quinta-feira, 29 de novembro de 2012

ANA LÚCIA PARDO QUER SABER QUAIS SÃO "AFETOS E UTOPIAS NA ERA DIGITAL"

ENTREVISTA COM ANA LÚCIA PARDO, coordenadora do Ciclo de Debates "Inter-Agir"


Por Luis Turiba

 

Ana Lúcia Pardo é atriz, jornalista, gestora e pesquisadora de cultura e de arte contemporânea. Gaúcha, veio para o Rio de Janeiro fazer teatro. Foi além: é mestre em Políticas Públicas e Formação Humana pela UERJ. Foi do Ministério da Cultura na Era Gil e assessora do presidente da Comissão de Cultura da ALERJ. É curadora e coordenadora dos Ciclos de Debates que nas edições de 2006, 2007 e 2010  receberam o nome de "A Teatralidade do Humano" e nesta edição foi chamado de "Inter-Agir: no palco, na rua, na rede, na cena contemporânea".

 

Aqui, ela faz um breve balanço do ciclo que neste segundo semestre ocupou o espaço Oi Futuro Flamengo e afirma que "as redes sociais ganharam novas dimensões transformando-se em verdadeiro novos palcos".

 

Pergunta – Depois de trazer tantas cabeças coroadas e internacionais – como por exemplo o filósofo francês Gilles Lipovetsky, o alemão multimídia Florian Thalhofer, o professor de filosofia da USP Vladimir Safatle, o sociólogo francês Michel Maffesoli e outros - para debates temáticos com o público, pensadores e artistas brasileiros, o "Inter-Agir" resolveu agora escancarar e abriu para a galera ocupar a cena. Por que essa democratização?

 

Ana Lúcia Pardo – A idéia de fazer esse ciclo de debates parte das inquietações do nosso tempo, que também são as minhas inquietações. Buscamos criar um espaço de troca, de misturas de linguagens, áreas de pensamento, saberes, procedências, coletivos, experiências e tribos, junto com alguns teóricos, artistas e grupos que, no meu entendimento, poderão oxigenar com seus questionamentos e intervenções. Para escrever, criar, inventar, convocar as pessoas para o encontro, parto do princípio de que é preciso refletir sobre a sociedade em que estamos inseridos, o campo social, cultural, ecológico, econômico. Não só olhar a sua aldeia, a sua comunidade e o seu entorno, pois vivemos numa aldeia global, de forma que a crise mundial e os indignados nas ruas e redes nos outros países me atinge diretamente, não posso ficar indiferente ao que acontece do meu lado ou do outro lado do mundo. Mas não basta se inquietar e tornar-se um espectador da vida, nem mesmo estar auto-centrado, resultando em um mundo de protagonistas e de coadjuvantes, acredito que a construção e possível transformação sempre serão coletivas, mas este é o desafio, pois a nossa tendência é querer conduzir sozinhos o processo, pois no campo de incerteza que vivemos e numa sociedade competitiva, somos impelidos a disputar cada vez mais, a estar no foco, buscar o reconhecimento e acumular para consumir. Por isso, estou movida a ampliar a rede e caminhar em outra direção.

 

 

P – Mas por que abrir para a galera, para o desconhecido?

 

ALP - Lá no início do Ciclo, em 2006, procuramos colocar na centralidade a teatralidade do cotidiano, da rua, o que nos interessava era considerar que a arte não estava circunscrita somente ao artista, ao teatro, ao palco. Creio que a minha experiência com o teatro feita com os servidores da Funarte, com os camponeses do MST, com crianças em situação de rua, me fez observar o indivíduo comum, não ator, que não escolheu ou teve oportunidade de seguir o ofício da arte, um potencial enorme de expressão e uma disponibilidade e até necessidade de sair de seu personagem diário e ser um outro, sair do funcionário que costuma carregar consigo a burocracia, a instituição e não assume nunca uma autoralidade, que na mudança de gestão perde o cargo, fica esquecido, no caso da Funarte e do MinC, esse servidor costuma fazer acontecer o projeto de criação e o sonho dos outros; ou de um camponês, cujo personagem está impregnado na pele, no chapéu, nas ferramentas que usa; ou no estigma carregado pelos jovens e crianças que vivem na rua que são vistos somente como uma ameaça. Essa arte da vida cotidiana, da vivência, me interessa explorar, pois ela é libertadora e por valorizar mais o processo do que o resultado está grávida de possibilidades. Além disso, o uso do palco tem uma dimensão política, coloca na centralidade da cena algo sob a luz, é feito para ocupar a Ágora e tomar o bastão. Atualmente as redes sociais tornaram-se também o formato de palcos, espaços de representação e cada vez mais as manifestações e movimentos políticos assumem também feições artísticas. Ou seja, a arte cada vez mais perpassa todas as dimensões do humano. É, portanto, por conta disso, que resolvi que o ciclo precisava trazer essas expressões a partir de suas inquietações. Que urgências essa nova galera têm? Que tipo de propostas e caminhos encontraremos a partir daí? Só indo lá pra ver, é uma aposta no escuro, não temos o resultado, mas muita gente está entrando na rede e se inscrevendo. No final das apresentações, pretendemos fazer uma roda de conversa, um fórum para trocar as impressões sobre as urgências do momento.

 

P- Ao longo desses seis anos de ciclos, você acha que valeu a pena? As coisas estão realmente interagindo?

 

ALP- Observo que o nosso ciclo certamente que vem influenciando alguns teóricos, artistas, acadêmicos, universidades, que passaram a discutir e até a criar disciplinas voltadas para a Teatralidade, livros, textos e determinados projetos culturais e sociais que passaram a se embasar nessa concepção. Porém, ao mesmo tempo que partimos de um conceito, não temos somente uma linha de pensamento ou de linguagem artística nestes encontros, portanto, não são fórmulas prontas que buscam serem seguidas, seria contraditório à construção coletiva. Bertolt Brecht sempre defendeu um teatro crítico, mas segundo ele, quem transforma a realidade é o público. Essas pessoas que comparecem aos debates do Ciclo, que participam, são essas que irão interferir na realidade. Não tenho a pretensão de dizer que estamos fazendo a transformação, se conseguir instigar, provocar, inquietar e ser provocada também, estou satisfeita, pois também saio igualmente impactada por outras questões em cada encontro.

 

P- Em todos os debates desse ano, a cultura cibernética da Era Digital esteve presente tematicamente.  Ao mesmo tempo, essas conversas foram realizadas num espaço todo conectado como o Oi Futuro do Flamengo. Houve uma integração dos temas com o espaço?

 

ALP- Sim, claro. O Ciclo "Inter-Agir" tinha como objetivo também discutir a Era Digital e o que impacta nas artes e na vida cotidiana. Como o mundo digital e multimídia dialoga com as linguagens artísticas, como as novas ferramentas digitais ajudam as novas maneiras de criação. A natureza do teatro é ser uma arte presencial, mas mesmo o teatro está dialogando com a Era Digital. Vimos aqui no Oi Futuro uma peça que começou no palco, saiu para as ruas, mas foi transmitida para um grande público via internet na plateia e também muita gente estava on line. Então, as redes sociais são também outros palcos além do palco italiano, a arena, a caixa preta do teatro presencial. Porém, como grupo Teatro Para Alguém, essas fronteiras foram rompidas pois tínhamos a cena acontecendo no palco italiano e virtual na rede ao mesmo tempo. Outros palcos, portanto, surgem com a rede e são também grandes espaços de representações. O mundo está cada dia mais teatralizado, espetacularizado, já dizia Guy Debord. Trouxemos bastante essas teatralidades das ruas e dos diversos palcos. Percebo que as pessoas não querem mais ser somente espectadores ou consumidores, depositárias de produtos, de espetáculos, de cultura que se tenta levar para elas pois todos têm uma história, uma origem, algo a transformar e um rico potencial no campo dos sentidos para exercitar. As redes se revelaram essa grande arena de ideias, protestos, manifestações, vídeos, músicas, dança, enfim, canais de expressão, muito para falar tão somente da vida cotidiana.

 

P- E o espaço Oi Futuro é apropriado a isso? Houve um bom casamento entre proposta e espaço?

 

ALP- Claro que sim e isso foi fundamental para o sucesso do Ciclo "Inter-Agir". O Centro Cultural do Oi Futuro foi muito receptivo à criação deste ciclo, me senti acolhida por uma equipe que tornou-se cúmplice do processo. Não tratamos numa relação somente institucional, mas no campo das ideias já que eles são da área cultural e artística. Outro fator que acho importante mencionar é que o palco é transformável e se adéqua a cada formato que imprimimos de acordo com o tema trazido na mesa, os convidados e as apresentações artísticas propostas, das oficinas e da mostra. Mas o que mais valorizo de tudo isso é a autonomia com que trabalhamos, nunca sofremos interferências, mesmo quando trazemos para o debate questões contundentes, complexas e provocativas. Me senti muito acolhida, pois a interferência é sempre um risco. Afinal, esse ciclo de debates não busca fórmulas de sucesso, não é midiático, não é um megaevento. Ao contrário, trabalhamos sempre com questões novas no caminho, com gente que está na contramão, com a reflexão crítica acerca da realidade. Sem dúvida, acredito que o Oi Futuro, por ser um espaço de convergências e trocas, interconectado com as tecnologias, voltado para o diálogo com a arte contemporânea e a arte digital, dialoga completamente com esse ciclo multifacetado, interdisciplinar, misturado pois esse ciclo foi criado para este espaço, mesmo que saia pra rua, pra rede, o centro cultural tornou-se o pólo irradiador do evento. Poderia dar um exemplo de quando trouxemos a teatralidade do riso para o debate, convidei palhaços de muitos lugares, circos que tomaram todos os espaços do centro cultural Oi Futuro, nas escadarias, na entrada, no café, na biblioteca, haviam cenas e números circenses. 

 

P- E qual o próximo passo do "Inter-Agir". De que vai tratar o ciclo de debates em 2013, véspera da Copa do Mundo no Brasil?

 

O que me move neste momento a pensar a continuidade desses ciclos será me dedicar a duas questões que me atravessam muito fortemente nesse momento e que deverão perpassar o meu próximo trabalho e, inclusive, busco pesquisar como tema de doutorado: os afetos e as utopias para um novo mundo. Nos cabe construir ou transformar buscando, a partir dos afetos e do reencantamento, novos horizontes.   

Outro projeto será o livro da segunda edição que pretendo organizar e que vai trazer, assim como o primeiro livro A Teatralidade do Humano, muitos artigos de teóricos nacionais e internacionais, depoimentos, textos e fotos de artistas e grupos que participaram.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

VENHA PARTICIPAR DA MOSTRA CÊNICA NO OI FUTURO



CICLO INTER-AGIR ENCERRA SÉRIE DE QUATRO ENCONTROS COM MOSTRA CÊNICA NO Oi FUTURO

 

  • Palco do centro cultural no Flamengo será ocupado por performers, atores e artistas transmídia que tiverem selecionadas suas propostas de cenas sobre inquietações e urgências no mundo contemporâneo, dentro da "Mostra In Cena Múltiplos Palcos"

 

  • As inscrições das cenas, que deverão durar 15 minutos, precisam ser enviadas para mostra@ciclointeragir.com.br junto à resposta de, no máximo,10 linhas, para a pergunta "Qual a sua urgência? O que te inquieta a ocupar a cena e que transformação quer provocar?"

 

  • O painel multidisciplinar "Inter-Agir – na rua, na rede, na cena contemporânea"reuniu, desde setembro, pensadores e artistas estrangeiros como Gilles Lipovetsky, Michel Maffesoli e Florian Thalhofer em três debates, realizados desde setembro, que também contaram com performances

 

Rio de Janeiro, xx de novembro de 2012 – O "Inter-Agir – na rua, na rede, na cena contemporânea", ciclo de debates e performances realizado no Oi Futuro, desde setembro, encerra sua programação neste mês de dezembro com a "Mostra In Cena Múltiplos Palcos", que será realizada no dia 4 de dezembro, a partir das 14h, no teatro do centro cultural do Flamengo. 

A ação multicultural foi concebida pela produtora e pesquisadora Ana Lúcia Pardo e é relizada no Oi Futuro, no Flamengo, com patrocínio da Oi e da Secretaria de Estado da Cultura do Rio de Janeiro, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

 

A ideia, segundo Ana Lúcia Pardo, é abrir o espaço do Oi Futuro para os novos artistas com novas linguagens apresentarem "sua provocação, seu chamamento à ação, à atitude e à urgência." Vale qualquer tipo de performance: a teatral, a poética, a de novas linguagens e intervenções artísticas. Para ela, a mostra é ainda "um instantâneo do agora, mais que uma vitrine de talentos; o que quero captar é o movimento, a inquietação, a vontade, a força viva de uma atitude que se lança e que é compartilhada ao ocupar a cena".

As perguntas formuladas pela curadoria – "o que te move, o que te instiga a ocupar o espaço cênico, que atitudes e urgências gostaria de compartilhar e que transformações poderiam propor neste espaço reinventado?" – devem ser respondidas junto à inscrição das cenas, que podem ser enviadas, até Primeiro de dezembro, para o email mostra@ciclointeragir.com.br. A resposta deve ser enviada junto com a ficha de inscrição que pode ser baixada neste link. Mais informações: www.ciclointeragir.com.br.

 

 

O "Inter-Agir" terá uma comissão de seleção das cenas. A produção oferecerá estrutura de luz, som e projeção, a ser detalhada após a aprovação das propostas.

 

O QUE É O "INTER-AGIR"

 

A proposta do ciclo "Inter-Agir" foi, ao longo destes quatro meses de 2012, trazer para o debate público e a cena contemporânea a potencialidade da prática, da ação e do movimento cultural, com reflexões e criações a partir de duas questões fundamentais que atravessam e se misturam: interação e atitude. Artistas, criadores e pensadores da moderna cultura multimídia digital passaram pelo Oi Futuro para questionar, discutir e apresentar suas ideias.

 

No último mês, o artista multimídia alemão Florian Thalhofer desenvolveu ao longo de cinco dias uma oficina sobre o Sistema Não Linear Korsakow, para fazer documentários cinematográficos não lineares. Mais de vinte alunos fizeram a oficina experimentando o software criado por Florian e cinco projetos de cinema se concretizaram. 

 

SOBRE O Oi FUTURO


O Oi Futuro é o instituto de responsabilidade social da Oi, que emprega novas tecnologias de comunicação e informação no desenvolvimento de projetos de educação, cultura, esporte, meio ambiente e desenvolvimento social. Desde 2001, suas ações visam democratizar o acesso ao conhecimento e reduzir distâncias geográficas e sociais, com especial atenção à população jovem.

Na educação, os programas NAVE e Oi Kabum! usam as tecnologias da informação e da comunicação, capacitando jovens para profissões na área digital, fornecendo conteúdo pedagógico para a formação de educadores da rede pública, e fomentando o desenvolvimento de modelos inovadores. Já na área cultural, o Oi Futuro mantém dois espaços culturais no Rio de Janeiro (RJ) e um em Belo Horizonte (MG), com programação nacional e internacional de qualidade reconhecida e apreços acessíveis, além do Museu das Telecomunicações nas duas cidades.

O esporte é apoiado através de projetos aprovados pelas Leis de Incentivo ao Esporte, tendo sido a Oi a primeira companhia de telecomunicações a apostar nos projetos socioeducativos inseridos na Lei Federal. Em 2010, a Oi ainda lançou,por meio do Oi Futuro, seu primeiro edital para patrocínios de projetos de preservação e conservação do meio ambiente, reforçando ainda mais o compromisso com iniciativas sustentáveis.

MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O PROJETO

Assessoria de Imprensa - Luis Turiba - 21-8288-1825

Coordenadora do projeto "Inter-Agir" - Ana Lucia Pardo - 21- 9588-0452

Produção: Marcela - 21-9679-2441

 

MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O Oi FUTURO

Leïlah Accioly
Oi Móvel: (21) 8834-0055

 

 

 

Leïlah Accioly

Comunicação Corporativa - Oi

Oi Móvel: (21) 8834-0055

Oi Fixo: (21) 3131-3082

Às segundas e sextas: (21) 3131-1603

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terça-feira, 27 de novembro de 2012

DHY RIBEIRO HOMENAGEADA NO DIA NACIONAL DO SAMBA




Dhy Ribeiro será cidadã de Brasília no Dia Nacional do Samba
 
    O Dia Nacional do Samba, comemorado dia 2 de dezembro, tem muitas histórias de samba e sambistas para contar.A data foi primeiramente comemorada na Bahia, para homenagear a primeira visita do sambista Ary Barroso a Salvador,em 1940.A partir de 1963 as comemorações se estenderam para todas as cidades brasileiras.
    No Distrito Federal, a lei nº3.839/06, de autoria da deputada Eliana Pedrosa, inclui o Dia nacional do Samba no calendário de eventos do DF.Cabe as secretarias de Turismo e Secretaria de Esporte e Lazer a elaboração de orçamento para a cobertura das despesas inerantes às comemorações.
    A sambista Dhy Ribeiro, natural do Rio de Janeiro e criada em Salvador,  é radicada em Brasília há mais de 20 anos, despontou para o sucesso nacional aqui na capital.Aqui constituiu família e reside no Guará.A Câmara Legislativa do Distrito Federal, proposto pela deputada Elina Pedrosa , prestará homenagem à sambista lhe concedendo o título de Cidadã Honorária, no próximo dia 3 de dezembro (SEGUNDA-FEIRA), às 21 horas,como parte das comemorações do Dia Nacional do Samba.Será um grande encontro de bambas do samba,com as escolas Acadêmicos da Asa Norte e Aruc, prestando,também ,homenagens a Dhy Ribeiro,que levou o samba para fora de Brasília e  do país.
As comemorações no dia 2 de dezembro serão na Esplanada dos  Ministérios com Dhi Ribeiro, Jorge Aragão entre outros sambistas de renome nacional
 
Zuleika lopes/99322442/32642442
Dhy Ribeiro-78196518
 



VENHA MOSTRAR SUAS URGÊNCIAS NO "INTER-AGIR"


Ciclo Inter-Agir abre inscrições para "Mostra Cênica" e convoca para o palco urgências, inquietações e atitudes do mundo contemporâneo    


Rio de Janeiro, 27 de novembro - O "Inter-Agir – na rua, na rede, na cena contemporânea", ciclo de debates e performances realizado no Oi Futuro do Flamengo desde setembro, encerra sua programação neste mês de dezembro com a "Mostra In Cena Múltiplos Palcos", que será realizada no próximo dia 4.

 

A ação multicultural foi concebida pela produtora e pesquisadora Ana Lúcia Pardo e conta com patrocínio da Oi e da Secretaria de Estado da Cultura do Rio de Janeiro, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

 A ideia, segundo Ana Lúcia Pardo, é abrir o espaço do Oi Futuro para os novos artistas com novas linguagens apresentarem "suas urgências,  provocações, chamamentos à ações, atitude e inquietações." Vale qualquer tipo de performance: a teatral, a poética, a de novas linguagens e intervenções artísticas", anunciou Ana Pardo.

"Se lhe dessem quinze minutos para falar do mundo, da sua realidade, do seu entorno, o que você faria? Que urgência lhe inquieta e instiga neste momento a ocupar a cena, o palco? Que caminhos, que proposta, que ações, o que dizer? Como dizer? Como capturaria a presença do outro para o encontro, para a troca?", questiona a coordenadora do projeto.

 

COMO SE INSCREVER

O "Inter-Agir" terá uma comissão de seleção das cenas. A produção oferecerá estrutura de luz, som e projeção, a ser detalhada após a aprovação dos projetos. As inscrições para participar do "Mostra In Cena Múltiplos Palcos" poderão ser feitas de hoje a sábado, dia 1º de Dezembro. 

Para inscrever sua ideia, urgência, ação, intervenção, cena, poesia, performance ou apresentação com novas tecnologias, responda, em até 10 linhas, a pergunta: "Qual a sua urgência? O que te inquieta a ocupar a cena e que transformação quer provocar?".

 

Envie sua resposta, junto com a ficha de inscrição que pode ser baixada neste link, para o endereço mostra@ciclointeragir.com.br e venha participar e ocupar a cena.

Mais informações: www.ciclointeragir.com.br.

 

O QUE PROCURAMOS

Para a "Mostra In Cena Múltiplos Palcos", não estamos procurando somente propostas fechadas, com acabamento definido. Queremos estimular o experimentar, testar, ousar e refletir. Dar espaço para novas abordagens, que tragam novas vivências e inquietações.

Para inscrever sua ideia, urgência, ação, intervenção, cena, poesia, performance ou apresentação com novas tecnologias, responda, em até 10 linhas, a pergunta: "Qual a sua urgência? O que te inquieta a ocupar a cena e que transformação quer provocar?".

 

O QUE É O "INTER-AGIR"

 

A proposta do ciclo "Inter-Agir" foi, ao longo desses quatro meses de 2012, trazer para o debate público e a cena contemporânea a potencialidade da prática, da ação e do movimento cultural, com reflexões e criações a partir de duas questões fundamentais que atravessam e se misturam: interação e atitude.

Artistas, criadores e pensadores da moderna cultura multimídia digital passaram ao longo desses quatro meses pelo espaço Oi Futuro Flamengo.

No último mês, o artista multimídia alemão Florian Thalhofer desenvolveu ao longo de cinco dias uma oficina sobre o Sistema Não Linear Korsakov, para fazer documentários cinematográficos não lineares. Mais de 20 alunos fizeram a oficina experimentando o software criado por Florian e cinco projetos de cinema se concretizaram. 

 

MAIS INFORMAÇÕES

Assessoria de Imprensa - Luis Turiba - 21-8288-1825

Coordenadora do projeto "Inter-Agir" - Ana Lucia Pardo - 21- 9588-0452

Produção: Marcela - 21-9679-2441

 



sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O CORPO FALA !!! ...


                                                                                


O  CORPO  FALA !!!

O resfriado escorre quando o corpo não chora.

A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.

O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.

O diabetes invade quando a solidão dói.

O corpo engorda quando a insatisfação aperta.

A dor de cabeça deprime quando as dúvidas aumentam.

O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.

A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.

As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.

O peito aperta quando o orgulho escraviza.

O coração infarta quando chega a ingratidão.

A pressão sobe quando o medo aprisiona.

As neuroses paralisam quando a"criança interna" tiraniza.

A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.

 


BRINCANTES DE BRASÍLIA NA Feira Brasil Rural Contemporâneo


Mambembrincante anima o Espaço Brincante na feira Brasil Rural Contemporâneo, no Rio de Janeiro
 

Nada de jogos eletrônicos. Entre os dias 21 e 25 de Novembro, computador e videogame não terão vez na Feira mais completa da agricultura familiar e reforma agrária da América Latina, a 8ª Edição da Feira Nacional de Agricultura Familiar e Reforma Agrária – Brasil Rural Contemporâneo 2012.

 

Pais e filhos terão cinco dias na Marina da Glória, capital do Rio, para resgatar brincadeiras que fizeram parte de um passado que, hoje, parece distante diante da avançada tecnologia ao alcance das crianças. E nada como a musicalidade do grupo Mambembrincante, do Distrito Federal, para animar este espaço de felicidade na Feira, com o resgate das cirandas, canções populares e a presença dos bonecos gigantes que animam o show como o Jaraguá, o Boizinho e a Boneca Fulô.

 

O Espaço Brincante será um lugar de encontro de gerações. Amarelinha, tapete de quebra-cabeça, balanços de madeira e obstáculos com pneus farão parte do espaço composto por duas casas cercadas de madeira, como no interior do Brasil. Uma delas é a Casa da Leitura, onde meninos e meninas de todas as idades terão a chance de conhecer diversos autores da literatura brasileira. No Espaço Brincante, as crianças devem estar sempre acompanhadas dos pais.

 

Do lado de fora, a grama artificial e o parque também servem de opção para a diversão das crianças. Tudo embalado aos sons e ritmos brasileiros do grupo brasiliense Mambembrincante, que apresenta durante o evento, um espetáculo musical que remete à cultura e folclore do País.

 

Grupo Mambembrincante

Formado em 2000, com Chico Nogueira (vocal e viola), Léo Terra (viola e violão), Anahi Nogueira (vocais/ backing), Érika Cortêz (vocais/ backing) e Marcos Ramalho (arranjo e percussão), o Mambembrincante pratica um estilo de canto e apresentação performático, permeado por bonecos gigantes, muita dança e festa. Tendo realizado shows por vários estados brasileiros, além de turnê pela Europa em dez países, o grupo resgata a beleza da ancestralidade musical brasileira nas danças circulares, cantigas de roda, cirandas, sertanejo e moda de viola reunindo vozes e arranjos bem brasileiros.

 

Um show marcado pela animação, como definem os músicos do grupo, "que ninguém consegue ficar parado". Assim é o espetáculo, cheio de clássicos populares e canções da raiz brasileira que botam o público para dançar. Renomado pelo trabalho de resgate cultural, o Mambembrincante prepara o quarto CD do grupo com canções de várias Caravanas realizadas pelos interiores do Brasil, obra que leva este mesmo nome e será lançado em 2013. Tendo participado de grandes feiras populares como as de Mariana (SP) e Ouro Preto (MG), além de interpretar o Hino Nacional acompanhados por Lia de Itamaracá em forma de ciranda na posse da presidente Dilma Roussef, o grupo traz ao Rio algo há muito perdido pela excessiva urbanidade e modernidade dos tempos atuais.

 

Serviço: Shows Mambembrincante – 23/11 às 20h00 e 25/11 às 19h00
Espaço Brincante – Feira Brasil Rural Contemporâneo – Marina da Glória
Assessoria de Imprensa: Vinicius Borba –(61) 8551 1075/ (61) 81698150

Vinícius Borba
Jornalismo, produção cultural e assessoria de comunicação
(61)8551 1075/ 33390782 -
viniciusborba.cultura@gmail.com
viniciusborbablog.blogspot.com



quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O MULTIMÍDIA FLORIAN THALHOFER TERMINA OFICINA NO RIO


FLORIAN THALHOFER, MULTIMÍDIA ALEMÃO,

DIZ QUE "FAZER CINEMA COMERCIAL É LOUCURA"

E SE EMOCIONA AO FALAR DO BRASIL


Por Luis Turiba

 

Durante cinco dias - de 14 a 18 deste mês -, o documentarista e artista multimídia alemão Florian Thalhofer, inventor do sistema de criação Korsakow, um software onde é possível criar produtos audiovisuais quebrando a narrativa linear de contar histórias, está no Rio de Janeiro, onde ministrou oficina para cerca de 30 pessoas no Oi Futuro do Flamengo.


Florian Thalhofer veio ao Brasil convidado para participar da terceira etapa do projeto "Inter-Agir – no palco, na rua, na rede, na cena contemporânea", criado pela atriz e pesquisadora Ana Lucia Pardo com o objetivo de debater o uso de linguagens artísticas e experimentais na era cibernética.


Da oficina de Thalhofer, nasceram cinco projetos de filmes documentais: 1- O Pólo Indígena Maracanã, sobre indígenas que ocupam o terreno onde funcionou o Museu do Índio, próximo ao Maracanã; 2- um making off da própria oficina; 3- O trânsito no Rio a partir do Túnel Rebouças; 4- Uma história de amor; 5- Sonhos e suas múltiplas leituras.


A atriz e pensadora Sonaira D´Ávila, que prepara artistas para atuarem nos veículos audiovisuais (TV, youtube, etc) e uma das coordenadores da oficina, acha que a vinda de Thalhofer ao Brasil preencheu um vazio no audiovisual brasileiro: "Ele apresentou um sistema que permite múltiplas visões de como podemos contar uma história e o Brasil estava defasado em relação a isso".


O publicitário Patrick Accioly também se entusiasmou com a oficina: "Florian não só criou um software que quebra os paradigmas do audiovisual, como também introduziu um novo conceito de se fazer arte. A própria internet funciona de uma maneira não linear. No hiper-link existe certa aleatoriedade, trabalha-se muito com a dinâmica da fragmentação."


Outra entusiástica do software Korsakow é a inglesa Vik Birkbeck, militante de causas sociais. Ela coordenou o projeto sobre os índios que fundaram um pólo no antigo Museu do Índio no Maracanã. "O software tem um formato simples e deve ser usado especialmente em transmissões on-line. Ele é totalmente interativo", afirma ela.


Na oficina, o projeto que deixou Florian Thalhofer mais feliz foi o filme "Sonhos" de Vanessa Rocha, estudante de Artes Visuais da UERJ. Ela trabalhou em parceria com Cacau Borreto, ator e diretor de teatro, para quem "nos sonhos, a ordem dos fatores não altera o produto".


Para Vanessa Rocha, o software de Thalhofer "explora a estética do sonho. Assim, Korsakow e sonho formam um par perfeito. Vou levar essa lição para o resto da minha vida". Florian Thalhofer concordou com ela: "essa nova geração já nasce com o pensamento não linearizado."    


Leia em seguida a entrevista de Florian Thalhoder após as apresentações dos trabalhos pelos oficineiros.


ENTREVISTA


Pergunta- Qual o fundamento que sustenta o software Korsakow, apresentado nesses quatro dias aqui na oficina do projeto "Inter-Agir"? Onde nasceu e como foi criado?

Florian Thalhofer – O método Korsakow foi criador para desenvolver uma narrativa de filmagem não linear. Ele nasceu na Universidade de Artes de Berlim, onde estudei. Eu queria contar histórias pelo computador e não através dos métodos usados pelo cinema tradicional e comercial. Eis porque criei esse solftware. Para mim, fazer cinema de uma maneira comercial é loucura. Disso tenho certeza.


Pergunta – O que muda para o espectador de filmes com narrativas não lineares?

Thalhofer - Ele é obrigado a utilizar muito mais o cérebro do que quando assiste a um filme comum com início meio e fim. Ele participa e tem que assumir a responsabilidade pelo que está fazendo. Sim, porque não tem uma estrutura pré-concebida. No sistema Korsakow não tem ninguém dizendo ao espectador como ele deve pensar o filme. E quando alguém diz o que você tem que pensar ao ver um filme, seu celebro fica preguiçoso.


Pergunta – Seu software já é conhecido mundialmente. Em que países você já fez oficinas como esta que aplicou aqui no Rio de Janeiro?

Thalhofer – O Korsakow está na internet e pode ser baixado por qualquer pessoa. Mas já estive pessoalmente compartilhando esse sistema no Canadá, Japão, Singapura, Lituânia, Estados Unidos, República Tcheca, Portugal, Itália e Países Baixos.


Pergunta – O que você achou dessa sua primeira oficina no Brasil?

Thalhofer – Aqui foi um pouco difícil porque eu não conheço a língua portuguesa. Talvez por isso mesmo tenha sido uma grande experiência e eu aprendi muito também. Esperava que tivesse um dia a mais, porque o processo criativo e de edição foi um pouco lento. No entanto, entre os projetos apresentados pelos participantes, teve um que foi maravilhoso e eu não tinha visto um resultado tão bom como esse nas outras oficinas que fiz pelo mundo. Refiro-me a um filme sobre "Sonhos", apresentado por uma jovem que tem grande familiaridade com a tecnologia digital. Essa geração mais nova já nasceu compreendendo as novas maneiras de contar histórias.


Pergunta – E sobre a noite de abertura do "Inter-Agir", quando tivemos no mesmo espaço uma peça teatral transmitida pela internet; intervenções da atriz Sonaira D´Avila; e um papo com o multimídia Giuliano Chiaradia sobre a utilização do telefone celular como um instrumento para fazer documentários artísticos, além da sua participação?

Thalhofer – Muito interessante. Penso que Giuliano mostrou aspectos diferentes do uso tecnológico do telefone celular. Ele usa esse instrumento como uso o software Korsakow. A revolução digital não afeta somente os artistas. Todos são influenciados pela nova tecnologia: engenheiros, médicos, professores, políticos, psiquiatras, advogados, vendedores, motoristas. Enfim, todos começam a explorar essas novas possibilidades.


Pergunta – E do Brasil, o que você leva de recordação e quando voltará por aqui?

Thalhofer – (o multimídia se emociona ao falar do Brasil. Seus olhos lacrimejam e ele pára embargado. Depois de alguns segundos, recomeça a conversa)... Meu avô foi casado com uma brasileira. Teve três filhos. Dois ficaram na Alemanha e o terceiro no Brasil. Isso para mim é muito estranho. Alguns parentes acabaram de falecer na Alemanha. E meus parentes brasileiros vieram me assistir na noite de abertura do projeto. Enfim, acho que a parte mais legal da família está no Brasil.  


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

FILME BRASILIENSE VAI CONCORRER NA GRÉCIA

O filme longa-metragem TRUKS, de João Inácio,  foi selecionado em um dos principais festivais de cinema da Grécia (http://olympiafestival.wordpress.com/2012/11/19/a-cinematic-feast/), e será o único filme brasileiro na competição.

O filme foi lançado esse ano e já foi selecionado em 5 festivais. Recebeu o prêmio de Menção Honrosa no Festival Curta Amazônia.

Mais informações no site do filme (www.imaginacao.art.br/truks).


FLORIAN THALHOFER ENCERRA OFICINA MULTIMÍDIA NO OI FUTURO FLAMENGO


PARA MULTIMÍDIA ALEMÃO, 

"FAZER CINEMA COMERCIAL É LOUCURA" 

ELE SE EMOCIONA AO FALAR DO BRASIL


Por Luis Turiba

 

Durante quatro dias - de 14 a 18 deste mês -, o documentarista e artista multimídia alemão Florian Thalhofer, inventor do sistema de criação Korsakow, um software onde é possível criar produtos audiovisuais quebrando a narrativa linear de contar histórias, está no Rio de Janeiro, onde ministrou oficina para cerca de 20 pessoas no Oi Futuro do Flamengo.


Florian Thalhofer veio ao Brasil convidado para participar da terceira etapa do projeto "Inter-Agir – no palco, na rua, na rede, na cena contemporânea", criado pela produtora Ana Lucia Pardo,com o objetivo de debater o uso de linguagens artísticas e experimentais na era cibernética.


Da oficina de Thalhofer, nasceram cinco projetos de filmes documentais: 1- O Pólo Indígena Maracanã, sobre indígenas que ocupam o terreno onde funcionou o Museu do Índio, próximo ao Maracanã; 2- um making of da própria oficina; 3- O trânsito no Rio a partir do Túnel Rebouças; 4- Uma história de amor; 5- Sonhos e suas múltiplas leituras.


A atriz e pensadora Sonaira D´Ávila, que prepara artistas para atuarem nos veículos audiovisuais e uma das coordenadores da oficina, acha que a vinda de Thalhofer ao Brasil preencheu um vazio no audiovisual brasileiro: "Ele apresentou um sistema que permite múltiplas visões de como podemos contar uma história e nosso país estava defasado em relação a isso".


O publicitário Patrick Accioly, 28 anos, também se entusiasmou com a oficina: "Florian não só criou um software que quebra os paradigmas do audiovisual, como também introduziu um novo conceito de se fazer arte. A própria internet funciona de uma maneira não linear. No hiper-link existe certa aleatoriedade, trabalha-se muito com a dinâmica fragmentada."


Outra entusiástica do software Korsakow é a inglesa Vik Birkbeck, militante de causas sociais e que coordenou o projeto sobre os índios que fundaram um pólo no antigo Museu do Índio no Maracanã. "O soft tem um formato simples e deve ser usado especialmente em transmissões on-line. Ele é totalmente interativo", diz ela.


O projeto que deixou Florian Thalhofer mais feliz foi o filme "Sonhos" de Vanessa Rocha, estudante de Artes Visuais da UERJ, em parceria com Cacau Borreto, ator e diretor de teatro. "Nos sonhos, a ordem dos fatores não altera o produto", afirma ele.


Para Vanessa Rocha, o software de Thalhofer "explora a estética do sonho. Assim, Korsakow e sonho formam um par perfeito. Vou levar essa lição para o resto da minha vida". Florian Thalhofer concordou com ela: "essa nova geração já nasce com o pensamento não linearizado."    


Leia agora a entrevista que Florian Thalhoder deu após as apresentações dos trabalhos pelos oficineiros.


ENTREVISTA


Pergunta- Qual o fundamento que sustenta o software Korsakow, apresentado nesses quatro dias aqui na oficina do projeto "Inter-Agir"? Onde nasceu e por quê foi criado?


Florian Thalhofer – O método Korsakow foi criador para desenvolver uma narrativa de filmagem não linear. Ele nasceu na Universidade de Artes de Berlim, onde estudei. Eu queria contar histórias pelo computador e não através dos métodos usados pelo cinema tradicional e comercial. Daí, criei esse solftware. Para mim, fazer cinema de uma maneira comercial é loucura. Disso tenho certeza.


Pergunta – O que muda para o espectador de filmes com narrativas não lineares?


Thalhofer - Ele é obrigado a utilizar muito mais o celebro do que quando assiste a um filme comum com início, meio e fim. Ele participa e tem que assumir a responsabilidade pelo que está fazendo. Sim, porque não tem uma estrutura pré-concebida. No sistema Korsakow não tem ninguém dizendo ao espectador como ele deve pensar o filme. E quando alguém diz o que você tem que pensar ao ver um filme, seu celebro fica preguiçoso.


Pergunta – Seu software já é conhecido mundialmente. Em que países você já fez oficinas como esta que aplicou aqui no Rio de Janeiro?


Thalhofer – O Korsakow está na internet para ser baixado por qualquer pessoa. Mas já estive pessoalmente compartilhando esse sistema no Canadá, Japão, Singapura, Lituânia, Estados Unidos, República Tcheca, Portugal, Itália e Países Baixos.


Pergunta – O que você achou dessa sua primeira oficina no Brasil?


Thalhofer – Aqui foi um pouco difícil porque eu não conheço a língua portuguesa. Talvez por isso mesmo tenha sido uma grande experiência e eu aprendi muito também. Esperava que tivesse um dia a mais, porque o processo criativo e de edição foi um pouco lento. No entanto, entre os projetos apresentados pelos participantes, teve um que foi maravilhoso e eu não tinha visto um resultado tão bom como esse nas outras oficina que fiz pelo mundo. Refiro-me a um filme sobre "Sonhos", apresentado por uma jovem que tem grande familiaridade com a tecnologia digital. Essa geração mais nova já nasceu compreendendo as novas maneiras de contar histórias.


Pergunta – E sobre a noite de abertura do "Inter-Agir", quando tivemos no mesmo espaço uma peça teatral transmitida pela internet; intervenções da atriz Sonaira D´´Avila; e um papo com o multimídia Giuliano Chiaradia sobre a utilização do telefone celular como um instrumento para fazer documentários artísticos, além da sua participação?


Thalhofer – Muito interessante. Penso que Giuliano mostrou aspectos diferentes do uso tecnológico do telefone celular. Ele usa esse instrumento como uso o software Korsakow. A revolução digital não afeta somente os artistas. Todos são influenciados pela nova tecnologia: engenheiros, médicos, professores, políticos, psiquiatras, advogados, vendedores, motoristas. Enfim, todos começam a explorar essas novas possibilidades.


Pergunta – E do Brasil, o que você leva de recordação e quando voltará por aqui?


Thalhofer – (o multimídia se emociona ao falar do Brasil. Seus olhos lacrimejam e ele pára embargado. Depois de alguns segundos, recomeça a conversa)...Meu avô foi casado com uma brasileira. Teve três filhos. Dois ficaram na Alemanha e o terceiro no Brasil. Isso para mim é muito estranho. Alguns parentes acabaram de falecer na Alemanha. E meus parentes brasileiros vieram me assistir na noite de abertura do projeto. Enfim, acho que a parte mais legal da família está no Brasil.  





sexta-feira, 16 de novembro de 2012

BRASILEIROS FAZEM DOCUMENTÁRIOS DE VANGUARDA COM MÉTODO KORSAKOW

Brasileiros fazem documentários com soft de vanguarda alemão


Rio, 17 de novembro - Os primeiros cinco projetos brasileiros de webdocumentários baseados no soft de narrativa não-linear criado pelo alemão Florian Thalhofer serão apresentados ao público neste domingo, às 11 horas, no Oi Futuro Flamengo. A oficina começou no dia 14 e se encerra nesse domingo

Quatro temas de documentários foram definidos pelos oficineiros e um quinto, ainda em elaboração, será surpresa. Um deles abordará a ocupação pelos índios da antiga sede do Museu do Índio, próximo ao Maracanã; um outro mostrará os bastidores da oficina; o terceiro terá como tema "sonhos humanos" e o quarto será sobre as impressões de estrangeiros sobre a Música Popular Brasileira.

O trabalho é fruto da oficina que o transmídia Florian Thalhofer fez ao longo dos últimos quatro dias com 20 brasileiros que atuam nas mais diferentes áreas das artes e da cultura do Rio de Janeiro. 

Thalhofer foi um dos convidados da terceira etapa do evento "Inter-Agir: na rua, na rede, na cena contemporânea", idealizado pela produtora Ana Lucia Pardo, com patrocínio do Oi Futuro e da secretaria de Estado da Cultura do Estado do Rio de Janeiro. Lúcia Pardo ficou muito satisfeita com o resultado das oficinas:

"Esses aprendizados com o vanguardista alemão Thalhofer será fundamental para o desenvolvimento das pessoas que trabalham com cinema e linguagens digitais no Brasil", comentou a coordenadora. 

Na abertura do evento, além do multimídia alemão, o público assistiu a peça "Vozes Urbanas" do Teatro para Alguém, de São Paulo, que trabalha com transmissões na internet; um papo com o multimídia Giuliano Chiaradia, fundador do Set Experimentl e diretor da TV Globo; intervenções da atriz Sonaira D´Ávila, fundadora do Studio Escola de Artes, do Rio de Janeiro. 

Quem é?

Florian Thalhofer, cineasta experimental alemão, inicia hoje uma oficina narrativa não-linear, para ensinar a usar um software por ele criado para produzir filmes multimídias, o Korsakow. A oficina será no Oi Futuro, no Flamengo, e consistirá em: demonstração de recursos; dez passos para desenvolver um filme Korsakow; avaliação de webdocumentário Korsakow já publicado e aberto para experimentações; e desenvolvimento do webdocumentário. 


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

ARTE TRANSMÍDIA NO OI FUTURO


Múltiplas linguagens transmídias


Luis Turiba*


"A internet é o LSD dos nossos tempos", dizia apaixonadamente Claudio Prado, bicho-digital e ex-assessor cibernético do então ministro da Cultura Gilberto Gil.


Pensando bem, o que aconteceu na última terça-feira (12/11) no auditório do Oi Futuro Flamengo, por ocasião da terceira etapa do projeto "Inter-Agir – na rua, na rede, na cena contemporânea" foi uma verdadeira "viagem lisérgica" à utopia colorida e imediata que as novas mídias digitais nos propiciam, especialmente no espaço da cultura.


Foi uma noite de vanguarda e quem disse que ser vanguarda é fácil. Poucas linhas na imprensa. Chovia muito e quando chove o carioca vira caracol. Mas a noite do "Inter-Agir" não foi nada silenciosa. Tudo que aconteceu ali foi transmitido pela internet para milhões de olhares planetários. A interação, portanto, foi imensurável.


Coordenado pela produtora Ana Lucia Pardo, que há quatro anos reúne cabeças pensantes em debates, oficinas, performances e intervenções artísticas, o "Inter-Agir" reuniu numa mesma noite diversas linguagens e seus múltiplos usos na (e da) mídia digital. As primeiras etapas desse ousado projeto que começou em 2008, estão reunidas no livro "Teatralidade do Humano", com 480 páginas e apresentação de Gilberto Gil.


Mas voltemos à noite de vanguarda no Oi Futuro. Quem estava lá pode assistir uma peça transmitida pela internet – "Vozes Urbanas", do Teatro para Alguém, de São Paulo, que começou no palco e se desenvolveu na rua com postagem direta para o auditório; uma aula-show sobre os múltiplos usos do telefone celular como ferramenta para fazeres artísticos (poesia, clipes, documentários, instalações visuais, etc), dada pelo multimídia Giuliano Chiaradia, fundador do Set Experimental e diretor de TV da Globo; e intervenções da atriz Sonaira D´Ávila, fundadora do Studio Escola de Atores.


A estrela do "Inter-Agir", porém, foi o documentarista alemão Florian Thalhofer, artista multimídia audiovisual e inventor do sistema de filmagens "Korsakow" que cria filmes com narrativas não lineares. Florian fará uma oficina sobre seu software para 20 jovens cariocas.


Uma coisa ficou clara. A internet e as novas mídias digitais (tablets, micros, celulares) são usadas em nosso cotidiano por quase todo mundo. No entanto, pouquíssimas são as pessoas que conseguem potencializar essas ferramentas para criações de novas linguagens e conceitos. Com um celular na mão, nem o céu é o limite.


Mas depois de muito papo cabeça pra lá da Califórnia, e antes de partir para sua ilha de edição no Projac, Giuliano Chiaradi, que começou seu papo pedindo que todos ligassem seus celulares, deu uma de maestro e regeu a platéia num coral de luzes e chamadas. Foi a coisa mais esquisita que já vi num palco, mas também a mais pós-moderna. Um cyberneticoro.


Luis Turiba, poeta e jornalista