terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O POETA DE OLHO MÁGICO

Por Luis Turiba

Roubaram do poeta os óculos
Tirando-lhe o visual d`estátua
Há neste furto certo imbróglio
Um quê místico um ar de máfia

De um olhar férreo de minério
O poeta mantém-se etéreo
Nem o fogo solda cáustica
Tira dele o "zero-a-zero"

Com ou sem seus óculos
O poeta não mexe músculo
Nem a passagem do monótono
Mas frenético Monobloco

De costas pro mar impávido
Carlos Drummond é o espírito
Do poeta que sem óculos
Tem visão de olho mágico

Carlos Drummond é o máximo
Que não cega nossos mínimos
De bronze é sua poética
Vê um tanto além do hospício

Fotos de Vânia Pinheiro

11 comentários:

Anônimo disse...

maravilhoso, adoro quando a alma fala... e toma as rédeas das nossas emoções... vc é um poeta!!! parabéns!!!

SUELI COE

Anônimo disse...

Maravilhoso. E oportuno.

Via Chico:

“os poetas podem ver na escuridão”.

Saudades, PJ

Anônimo disse...

lindo e lindo!!
delicado seu poema...

pois é...os poetas vêem sem óculos... inclusive você, meu amigo.

amanhã`visitarei em Copa os novos ...rs...
beijos, feliz ano novo!!!
Sylvia

Anônimo disse...

Renato Matos escreveu:

oi parceiro bela homenagem ao poeta,,FELIZ ANO NOVO..

Anônimo disse...

Zuca Sardanga enviou:

Belo poema Turiba... e boa foto... Da proxima, quero o Drummond sempre de bonezinho vermelho, mas voce... de chapeu... dum daqueles dos anos quarenta, que Carlos gostava de usar. Abbrzzz zzzzuca

Anônimo disse...

belo poema e belas fotos...
Almira Rodrigues

Anônimo disse...

Turibaaaaaaaaaaa
Adorei te conhecer!!
Um lindo 2010!!!
Beijos de ano novo
Te vejo na estátua do poeta com ou sem óculos, com ou sem bonéeee

Ilana

Anônimo disse...

Quê místico? Ar de máfia?
Diabos! Há na verdade um quê de vandalismo!
Veja que ainda é necessário muito "ismo"
Sufixo para doença, descrença, mal-nascença
Quase um exorcismo ministérico, histérico!
Bobagem pensar em 2009!
Quem sabe no Rio... em 2010!
Você em Copa. Eu na Barra!

Fernanda Lambach
Beijo de ex-mulher

Anônimo disse...

Turibaaaaaaa!
Só você mesmo...
Fiquei estática diante da imagem, que tanto representa, ao centro, ao fundo, o perfil, enfim...
Respirei fundo
Aí comecei a ler o texto, demais!!!!
É sutil e irônico, antigo e moderno, é eterno, enfim,
Desejo para você e Vânia, seus filhos e netos, um 2010 cheio de luz, paz, sutilezas, carinho, escolhas saudáveis, abraços, sorvetes, passeios a beira-mar, caminhadas, noites de sono inteiras e mais...
Saúde, dinheiro, dignidade, coragem, alegrias, almoços coletivos, jantares à luz de velas, carinho, e poesia, muita poesia pra gente celebrar a meia idade que traz os cinquenta anos inteiros dessa nossa cidade tão charmosa e enigmática.
Beijão com amor imenso,
Cristiane Sobral
Atriz, escritora e professora de teatro
http://cristianesobral.blogspot.com/
E-mail: crisobral@uol.com.br

Anônimo disse...

Angelica Torrres Lima escreveu:

Turibinha, adorei o seu poema urbano e as ótimas fotos, gracias, amigo.
Também tenho duas fotos ao lado dele (e uma ao lado do Caymmi), mas no meu celular, e não sei tirar de lá, e também um poema dedicado a ele (sob efeito da obra-prima Boitempo) e ao meu pai, juntos, que está novo livro (tenho outros mais só pra ele).
Mando pra você aqui abaixo em retribuição ao seu, junto com um feliz ano novo.
Beijo


ANTONIO E CARLOS , CARLOS E ANTONIO

Antonio nasceu dois anos
depois de Carlos,
ambos nas Minas.

De ferro,
estanho e cristal
o caráter talhado,

a mesma luz austera e exata
no nome e na estatura moral
circundava suas sinas.




Na infância,
ouvia sempre
Antonio dizer,
“e agora, José?”:

o jipe engastado em atoleiro
o boi, num buraco na noite do pasto
o milho sem render à colheita
a idade sem apear na estrada.

Pés tão irmãos abrindo clareira
e clarão no chão de terra batida,
úmida e fria.

O rasto de barro
esculpindo em assoalhos
de tábua corrida caminhos diversos

de exemplar liturgia de vida,
cada qual em seu sítio
e seu ofício de sabedoria.




Chorei e enlutei feito órfã
quando o mais velho morreu,
ensaio da dor planetária

que A de Antonio marcaria
com o ferro em brasa no couro
do meu peito.

O estrelário noturno
sobre o alpendre do casarão
apagado para sempre da visão.





Na memória, o gado pastando
o latifúndio vasto e calmo
que os dois legaram ao meu mundo,

dois irmãos sem laços
de sangue e de espaço,
dois astros

alumiando meu universo
(dia a dia encurralado
e diluindo o meu retrato),

cascavel caxixando a vida rasteira
de sol e sombra e perigo
a cada passo.

Vaga-lume tem-tem
seu Pai tá aqui
o Poeta também.

Pois, sim,
pois, não.
Amém

Anônimo disse...

Quem tem olho mágico ?... o Poeta e... o Rádio Aristol !... 18 válvulas
caixa de jequitibá botôes de marfim
Quem sabe sabe conhece bem... sem oclos cego ? Se és poeta tudo bem... A Arte do cego... é saber onde botar as mâos ... nâo é verdade, Concei§âo ?... Se subiu se desceu ... Eppure... si muove !
<<< Abbrzz zzzuca