sábado, 14 de abril de 2012

CPI DOS CASCATEIROS, RIO + 20, ETC E TAL

DESECONOMIA VERDE

Por José Roberto da Silva

Sha Zukang, secretário-geral da Rio+20, disse recentemente, no Rio,
que "já falamos muito. Nosso trabalho não é falar, é agir". Ou seja,
a síndrome da cascata que já nos valeu um pontapé da Fifa.
Mas como agir? O imbróglio da CPI dos Cascateiros paralisa o governo
em geral e o DF em especial sitiado pelo crime e pelas trapalhadas do
lulopetismo. O STF, provocado pela opinião pública, ameaça sair da
letargia e desarquivar o processo do Mensalão. O Código Florestal está
empacado. A campanha para fincar a estrela petista nos espigões da
avenida Paulista derrapa. A visita de Dilma à Casa Branca foi um
"sucesso": só conseguimos o reconhecimento da cachaça como marca de
origem e, mais uma vez, babar a favor da ditadura cubana. Enfim, tudo
cascata.
Quando os índices de desmatamento da Amazônia explodiram, no governo
FHC, resultado colateral da estabilidade, criou-se sofisticado sistema
de monitoramento com tecnologia espacial do Inpe. O desmatamento
continua firme e forte, mas o índice é de primeiro mundo. E tome mais
cascata.
Por volta de 90/91, o então secretário de C&T da Presidência,
professor José Goldemberg, confidenciou-me que estava sendo discutida
uma saída contra o desmatamento e o aquecimento global: securitizar a
poluição. Está funcionando para as ONGs. O mercado de crédito carbono
é terra de ninguém e o letárgico governo da União não cria legislação
para disciplinar os milhões de dólares que estão rolando pelas costas
da Funai em cima das reservas indígenas (Redução de Emissões por
Desmatamento e Degradação). Bem organizado, seria benéfico à
preservação da biodiversidade.
Na Rio+20 há proposta para se criar uma agência ambiental no âmbito
da ONU. Puro papo furado porque o foco dos desenvolvidos é a crise
financeira. O Greenpeace lançou a campanha Desmatamento Zero, idéia de
FHC: tão utópico quanto liberar as drogas. Quando a crise do petróleo
foi blindada em petrodólares nos anos 80, os EUA cortaram quase todas
as verbas para pesquisas de energias alternativas. Ou seja, ainda é o
rabo encharcado de gasolina que balança o cachorro globalizado.


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Ou a gente se Raoni
Ou a gente se Sting

Luis Turiba

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