Mãe,
Afaste de mim esta bala
Este dardo inflamável
Esta seta diuturna
Este terror sem rumo
Este projétil alado e raso
Pois já que elas não cessam
Que pelo menos nos errem
Rogai por nós os passantes
Os transeuntes os pedestres
Os motoristas e as crianças
E principalmente as mães
Não nos faça alvos fáceis
Desta chuva de petardos
Não nos atinja o corpo
Nem a alma nem os prantos
Que veloz, não me alcance
Que sua força não me curve
Que seu fogo não me queime
Que o acaso não me derrube
Eu que diariamente passo
Por favelas becos vielas
Por túneis curvas células
Eu que faço o bom combate
Protegei as nossas vísceras
Das emboscada bandidas
Dos acertos entre quadrilhas
Do fogo amigo ou polícia
Só te peço oh mãe amiga
Santa do cotidiano
Poupe-nos o banho de sangue
De passagem tão insana
Um comentário:
POR ONDE HÁ FÃ
Meu amor é tão imenso
Que só depois de ouvir
O coração eu penso
Penso em não caber no espaço
Reservado as declarações
De amor que faço
Faço de conta que tudo
Que já se falou de amor
Não é o bastante e mudo
Mudo então minha poesia
Semeada aos pés da noite
Pelas mãos do dia
Mas o dia voa a jato
E as minhas fantasias
tornam-se um fato
E o fato é um dilema
Que dá gosto de querer
Amar até o problema
O problema é que às vezes
Por um sonho de amor
Eu perco doze meses
Doze meses, eu computo
Ser quase quinhentos e...
Vinte e seis mil minutos
Minutos primaveris
Caem na casa do verão
E a primavera diz
Diz ao mundo quem eu sou
O maior ladrão de flores
Para o fim do show
De meu show vale frisar
Cada pétala beijada
É do verbo amar
E de tanto amar agora
Não vou mais perder meu tempo
Vou perder a hora
Hora de me ver sem dó
Nem piedade na friagem
Do relento e só
E só Deus que é o dono
Da verdade tem poder
De por sonhar num sono
Qualquer sono que me faça
Esquecer que uma noite
Sem amor não passa
Ou se passa por engano
Que o pesadelo seja
O melhor do ano
E o ano bom termina
Dando um lição de vida
A quem de fato ensina
E ensina alguém que ama
A ser um iluminado
À luz da própria chama
Minha chama reacende
Ao calor das emoções
Que só quem ama entende
E entende esse momento
Como se acendesse a luz
Que não se apaga ao tempo
Tempo em que eu me embarco e remo
Ao ouvir de novo a voz
Do coração e temo
Temo em não caber no espaço
Reservado as canções
De amor que fiz e faço
Faço de conta que tudo
Que já se falou de amor
Não é o bastante e mudo
Mudo-me sem o divã
E declaro o meu amor maior
Por onde há fã!
Publicado no site: O Melhor da Web em 23/02/2009
Código do Texto: 14152
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