposição Eu me desdobro em muitos – a autorrepresentação na fotografia contemporânea no dia 30 maio, às 19h, nas salas H, I e pátio da Rua Direita no 1º andar do CCBB. A mostra ficará aberta ao público de 31 de maio a 10 de julho, na Rua Primeiro de Março, 66, 1° andar (3808-2020), e tem entrada franca.
Inédita e exclusiva, a exposição é fruto da parceria entre o FOTORIO 2011 e a MEP - Maison Européenne de la Photographie, de Paris, e resultado de um trabalho de garimpo levado a efeito pelos curadores Joana Mazza e Milton Guran em vários países e em diferentes eventos, ao longo dos últimos dois anos.  Eu me desdobro em muitos – a autorrepresentação na fotografia contemporânea apresenta 69 obras físicas de sete artistas brasileiros e 14 estrangeiros, dentre os mais importantes autores da vanguarda da fotografia no campo da arte contemporânea no mundo. Complementam a mostra uma seleção de cinco vídeos curtos e interativos, com curadoria de Jean-Luc Monterosso, Diretor da MEP, e ainda a instalação "Estereoscopia" do carioca André Parente.
 "Para chegarmos a esse conjunto de obras,", explicam os curadores "contamos com apoio dos próprios artistas, das galerias e instituições às quais estão ligados. Selecionamos artistas seminais que dialogam no sentido contemporâneo com a autorrepresentação como os brasileiros Alisson Gothz, Helenbar, Luisa Burlamaqui, Fernanda Magalhães, Rodrigo Braga e Sofia Borges, o mexicano Gerardo Montiel Klint, a argentina Tatiana Parcero, o norueguês Bjorn Sterri e uma série de artistas europeus e norte-americanos da coleção da Maison Européenne de la Photographie, de Paris. São eles: Martial Cherrier, Gilbert & Georg, Robert Mapplethorpe, Duane Michals, Pierre Molinier, ORLAN, Philippe Perrin, Pierre & Gilles e Cindy Sherman."
 
A exposição tem a autorrepresentação como proposta de realização artística. O retrato talvez seja a face mais importante da fotografia, como o foi para a pintura durante vários séculos.  Ele deu um rosto, uma individualidade, para a população que, no senso comum, menciona a palavra "retrato" como sinônimo de fotografia.
 Eu me desdobro em muitos – a autorrepresentação na fotografia contemporânea não deixa de tratar do tema retrato, mas vai muito mais além porque coloca no centro da discussão não apenas o autor como motivo, como nos tradicionais autorretratos, mas também como instrumento e elemento catártico de sua própria expressão. "Neste sentido", contam os curadores "a autorrepresentação coloca-se como uma síntese da tradição do autorretrato da pintura com as modalidades de expressão surgidas ao longo do século passado, como a body art e a performance. A fotografia e o vídeo têm sido instrumento fundamental para a apresentação destes corpos-objetos".
 
Para complementar a exposição, o CCBB vai promover o Encontros com o autor, série de visitas guiadas onde artistas e curadores estarão circulando e comentando as obras com o público:
Dias 1º, 2, 3 e 4 de junho, de 17h às 19h, visita comentada com os curadores Milton Guran e Joana Mazza e artistas.
Dia 14 e junho, de 17h às 19h, visita comentada com o curador francês Jean-Luc Monterosso e artistas.

Helenbar Expo: Eu me desdobro em muitos ...no CCBB


 

Helenbar- Artista, designer e professora da Escola Superior de Desenho Industrial da UERJ, a carioca Helena Barros, e seu alter-ego virtual Helenbar, elabora sofisticadas imagens utilizando recursos contemporâneos como câmera digital e photoshop, entretanto com visível referência à pintura, tendo como inspirações desde o movimento Pré-Raphaelita, o Barroco as pinups do ilustrador Vargas. Seus auto-retratos ganharam o mundo através da internet e hoje seu site pessoal é o maior instrumento de exposição.

 

 

 

 

 

 

 

 

OLHA A FOTORIO 2011 AÍ GENTE: É FOTO PRA DAR E VENDER


FotoRio  2011 – Calendário parcial em 24 maio 2011

 

O FotoRio é um evento de adesão que congrega dezenas de espaços expositivos e mais de uma centenas de exposições e atividades em torno da fotografia.  Neste ano estamos recebendo propostas até o dia 30 d abril, quando fecharemos a programação oficial. Este calendário registra apenas os principais museus e centros culturais.

 

Abertura oficial do FotoRio 2011 – 28 de maio  – inauguração das exposições do Centro de Artes Hélio Oiticica

 

Encerramento do FotoRio 2011- 19 de agosto – Dia Internacional da Fotografia

 

13 de maio – Ateliê da Imagem – Sexta Livre: Retrospectiva João Roberto Ripper

 

13 de maio a 30 de junho – Bangu Shopping – "De Regina – O homem e sua obra"- Hélcio Peynado, Curadoria Malu Ravagnani

 

14 de maio a 21 de julho – Instituto Kreatori – Exposições "A construção do abstrato: um estudo do natural ao urbano", fotografias de Fabiano Cafure, e "Conto 100 Fadas", fotografias do coletivo Atelliê.

 

19 de maio a 26 de junho – Museu Histórico Nacional – O Brasil e a transformação da paisagem – Fotografia de José Caldas

 

21  de maio a 17 de julho  Espaço Cultural Eletrobrás-Furnas -  "Guardiões da Floresta Amazônica" , fotografias de J. L. Bulcão e Antoine Olivier

 

26 de maio a 08 de julho – Galeria IBEU - "Escuta da Imagem" – Coletiva: Analu Cunha, Bruno di Lullo, Deborah Engel, Siri, Rafael Adorján, Ricardo Villa e Rodrigo Braga

 

27 de maio – Ateliê da Imagem – Sexta Livre: Retrospectiva Rogério Reis

 

28 de maio a 10 de julho - Centro de Artes Hélio Oiticica – Exposições de Vicente de Mello, Zeka Araújo, Ana Rodrigues, Tatiana Guinle, Vincent Catala, Evangelia Kranioti, Susana Dobal, Titus Riedl, Ângela Ferreira, Luís Santos, Mestre Júlio

 

28 de maio a 30 de junho – Centro Cultural Municipal Parque de Ruínas – Exposição de Eduardo Monteiro

 

28 de maio a 02 de julho – H.A.P Galeria – Coletiva Kitty Paranaguá, Vicente de Mello, Thiago Moraes, Leonardo Costa Braga e Thales Leite – Curadoria Heloisa Amaral Peixoto

 

28 de maio a 19 de agosto – Centro Cultural do Monumento Estácio de Sá – Parque do Flamengo – "Foto & Grafia" – Coletiva Alfredo Alves, Alle Vidal, Ana Rodrigues, Ana Cris Loureiro, Bernardo Cople, Carlos Brausz, Carolina Pinheiro, Daniel Chiacos, Dani Remião, Fernando Pires, Henrique Andrade, Juscelino Bezerra, Kelly Lima, Leonardo Nicolay, Marcelo Abdo, Marianna Roballo, Roberto Muller, Rogério do Amaral Ribeiro, Silvio Moréia, Stella Mello. – Curadoria Dani Remião

 

29 de maio a 25 de junho – Ateliê da Imagem – "Véus", fotografia de Walter Firmo

 

30 de maio a 01 de julho – Galeria 535 – " Meu mundo teu" – Alexandre Sequeira

 

31 de maio a 10 de julho – Centro Cultural do Banco do Brasil – "Eu me desdobro em muitos – a autorrepresentação na fotografia contemporânea"; A exposição é uma parceria entre o FOTORIO 2011 e a MEP - Maison Européenne de la Photographie, de Paris. Curadoria: Milton Guran  e Joana Mazza

 

31 de maio a 09 de julho – Largo das Artes – "Vai e Vem" – Coletiva: Claudia Tavares, Daniela Dacorso, Flavio Colker, José Diniz, Kitty Paranaguá, Lucia Vilaseca, Monica Mansur, Renan Cepeda, Rogério Reis e Vicente de Mello.

 

31 de maio a 27 de julho – Escritório de Arte – "Karajá" – Sandra Santos

 

1 de junho a 12 de julho – LGC galeria de Arte Contemporânea – "Auto-retrato com um belo aos meus pés", de Pedro Stephan.

 

1 de junho a 26 de junho – Centro Cultural Paschoal Carlos Magno  – "Sobras" – Roberta Camargo

 

2 a 26 de junho - Centro Cultural Paschoal Carlos Magno – " Esperando outono"  - Marcio RM

 

3 de junho a 10 de julho – Escola de Artes Visuais do Parque Lage  – Galeria EAV – "Foto-Matriz: síntese n.º 1" -  Coletiva – Curadoria de Simone Rodrigues

 

3 de junho a 10 de julho – Escola de Artes Visuais do Parque Lage  – Galerias 1 e 2 - Regina Alvarez: experiência fotossensível - Curadoria: Denise Cathilina

 

3 de junho - Ateliê da Imagem – Sexta Livre: Um olhar sobre a fotografia carioca, projeção e palestra com  Patricia Gouvêa

 

4 de junho a 30 de julho – Lunático Café e Cultura – "Goyaz" – André Monteiro

 

7 de junho a 17 de julho – Caixa Cultural – "Um Cavaliere entre dois mundos" – Fotografias de Virgilio Calegari

 

7 de junho a 3 de julho – Centro Cultural Municipal Laurinda Santos Lobo – "Viva Favela 10 Anos" e "Prazer, sou do Povo" 

 

 

9 de junho a 15 de julho – Galeria Candido Portinari – "Ponto em Movimento" – Renato Velasco

 

6 de junho a 17 de julho – Centro Cultural Correios – Exposições de Nair Benedicto, Irmãos Vargas, Walter Carvalho, Leonardo Aversa, André  Cipryano, Laurent Auxietre, Anna Khan, Fulvio Roiter, Lou Embo, Antonio Biasiucci, Flavio Damm, Lorena Gillén Vaschetti e Tadeu Vilani

 

6 a 26 de junho – Centro Cultural Correios - "Foto em Cena", projeções de DVD sobre fotógrafos brasileiros e festivais internacionais de fotografia

 

7 a 10 de junho – Centro Cultural Correios - 6º Encontro sobre Inclusão Visual do Rio de Janeiro

 

6 de junho a 17 de julho – Centro Cultural Correios – "Vizinhos distantes – Fotografia chinesa contemporânea – Curadoria Michaeo Ende, co-curadoria Ângela Magalhães e Nadja Fonseca Peregrino – A Yin, Lu Nan, Pun Yan, Ou Yan Xing Kai, Yang Fan, Daí Xiang, Mo Y e Tian Taiquan

 

 

08 de Junho – Instituto Kreatori Convida: Fernando Rabelo – Imagens & Visions

 

 

11 de junho – Instituto Moreira Salles – Exposição "Extremos – Coleção da Maison Européenne de la Photographie" – Coletiva internacional

 

13 de junho a 11 de julho – Faculdades Integradas Hélio Alonso – Exposição "Sebastião Jorge / João José" de Alexandre Maciel

 

13 de junho a 13 de agosto – Espaço Tom Jobim – "Suite Autumn Leaves"  – Sergio Araújo

 

15 de junho – Abertura das exposições da Praça XV: Nas cores do Brasil, fotografia de AC Jr., Dalton Valério e Débora 70; e Pé na Jaca, fotografia do coletivo O Estendal, com curadoria de Walter Firmo

 

15 de junho – Instituto Kreatori – Fotógrafo Viajante: Tata Barreto - Chile

 

16 a 30 de junho – Aeroporto Santos Dumont – "Equivalente a Stieglitz: nas nuvens" – Curadoria de Marco Antônio Portela – Coletiva

 

16 de junho a 29 de julho  Solar Grandjean de Montigny - PUC Rio - "Fotografias Urbanas", de José Alvarenga  – "Eventos Transitórios" de Maria Kikoler – "Arte Gráfica Popular" de Edson Meirelles

 

16 de junho a 17 de julho – Museu Nacional de Belas Artes –– "Um retrato da sociedade brasileira – Coleção Francisco Rodrigues  1840 – 1920  

 

17 de junho - Ateliê da Imagem –  Lançamento do livro "Membranas de Luz" de Patricia Gouvêa

 

18 de junho a 02 de julho – Ateliê Oriente - "IN-Visíveis" – Coletiva Kitty Paranaguá, Renan Cepeda e Thiago Barros

 

18 de junho – Largo da Central – Intervenção Urbana no Alemão – Projeções: "Todo dia é dia de viver", "Foto Clube do Alemão" e "Pinto no Lixo" – Curadoria Milton Guran

 

18 de junho a 04 de agosto Galeria Meninos de Luz – "Olhares Femininos: Aqui e Lá" – Coletiva - Curadoria: Marco Antonio Portela e Guy Veloso

 

18 de junho a 16 de julho  – Paço Imperial – "Um instante de eternidade" – Mario Donato

 

19 de junho – Espaço Apis – "Gelatina" –Coletiva – Curadoria: Izabel Goulart e Marcel Alcantara

 

 

20 de junho – Centro Cultural Correios – "Não desisto de mim", conferência da fotógrafa  Nair Benedicto.

 

21 de junho a 22 de julho – Galeria Artur Fidalgo – "Estudo da Paisagem" – Sofia Borges

 

26 de junho, 19h – Largo do Boticário – "Mostra Livre de Fotografia" - Coletiva – Coordenação: Greice Rosa

 

27 de junho a 16 de julho – Galeria Marcia Barrozo do Amaral – Orlando Azevedo: Fotografias

 

28 de junho a 3 de julho  – Centro Cultural Correios – "FotoCine – A Fotografia no Cinema", mostra de filmes de longa-metragem sobre fotografia. Organização: Andreas Valentin

 

28 de junho a 2 de julho Ceaca – Vila Isabel – "Somos todos transformadores" – Marcella Marer e Ricardo Teles

 

29 de junho – Instituto Kreatori  convida:  Renan Cepeda

 

29 de junho a 30 de julho – Galeria Luciana Caravello – "Urbano avesso" – Curadoria Daniela Labra – Coletiva Leonardo Ramadinha, Maíra das Neves, Ricardo Villa, Felipe Bertarelli, Ding Musa e Mariana Tassinari

 

1 de julho a 20 de agosto – Ateliê da Imagem -  "Mikvot", fotografias de Marian Starosta

 

8 de julho – Rua Teixeira de Freitas 535 – "Galeria do Poste" – Rogério Reis e Chapolim

 

9 de julho a 30 de julho – Centro Cultural da Justiça Federal – Exposições de  Fabian, Cláudia Jaguaribe, Patricia Gouvêa, Rogério Reis, Calé Merege, Edu Simões, Fábio Seixo, Bel Pedrosa, Tatiana Guinle e Marcelo Carrera, Baudouin Mouanda, Pierre Alain Folliet e Prêmio Web Foto da Aliança Francesa; Lançamento do livro Cavalo de Santo, de Mírian Fichtner

 

11 de julho a 12 de agosto – Galeria 535 – "Serra Branca" – Fábio Costa

 

14 de julho a 19 de agosto – Núcleo de Produção Digital - "O Balé das Aves"- Flavia Lage – Curadoria: Raquel Dias

 

16 de julho a 18 de setembro – Museu de Arte Moderna – "Coleção Joaquim Paiva"

 

20 de julho  Instituto Kreatori  convida:  Ana Luisa Chafir

 

1 de agosto a 02 de setembro – Espaço Ideal – "Magaly Penélope: Luz, Cílios e Baton!" – Fotografia de Roberto Machado Alves

 

19 de agosto – Dia Internacional da Fotografia – Encerramento do FotoRio