terça-feira, 15 de junho de 2010

PERDÃO MISTER FIEL NO FESTIVAL DO RIO



Perdão, Mister Fiel estréia no Rio em Mostra

Competitiva do Cinesul

 O premiado documentário Perdão, Mister Fiel , dirigido por Jorge Oliveira e co-dirigido por Pedro Zoca, estréia no Festival Latino Americano de Cinema e Vídeo – Cinesul, no Rio, nesta quarta-feira, dia 16, às 17:00 horas, no Centro Cultural dos Correios, no Centro, e no Centro Cultural Banco do Brasil, domingo, às 19:30 horas.

O filme conta a história do operário alagoano Manoel Fiel Filho, torturado e morto no DOI-CODI de São Paulo durante a ditadura militar em 1976. Fiel chega à mostra competitiva do Cinesul depois de ganhar seis prêmios em várias categorias em festivais de cinema no país.

O documentário, de 95 minutos, está entre os dez filmes selecionados dos quase mil inscritos para o festival. O filme traz revelações inéditas e depoimentos impactantes e reveladores sobre o período da ditadura no Brasil. Entre os trinta entrevistados estão o presidente Lula, Fernando Henrique Cardoso, José Sarney, Roberto Freire e dezenas de outras personalidades políticas.  Mas um depoimento em particular tem provocado polêmica. É o do ex-agente do DOI-CODI, Marival Chaves, que conta detalhe de como os torturadores agiam nos porões da ditadura, matando e esquartejando suas vítimas para que os corpos não fossem descobertos.

"O filme", segundo Oliveira, "discute também a participação dos Estados Unidos nas ditaduras da América do Sul. Para isso políticos e escritores foram ouvidos em Nova Iorque, no Chile e na Argentina. Personagens que direta e indiretamente foram envolvidos nos golpes militares desses países como João Vicente, filho do ex-presidente João Goulart, conta porque sua família está pedindo indenização de 3 bilhões de reais ao governo norte-americano, a quem acusa da morte do seu pai.

Escritores, políticos e presos da época da ditadura narram histórias de tortura, de exílios e denunciam os maus tratos a que foram submetidos dentro dos cárceres. Jorge Oliveira fez trinta entrevistas, 50 horas de gravação, no Brasil, nos Estados Unidos, no Chile e na Argentina para recompor o drama de quem viveu e sofreu nos regimes militares da América Latina patrocinados pelos Estados Unidos.

A dramatização é o ponto alto do filme, quando mostra a vida de Fiel Filho em Quebrangulo, Alagoas, e a sua história como metalúrgico em São Paulo. Reconstitui as cenas chocantes de tortura nos porões do DOI-CODI e finaliza com a morte dele. As cenas em preto e branco, com detalhes em cores, diferenciam o filme dos documentários convencionais. As músicas são de Djavan, Aldir Blanc e Caetano Veloso.

 

CCBB – Rua 1 de Março, 66, Centro.

Correios – Rua Itaboraí, 20, Centro.

 

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