quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

FELIZ ANO NOVO, FELIZ ANA NOVA

Querida Amiga Ana Nova,
 
Minha querida amiga Ana Magalhães, que é uma mulher gigante e eterna porque se especializou em cantar Noel Rosa (sabe tudo), faz aniversário de 31 de dezembro para 1º de janeiro.
Ela mora no 13º andar da esquina de Avenida Atlântica com República do Peru e todos os anos mais de dois milhões de brasileiros se reúnem na praia para festejar o aniversário da Ana e saudar o novo ano que chega para Ana Nova.
Uma maravilha que até a TV Globo transmite ao vivo e todo o Brasil tenta imitar mas não consegue, pois a festa da Ana é inimitável.
Ana é da minha geração, daquelas gentes que acham que a vida começa aos sessenta, pois é justamente quando sessenta que você se levanta e dá a volta por cima.
Este ano, encomendamos uma lua cheia especial para Ana Nova. Para não escandalizar muito, vai chover champanhe com fogos de artifício em Copacabana.
No mais, no clima drummondiano que anda este blog, reproduz em sua homenagem este texto do poeta de "O Amor Natural".
FELIZ ANA NOVA
bjs Turiba
 
"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
industrializou a esperança
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
 
Doze meses dão para qualquer ser humano
se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez
com outro número e outra vontade de acreditar
que daqui para adiante vai ser diferente...
 
Para você,
Desejo o sonho realizado.
O amor esperado.
A esperança renovada.
 
Para você,
Desejo todas as cores desta vida.
Todas as alegrias que puder sorrir.
Todas as músicas que puder emocionar.
 
Para você neste novo ano,
Desejo que os amigos sejam mais cúmplices,
Que sua família esteja mais unida,
Que sua vida seja mais bem vivida.
 
Gostaria de lhe desejar tantas coisas.
Mas nada seria suficiente...
Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.
Desejos grandes e que eles possam te mover a cada minuto,
Ao rumo da sua FELICIDADE!!!"
 
(Carlos Drummond de Andrade)

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

UM HINO AOS 50 ANOS DE BRASÍLIA

BICO DA TORRE

Renato Matos e Luis Turiba

A sombra do bico da torre na terra
faz o ponteiro
que marca o momento preciso da gente se amar
se amarrar
são flocos de nuvens
que pairam no céu de Brasília ah
dão na vista textura arquitetura
obra de artista

São blocos caiados de branco
banhados de chuva e de luz
necessidade nesta cidade
de afeto é o que conduz
me induzo a ficar a pensar
que sou o céu
e o bico da torre é a antena
que marca o momento apenas



terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O POETA DE OLHO MÁGICO

Por Luis Turiba

Roubaram do poeta os óculos
Tirando-lhe o visual d`estátua
Há neste furto certo imbróglio
Um quê místico um ar de máfia

De um olhar férreo de minério
O poeta mantém-se etéreo
Nem o fogo solda cáustica
Tira dele o "zero-a-zero"

Com ou sem seus óculos
O poeta não mexe músculo
Nem a passagem do monótono
Mas frenético Monobloco

De costas pro mar impávido
Carlos Drummond é o espírito
Do poeta que sem óculos
Tem visão de olho mágico

Carlos Drummond é o máximo
Que não cega nossos mínimos
De bronze é sua poética
Vê um tanto além do hospício

Fotos de Vânia Pinheiro

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

VELHA GUARDA DO SAMBA CARIOCA DÁ AULA DE ALEGRIA EM BRASÍLIA

 

Bambas lançam movimento pela regulamentação da carreira de compositor e depois cantam até madrugada no Feitiço Mineiro

 

Luis Turiba

 

Foi uma noite de gala (21\12). Bem que o povo de Brasília estava merecendo uma noitada de alegria. Show de bola. Ou como se dizia antigamente: barba, cabelo e bigode.

 

A noite começou cedo com um proveitoso debate sobre a regulamentação da carreira de compositor de música no Brasil, num dos espaços onde o samba reina na capital, o restaurante Feitiço Mineiro.

Cinco bambas da Velha Guarda do samba carioca – Nelson Sargento, Noca da Portela, Delcio Carvalho. Paulo Debétio e Angenor de Oliveira – se juntaram para apresentar propostas e tiveram apoio imediato à criação de uma aposentadoria especial para a classe dos compositores. Até com o presidente Lula eles falaram, numa cerimônia em homenagem aos Direitos Humanos no Itamaraty.

 

Depois, apresentados pela cantora Dhi Ribeiro, eles deram uma verdadeira alma de música e de samba, fazendo o público vibrar, dançar e cantar juntos por mais de três horas. Até o gigante Noca Neto deu uma cancha da pesada.

 

Na noite onde os clássicos do samba deram as cartas, a sensação ficou por conta do compositor pernambucano Paulo Debétio que cantou um tema da novela Tieta do Agreste e depois fez todo o bar-restaurante cantar o clássico "Nuvem de Lágrimas", música sertaneja gravada na voz de Fafá de Belém, Chitãozinho e Chororó e outras duplas. 

Valeu! Os brasilienses estão precisando espantar a tristeza.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

MESTRES DO SAMBA VISITAM A ARUC

 

BAMBAS DO SAMBA FARÃO PAGODE DE NATAL HOJE NO FEITIÇO MINEIRO

A ARUC - Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro - recebeu no seu ensaio de domingo passado (20/12), a visita de alguns dos monstros sagrados do samba brasileiro:

Noca da Portela, Nelson Sargento, da Velha Guarda da Mangueira, Délcio Carvalho (na foto com o presidente da ARUC, Moacyr Oliveira Filho, o Moa, e o vice de Carnaval, Abelardo Monteiro), Agenor de Oliveira e Paulo Bebetio, de passagem por Brasília, fizeram questão de prestigiar o ensaio da campeoníssima azul e branco do Cruzeiro. Como sempre, saíram impressionados com o que viram: a qualidade da Bateria e do samba-enredo e a força da comunidade.

 

 

 


sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

PANETONE NO VÔO DA WEBJET - CENA BRASILIENSE

Passageiros dão risada da promoção da WebJet
 
 
A intenção foi das melhores, mas pegou mal. No vôo 6790 da WebJet que saiu hoje (18/12) às 10h28 do Santos Dummond para Brasília, a chefe das aeromoças resolveu surpreender os passageiros com um presentinho de Natal da empresa.
"Para comemorar o Natal, vamos agora sortear um panetone da Balducco".
Ao que um gaiato gritou lá do meio da aeronave: "Fala sério...essa não".
O sorteio foi feito assim mesmo e ganhador do panetone levantou o dedinho timidamente, com uma tremenda vergonha. 

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A POETA SYLVIA CYNTRÃO NOS DESEJA "FELIZ NATAL"



NUTRINDO PESSOA

se

Natal

de gente grande

não tem  face de fantasia

proponho um novo Noel

de crença e força em poesia:

quem vem viver a verdade

(com licença do poeta Pessoa...)

da mágica de sentir por certa

uma amizade que ressoa?

ser junto, além de estar

é o ato que meu Noel indica

ao empenho nosso de cada dia

em nome do pai, do filho e do amigo santo!

é pra você , então, que canto -gente grande especial-

minha  nova e contrita

compreensão

de vida

e

de Natal.

                                                         Sylvia Cyntrão


PAPAI NOEL BRASILEIRO CANTA MARCHA DE ASSIS VALENTE


Boas Festas

Assis Valente


Anoiteceu, o sino gemeu
E a gente ficou feliz a rezar
Papai Noel, vê se você tem
A felicidade pra você me dar
Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel

E assim felicidade
Eu pensei que fosse uma
Brincadeira de papel

Já faz tempo que eu pedi
Mas o meu Papai Noel não vem
Com certeza já morreu
Ou então felicidade
É brinquedo que não tem


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

É GRAVE ESTADO DE SAÚDE DO SAMBISTA WALTER ALFAIATE

Piora estado de saúde de Walter Alfaiate

Sambista permanece internado em CTI de hospital. Ele tem enfisema pulmonar, insuficiência cardíaca e arritmia.

Do G1, no Rio

 

Walter Alfaiate, de 79 anos, deu entrada no hospital com arritmia e insuficiência cardíaca (Foto: Arquivo / G1)

Piorou o estado de saúde do sambista carioca Walter Alfaiate, de 79 anos, internado desde o dia 26 de novembro.

Segundo a Secretaria estadual de Saúde, seu estado é grave e ele permanece no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do  Instituto estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, no Humaitá, na Zona Sul do Rio. Ainda de acordo com a secretaria, não há previsão de alta. O sambista apresenta enfisema pulmonar, insuficiência cardíaca, arritmia e insuficiência renal.

O artista, que é cardiopata crônico, deu entrada no instituto na manhã de 26 de novembro.

 

VEJA O QUE DIZ O I CHING DA LUA DE DEZEMBRO

 
Shih Ho: La Mordedura decidida,
En esta fase el modo justo para enfrentar la situación es el de intervenir de modo decidido. Ya no es el momento de eludir o de evitar el problema. Para reequilibrar las cosas es necesario restablecer la justicia, utiliza todos los medios lícitos que tienes a disposición: la perseverancia te premiará.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

OLHA A BEIJA-FLOR AÍ, GENTE

ENREDO NÃO TERÁ NENHUMA LIGAÇÃO COM O GOVERNO ARRUDA 
 
A Escola da Samba Beija-Flor de Nilópolis prossegue firme na montagem do seu carnaval para 2010, com um enredo em homenagem ao cinquentenário de Brasilia - "Brilhante ao sol do novo mundo, Brasília do sonho à realidade, a capital da esperança". A escola fará seu primeiro ensaio técnico na Marques de Sapucaí dia 20 de dezembro, domingo.
 
A preocupação dos carnavalesco é desvincular totalmente o enredo do governo Arruda e dos escândalos do "Mensalão do DEM".
 
"Vamos contar a saga da construção de Brasília, suas lendas, suas histórias, falando muita da natureza do cerrado, dos índios que viviam no Goiás e dos primeiros filhos de Brasília, como Renato Russo. Não haverá política no nosso enredo. Prestamos uma homenagem a JK que é o fundador da nova capital", esclareceu um dos carnavalescos da escola de Nilópolis.
 
QUER DESFILAR? 
 
Os brasilienses que desejarem comprar fantasias e desfilar no Sambódromo pela Beija-Flor devem entrar no site da escola ou podem entrar em contado com a agência Charm Tour, em Brasília, uma das que estarão vendendo pacotes turísticos para o carnaval carioca.
 
O enredo é tão antipolítico que nada do que foi planejado será modificado. Os carnavalesco Laila, Alexandre Louzada, Fran Sergio e Bira Silva já estão trabalhando firme nos seis super-carros alegóricos que tratarão das lendas que cercam a construção de Brasília. Desde o início dos trabalhos, eles se preocuparam em despolitizar ao máximo o carnaval, dando espaço apenas para o fundador da nova capital, JK, que terá um carro especial com sua imagem.
 Os carnavalescos guardam muitos segredos para o desfile. Além do samba que está sendo muito cantado pela comunidade e deverá ser um ponto forte no desfile, o carro que trará a réplica da Catedral promete emocionar aos que assistirão o desfile. Neste mês de dezembro, a Beija-Flor fez seu primeiro ensaio técnico na Marques de Sapucaí com muito sucesso.

NIEMEYER FAZ 102 NA TERÇA-FEIRA

O arquiteto Oscar Niemeyer fará 102 anos na próxima terça-feira, dia 15. Fará aniversário trabalhando no seu escritório na Avenida Atlântica, em Copacabana, e depois receberá amigos na Casa da Canoa, entre eles o compositor Chico Buarque.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

REYNALDO JARDIM LANÇA SEU LIVRO "SANGRADAS ESCRITURAS"

EDIÇÃO É LIMITADA EM 300 EXEMPLARES COM MAIS DE 500 PÁGINAS


Reynaldo Jardim lança seu 10º livro de poesia

Sangradas Escrituras reúne produção de mais de seis décadas

No próximo domingo, dia 13, em brancas nuvens, Reynaldo Jardim comemora mais um ano de vida. São 83, de uma vida cheia de poesia, escultura, artes gráficas, jornalismo e agitação cultural. A grande comemoração, no entanto, será três dias depois: na quarta-feira, dia 16, será lançado seu décimo livro, Sangradas Escrituras, que reúne 65 anos de produção poética. A obra está dividida em duas partes: Retaguarda e Revanguarda. A primeira privilegia a palavra como ferramenta e a segunda prioriza a imagem, com poemas visuais. Serão apenas 300 exemplares, numerados e assinados pelo autor, com patrocínio da BB Seguros.

Na vida de Reynaldo Jardim, a poesia sempre esteve presente. Ainda na adolescência, escreveu cadernos e cadernos de poemas, feitos como exercício, sobre os mais diversos temas. Em 1968, em plena ditadura militar, fazia, diariamente, um poema comentando o assunto do momento, que era apresentado ao vivo no Jornal de Vanguarda, da TV Rio. Repetiu essa experiência de "comentarista poético" na Revista Bundas e no Jornal do Brasil, já no século XXI.

Antes de Sangradas Escrituras, publicou nove livros: Joana em Flor; Joaquim e outros meninos; Maria Bethânia, guerreira, guerrilha; Paixão segundo Barrabás; Science Ficcion; Bugreiros; Cantares Prazeres; Lula – panfleto rapsódia; Viva o dia! (poemas para crianças) e Lagartixa Escorregante na Parede de Domingo.

"Há pouco tempo descobri que realmente era poeta", conta Reynaldo Jardim, a quem o jornalismo envolveu mais que a poesia por longas décadas. A partir da década de 50, comandou sucessivas revoluções, gráficas e editoriais. Criou e dirigiu o Caderno B – o primeiro caderno cultural do país - e o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, porta-voz do Concretismo e do Neo-concretismo. Ainda no Rio de Janeiro, implantou reforma total no Correio da Manhã e em O Jornal, criou o jornal escola O Sol e dirigiu a Revista Senhor. Trabalhou em jornais de diversos estados: Diário do Paraná, Correio de Notícias e Jornal do Estado, no Paraná; O Liberal, no Pará; A Crítica, no Amazonas; Jornal de Brasília e Correio Braziliense, no DF; Diário da Manhã, em Goiás.

Se dedica também a escultura, tendo feito exposições individuais de suas produções Ginastas e Tatus de Cateto. Já montou balé, já fez música, já participou de seis filmes.

Seja na imprensa brasileira - jornais, revistas, rádios e tvs – seja na literatura ou nas artes plásticas e visuais, por onde andou, Reynaldo Jardim imprimiu a modernidade de seu pensamento e idéias, libertas de algemas e preconceitos de qualquer espécie. Mente livre e solta, repleta de criatividade. Incansável, não esgota sua capacidade de escrever, desenhar e fabricar idéias, diariamente. São poemas, crônicas, gravuras, que continua enviando para todo o País. Essa produção ininterrupta fez com que a finalização de Sangradas Escrituras levasse quase uma década: a cada dia o autor surgia com mais poemas. Batido o martelo "aqui não entra mais" – já eram quase 1.200 páginas, ele começou a produzir outros livros. Já estão prontos Íntima Grafite, de haikais eróticos e Catecismo Pagão.

Mas nem só de poesia vive Reynaldo Jardim. Sua mente agora está ocupada com um projeto diferente: planeja toda uma cidade, Futura, um lugar onde as pessoas possam viver em harmonia entre si e com a natureza. Já bolou até a igreja da cidade: Templo da Liturgia Estética, onde os cultuados serão os grandes artistas de todos os tempos.



Serviço:

lançamento do livro Sangradas Escrituras, de Reynaldo Jardim

dia 16 de dezembro, quarta-feira

19h

Bar Brahma (201 Sul, Bloco C) – Brasília

mais informações: (61) 9265 7848

BRASÍLIA REAGE COM POESIA

Poetas lançam livros para desaniviar clima de baixo astral em Brasília
 
Luis Turiba

 

Brasília está vivendo o seu pior astral em seus 50 anos de vida neste dezembro de 2009.

Nunca vi tamanha crise ética-existencial  em 30 anos de cidade.

Pior mesmo do que nos tempos da ditadura, quando a ordem era prender e arrebentar.

A cidade não tem outro assunto a não ser falar e falar do escândalo da dinheirama da propinagem que rolava entre secretários, deputados distritais, empresários e até o próprio governador do DEM. Tudo orquestrado e fartamente documentado por um X-9 corrupto.

Um horror que não pode ser perpetuado.

Na noite da última quarta-feira (9/12), horas após a cavalaria da PM ter massacrado um grupo de estudantes que protestava contra a corrupção (que agora é crime hediondo), pude respirar um pouco mais aliviado ao comparecer a três lançamentos de livros de poesia, em três espaços culturais distintos.

Enfim, algo auspicioso! Palavras enfeitiçadas.

Passei primeiro no lançamento do poeta Nicolas Behr. Niki é uma reserva moral, poética e cultural de Brasília. Se alguém encarna a alma brasiliense, com seus transes e angustias, é ele, o Poeta.

Lanço "O Bagaço da Laranja", uma continuação do seu premiadíssimo livro "Laranja Seleta". Escrevi no blog que o Bagaço era o lado rebelde do Seleta. E é. Curtam esse poemeto:

 

"o poeta-patrão

abre o livro-caixa

e demite o poema

nega aumento à rima

dá férias para a gramática

o leitor fica de aviso prévio

(o crítico insiste na ficha de inscrição)

 

posso falar com o Sr.

agora que o ser.

está mais calmo?

 

quem disse

que estou mais calmo?"

 

Depois fui abraçar Almira Rodrigues , cuja apresentação do livro "Afetos & Palavras" tive a honra de escrever. Dela selecionei dois poemas.

 

nebulosa

 

de onde estou não me enxergo toda

só pedaços de mim

quem sabe posso me juntar

em outro canto de visão

ou então

esperar um tempo

em que os pedaços se juntem

por simples atração de si mesmos

 

 

 

pausas e despedidas

 

em nosso tempo

não faremos mais despedidas

só pausas

 

tem pausa que dá saudade

tem pausa que arranca pedaço

conheço as duas

 

para quê tenho que jejuar de você?

 

tenho medo do primeiro e do último encontro

(entre pausas)

saírem desafinados

queria-os sempre harmoniosos

 

e tenho medo

que você vá embora

de mim

de vez

 

 

Por último, fui rever o poeta-amigo Eudoro Augusto, que lançava no Beirute o seu livro "A Natureza Humana".

Eudoro está na viagem poética desde os anos 60 e fez parte do transcendente livro "26 Poetas Hoje", de Heloísa Buarque de Hollanda, que lançou no mercado os chamados poetas marginais.

Dedico a vocês dois poemas de Eudoro.  

 

ENCANTADA

 

Linda linda linda

Você é linda e acho que te conheço.

Com certeza não é do baile funk

Que tanto eu não mereço

Talvez seja de um sonho iluminado   

 Ou quem sabe de um filme forte.

Em qualquer desses casos

Por favor não me acorde.

 

 

 

PÓRTICO DOS FUNDOS

 

Afinal de contas

nem gosto tanto assim de poesia.

Gosto mais de música. Só música

sem palavras nem aplausos.

De pintura. Só pintura

Sem teoria ou mensagem.

De cinema. Só cinema

Sem mesa redonda

nem voto popular.

E da vida. Só a vida

Sem título

sem vínculo

sem legendas.  

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

MORRO DOIS IRMÃOS, uma montanha em movimento

Dois Irmãos, quando vai alta a madrugada
E a teus pés vão-se encostar os intrumentos
Aprendi a respeitar tua prumada
E desconfiar do teu silêncio

Penso ouvir a pulsação atravessada
Do que foi e o que será noutra existência
É assim como se a rocha dilatada
Fosse uma concentração de tempos

É assim como se o ritmo do nada
Fosse, sim, todos os ritmos por dentro
Ou, então, como um música parada
Sobre um montanha em movimento


Ouçam a música: http://www.youtube.com/watch?v=TnUK6Zeem8w

O ANALFABETO POLÍTICO

Bertolt Brecht
"O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais."

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

ALMIRA, UMA POETA QUE NASCE PRONTA

A loucura branda de Almira Rodrigues
 
Luis Turiba
 
Quando uma poeta se inaugura, madura e já quase certa, como é o caso de Almira Rodrigues (se lusa fosse seria cantora de fados), deveríamos decretar feriado nacional, tocar os sinos, cantar os hinos, estender o tapete letrado das pompas e circunstâncias.
 
Deveríamos, mas ela chega silenciosamente como bem convêm a uma artesã da linguagem. Ou melhor; bordadeira de palavras. E palavras são nuvens, vão e vêm. Palavras são afetos que dizem amém. Daí o título do seu livro inaugural: "Afetos e Palavras", onde podemos saborear um longo poema dividido e redividido com seus ecos que sempre voltam e reafirmam em tiradas charmosas, algumas repletas de sensualidades.
 
Palavra é a ferramenta, o batom na boca desta carioca-mineira-brasiliense que herda em seus poemas uma certa síntese cínica & mineiríssima de Adélia, uma sabedoria à moda antiga de Cora e/ou uma transcendência juvenil de Ana Cristina César. Foi nessa pescaria que ele criou seu poemário.
 
Logo de cara, Almira visa: "acomodo palavras em afetos", pois "quando fumava os afetos eram tênues, esfumaçados sem o cigarro."
 
Sua poesia é composta até pelos inexpressivos barulhos. Com eles, ela desembaralha poemas como no fino fragmento "barulhos"
 
"a cidade é múltipla
cada qual tem a sua
a minha tem barulhos
de dia descarto-os
de noite
os barulhos de fora
vêm buscar os de dentro
a bagunçam meu sono
para espantar o susto
faço poesia"
 
E assim, de sonoridade em sonoridade, de sutilidades e gentilezas, a linguagem feminina desabrocha ao longo do livro até os poemas-síntese "delicadeza" e "desejo"
 
"tome cuidado
com todo que toca
com o que pega
inclusive comigo
sobretudo comigo
eu quebro
eu estrago"
 
desejo
 
deixou o alimento
e o desejo à vista
pendurado no varal
fico embebida por seus movimentos
crio linhas e linhas de caminhos até você
fico toda enrolada
bom será
que você também
fique enrolado em mim"
 
Gostoso de ler esses versos apaixonadamente femininos, pois o ser-mulher ama e, portanto, poetisa diferentemente, o ato de amar: "alguns afetos/ precisam de palavra para tomar corpo/ senão viram fantasmas."
 
Como em "intimidade":
 
construir intimidade
coisa tão profunda
leva tempo
sinto-me tão cansada
 
Ou no quase hai-kai oferecido "mão e boca"
 
não me segures
com a mão se podes
me agarrar com a boca
 
Tudo acaba em "magia"
 
passei anos e anos
te abraçando com os olhos
te beijando com os dedos
(....)
poder das fadas e das bruxas
dá no mesmo
 
São as "mutações" provocadas pelo amor:
 
"o amor fica sólido
o corpo líquido
a alma gasosa"
 
É assim, no equilíbrio entre as palavras e os afetos, os amores e desabores, que se construiu a poesia desta caloura madura, pois conscientemente optou por só publicar já na madureza de uma vida repleta de atos participativos e existenciais.
 
palavra
 
a palavra falta
a palavra sobra
vez em quando fica na medida
 
poesia viva
 
"me confortam as palavras/ tábuas em mares de afetos/ virar poeta talvez seja uma solução/ sair pintando tudo de palavra/ até não encontrar mais palavra/ então/ virar poesia viva/ errante"
 
E assim, trabalhando com sentimentos que ficam do "comprimento do mundo", a poeta Almira apresenta sua "credencial" para participar do Grande Livro do Poema Universal, aquele que é escrito por todos os homens, todas as mulheres, cuja base é a busca de uma linguagem própria com suas células mátrias que são as palavras. Pá, lavras.
 
 
Brasília, 25 de outubro de 2009
 

O MENGÃO É UMA PAIXÃO....NINGUÉM EXPLICAR....O BOM É TORCER

Mengo!
Estou sempre contigo
Somos uma nação
Não importa onde esteja
Sempre estarei contigo
Com meu manto sagrado
Minha bandeira na mão
O Maraca é nosso
Vai começar a festa!


Dá-lhe, dá-lhe, ô

Dá-lhe, dá-lhe, ô

Dá-lhe, dá-lhe, ô

Mengão do meu coração


Dá-lhe, dá-lhe, ô

Dá-lhe, dá-lhe, ô

Dá-lhe, dá-lhe, ô

Mengão do meu coração

 

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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

NICOLAS BEHR LANÇA "O BAGAÇO DA LARANJA"


O poeta Nicolas Behr fecha o ano de 2009 em grande estilo. Lança nesta quarta-feira mais um livro - são mais de 80 ao todo. "O Bagaço da Laranja" é o lado rebelde do livro anterior, 'LARANJA SELETA".
 
Um excelente presente de Natal que pode ser encomendado pelo e-mail paubrasilia@paubrasilia.com.br
Convite O bagaço da laranja.jpg

 

domingo, 29 de novembro de 2009

I CHING I CHING MEU, TEM ALGUÉM COM MAIS SUINGUE DO QUE EU

Tai: La Paz,
Este es un buen momento de armonía donde reina la paz, la concordancia y el éxito. Si deseas prosperar y tener suerte, deberás tratar de mantener este estado haciéndote ayudar de alguien que pueda estabilizar del mejor modo esta situación favorable.

Hasta mañana.
La Tierra

 

 

FLAMENGO RUMO AO TÍTULO DE CAMPEÃO BRASILEIRO

UMA VEZ FLAMENGO, FLAMENGO ATÉ VIVER

GALERA RUBRO-NEGRA, DAQUI E D`ALHURES, AGORA QUE CHEGAMOS NO TOPO DO MELHOR FUTEBOL DO MUNDO COMO LÍDER DO CAMPEONATO BRASILEIRO, CHEGOU A HORA DE CONCENTRARMOS-NOS PARA A GRANDE FINAL CONTRA O GRÊMIO NO MARACA, DOMINGO QUE VÊM.
 
ENQUANTO DOMINGO NÃO CHEGA, OFEREÇO ESTE VÍDEO A VOCÊ, LEITORES DO BLOG.
 
VALE A PENA - GARANTO, GENTE - ASSISTÍ-LO VIA YOUTUBE.
 
É O HINO DO MENGÃO TOCADO, CANTADO E HIPER VIBRADO EM UM PUB LONDRINO.
 
É SIMPLESMENTE O MÁXIMO. VAMOS LÁ, POIS O CLIP VALE MESMO, ESPECIALMENTE UMA CUIQUINHA ESPERTÉRRIMA NO FINAL E AS CENAS DA MAIOR TORCIDA DO MUNDO NO MARACA.
 

AINDA BEM QUE ALGUÉM AVISOU QUE "ISSO IA DAR MERDA": E DEU

SUCESSO NO YOUTUBE COM QUASE HUM MILHÃO DE  ACESSOS
 
DOS MESMOS CRIADORES DE VAI TOMAR NO CU - CRIS NICOLOTTI CANTA SEU SEGUNDO HIT - SEMPRE ORIGINAL!!!  
 

BRASÍLIA E AS CAIXAS DE PANDORA

 
RECEBO DA PENSADORA EDNA FREITAS A SEGUINTE REFLEXÃO SOBRE O ESCANDALO DA "CAIXA DE PANDORA" QUE ABALA BRASÍLIA. VALE A PENA LER, ASSIM COMO A CRÔNICA DA CONCEIÇÃO DE FREITAS 
colegas,
lendo conceição, podemos perceber quanta coisa ela disse nas entrelinhas, nos vazios de seu texto.
brasília é mesmo assim: extremada.
e a ganância pelo "dinheiro" salta aos olhos de muita gente.
essa moeda transtorna mais do que transforma o juízo de quase todos.
 
ainda assim, e mesmo assim, amamos brasília.
percorremos um outro caminho. o caminho da minoria.
podemos, sim, fazer a diferença.
votos de que, ainda assim, mesmo assim, não desistamos de caminhar, de percorrer esse caminho. o caminho da minoria.
valerá à pena
 
sempre que uma caixa de pandora "estoura", fico com meu coração apertado, refletindo acerca desse fênomeno que mais parece uma bomba relógio programada para ser "estourada" de tempos em tempos.
os leões, donos das caixas, sabem disso. sabem que as caixas de pandora, sempre estouram.
mas não resistem a ganância, a tentação de criá-las.
sempre acreditam que elas não estourarão.
e as caixas de pandora sempre estouram.
quando os leões acreditarão nisso? ou será que mesmo acreditando, ainda assim, criarão as caixas de pandora?
 
ainda que, nalguns momentos, nos faltem forças, tamanha seja a tentação dos leões que querem comer brasília, ainda viva.
esses leões, passarão. acreditemos nisso.
o segredo de nos mantermos, de continuarmos vivos, é aprendermos a identificar esses leões e não nos deixarmos seduzir pelo brilho de seus olhos, pelas facilidades do poder, pelo desejo do status.
 
as caixas de pandora, estão sempre por aí. e claro, nalgum momento, sempre são abertas. elas passarão. virão outras.
elas representam sinais. sinais dos tempos.
ainda assim, mesmo assim, continuemos nesse nosso caminho.
amando e vivendo em brasília, tendo o nosso céu por testemunha.
abraços literários.
edna freitass
 
 
fonte: Correio Braziliense.

Invadindo consciências

Por Conceição Freitas
conceicaofreitas.df@dabr.com.br


O anjo obsessivo e sábio cantou a pedra desde o começo: Em Brasília, não há inocentes. Somos todos cúmplices, citação de Nelson Rodrigues que já repeti neste pé de página uma meia dúzia de vezes. Não houve melhor definição do que é a Brasília capital do poder.

Delfim Neto disse a mesma coisa de outro modo, em depoimento a Ronaldo Costa Couto, no Brasília Kubitschek de Oliveira, também aqui reproduzido em outras ocasiões: "Brasília virou uma corte. Brasília é uma sociedade endogâmica, que casa entre si os seus filhos. Vai ser muito difícil arejá-la, porque todo mundo é parente. Eu aprendi: aqui, em nenhuma mesa de almoço ou jantar você pode falar mal de alguém. Sempre que você está conversando com um sujeito, ele é um primo, um irmão, um sobrinho, um cunhado, um amigo da amante de alguém…"

Brasília é um ovo. O poder concentrado entre dois eixos cruzados em cruz e abraçados por um lago artificial, afastado do restante do país por léguas e léguas de cerrado, facilitou as tramóias, deu passe livre para a corrupção.

Vivemos em casas geminadas com o poder. Tão próximo, tão sedutor, tão irresistível, o poder transborda os seus limites e vai invadindo consciências, alterando valores, iludindo os bem intencionados, pavoneando todos os que não se contentam com nada que não seja tudo. O poder está à mão, ao telefone, o poder está na casa do vizinho, nas festas megalomaníacas, nas facilidades oferecidas com um sorriso cordial, na troca de favores que põe todos na roda.

Doce ingenuidade a de Juscelino, Sayão, Lucio e Oscar. Juntaram os brasileiros num só território, entremearam a Nação a partir de seu ponto mais central, mas inventaram uma cidade administrativa que isolou o poder — esse instrumento que precisa ser vigiado ininterruptamente. O melhor dos homens piora quando ganha poder. É preciso ter domínio sobre as próprias fraquezas para ser poderoso sem se perder no poder.

Brasília foi construída na lâmina cortante das contradições. Ela existe porque o Estado assim o quis, mas nasceu do desejo de mudar as relações sociais. De aproximar ricos e pobres, de dar aos dois as mesmas condições de vida na cidade.

Nasceu para ser exclusivamente a sede do poder federal, espécie de cidade proibida. Ilhada em imensos vazios, virou-se contra os ideais que a fundaram. Terra de ninguém, lugar de forasteiros, Brasília passou a ser, desde o começo, o território de quem quer se dar bem. À exceção da meia dúzia de idealistas que veio para a invenção de Juscelino apostando num projeto de mudança de mundo, toda a gente que aqui aportou veio em busca de prosperidade. Bastante legítimo, mas a cidade isolada era (e continua sendo) perigosamente permissiva.

Em Brasília, todos somos cúmplices. O caldo sedutor do poder avança pelas frestas das consciências, atordoa princípios, estimula ambições, deteriora princípios. Transforma todos em iguais, iguala todos por baixo. Não é fácil escapar dessa trama.



sexta-feira, 27 de novembro de 2009

LEMINSKI ESTÁ CERTO

'Não discuto com o destino
o que pintar, eu assino"
 
                   Paulo Leminski

FIQUEM DE OLHO DO I CHING, UM LANCE DE DADOS

"Tu coraje y tu perseverancia te premiarán con un importante éxito. Si sabrás llevar adelante tus acciones y tus ideales con sentido de justicia, también las fuerzas del cielo te sostendrán y obtendrás el éxito deseado. Mantiene siempre tu espíritu en armonía con la naturaleza" I Ching

MORREU NOSSO AMIGO BOM SENSO

DEU NO BLOG DO NOBLAT
Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa -
27.11.2009
| 14h45m
artigo

Obituário

Hoje pranteamos o falecimento do velho e muito amado amigo, Bom Senso, que conosco conviveu durante tantos anos. Ninguém sabe ao certo sua idade, já que seu registro de nascimento há muito desapareceu nos meandros da burocracia.

Ele será para sempre lembrado por ter cultivado lições valiosas tais como:
- saber quando se abrigar da chuva;
- porque Deus ajuda quem cedo madruga;
- a vida nem sempre é justa;
- e talvez a culpa tenha sido minha.

O Bom Senso vivia segundo regras econômicas simples e seguras (não gastar além do que se ganha) e estratégias confiáveis (os adultos, e não as crianças, estão no comando).

Sua saúde começou a deteriorar rapidamente quando regulamentos bem intencionados, mas inconcebíveis, foram colocados em prática. Relatos de um menino de 6 anos de idade sendo acusado de assédio sexual por ter beijado uma colega de classe; de adolescentes suspensos da escola por usarem desinfetantes bucais após o almoço; e de uma professora despedida por repreender um aluno insubordinado, só pioraram sua condição.

O saudoso Bom Senso começou a perder sua saúde quando os pais atacaram os professores por fazer o trabalho que eles mesmos tinham deixado de fazer, ao não disciplinar seus filhos rebeldes. Piorou mais ainda quando foi exigido das escolas que obtivessem assentimento paterno antes de aplicar uma loção de proteção solar ou um band-aid em um aluno; e quando lhes foi proibido informar aos pais que uma aluna estava grávida e pretendia abortar.

O Bom Senso perdeu a vontade de viver quando os Dez Mandamentos passaram a ser politicamente incorretos; quando as igrejas se transformaram em negócios; e quando os criminosos passaram a receber melhor tratamento que suas vítimas. O Bom Senso sofreu muito quando soube que você não pode se defender de um assaltante dentro de sua própria casa e que o assaltante pode processá-lo por agressão.

Finalmente ele desistiu de viver depois que uma mulher não se deu conta que uma xícara de café fumegante estava quente. Ela deixou cair um pouco do café no colo e em seguida pediu e recebeu uma enorme quantia como indenização.

Bom Senso já perdera os pais, Verdade e Confiança, a mulher, Discrição, a filha, Responsabilidade, e o filho, Razão. Deixa quatro meio-irmãos: Conheço Meus Direitos; Quero Isso Já; A Culpa Não é Minha; Sou Uma Vítima.

Poucas pessoas compareceram ao seu funeral porque muito poucos perceberam que ele morreu. Se você ainda se lembra dele, passe isto adiante. Se não, junte-se à maioria e não faça nada.

Esse obituário que o venerando The Times inglês, também conhecido como London Times, publicou lá pelo ano de 2007, é uma peça, a meu ver, antológica. Um amigo, Luiz C. Lemos, o enviou para mim ontem e eu imediatamente corri aos arquivos do jornal para verificar a data em que isso foi publicado. Desculpem, mas como ainda procuro seguir as regras do Senhor Bom Senso, não quis pagar as ₤4,95 pelo direito de pesquisar por um dia (aos interessados: por um mês, ₤14.95; por um ano, ₤74.95!) e portanto fiquei sem poder dar essa informação a vocês.

Mas se quiserem verificar o texto no original, basta entrar no amável Mr. Google e digitar "London Times Obituary of the late Mr. Common Sense" que encontrarão um sem número de entradas com esse magnífico texto. Também, se preferirem, podem lê-lo em http://www.democracyforum.co.uk/talk-about-anything/46015-death-common-sense.html, que recomendo.

O Bom Senso no Reino Unido passou por provações na área escolar que nós aqui, pelo menos aqueles que não têm filhos nas escolas inglesas ou americanas, desconhecemos, já que nossos filhos não entram de manhã e saem á tarde... Mas quanto à parte da disciplina, o Bom Senso aqui no Brasil também perdeu a batalha; ai do professor que der uma nota baixa, reprovar um aluno ou botar um pestinha de castigo!

Quanto ao restante do texto, talvez aqui aquela senhora distraída levasse muitos anos para receber a indenização; e pode ser que o assaltante não pudesse acionar o dono da casa que assaltou, mas não estou muito segura dessa informação.

As outras perdas que ele sofreu naquela linda ilha onde a grama é a mais verde do mundo, aqui ele sofreu em dobro. Sua família de sangue foi igualmente dizimada e seus sucessores também são os alopradissimos Conheço Meus Direitos; Quero Isso Já; A Culpa Não é Minha; Sou Uma Vítima.

No entanto, como aqui o controle de natalidade não existe, ele deixou mais dois meio-irmãos: Eu Não Sabia e A Culpa É da Imprensa.

Peço o mesmo que o London Times: quem sentir falta do Bom Senso, passe adiante esse texto como homenagem a um grande sujeito.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

FLAMENGO, UMA OBRA DE ARTE


AMIGOS LEITORES DO BLOG, ESTE FIM DE SEMANA SERÁ ESPECIAL PARA A NAÇÃO RUBRO-NEGRA.
 
ENTREM E SE ARREPIEM

UMA VEZ FLAMENGO, FLAMENGO ATÉ MORRER

GALERA, ESTE VÍDEO OFEREÇO A TODOS VOCÊS, LEITORES DO BLOG.
VALE A PENA - GARANTO, GENTE - ASSISTIR. O HINO DO FLAMENGO TOCADO, CANTADO VIBRADO EM UM PUB LONDRINO.
 
É SIMPLESMENTE O MÁXIMO. VAMOS LÁ, POIS O CLIP VALE MESMO, ESPECIALMENTE UMA CUIQUINHA ESPERTÉRRIMA NO FINAL E AS CENAS DA MAIOR TORCIDA DO MUNDO NO MARACA.
 

terça-feira, 24 de novembro de 2009

ZECA PAGODINHO E NOCA DA PORTELA NA ORDEM DO MÉRITO CULTURAL

Deu no G1

'Nosso presidente é um sambista, né?', brinca Sérgio Mamberti, da Funarte.
Presidente participa nesta quarta (25) de homenagem a 40 personalidades.

Daniella Clark Do G1, no Rio

O sambista Zeca Pagodinho foi indicado pelo próprio presidente Lula para ser homenageado pelo Ministério da Cultura (Foto: Reprodução/TV Globo)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou os sambistas Zeca Pagodinho e Noca da Portela para receber a Ordem do Mérito Cultural 2009, que será entregue nesta quarta-feira (25) a 40 personalidades, no Rio. A homenagem é promovida anualmente pelo Ministério da Cultura.

Segundo o ator e presidente da Funarte, Sérgio Mamberti, a escolha dos agraciados é feita por meio de votos, mas, tanto o ministro da Cultura, Juca Ferreira, como o presidente, podem fazer suas indicações.

"Nosso presidente é um sambista, né? Zeca Pagodinho e Noca da Portela foram indicações do presidente que foram muito bem-vindas", contou nesta terça-feira (24) Sérgio Mamberti, que durante a solenidade dividirá o palco com a atriz Fernanda Montenegro.

Lula desembarca no Rio nesta quarta para participar da cerimônia, em um teatro da Zona Sul do Rio. Entre os 40 homenageados estão ainda a cantora Ângela Maria, o diretor Aderbal Freire Filho, o humorista Chico Anysio, a cantora Fernanda Abreu, a atriz Nathalia Timberg, o ator Walmor Chagas, o cantor Ney Matogrosso, o diretor Carlos Manga e a coreógrafa Deborah Colker.

A lista inclui ainda homenagens in memoriam à pequena notável Carmem Miranda, ao cantor Raul Seixas, ao paisagista Burle Marx e ao artesão Mestre Vitalino. 

poETS FAZEM VAQUINHA PARA CHEGAR EM BRASÍLIA

POETAS GAÚCHOS QUEREM APRESENTAR SEU NOVO TRABALHO EM BRASÍLIA
 
Amigos, a vaca está lançada! Vamos levar os poETs para fazer show outra vez em Brasília? Os poETs fazem música legal com letra bacana. O Circo Voador já viu, o Sesc Pompéia também, Barca Poética em Brasília, Praia da Ponta Negra em Manaus, Teatro Paiol em Curitiba, 15 cidades de Santa Catarina, várias do Rio Grande do Sul.
Leiam o flyer em anexo e vejam o video no youtube.
http://www.youtube.com/watch?v=KfcCBvj7K1Q

Se puderem enviar para seus amigos, agradecemos.

Abraço!
Ricardo Silvestrin
  51 99199770
  51 32251532
www.ospoets.com.br
myspace.com/ospoets
youtube
http://www.youtube.com/results?search_query=%22os+poets%22&search_type=
trama virtual
http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=19445
www.ricardosilvestrin.com.br


segunda-feira, 23 de novembro de 2009

VIVA ZÉ PEREIRA, VIVA ZÉ PEREIRA, VIVA ZÉ PEREIRA NESTE FESTIVAL

Luis Turiba, relembra o cinematográfico malandro do cinema brasiliense

 

Texto para o último dia do Festival de Cinema de Brasília

 

Amigos, Amigas! Galera que ama e participa o cinema brasileiro!

 

Falta alguém hoje nesta festa. Alguém que não foi convidado, nem sequer lembrado naquele menor espaço do pé de página do catálogo e do convite do encerramento deste festival.

Alguém muito especial que com toda certeza está presente entre nós aprontando alguma, o que é uma característica de sua personalidade.

 

Refiro-me a Zé Pereira, o grande responsável pela realização dessem filmes que vocês assistirão agora. Sem ele, provavelmente nada disso existiria.

 

Aliás, poucos aqui tiveram o prazer de conhecê-lo; mas os que conviveram com ele jamais poderão esquecê-lo.

 

Difícil é defini-lo. Não era o que podemos chamar de um produtor.

Nem tampouco um realizador.

Muito menos um cineasta, roteirista, diretor, ator, capitador.

Ao mesmo tempo, era um pouco disso tudo.

 

Vamos dizer: Zé Pereira era um "zecutivo" da armação e do bem viver.

Um patrimônio imaterial da cultura brasiliense.

Sim, Zé Pereira foi um personagem vivo que se não tivesse existido precisaria ser inventado.

Mas juro: ele existiu. Nordestino, natural da Paraíba, semi-analfabeto, galanteador, articulado e dono de uma lábia que transcendia a qualquer raciocínio linear.

 

Foi ele quem conseguiu convencer o governador Zé Aparecido a bancar com recursos oficiais os cinco filmes dessa série.

 

Quando os recursos estavam disponíveis, Zé Pereira simplesmente fez uma farra que ficou na história do cinema de Brasília: alugou um andar inteiro do Hotel Nacional e por mais de 15 dias comeu e bebeu do bom e do melhor, convidando amigos, putas e mendigos da cidade para beber champanhe e fumar charutos cubanos acessos em notas de cem dólares.

Um verdadeiro banquete macunaímico!

 

Zé Pereira era assim. Na véspera de um festival, acho que em 84, chegou no Hotel Nacional um dia antes e se apresentou:

- Boa noite, Nelson Pereira dos Santos.

- Pois não, Seu Nelson, sua suíte é a meia dois meia,

 

Zé Pereira só saiu da suíte quando chegou ao hotel o verdadeiro Nelson Pereira, deixando um rombo de milionário para o festival pagar.

 

Zé Pereira não se apertava. Foi o malandro mais cinematográfico que Brasília já produziu, um discípulo direto de Macunaíma, um seguidor de Kid Morengueira. Amava o cinema, as boas coisas da vida, como bons vinhos e sofisticados pratos; as mulheres, os amigos e as grandes produções e armações.

 

Foi amigo de governadores, ministros, políticos. Em Brasília, recebeu o maestro Tom Jobim, e teve conversas temáticas interessantíssimas com o economista marxista Celso Furtado, por exemplo.

 

Foi graças a essas suas estripulias que o cinema brasiliense ganhou um Pólo de Cinema e filmes como esses que vocês irão assistir hoje.

 

Por tudo isso; Viva Zé Pereira, Viva Pereira, Viva Pereira neste Festival.

 

 

 

sábado, 21 de novembro de 2009

TORTURA

Luis Turiba
 

Levanta-se o véu e rasga-se a túnica

Os corvos ainda bicam o que restou de ti

Uma dor cicuta que espiral perdura

.... tortura....

 

O teu silêncio cobrado em preço físico

O teu algoz agora também teu karma

Tua voz teu suspiro e teu fantasma

 

Quem içou o dia e eternizou o cinza

Um Deus raivoso fez habitat à sombras

Tiras o capuz e o que vês? Abismos

 

Jagunços a conspirar em cadafalsos

- Ora Senhor! Não se trata bandidos a bombons!

Meu Deus! Meu Deus! Será que vou Calabar?!

 

Nunca serás mais o que antes eras

Se o corpo resistiu, o espírito tem chagas

Marcado como gado a ilusão tritura

......tortura.......

 

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

UM FILME QUE DESNUDA A DITADURA: "PERDÃO, MISTER FIEL"

Assisti ontem (19/11) impactado - quase sufocado - o filme-documentário de Jorge Oliveira "Perdão, Mister Fiel", um forte concorrente a vencer o Festival do Cinema Brasileiro de Brasília. Trata-se da história verdadeira da morte do operário Fiel Filho, trucidado nos cárceres do DOI-CODI da Rua Tutóia, em São Paulo, por agentes da ditadura militar em 1976.

De fazer pensar, de fazer chorar, de fazer vomitar: de raiva, de espanto, de tristeza.

Um filme-reportagem sem ser monótono, que joga muita luz no recente período podre-barra-pesada da ditadura no Brasil, com importantíssimo depoimentos de dos presidentes Lula, Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Ernersto Geisel, além de estudiosos e ex-presos políticos da época.

Um trabalho audiovisual que mostra o que Torquato Neto chamou no seu poema-música Tropicália de "brutalidade-jardim" da sociedade brasileiro. Um filme para ser visto e nunca mais esquecido, onde a linha mestra fica do equilíbrio histórico fica por conta de um ex-agente do DOI-C ODI, Marival Chaves, que pela primeira vez conta tudo sobre o esquema de eliminação de inimigos políticos montado pela ditadura militar no Brasil e na América Latina.

Por tudo que assisti ontem, obrigado Jorge Oliveira por obra tão triste e significativa.

Salve Arapiraca! Você estreou com o pé direito.  

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

PADRE FÁBIO DE MELO FAZ SAMBA PARA BEIJA-FLOR

Padre Fábio de Melo compõe samba exaltação para a Beija-Flor de Nilópolis

Redação SRZD-Carnavalesco | Carnavalesco | 16/11/2009 10:31

Padre compôs samba-exaltação para a Beija-Flor. Foto: Irapuã Jeferson/Divulgação Fenômeno do mercado fonográfico, o padre Fábio de Melo surpreendeu o público que lotou a quadra da Beija-Flor, no sábado, onde fez show com seus hits católicos. No meio da apresentação, além de declarar ser torcedor da azul e branco desde criança, e que acompanha, pela TV, os desfiles da escola e a apuração, o religioso cantou o samba exaltação "Nessas asas", que compôs em homenagem à agremiação. Fábio de Melo revelou ainda que planeja convidar Neguinho da Beija-Flor para gravar o samba com ele.

Na visita à quadra da escola, o padre ganhou o troféu "Beija-Flor", o título de cidadão nilopolitano, vestiu a camisa da escola, e pediu a participação da bateria em algumas de suas canções. Fábio de Melo prometeu voltar ao Rio em janeiro para conhecer o barracão da Beija-Flor, na Cidade do Samba, e os projetos sociais que a agremiação mantém em Nilópolis.

MÚSICA DIGITAL IRÁ MUDAR RADICALMENTE

A ONDA É A QUALIDADE E UMA BOA ARTICULAÇÃO

O futuro da música digital está diretamente ligado à experiência do consumidor. Baixar MP3 para o celular, comprar discos via iTunes ou ouvir bandas por meio do MySpace são atividades que fazem parte do presente. Mas em poucos anos esse cenário irá mudar radicalmente, na opinião de Gilles Babinet, criador da Sawnd, empresa francesa que gerencia conteúdo musical. A primeira mudança significativa já ocorre no âmbito da produção de música. As outrora poderosas gravadoras, que mantinham total controle sobre o gerenciamento de um artista, estão condenadas a desaparecer, segundo Babinet. Ou, no mínimo, devem ficar bem menores. "O tamanho não é mais uma vantagem na área da música. Selos pequenos, que atuem de uma maneira intensa na internet, vão ser bem sucedidos em um futuro próximo."

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA, CONSCIÊNCIA BRASILEIRA


sim,
subi a Serra da Barriga com os pés nas costas
suei,
mas meu suor foi da liberdade
valeu zumbi

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

POETAS VÃO ANUNCIAR II BIENAL DE POESIA NA FEIRA DO LIVRO

Cinco grupos de poetas vão anunciar a II Bienal de Poesia na Feira do Livro

Poemação Esquentando os Tamborins será no Café Literário, dia 26, às 18h

 Cinco grupos de poetas e músicos brasilenses vão alardear o lançamento da II Bienal Internacional de Poesia de Brasília (II BIP), durante a 27ª Feira do Livro de Brasília: Coletivo de Poetas, O Grande Barco, Oi Poema, Tribo das Artes e VivoVerso vão se apresentar no poemação Esquentando os Tamborins, programado para o dia 26 de novembro, de 18h às 19h30, no Café Literário. O poeta e diretor da Biblioteca Nacional de Brasília, Antonio Miranda, é o anfitrião do evento, que já quer colocar a cidade em sintonia com o mega-festival de poesia, em organização para 2010, dentro da programação dos 50 anos de Brasília.

 

Os coordenadores de cada grupo – Sylvia Cyntrão (VivoVerso), Luis Turiba (Oi Poema), Sids Oliveira (O Grande Barco), Menezes y Morais (Coletivo de Poetas) e Cacá Augusto (Tribo das Artes) – aceitaram prontamente o convite de Miranda para convocar seus elencos a botarem a poesia na boca no trombone. "Está na hora de chamar a atenção de Brasília para a II BIP, porque já demos entrada no programa do evento junto ao MinC e estamos com o sítio www.bipbrasilia.unb.br , informando o passo a passo da organização do projeto", explica-se Miranda.

 

Leia mais em: http://www.bnb.df.gov.br/index.php/noticias/361-cinco-grupos-de-poetas-vao-anunciar-a-ii-bienal-de-poesia-na-feira-do-livro

 

 

Biblioteca Nacional de Brasília

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55 61 3325-6257 Ramal 107 / 109

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