05/05/2011 08:47
BIN LADEN AO LADO DE ELVIS
A polêmica sobre o corpo de Osama Bin Laden está apenas começando. Neste momento, Barack Obama vive cercado de comemorações, mas vai se irritar bastante nos próximos tempos.
O cadáver é símbolo marcante da raça humana, em qualquer civilização. Foi em torno do corpo de Jesus Cristo, crucificado, que se construiu a religião dominante no Ocidente.
No século passado, polêmicas semelhantes à atual ocuparam espaço na mídia de forma insistente. Durante décadas, muita gente acreditou que Hitler teria escapado vivo depois da Segunda Guerra Mundial. Na década de 60, revistas publicaram fotos pouco claras de homens que poderiam ser Hitler, escondido no interior da Argentina ou em outro país latino.
Carlos Gardel, o maior cantor argentino de todos os tempos, gerou o mito de que estaria vivo (depois de morto), o mesmo acontecendo com a campanha "Elvis vive", mantida pelos fãs que não aceitavam a morte de Elvis Presley.
Acompanhei de perto um caso semelhante. Nas investigações da morte da menina Ana Lídia, caso ocorrido em Brasília, no ano de 1972, foi dado como certo que o assassino seria Alfredo Buzaid Júnior, playboy, filho do então ministro da Justiça da ditadura.
Buzaidinho era corredor de carros e morreu em 1976, ao levar um veículo para disputar prova no interior do Paraná. Durante muitos anos, havia a mística de que um outro cadáver foi enterrado no seu lugar. Houve gente que "viu" Buzaidinho na Europa. Outros disserem que passou por cirurgia plástica e estava no Brasil. Hoje essa dúvida já não interessa a ninguém.
Já escrevi aqui que, em 1938, o governo de Getúlio Vargas levou para as grandes cidades nordestinas as cabeças de Lampião, Maria Bonita e outros cangaceiros, amplamente expostas em fotos e até em museus, para que o povo acreditasse de verdade no extermínio desses indivíduos.
Barack Obama, ao não apresentar provas da morte de Bin Laden, pode gerar o boato de que o terrorista foi levado a uma base americana, onde estaria sendo torturado até contar tudo o que sabe sobre ações mortais. Ou, dentro das teorias conspiratórias que o mundo adora, poderão surgir fotos de Bin Laden numa feira árabe qualquer, ou numa mesquita, disfarçado de ser humano comum. E se vier a público uma gravação com a voz de Bin Laden?
Pensando bem, todos sabem (filmes diversos mostraram isso) que Hitler escapou de atentados usando sósias, de bigodinho e cabelo engomado. No caso de Bin Laden, com aquela barba e aquele turbante, seria mais fácil ainda espalhar figuras parecidas pelo Oriente.
Se até hoje a teoria conspiratória mais louca do mundo "prova", com argumentos bastante interessantes, que o homem não chegou à Lua em 1969, imaginem o que poderá acontecer com uma morte sem cadáver.
Obama está encrencado. Quando ele aparecer em público, haverá sempre um repórter importuno perguntando: "Cadê o corpo de Bin Laden, presidente?".
RENATO RIELLA
BIN LADEN AO LADO DE ELVIS
A polêmica sobre o corpo de Osama Bin Laden está apenas começando. Neste momento, Barack Obama vive cercado de comemorações, mas vai se irritar bastante nos próximos tempos.
O cadáver é símbolo marcante da raça humana, em qualquer civilização. Foi em torno do corpo de Jesus Cristo, crucificado, que se construiu a religião dominante no Ocidente.
No século passado, polêmicas semelhantes à atual ocuparam espaço na mídia de forma insistente. Durante décadas, muita gente acreditou que Hitler teria escapado vivo depois da Segunda Guerra Mundial. Na década de 60, revistas publicaram fotos pouco claras de homens que poderiam ser Hitler, escondido no interior da Argentina ou em outro país latino.
Carlos Gardel, o maior cantor argentino de todos os tempos, gerou o mito de que estaria vivo (depois de morto), o mesmo acontecendo com a campanha "Elvis vive", mantida pelos fãs que não aceitavam a morte de Elvis Presley.
Acompanhei de perto um caso semelhante. Nas investigações da morte da menina Ana Lídia, caso ocorrido em Brasília, no ano de 1972, foi dado como certo que o assassino seria Alfredo Buzaid Júnior, playboy, filho do então ministro da Justiça da ditadura.
Buzaidinho era corredor de carros e morreu em 1976, ao levar um veículo para disputar prova no interior do Paraná. Durante muitos anos, havia a mística de que um outro cadáver foi enterrado no seu lugar. Houve gente que "viu" Buzaidinho na Europa. Outros disserem que passou por cirurgia plástica e estava no Brasil. Hoje essa dúvida já não interessa a ninguém.
Já escrevi aqui que, em 1938, o governo de Getúlio Vargas levou para as grandes cidades nordestinas as cabeças de Lampião, Maria Bonita e outros cangaceiros, amplamente expostas em fotos e até em museus, para que o povo acreditasse de verdade no extermínio desses indivíduos.
Barack Obama, ao não apresentar provas da morte de Bin Laden, pode gerar o boato de que o terrorista foi levado a uma base americana, onde estaria sendo torturado até contar tudo o que sabe sobre ações mortais. Ou, dentro das teorias conspiratórias que o mundo adora, poderão surgir fotos de Bin Laden numa feira árabe qualquer, ou numa mesquita, disfarçado de ser humano comum. E se vier a público uma gravação com a voz de Bin Laden?
Pensando bem, todos sabem (filmes diversos mostraram isso) que Hitler escapou de atentados usando sósias, de bigodinho e cabelo engomado. No caso de Bin Laden, com aquela barba e aquele turbante, seria mais fácil ainda espalhar figuras parecidas pelo Oriente.
Se até hoje a teoria conspiratória mais louca do mundo "prova", com argumentos bastante interessantes, que o homem não chegou à Lua em 1969, imaginem o que poderá acontecer com uma morte sem cadáver.
Obama está encrencado. Quando ele aparecer em público, haverá sempre um repórter importuno perguntando: "Cadê o corpo de Bin Laden, presidente?".
Um comentário:
parabéns pelo comentário, mas vocês não acham que essas coisas que estão acontecendo
é para alguém ganhar credibilidade? (presidente DOS ESTADOS UNIDOS)?
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