quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Oração para Nossa Senhora da Bala Perdida

Luis Turiba
 
(Reze antes de sair de casa) 
 

Mãe,

Afaste de mim esta bala

Este dardo inflamável

Esta seta diuturna

Este terror sem rumo

Este projétil alado e raso

 

Pois já que elas não cessam

Que pelo menos nos errem

 

Rogai por nós os passantes

Os transeuntes os pedestres

Os motoristas e as crianças

E principalmente as mães

 

Não nos faça alvos fáceis

Desta chuva de petardos

Não nos atinja o corpo

Nem a alma nem os prantos

 

Que veloz, não me alcance

Que sua força não me curve

Que seu fogo não me queime

Que o acaso não me derrube

 

Eu que diariamente passo

Por favelas becos vielas

Por túneis curvas células

Eu que faço o bom combate

 

Protegei as nossas vísceras

Das emboscada bandidas

Dos acertos entre quadrilhas

Do fogo amigo ou polícia

 

Só te peço oh mãe amiga

Santa do cotidiano

Poupe-nos o banho de sangue

De passagem tão insana

 

Um comentário:

João Germano Rodrigues disse...

POR ONDE HÁ FÃ

Meu amor é tão imenso
Que só depois de ouvir
O coração eu penso

Penso em não caber no espaço
Reservado as declarações
De amor que faço

Faço de conta que tudo
Que já se falou de amor
Não é o bastante e mudo

Mudo então minha poesia
Semeada aos pés da noite
Pelas mãos do dia

Mas o dia voa a jato
E as minhas fantasias
tornam-se um fato

E o fato é um dilema
Que dá gosto de querer
Amar até o problema

O problema é que às vezes
Por um sonho de amor
Eu perco doze meses

Doze meses, eu computo
Ser quase quinhentos e...
Vinte e seis mil minutos

Minutos primaveris
Caem na casa do verão
E a primavera diz

Diz ao mundo quem eu sou
O maior ladrão de flores
Para o fim do show

De meu show vale frisar
Cada pétala beijada
É do verbo amar

E de tanto amar agora
Não vou mais perder meu tempo
Vou perder a hora

Hora de me ver sem dó
Nem piedade na friagem
Do relento e só

E só Deus que é o dono
Da verdade tem poder
De por sonhar num sono

Qualquer sono que me faça
Esquecer que uma noite
Sem amor não passa

Ou se passa por engano
Que o pesadelo seja
O melhor do ano

E o ano bom termina
Dando um lição de vida
A quem de fato ensina

E ensina alguém que ama
A ser um iluminado
À luz da própria chama

Minha chama reacende
Ao calor das emoções
Que só quem ama entende

E entende esse momento
Como se acendesse a luz
Que não se apaga ao tempo

Tempo em que eu me embarco e remo
Ao ouvir de novo a voz
Do coração e temo

Temo em não caber no espaço
Reservado as canções
De amor que fiz e faço

Faço de conta que tudo
Que já se falou de amor
Não é o bastante e mudo

Mudo-me sem o divã
E declaro o meu amor maior
Por onde há fã!



Publicado no site: O Melhor da Web em 23/02/2009
Código do Texto: 14152