sábado, 5 de junho de 2010

SONETO DE AMOR, LUIZ DE CAMÕES

 
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamente descontete;
É dor que desatina sem doer;
 
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
 
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade;
 
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade
Se tãocontrário a si é o mesmo amor?

Um comentário:

Leo Lobos disse...

Mis saludos desde Santiago de CHILE, muchas gracias por compartir su trabajo creativo, abrazo fraterno

Leo Lobos