quarta-feira, 9 de novembro de 2011

ROCINHA ESTÁ CERCADA E DEVE SER INVADIDA ATÉ SÁBADO

PM mantém cerco na Rocinha para evitar fuga de traficantes

Desde a madrugada, a PM faz blitz nos acessos à favela do Rio.
Batalhão de Choque reforça o patrulhamento na comunidade.

Do G1 RJ

A Polícia Militar informou que vai manter o patrulhamento reforçado, por tempo indeterminado, na Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, para evitar a fuga de traficantes. A comunidade deve ser a próxima a receber uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). 

Desde a madrugada, policiais do Batalhão de Choque (BPChq) estão na comunidade. A polícia também faz blitz nos acessos à Rocinha. Motociclistas e motoristas são parados para que seus veículos sejam revistados. Segundo a PM, não há registro de apreensões ou presos.

Escolas
Duas escolas estão sem atividades na Rocinha nesta quarta-feira (9). Segundo a Secretaria municipal de Educação, a Rocinha tem duas creches e duas escolas municipais. As creches funcionam normalmente. Já as escolas municipais, segundo a Secretaria, estão sem atividades porque os professores estão num centro de estudos.

Polícia procura Nem
O traficante Antônio Bonfim Lopes, conhecido como "Nem", é apontado pela polícia como o chefe do tráfico da Rocinha. Ele teve a prisão decretada pela Justiça, mas continua foragido. O Disque-Denúncia (2253-1177) oferece R$ 5 mil de recompensa a quem tiver informações sobre o paradeiro do traficante. O anonimato é garantido.

Na segunda-feira (7), Nem buscou atendimento médico na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da favela, após misturar álcool e drogas e sentir-se mal.

"Há informações de que ele teria misturado drogas com álcool. Há outras informações, que pra nós não procedem, de que teria sido um tiro acidental, mas pra nós não é isso, realmente foi o álcool junto com a droga", afirmou o titular da 15ª DP (Gávea), Carlos Augusto Nogueira Pinto. "Enfim, estamos investigando todas essas versões e tentando capturá-lo".

Ainda de acordo com as investigações, Nem foi embora da UPA com uma bolsa de soro no braço. "Ele procurou socorro. As circunstâncias que envolveram esse socorro é que devem ser investigadas. Ele foi com muitas pessoas pra lá, foi fortemente armado, permaneceu muito pouco tempo no local", disse o delegado.

Moradores denunciam toque de recolher
O traficante teria sido visto por moradores participando de uma festa na comunidade que começou na noite de domingo (6) e durou até a manhã de segunda-feira (7). As informações são de que, durante o evento, Nem estava bastante nervoso. E segundo relato de moradores, Nem teria chegado à unidade acompanhado de traficantes armados de fuzis, que davam cobertura do lado de fora. O traficante estaria impondo o terror a quem vive na região.

Os moradores também afirmam que o traficante impôs o toque de recolher na comunidade há quatro dias. "A partir de quinta-feira à tarde, todo mundo tem que ficar recolhido, não sair de casa, as crianças têm que evitar de ir pra escola. Tem alguns medos, né, mas a gente não pode fazer nada, não tem pra onde ir. Parentes geralmente moram muito longe, as pessoas não têm dinheiro pra sair, pra se manter em outro lugar. A única solução é ficar dentro de casa e rezar", disse uma moradora que, por medo, não quis se identificar.

Operação para combater crimes
No dia 3, agentes da Polícia Civil apreenderam 90 rojões de artilharia antiaérea durante uma operação para combater crimes na Rocinha. Segundo os investigadores, 12 pessoas foram detidas. Não houve confrontos ou drogas apreendidas. A polícia também estourou centrais de TV a cabo e internet clandestinas, além de uma clínica de aborto.

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