sexta-feira, 30 de outubro de 2009

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A CHUVA CAI LÁ FORA.....

Poema Molhado

 

Olhando a chuva chegar da varanda de um bar

 
Luis Turiba
 

A chuva, que dádiva...

sugadora de ansiedades.

Espécie de lexotan metereológico da existência humana.

Quando cai, freia o ritmo frenético das pulsações

Pessoas repensem suas órbitas.

 

Quem tá na chuva é pra melhorar

e molhar suas roupas novas

seus sonhos de valsa

suas capas suas galochas.

 

A chuva, além de encharcar,

cai pra além dos guarda-chuvas.

Encolhe as pressas e os cabelos esticados

nos longos congestionamentos de volta ao lar.

 

A chuva é isso & também aquilo.

Ela é muito perigosa

anda fora dos trilhos,

molhadinha,

essa fêmea cheia de pingos

 

Oração para Nossa Senhora da Bala Perdida

Luis Turiba
 
(Reze antes de sair de casa) 
 

Mãe,

Afaste de mim esta bala

Este dardo inflamável

Esta seta diuturna

Este terror sem rumo

Este projétil alado e raso

 

Pois já que elas não cessam

Que pelo menos nos errem

 

Rogai por nós os passantes

Os transeuntes os pedestres

Os motoristas e as crianças

E principalmente as mães

 

Não nos faça alvos fáceis

Desta chuva de petardos

Não nos atinja o corpo

Nem a alma nem os prantos

 

Que veloz, não me alcance

Que sua força não me curve

Que seu fogo não me queime

Que o acaso não me derrube

 

Eu que diariamente passo

Por favelas becos vielas

Por túneis curvas células

Eu que faço o bom combate

 

Protegei as nossas vísceras

Das emboscada bandidas

Dos acertos entre quadrilhas

Do fogo amigo ou polícia

 

Só te peço oh mãe amiga

Santa do cotidiano

Poupe-nos o banho de sangue

De passagem tão insana

 

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

CECÍLIA MEIRELES PINTOU O “BATUQUE, O SAMBA E A MACUMBA”




Por Luis Turiba

Diga aí, amigo e amiga leitora deste mal traçado blog, com toda sinceridade do seu intelecto: você sabia que Cecília Meireles foi uma magnífica pintora aquarelista? Pois se não tinha conhecimento, então pode acreditar que realmente foi.
A autora do clássico e histórico poema “Romanceiro da Inconfidência”, considera uma das mais importantes poetas da língua portuguesa, se dedicava além das palavras e da música, também às pesquisas antropológicas e folclóricas e consequentemente às pinturas de personagens do mundo afro-brasileiro da primeira metade do século passado.
Descobri isso absolutamente num lance de dados; ou seja: por mero acaso. Garimpando raridades na Feira de Antiguidades do MASP, num frio e lindo domingo, em plena na Avenida Paulista, lá pelo mês de setembro, me deparei com o livro “Batuque, Samba, and Macumba, drawings of Gestures and Rhytham 1926 – 1934”, ou em português: “Batuque, Samba e Macumba, estudos de gestos, de ritmo e da indumentária do samba.” Paixão à primeira vista. Meu astral estava muito bem acompanhado.
Depois de uma longa negociação com o livreiro, consegui o livro. Ao chegar em Brasília, fui logo mostrar a preciosidade ao mano-designer Resa, que também se apaixonou pela obra e terminou por ganhá-la de presente em seu último aniversário.
Com 105 páginas, grandão, todo em couchê, escrito em inglês, o livro foi editado pela Funarte no governo do general Figueiredo, em 1983. Era secretário da Cultura, Marcos Vilaça, ex-presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL) e ex-ministro do TCU. Patrocinado pelo ex-Banco Crefisul, para presentear os intelectuais portugueses durante uma visita do nosso presidente-general àquele país.
Os desenhos são do outro mundo de tão fantasticamente reais. Há um estudo crítico de Lélia Gontijo Soares, então diretora do Instituto Nacional de Folclore e um estupendo glossário de termos, referências, datas, etc.
Aliás, o livro foi publicado para comemorar os 50 Anos da exposição que Cecília Meireles fez de seus desenhos sobre samba, batuque e macumba no Rio de Janeiro.
Sobre essa exposição de 1933, há um recorte de jornal da época com a notícia. É uma “Nota de Arte” que diz: “Como já é do conhecimento público, Pró-Arte realiza no sábado de Aleluia uma “Noite de Samba” com o concurso da Escola Portella. Ao mesmo tempo, realizar-se-á a abertura de uma interessantíssima exposição de Cecília Meirelles, fixando os rytmos do samba atravez de uma grande collecção de desenhos, aquarellas e estudos, bem como figuras typicas da bahiana e do bamba. Certamente será interessante a comparação entre a concepção artística da original pintora e os modelos vivos do samba, cantado e dançado pelos membros daquella escola.” Não há datas nem o nome do jornal onde foi publico tal notícia, mas a nota saiu com uma foto-boneco de Cecília e fala de “aspectos interessantíssimos do nosso “folk lóre”, surprehendendo com agilidade, cores e movimentos.” Há lindas fotos da poeta na exposição de 1933.
Em outra página do livro, uma nova notícia, desta vez no jornal “A Noite”, de 1951, comentando a instalação do I Congresso Brasileiro de Folclore, no Palácio do Itamaraty. Nesta notícia, uma entrevista com Cecília onde ela defende as artes populares contra a industrialização.
“A proteção à arte popular é assunto dos mais úteis e urgentes. Na verdade, também dos mais difíceis, pois , no estado em que as coisas se encontram, a tendência é convertê-la em indústria – exatamente o oposto do que se deve aconselhar”, diz a poeta em uma das respostas.
Os negros e as negras de Cecília são exuberantes, esguios, lábios carnudos e vermelhos, rebolam, dançam e cantam. Batucam e tocam violão. São reis e rainhas vindos da África, dos quilombos, das guerras pelo interior do Brasil. No carnaval, nos terreiros, na quebradas, eles reinventam a vida, o reinado, a alegria de fazer do Brasil um país negromestiço. Num dos desenhos mais geniais, onde a poeta retrata com fidelidade um bloco puxado pelo cordão, lesse no seu estandarte: “Broco Frô du Má, Saúda i Pedi pazajin”. Quer poesia melhor do que essa: a contribuição milionário de todos os erros pregada pelos modernistas.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

NA GIRA DAS GIRAFAS

Luis Turiba

 

como são gostosas as girafas

olham as estrelas de frente

conversam nos olhos de Deus

penteiam em plenas nuvens

os cílios de Carmem Miranda

& aquelas antenas a ligá-las

nos desfiles das savanas

são gêmeas das senegalesas

na altura na graça & beleza

as pernas mais altas da África

são retilíneas falsas magras

quadris de Naomi Campbell

o andar de Gisele Bündchen

são afro-pop as top models

sacodem as bundas a valer

tão nuas em seus pijamas

de listras lindas leopardas

 

 

ouvir dizer que elas dormem

dez minutos a cada hora

também pudera, natureza sábia

com aquele pescoço quilométrico

(que um dia hei de beijá-lo)

um cochilo faz descansá-lo

assim sendo ofereço-lhes

um espaço de pouca mata

não tão afro como a África

mas confortável & afável

numa posição de vanguarda

aceitem, pois, minha pauta

um convite um cheque-mate:

venham cumpridas girafas

(se isso não as desagradam)

dormir em minhas gravatas

o sono de quem lida em altas

nada custa, é puro charme

domingo, 25 de outubro de 2009

CULTURA NA PAUTA DO CONGRESSO NACIONAL

Conferência Cultural reúne política, samba, teatro e dança no antigo MEC no centro do Rio

A 1ª Conferência Municipal de Cultura do Rio de Janeiro foi aberta na manhã deste sábado (24), no Palácio Gustavo Capanema, antigo Ministério da Educação e Cultura, com forte conotação política, a começar pela homenagem da secretária de Cultura da cidade, Jandira Feghali, a Evandro João dos Santos, do movimento AfroReggae, morto em assalto na madrugada do último domingo no Centro da cidade. O representante do Ministério da Cultura, Alfredo Manevy, no mesmo clima, pediu pressão popular sobre o Congresso Nacional para a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional nº 150, em tramitação, que estabelece o mínimo de 2% do Orçamento da União para a cultura. "Felizmente, a questão cultural é suprapartidária, a oposição e a base do governo apoiam, mas é preciso pressionar porque a aprovação de uma PEC precisa de muito mais votos [três quintos dos 513 deputados e dos 81 senadores]".
Agência Brasil - DF - 24/10/2009 - 18:15

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

SANDRA DUAILIBE CANTA NO FEITIÇO MINEIRO

Quem não conheçe, trate de se interar. Sandra Duailibe é cantora que tem timbre de voz singular. Seu talento nos oferece interpretações emocionadas, que valorizam cada palavra, nota e cada canção. Técnica e sentimento no equilíbrio perfeito. Tudo isto faz o reconhecimento de Sandra fluir por Brasília, São Luis, Belém e Rio de Janeiro, cidades onde sua voz já é referência e prestígio dentro de seu segmento.

 

Nasceu em São Luis (MA) e passou grande parte da vida em Belém do Pará, onde iniciou seus estudos de música incluindo piano clássico no Conservatório Carlos Gomes. Está em Brasília há anos, formou sua trilha em importantes casas noturnas, teatros e espaços culturais da cidade.  Já se apresentou ao lado de Zé Luiz Mazziotti, Simone Guimarães, Salomão di Pádua, Miele, Nonato Buzar, Tibério Gaspar, dentre outros.

 

Foi convidada para gravar o programa "Câmara das Artes", quando fez uma série de shows ao lado dos grandes músicos Lula Galvão e Guinga. O programa é exibido em cadeia nacional de televisão. Em 2007, lançou seu CD de estréia "DO PRINCÍPIO AO SEM-FIM" que concorreu ao prêmio máximo da música mundial GRAMMY LATINO em três categorias: revelação do ano, melhor álbum do ano e melhor álbum do ano de MPB.

 

No final de 2008, lançou seu mais recente CD - A BOSSA NO TEMPO, que tem como convidada a cantora Cely Curado. Agora, se prepara para mostrar no Feitiço Mineiro, em Brasília, um pouco mais de sua carreira musical, construída com muita emoção e amor.

 O SHOW

 No dia 24 de outubro, no Feitiço Mineiro, a cantora SANDRA DUAILIBE apresenta o show "AO SEM-FIM", como parte da programação das festividades de aniversário de 20 anos do tradicional restaurante. A artista abre o show interpretando Nada será como antes de Milton Nascimento, um tributo aos mineiros, e segue cantando músicas de seus CDs e outras, que influenciaram sua formação e trajetória. 

 Do primeiro CD – Do princípio ao sem-fim, destaque para as músicas Fruta Mulher de Vevé Calazans e Epitáfio do Titã Sergio Brito, cuja letra aconselha o bem viver.

 Do seu mais novo CD – A bossa no tempo, ela cantará Onda do ar, uma parceria dela com Marcia Forte, em homenagem a Bossa Nova e a Brasília que completa 50 anos.

 Em homenagem aos compositores de Brasília, Sandra interpretará belos sambas: Estou de bem com a vida de Carlos Elias e Requebrado de Ângela Brandão. A direção musical e o teclado estão sob a batuta do Maestro Lito Figueroa, que dividi o palco com um impecável time de músicos.  São eles: Amanda Costa (percussão), Davi Lima (sopros), Paulo Dantas (contrabaixo), O resultado é um espetáculo maduro e emocionante. Vale conferir!

 

- Reservas diretamente no Feitiço Mineiro: (61) 3272.3032

 

- Informações: (61) 8177.2774

sandra@sandraduailibe.com.br

www.sandraduailibe.com.br

 

 

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

ACERVO DE OITICICA NO FOGO DO RIO DE JANEIRO

Deu no blog da Regbit

"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós." (Antoine de Saint-Exupery)

sábado, 17 de outubro de 2009

ARTE DE HELIO OITICICA













Postado por Blog da Regbit às 07:27 0 comentários
Reações: 

RioIncêndio atinge casa do artista plástico Hélio Oiticica e destrói acervo no  Rio


Um incêndio atingiu a casa da família do artista plástico Hélio Oiticica no Jardim Botânico, zona sul do Rio, na noite de sexta-feira (16). Quase todo o acervo do artista ficou destruído.
 fogo atingiu uma sala localizada no primeiro andar da casa, local onde estavam guardadas as pinturas e esculturas do artista.
No momento do incêndio, a família estava reunida do terceiro andar da casa, mas quando sentiram o cheio da fumaça, as obras já estavam em chamas.
"Sinto que eu fracassei porque minha missão, depois que me aposentei, era cuidar da obra dele, da divulgação e da guarda da obra dele", disse a jornalistas César Oiticica, irmão do artista plástico.
Segundo ele, o fogo destruiu 90% da obra, e o prejuízo pode chegar a US$ 200 milhões, de acordo com a Globonews.
Postado por Blog da Regbit às 06:52 0 comentários 

 
 


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BRASÍLIA SERÁ CANTADA NA SAPUCAÍ PELA BEIJA-FLOR

O compositor Picolé da Beija-Flor conquistou - na madrugada desta terça-feira (20 - o concurso de samba enredo da Beija Flor de Nilópolis para o próximo Carnaval. Em 2010, o enredo da escola será "Brilhante ao sol do novo mundo, Brasília do sonho à realidade, a capital da esperança". O vice-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio, e o secretário-adjunto de Cultura, Beto Sales, acompanharam a final.

"Tenho 60 anos e esperei 29 para ganhar novamente um samba na Beija-Flor. Esse samba já está na boca do componente. Acredito que fiz a obra que vai dar o título de campeã do carnaval para escola", afirmou Picolé.

A final também consagrou o tricampeonato de Serginho Sumaré. Samir Trindade, Serginho Aguiar, Dílson Marimba e André do Cavaco – que completam a parceria vitoriosa, que gastou cerca de R$ 55 mil durante a disputa.

O anúncio do samba campeão foi feito pelo presidente de honra da escola, Anísio Abraão David. Serginho Sumaré escolheu o verso "A Flor desabrochou nas mãos de JK" como o seu preferido. E também destaca o trecho que conta o amor de Jaci. "O brilho em Jaci vem do olhar/ Pra sempre refletindo em suas águas/ A força que fluiu desse amor/ É Paranoá ... Paranoá".

Segundo Laíla, diretor de carnaval da escola, o samba despontou desde o início da disputa: "Ele largou na frente desde o começo. Espero que seja o samba do ano. Possui todas as possibilidades".

O secretário-adjunto de Cultura, Beto Sales, ficou satisfeito com a escolha e acredita que a Beija Flor levará um grande desfile à Sapucaí. "O carnaval do Rio de Janeiro é uma festa de grandes proporções, transmitido para mais de 100 países, com mais de 1 bilhão de telespectadores. Será uma grande chance de mostrar Brasília ao mundo", destacou.

A final contou com quatro sambas. Todos tiveram 20 minutos para suas apresentações. Emocionado com a conquista, o compositor Samir Trindade revelou que há quatro anos não tinha nem dinheiro para pagar passagem de ônibus e ir disputar sambas na Beija-Flor.

Ele também contou que foi bom o samba ter vazado na internet, antes da inscrição na escola, pois a obra sofreu uma modificação. "Percebemos pelos comentários na internet que o samba precisava ser alterado no refrão principal. Mexemos na melodia", confessou. (fonte: SRZD – Sidney Rezende)

Acesse o link abaixo para ouvir a música campeã.

http://www.sidneyrezende.com/noticia/49405+samba+concorrente+da+beija+flor

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Secretaria de Cultura do Distrito Federal
Anexo do Teatro Nacional Claudio Santoro: (61) 3325-3144 e 3325-6218
Centro Administrativo do GDF: (61) 3355-8631 e 3355-8673


terça-feira, 20 de outubro de 2009

DIÁRIO DO FRONT DO RIO DE JANEIRO 6 - LEIAM ARTIGO DE MÍRIAM LEITÃO NO GLOBO DE HOJE

De Luis Turiba
 
A jornalista Míriam Leitão dedica o seu Panorama Econômico de hoje (20/10) no jornal O Glob a questão que mexeu com o povo carioca, o brasileiro e os demais povo do mundo: a derrubada do helicópero da polícia no Morro dos Macacos.
O artigo tem como título "Questão de todos" e nos interessa a todos, pois desejamos salvar o Rio de Janeiro e nos salvarmos todos juntos. Não há saída individual - só coletiva.
Os números que Míriam apresenta são assustados: das mil favelas cariocas, 300 são totalmente dominadas por uma das três facções do tráfico de drogas. Somente no ano passado, 35 metralhadoras antiaéreas foram capturadas, fora granadas e outras armas pesadas.
O artigo de Míriam é de leitura obrigatória para todos, principalmente os políticos e em especial aos que se apresentam como candidatos à presidência da República em 2010; e ao governo da cidade do Rio de Janeiro.

DIÁRIO DO FRONT OLÍMPICO DO RIO DE JANEIRO - "VENCEU DILSON MARIMBA"



Luis Turiba, correspondente sambista
Da quadra da Beija-Flor para o mundo
 

FOTOS CEDIDAS POR MOACIR DE OLIVEIRA, DA ARUC

Nilópolis - Venceu o samba que a comunidade queria e, sem dúvida, o melhor samba. Apostei neste samba desde a primeira audição, quando ele me mostrado pelo compositor Dilson Marimba, da ARUC, no escritório do Paulo Octávio, no Lago Sul.
Quando o samba foi apresentado na Beija Flor, lá pelas duas da matina, a quadra veio abaixo. Um apoteose e todos vibrando na mesma sintonia. Max e yo mergulhamos na quadra para filmar detalhes. Filmamos debaixo, subimos no palco. Creio que fizemos uma belíssima cobertura, as imagens ficaram demais.
O vice Paulo Octávio e Ana Cristina Kubitschek não ficaram até a apresentação do samba, pois estavam em um vôo particular que saiu do Rio no início da madruga.
João Oliveira, da Brasiliatur; e Moa, da Aruc, ficaram até a gloriosa vitória do samba de Picolé e Sumaré e Marimba.
Leiam o que eu havia escrito em meados de setembro.
 
 
Luis Turiba
 
Gostei deste samba desde que ouvir pela primeira vez no escritório do vice-governador de Brasília, no Lago Sul, lá pelo mês de julho. Foi mostrado a um grupo de sambista por Dison Marimba, um de seus autores. Me impressionou muito pela sua levada, um canto forte e arrastado, como um samba de antigamente. Depois, quando estive na quadra da Beija-Flor para as eliminatórias dos sambas de Brasília, ouvi a força do samba junto à comunidade de Nilópolis. Só para cantá-lo subiram ao palco quase 20 pessoas e aquela entrada de clarinete, uma coisa bem saudosista. Ele fala pouco da Brasília que nós vivemos e conhecemos, mas fala forte da lenda da sua construção e do sonho transformado em realidade.
"Sonho divinal o mais precioso cristal." A letra parece retratar um filme de Steven Spielberg. É algo forte, manumental como Brasília.
Acho que é isso que os carnavalescos Laíla, Bira, Sergio e Louzada estão desejando para mostrar uma Brasília transcendental na Sapucaí em 2010. Vale a pena ouvir o samba que tem tudo para se transformar no hino do carnaval de Brasília.
 
 
Acompanhem a letra  
 
Autores: Picolé da Beija Flor, Serginho Sumaré,Samir Trindade,Serginho Aguiar, Dison Marimba e André do Cavaco
 
DÁDIVAS O CRIADOR CONCEDEU
FEZ BROTAR NUM SONHO DIVINAL O MAIS PRECIOSO CRISTAL
LÁGRIMAS, FASCINANTE FOI A IRA DE TUPÃ
DIZ A LENDA QUE O MITO GOYÁS NASCEU
O BRILHO EM JACI VEM DO OLHAR
PRA SEMPRE REFLETIDO EM SUAS ÁGUAS
A FORÇA QUE FLUIU DESSE AMOR É PARANOÁ... PARANOÁ
ÓH! DEUS SOL EM SUA DEVOÇÃO
ERGUEU-SE NO EGITO FONTE DE INSPIRAÇÃO
PÁSSARO SAGRADO VOA NO INFINITO AZUL
ABRE AS ASAS BORDANDO O CERRADO DE NORTE A SUL
 
AH! TERRA TÃO RICA É O SERTÃO
RASGA O CORAÇÃO DA MATA DESBRAVADOR!
FINCA A BANDEIRA NESSE CHÃO
PRA DESABROCHAR A LINDA FLOR
 
NO CORAÇÃO DO BRASIL, O AFÃ DE QUEM VIU UM NOVO AMANHÃ
REVOLTA, INSURREIÇÕES, COROAS E BRASÕES
BATISMO NUM CLAMOR DE LIBERDADE!
SEGUE A MISSÃO A CARAVANA EM JORNADA
ENFIM A NATUREZA EM SUA ESSÊNCIA REVELADA
FIRMANDO O DESEJO DE REALIZAR
A FLOR DESABROCHOU NAS MÃOS DE JK
A MISCIGENAÇÃO SE FEZ RAIZ
COM SANGUE E O SUOR DESTE PAÍS
VEM VER... A ARTE DO MESTRE NUM TRAÇO UM POEMA
NOSSA CAPITAL VEM VER ...
LEGIÃO DE ARTISTAS, CALDEIRÃO CULTURAL!
ORGULHO, PATRIMÔNIO MUNDIAL
 
SOU CANDANGO, CALANGO E BEIJA-FLOR!
TRAÇANDO O DESTINO AINDA CRIANÇA
A LUZ DA ALVORADA ANUNCIA!
BRASÍLIA CAPITAL DA ESPERANÇA

DIÁRIO DO FRONT OLÍMPICO DO RIO DE JANEIRO 4 - "CRUZANDO A FAIXA DE GAZA"

De Luis Turiba
Enviado especial à Baixada Fluminense
 
 
Nilópolis - Nossa missão é documentar em tapes a final do samba da Beija-Flor de Nilópolis, e assim fizemos. Estamos documentando tudo desde o início. A Beija-Flor vai desfilar com um enredo em homenagem aos 50 anos de Brasília e estamos fazendo um filme sobre o evento. Um trabalho jornalístico, poético, memorialista e, acima de tudo, cultural. Assim dito, assim feito.
O publicitário e amigo Claudio Barreto, da Eurofort, aceitou o desafio de nos acompanhar. Já havia ido lá com seu Land Houver há dois meses, quando os sambas de Brasília foram apresentados em Nilópolis.
Saímos da Zona Sul rumo à Nilópolis pela Linha Vermelho no maior pé d´água. O google havia indicado que o melhor caminho seria seguir mesmo pela Linha Vermelha, cortando a favela da Maré, até São João do Meriti. Assim fizemos e nos perdemos na entrada da Baixada. Paramos num posto de gasolina em Meriti e depois de um papo rápido com frentistas e um outro cliente, fomos aconselhados:
- Não sigam por aí não. Passar com esse Citroen C4 Palas pelo Chapadão é fria. Não vão deixar e o carro vai ficar. Voltem para a Via Dutra e entrem direto pra Nilópolis.
Fugimos do Chapadão e seguimos. Mas quem foi que disse que tinha entrada pra Nilópolis. Depois de rodar por quase uma hora, passar por Queimados, Austin, Comendador Camará e quase chegar em Piraí, na subida da Serra do Mar, resolvemos voltar. Dentro do carro, um caríssimo equipamento de vídeo e muita alegria e vontade de chegar logo na Beija-Flor.
Não houve pavor nem pânico, mas muitos sustos, risos e piadas de ocasião. Finalmente conseguimos encontrar a tal Estrada Ligth, que nos levou a Beija-Flor.
Ao chegarmos lá, o samba já estava comendo solto. Fomos ao pé do Grande São Jorge na entrada da quadra, algo que lembra Galdi e rezamos agradecidos. Um alívio. Um agradecimento a São Jorge, um protetor guerreiro que nos acompanha e acompanhará sempre.


SALVE OGUM, REI DOS CAMINHOS E DAS ESTRADAS

DIÁRIO DO FRONT OLÍMPICO DO RIO DE JANEIRO 3 - "SAMBA NO GUARARAPES"

Luis Turiba, correspondente sambista
 
Largo do Machado - O melhor bolinho de bacalhau do Rio é saboreado no bar português do Lago do Machado. Foi lá que enconcontramos com Carlos Nanico, poeta-compositor do Suvaco do Cristo. Juntos com outras pessoas amigas partimos para o Samba no Guararapes, uma laje estrategicamente bem localizada na subida do Cosme Velho, bem no final da Rua das Laranjeiras, naquele intervalo do Túnel Rebouças, que une o planeta Terra à Lagoa Rodrigues de Freitas, Zona Sul.
Pagode de primeira para um domingo que deu até praia depois de uma temporada de chuva. Muita gente vestindo a camisa rubro-negra do melhor time do Brasil, o Mengão do croata (servo?) Petkovich, que fez o primeiro gol olímpico da era olímpica do Rio. Um samba organizado pelo mestre Gil Velho, que voltou ao Rio depois de uma temporada em Olinda, Pernambuco, e quer fazer desse espaço maravilhosamente localizado, um Ponto de Cultura do MinC. Tomara que dê certo.
O samba rolou solto e gostoso até as duas da madrugada, sem ninguém encher o saco, com muitas crianças lindas na laje, pois ali é a quadra dos Gurarapes, um bloco.
Nanico aproveita a ocasião, para conseguir casacos para a viagem que fez ontem para a Austria, acompanhando com seu cavaco afinado, um grupo de teatro (dos Oprimidos) que irá se apresentar esta semana em Viena. 
A vida segue seu curso musical e ninguém lembra que o Rio é uma cidade dividida e que "o bicho está solto". Na verdade, solto o bicho está, mas não assusta ninguém. 1 a 0 para o povo carioca.

DIÁRIO DO FRONT OLÍMPICO DO RIO DE JANEIRO 2 - "QUEM TEM C...TEM MEDO"

Luis Turiba, correspondente visitante
 
Copacabana - No sábado, Tunay e yo, íamos à final do samba na Mangueira, minha escola de coração. Ando saudoso daquele samba. Ligo pro Dr. da Cuíca que me aconselha: "hoje o bicho tá pegando. Só dá pra ir na Viradouro, em Niterói." Tô fora: saio para comer uma pizza e fico pensando o quanto eram inocentes os bailes juvenis de formatura do Clube Caiçara, na Lagoa Rodriguo de Freitas. O carioca respeita o medo, mas não deixa de sair de casa. Na Zona Sul, todo mundo vinge que está tudo bem. E realmente está.
 

DIÁRIO DO FRONT OLÍMPICO DO RIO DE JANEIRO 1 - CHEGADA

Do olímpico Rio de Janeiro
Luis Turiba, correspondente residente
 
Copacabana - Chegamos ao Rio no sábado, 17, dia em que os vietcongs derrubaram um helicópetro esquilo nas imediações do morro dos Macacos, em Vila Isabel. Um horror a cena, todos vimos repetidas vezes pela TV e no youtube.
Esta tragédia, na realidade, estava anunciada . Esquilos voadores contra metralhadoras antiaéreas é covardia. Os vietcongs dos morros do Rio são milhares e estão hiperarmados.Só na invasão dos Macacos, eram 150 soldados em divididos em dois caminhões, um bonde de kombis, dezenas de motos. Além disso, eles possuem munição aos montes e treinam tiro ao alvo com afinco olímpico: 1 a 0 para os traficas.  

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

ORQUESTRA SINFÔNICA EMBARCA PARA CORÉIA DO SUL

 
Um grupo formado por 96 pessoas embarca neste sábado (17), às 5 horas, para a Coréia do Sul. Fazem parte da comitiva, o secretário de Cultura do DF, Silvestre Gorgulho, 85 músicos da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro, além de técnicos e dirigentes da orquestra. Os músicos se apresentarão dias 21 e 22 de outubro em Seul, capital do país.
 
O encontro celebrará os 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Coréia. O grupo retorna a Brasília dia 24. No programa, peças de Michael Colina, Félix Mendelssohn, Heitor Villa-Lobos e Tchaikovsk.

 

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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

BEIJA-FLOR ESCOLHE SAMBA ENREDO PARA 2010

SAMBA DO BRASILIENSE DILSON MARIMBA É FAVORITO NA GRANDE FINAL DE SEGUNDA-FEIRA, DIA 19
 
DEU NO BLOGDAPAOLA

Fim de semana de expectativa para os brasilienses (e cariocas) amantes do carnaval. Nesta quinta-feira (15) acontece a penúltima seleção para escolha do samba que dará o tom ao desfile da escola de samba Beija-flor, no carnaval carioca de 2010. A agremiação, que terá o cinquentenário de Brasília como tema, escolhe na noite de quinta três sambas para disputar a grande final, marcada para segunda-feira (19). E na segunda-feira, teremos a definição sobre qual será o samba enredo que a Beija-flor levará para o Sambódromo.
A final terá a presença do vice-governador Paulo Octávio, do subsecretário de Cultura, Beto Salles, e do presidente da BrasiliaTur, João Oliveira.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

BRASÍLIA SEM FEIRA DO LIVRO FICA UM POUCO ANALFABETA

Senador Cristovam debate por celular suspensão da Feira com secretário de Cultura

A política cultural de Brasília está realmente na berlinda. Tem! Não tem? Faz! Não faz? Por que não libera os recursos, bafafá...e quiprocós pra tudo quanto é lado. Até um PTB Cultural foi criado como resposta ao vazio existente neste segmento.

Na noite de hoje (13.09, por exemplo, um debate sobre a não realização da tradicional Feira do Livro de Brasília, que se realiza há quase 30 anos, chegou literalmente às calçadas e esquinas da capital. A Feira do Livro foi suspensa por falta de patrocínio e interesse do governo e dos livreiros.
O assunto veio à baila quase que por acaso. Num debate sobre a importância dos livros para o desenvolvimento de uma nação, realizado na calçada em frente ao Açougue Cultural T-Bone, na 312 Norte, o editor Vítor Alegria, da editora Thesaurus, denunciou que a feira não seria realizada este ano. Foi o pavio necessário para o assunto explodir.
Presente ao debate, o senador Cristovam Buarque, ferrenho defensor da educação, ligou imediatamente do seu celular para o secretário de Cultura, Silvestre Gorgulho, e com o microfone em punho, colocando tudo em viva voz, questionou o secretário sobre a não realização da feira.
O secretário Silvestre, por sua vez, jogou o abacaxi para os organizadores da feira, dizendo que havia sido publicado no Diário Oficial do GDF a liberação de 700 mil reais para o evento. A feira não seria realizada por outros motivos.
Escritores, poetas e agentes culturais presentes ao debate, se pronunciaram denunciando a má gestão das políticas culturais brasilienses e a falta de recursos para a realização de eventos. Foi um tititi daqueles, pois até suspeitas de superfaturamento foram levantadas.
O certo, é que a Feira do Livros de Brasília se transformou nos últimos anos em um malajambrado camelôdromo de livros baratos, pessimamente editados e sem nenhum valor cultural. As crianças, coitadas, terminam levando para a casa um monte de bugingangas.
Livreiros tradicionalmente importantes, como Ivan Presença, Íris e o próprio Vítor Alegria estão fora do processo de organização do evento. Ninguém da Câmara dos Livros esteve presente ao debate. Escritores poetas e pensadores da cidade também não são chamados a opinar e propor um novo modelo de feira.
Uma vergonha tudo isso. Afinal, uma cidade que não tem Feira de Livros é uma cidade totalmente analfabeta. O que, sinceramente, não fica lá muito bem para uma capital que pousa de cosmopolita e que está às vésperas de completar 50 anos e pensa em trazer Paul McCarteney para apagar as velinhas.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

MARTINHO DA VILA CANTA NOEL ROSA NA VILA ISABEL

Há sete anos, Martinho da Vila não vencia o concurso de samba-enredo da sua escola de samba, a Vila Isabel. Nada mais justo, pois em 2010 a escola mostrará na Sapucaí 100 anos de Noel Rosa. O samba é lindo e já está sendo considerado uma jóia rara do carnaval do próximo ano. Ouça o samba, conheça a letra:

http://www.youtube.com/watch?v=UqrHThIoF0E


Se um dia na orgia me chamassem
Com saudades perguntassem
Por onde anda Noel
Com toda minha fé responderia
Vaga na noite e no dia
Vive na terra e no céu
Seus sambas muito curti
Com a cabeça ao léu
Sua presença senti
No ar de Vila Isabel
Com o sedutor não bebi
Nem fui com ele a bordel
Mas sei que está presente
Com a gente neste laurel

Veio ao planeta com os auspícios de um cometa
Naquele ano da Revolta da Chibata
A sua vida foi de notas musicais
Seus lindos sambas animavam carnavais
Brincava em blocos com boêmios e mulatas
Subia morros sem preconceitos sociais

(Foi um grande!)

Foi um grande chororô
Quando o gênio descansou
Todo o samba lamentou Ô ô ô
Que enorme dissabor
Foi-se o nosso professor
A Lindaura soluçou
E a Dama do Cabaré não dançou
Fez a passagem pro espaço sideral
Mas está vivo neste nosso carnaval
Também presentes Cartola
Araci e os Tangarás
Lamartine, Ismael e outros mais
E a fantasia que se usa
Pra sambar com o menestrel

Tem a energia da nossa Vila Isabel
Tem a energia da nossa Vila Isabel

domingo, 11 de outubro de 2009

CLUBE DO CHORO DE BRASÍLIA FAZ SUCESSO NA ESPANHA


O jornalista e crítico de música Irlan Rocha Lima esteve em La Corûna, Espanha, com o grupo Choro Livre, de Brasília, e escreveu matéria no jornal Correio Braziliense.
É a música de Brasília fazendo o maior sucesso lá fora. Leiam, apreciem, opinem...
 
Aquarela brasiliense
O grupo Choro Livre encanta espanhóis com quatro apresentações no 20º Festival Internacional de Música de Pulso & Púa
  • Irlam Rocha Lima
  • Fotos: Aurelio Fernandez Esmoris/Divulgação
    O quinteto no show de encerramento do festival, no Teatro Rosalia de Castro, em La Coruña: música de alta qualidade com tempero brasileiro
     

    La Coruña — Os frequentadores das seculares igrejas de Santiago de Burgo, em Culleredo, e de Santa Maria de Cambre, em Cambre, pequenas cidades da região metropolitana de La Coruña, acostumados a apreciar o canto sacro dos corais e peças clássicas de grandes compositores universais executadas por orquestras, se entusiasmaram ao ouvir a música tradicional brasileira, o samba. Mas não foi um samba qualquer e, sim, Aquarela brasileira, de Ary Barroso, na interpretação de Reco do Bandolim e do grupo Choro Livre, de Brasília.

    Participante do Festival Internacional de Música de Pulso & Púa, o quinteto levou à região da Galícia, na Espanha, um repertório que é uma espécie de painel da MPB. Com Reco à frente, tendo o pandeirista Tonho como integrante da formação original, o Choro Livre encantou os espanhóis com uma formação em que predominam jovens instrumentistas, na faixa dos 20 anos: Henrique Neto (violão 7 cordas), Rafael dos Anjos (violão 6 cordas) e Márcio Marinho (cavaquinho).

    O que eles fizeram, efetivamente, ao longo da temporada de uma semana na terra galega, foi um passeio pelos diferentes ritmos de nossa cultura musical, indo do samba à valsa, da bossa nova ao baião, embora o choro tenha tido predominância. Os concertos(1) — que ocorreram também no Teatro Coliseu Noela, em Noia, e no Salão de Actos do Conservatório Superior de Música de La Coruña — foram abertos pelo Choro Livre (que também deu espaço no programa para o trio Cai Dentro, de Henrique, Rafael e Márcio) sempre com Escovado, choro pouco difundido de Ernesto Nazareth.

    Do roteiro fizeram parte Desafinado (Tom Jobim e Newton Mendonça), Lamento do morro (Garoto), Santa morena e Noites cariocas (Jacob do Bandolim), Isso aqui é o que é (Ary Barroso), Canta Brasil (Alcyr Pires Vermelho e David Nasser) e o medley de Qui nem jiló (Luiz Gonzaga) e Feira de Mangaio (Sivuca). O final, com reação frenética da plateia, se deu sempre com o hino do choro brasileiro, Brasileirinho (Waldyr Azevedo). Elegantemente trajados de ternos pretos, os músicos do Choro Livre angariaram simpatia e admiração de todos.

    Repercussão
    Para Celestino Poza, conselheiro cultural de Culleredo, o que ele viu e ouviu foi uma demonstração de música da mais alta qualidade com o legítimo tempero brasileiro. "Santa morena se aproxima do flamenco e traz o choro para o ambiente da música espanhola", comentou. Espectador de praticamente todas as apresentações do Choro Livre, Antonio Gundin Fandiaño, presidente da Agrupación Musical Albéniz, organizadora do evento, classificou como "fabuloso" o concerto dos brasileiros: "Ao ouvir Desafinado, me reportei ao Rio de Janeiro, cidade que conheço, admiro e saúdo por ser escolhida para a sede dos Jogos Olímpicos de 2016".

    "A presença do Choro Livre em La Coruña, com o apoio decisivo do Ministério das Relações Exteriores, foi importante pela série de concertos e também pela possibilidade de troca de informações e experiências com os músicos espanhóis, russos, venezuelanos e o francês que tomaram parte do evento", afirmou Reco do Bandolim.

    O encontro das delegações na prefeitura de La Coruña foi o momento oficial da mostra. O subprefeito e secretário de Cultura, Carlos Gonzalez Garcés Santiago, festejou: "Comemorar 20 anos do Festival Internacional de Pulso & Púa, em tempo de globalização, com a participação de músicos talentosos como esses, é um privilégio para nós. Estamos muito felizes com a presença de vocês".

    O concerto de encerramento do festival, no último domingo, ocorreu com pompa e circunstância no Teatro Rosalia de Castro, em La Coruña. No palco, ambientado com palmeiras, flores e bandeiras dos países participantes, houve uma rápida apresentação de todos os músicos. Ao final, eles se juntaram para tocar uma música em louvor à cidade. O encerramento também contou com a exposição de instrumentos musicais venezuelanos criados pelo luthier Alfonso Sandoval.

    1 - No palco
    Além do Choro Livre, participaram da 20ª edição do festival o Dúo Sandoval & Collet, formado por um venezuelano e um francês; o grupo Gijón, de Astúrias (Espanha); Irina Kazimirskaia (Rússia) e Los Trovadores de Logroño, de Rioja (Espanha); Izumrud-Esmeralda, Teatro de La Comedia Musical, de Ekaterimburgo (Russia), e a Orquestra da Agrupación Musical de Albéniz, de La Coruña.



    Personagem da notícia
    Rosa, a mãezona de todos
     

    Organizadora do Festival de Música Internacional de Pulso & Púa desde as primeiras edições — algumas com a colaboração do paraense-brasiliense Ruy Godinho —, Maria Rosa González Rodriguez (na foto com o Choro Livre) é uma espécie de mãezona, que não deixa escapar nenhum detalhe. Na reunião festiva, no Sporting Club Casino de La Coruña, emocionada com o resultado do evento, ela se derramou ao falar dos participantes, em especial dos brasileiros.

    "A musicalidade, o talento e a energia que vocês trouxeram a Coruña é algo impagável, que desafia tudo que se pode chamar de globalização no seu sentido perverso", afirmou. "O ritmo e a qualidade do trabalho do Choro Livre vão marcar para sempre este encontro. Tanto é verdade que estou convidando vocês para voltar em 2010."

    Rosa Gonzalez se tornou amiga dos músicos brasilienses. Em outras edições do festival, recebeu Papo de Cordas, Carrapa do Cavaquinho & Cia de Música, Jorge Cardoso Trio, Sandra Duailibe Trio, Choro Positivo, Cacai Nunes Trio e o Duo Mandrágora. Em 2007, ela esteve na cidade. Conheceu a roda de samba do Bar do Calaf, foi a uma roda de choro na casa de Carlinhos Sete Cordas e assistiu até ao desfile das escolas de samba, no Ceilambódromo.



    http://www2.correiobraziliense.com.br/cbonline/cultura/cadc_mat_50.htm




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    sexta-feira, 9 de outubro de 2009

    DOIS POEMAS PARA DUAS MENINAS LINDAS

    Chegou Manu

     

    Luis Turiba
    um soneto com um pé de samba

     

    para Manu

     

     

    Psiu...não façam piu... cheguei sem susto

    No brilho-luz do lusco-fusco berrei: galeeera!

    Se todo parto é desembarque, bem-vinda vida

    Sou brava e bela, enfim, em cima: sou Manuela

     

    Cruzei os céus num jato JAL a verde Amazônia

    Cheia de afeto, ainda projeto, viajei no vento

    Fui com mamãe curtir U2 em New York City

    Antes do Bim, papei um steak no Trade Center

     

    De nervos firmes de aço & vime me fiz semente

    Do açaí herdei a força rubra de um sol maçã

    Mas sou da paz, botão da irmã, uma super bebê

     

    Neste planeta serei a espoleta de uma flor xamã

    Quem sabe atleta nuvem poeta alguém do bem

    Saúdo a todos no meu repente: cum..nhê cum..nhê

     

                                                                      20.01.2002

     

     

     

    Ver(durinhas), frutóides & legu( mimosas)

     

    Luis Turiba
    Para Luísa, no seu primeiro aniversário

     

    - 1 –

    Go go Stosa

    Gogo Iaba

    Sou uma bebê

    Bem terraba

     

    - 2 –

    Quiabos!

    Vê se te manga!

    Pé de pepino

    Fé na pitanga

     

    - 3 -

    Pitombas

    Berimbolou, berinjela?

    Quem manda em mim

    Sou ela

     

     

    - 4 -

    Caramba

    Carambolas

    Sou do jambo

    Não me amora

     

    - 5-

    Ah! Bacate

    Que vexame

    Inhaca inhaque

    Inhoque inhame

     

    - 6 -

    Amoqueque

    Seu coração de mamão

    Salsa salada salmoura

    Salmão

     

    - 7 -

    Quê que couve?

    Flor de alface

    Queria ser milho

    Tomate-se

     

    - 8 -

    Pêra aí, açaí

    Necas de nectarina

    Se tô toda abacaxi

    De tanta tantã gerina

     

    - 9 -

    Dona bertalha

    Titia rúcula

    Vovô abóbara

    Priminhas uvas

     

    -10 -

    Aspargos!

    Flor de brócolis

    Alho por alho

    Ovo por ovo

     

    -11 -

    Ameixe-se

    Mantenha o picles

    Se a fruta é do conde

    Azeite o maxixe

     

    - 12 -

    Kiwi kiwi kiwi

    Sou brotinho de bambu

    Jaca cajá jabuti

    Cabra acadabra caju

    JOÃOSINHO TRINTA TERÁ VIDA CONTADA EM FILME

    Matheus Nastergalle fará o papel de Joãosinho Trinta

    O documentário, “Raça Síntese de Joãosinho Trinta”, levou a platéia carioca ao delírio, deixando emocionado o maior carnavalesco de todos os tempos. O público seleto que esteve no último domingo no Cine Odeon, na Cinelândia, formado por artistas, cineastas famosos, destacando Bruno Barreto, presidentes de escolas de samba e fãs do gênio da avenida, assistiram ao filme com atenção, alguns deixaram cair lágrimas e outros com semblante de saudosismo e expectativa em relação ao futuro do carnaval carioca.
    O documentário concorre a vários prêmios no Rio de Janeiro e irá desembarcar no festival de São Paulo.
    O ator Matheus Nastergalle, ficou tão empolgado que aceitou de imediato viver Joãosinho Trinta no longa da ficção sobre sua vida e trajetória. O filme iniciará suas filmagens em dezembro e um dos sets mais aguardados será no próximo carnaval, onde a Grande Rio prestará uma grande homenagem ao maior carnavalesco da história.

    quinta-feira, 8 de outubro de 2009

    LIGIANA LANÇA CD EM SAMPA E AGRADA CRÍTICA E PÚBLICO

    Cheia de ginga, ela exala prazer em repertório de bom gosto

    Crítica Lauro Lisboa Garcia, jornal ESTADO DE SÃO PAULO

    Cantoras, cantoras, cantoras. A enxurrada não para. Mas eis que - entre clones anêmicas de Marisas e Carolinas, pseudo sambistas cheias de pose, compositoras chinfrins e outras armações - volta e meia há boas surpresas. Ligiana é uma que adentra o cenário com força, vontade e pé no chão. Seu CD De Amor e Mar já revela bom gosto no projeto gráfico. Repertório criterioso também é quesito básico, mas interessa mesmo o que se faz com ele. E ela acertou na formatação sonora sem floreios, essencial, que valoriza sua voz encorpada e quente.

    Pescou raridades como Conselheiro (Batatinha/Paulo César Pinheiro), Consideração (Cartola/Heitor dos Prazeres), Pandeiro do Brasil (Luiz Peixoto/José Maria de Abreu), entre pérolas de Tom Zé, Abel Ferreira, Baden Powell pai e filho, duas de sua autoria e clássicos de Novos Baianos e Sérgio Sampaio, que oferece revigorados.

    Dona de timbre bonito, cercada de músicos refinados, como Hamilton de Holanda e Philippe Baden Powell, Ligiana ginga bem no samba e no choro. Canta pra cima e pra fora e não dispensa o bom humor, com colaborações vocais de Marcelo Pretto e Tom Zé. A primeira impressão fica: ela parece saber o que quer. E exala prazer.

     

    DEU NA COLUNA DO ANCELMO GOIS, NO GLOBO

    Eu sou do Samba
     
    "Apesar de duas cirurgias, Oscar Niemeyer, 101 anos, não para.
    Está tão animado que, ontem de madrugada, compôs um saba junto com os enfermeiros do Hospital Samaritano, no Rio."
     
    Que maravilha! Oscar fará 102 em 15 de dezembro, mas já mandou comprar os ingressos para as Olimpíadas de 2016.