Assisti ontem (19/11) impactado - quase sufocado - o filme-documentário de Jorge Oliveira "Perdão, Mister Fiel", um forte concorrente a vencer o Festival do Cinema Brasileiro de Brasília. Trata-se da história verdadeira da morte do operário Fiel Filho, trucidado nos cárceres do DOI-CODI da Rua Tutóia, em São Paulo, por agentes da ditadura militar em 1976.
De fazer pensar, de fazer chorar, de fazer vomitar: de raiva, de espanto, de tristeza.
Um filme-reportagem sem ser monótono, que joga muita luz no recente período podre-barra-pesada da ditadura no Brasil, com importantíssimo depoimentos de dos presidentes Lula, Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Ernersto Geisel, além de estudiosos e ex-presos políticos da época.
Um trabalho audiovisual que mostra o que Torquato Neto chamou no seu poema-música Tropicália de "brutalidade-jardim" da sociedade brasileiro. Um filme para ser visto e nunca mais esquecido, onde a linha mestra fica do equilíbrio histórico fica por conta de um ex-agente do DOI-C ODI, Marival Chaves, que pela primeira vez conta tudo sobre o esquema de eliminação de inimigos políticos montado pela ditadura militar no Brasil e na América Latina.
Por tudo que assisti ontem, obrigado Jorge Oliveira por obra tão triste e significativa.
Salve Arapiraca! Você estreou com o pé direito.
Um comentário:
Filme muito mal feito, com abordagem confusa e muito clichê... A versão de O Bêbado e O Equilibrista, no final, é uma das coisas mais torturantes e horríveis que já ouvi. Bastante digna para um filme que tem a tortura como tema!
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