
El poeta brasilenõ Nicolás Behr lança su primera coletânea de traducion de sus poemas al espanol del poeta cubano Jesus J. Barquel. Será dia 9 de siptiembro, às 18 hs, no Rayuela
Ademais informacions por paubrasilia@paubrasilia.com.br
AMORAR
Luis Turiba, 1988
Do livro "CADÊ?"
bendito beijo na boca de um amor que a
si se basta dois corpos uma só flecha um sopro
um brilho uma luz um impulso o chão nada o acalma
o tira do sonho de um misto d´almas que é o elemento
vivo que borda a fantasia com morangos na pele &
azula a Terra com mel e pula-pula ninguém segura
o pulsar acelerado de um coração apaixonado – o amor
oh meu Deus como é bom amar passear as nuvens sentir
o cheiro da flor da maçã o danado está todo a ocupar o
vazio do poema como um frio gélido subindo pela
espinha acima assim como aquele sorriso que nasce sozinho
e amigo
amorô
amaradíssimo
amoradão
amor grã
amor in
amor zuam
amor zim zim
amor vermelhor de campari com limão
amor doce de leite
amor azeite
amor desleixo
amor de doer de gritar de bater
de ficar sem falar sem comer sem dormir
amor (eu deixo)
amor hê
amor ah!
amor de filhos
amor de ninhos
amor é coisa alegre
amor é coisa triste
amor é muito mais
eu que o vi que vê-lo: visse!
Há em mim
um sentimento que me domina
embora não me convença
de maneira assim tão ínfima
Não é de rudeza branda
ou gentileza insana
tampouco o assino
embaixo no meio ou em cima
um sentido sem sentido
um tino sem destino
um coice sem mula
um farol sem neblina
uma sensação atemporal
como se a vida me segredasse:
- Stop! É hora de rever o que te move
Acho que conheci a morte
e sem medo da velha dama
disse-lhe sem cerimônia:
- Como vai, minha senhora,
pode entrar, sentar, esperar.
Por mim, vai demorar.
CORAÇÃO PINTOR
Que cor tem meu coração?
Quando paixão é vermelho
Quando razão é listrado
Quando sereno é azul
Quando ama quase cego
Se no samba é verde-rosa
Na torcida é rubro-negro
Que cor tem meu coração?
Que cor tem meu coração?
Se estressado é sem cor
Fica encardido sem graça
Não sorri quase não fala
Fica opaco e sem espaço
Sem pulsação sem compasso
Fica pálido e quase pára
Que cor tem meu coração?
Que cor tem meu coração?
Quando alegre é arco-íris
Se macho é quase roxo
Sexta-feira veste branco
Para saudar Oxalá
Na Bahia é multicor
Só depende do orixá
Que cor tem meu coração?
Que cor tem meu coração
No Rio é o sol de Ipanema
Em Brasília é o mar no céu
Em Goiás pequi com arroz
No Recife é o som do frevo
Em São Paulo é cinza breu
Sempre acorda mais cedo
Que cor tem meu coração?
Na verdade é transparente
Como tintas de alimentos
Que rolam em suas artérias
Mas tudo nele leva cor
Pois é pintor das matérias
Que materializam o amor
Que cor tem meu coração?
"tenho duas cuícas
Florença e Nikita
enquanto Florença aflora
Nikita quica
e assim floreiam o mundo
desafinadas, as cuícas"
toco cuíca pra ninar meu coração
faço micros sinfonias
entre batimentos cardíacos
core adora essas manias
roncos sinos sons pulsares
sambas cardiovasculares
sambas novos veteranos
sambas coronarianos
alguns tristes outros apenas
sambas de pontes safenas
feitos com amor e arte
sambas de um pós-enfarte
ah coração sem idade
cheio de trepidação
ah coração que saudade
dos ares da respiração
Ontem à noite pensei em desistir, mas quando olho e ouço as plantas e os animais clamando cada vez mais alto e leio as mensagens me movo em outra direção. Já não respondo apenas por mim e pela Horta.
Então, nesse primeiro momento, estou pensando em passar as matrizes das plantas mais tenras que estão naquela área para Vasos. Vamos precisar de uns 50 vasos grandes de plástico (mais leves) e mão de obra de algumas pessoas juntas para executar o serviço. Vamos fazer um mutirão sábado à tarde (das 14 às 18 horas) para começar o trabalho. Por favor, venham nos ajudar! Na oportunidade serão doadas estaquias e folhas de guaco, insulina vegetal, manjericão; sementes e mudas com raiz de capim santo, citronela, capuchinha, tanchagem, folha santa. Dona Aparecida, proprietária da Casa 12 e a sua inquilina, Carla, estão de acordo com a continuidade da Horta. O Sr. Sinval do Bloco C ofereceu a frente de sua residência para o que precisar, mas no momento há um problema de cupins lá e a área tem que ser tratada antes. Aliás, gostaria de lembrar que toda a área onde hoje está a Horta apresentava esse e outros problemas. Vejam relatório aos Ministérios (MDS e MMA). Necessitamos também de decisão rápida por parte de alguém do Governo para garantir a continuidade do micro-ecossistema instalado, pois há 15 espécies de pequenos animais que imigraram de áreas degradadas e que estão vivendo e circulando no local dia e noite. Eles poderão, mais uma vez, se sentirem expulsos.
Poema Molhado
Olhando a chuva chegar
da varanda de um bar
A chuva, que dádiva,
sugadora de ansiedades.
Espécie de lexotan metereológico da existência humana.
Quando cai, freia o ritmo frenético das pulsações
Pessoas repensem suas órbitas.
Quem tá na chuva é pra melhorar
e molhar suas roupas novas
seus sonhos de valsa
suas capas e suas galochas.
A chuva, além de encharcar,
cai pra além dos guarda-chuvas.
Encolhe as pressas e os cabelos esticados
nos longos congestionamentos de volta ao lar.
A chuva é isso & também aquilo.
Ela é muito perigosa
anda fora dos trilhos,
molhadinha,
essa fêmea cheia de pingos
Brasília, Mercado Municipal, 12 de novembro de 2008
De Paulo Djorge e Tutuca da Cuíca
http://www.youtube.com/watch?v=tAXHaVd6uH0
De Siqueira do Cavação, Renan da Cuíca, Evandro Barcellos e
http://www.youtube.com/watch?v=KtIz__U44aA
|
Pernambucano, criado no Rio de Janeiro, radicado em Brasília. Fundou a revista de poesia experimental BRIC-A-BRAC, em Brasília, em 1985. Na poesia, tem militância ativa há mais de 30 anos. Publicou seu primeiro livreto, Kiprokó, em 1977, no Rio de Janeiro. Em Brasília publicou Clube do Ócio, em 1980, Luminares, em 1982; Realejos, em 1988; a antologia Cadê?, em 1998; e Bala, em 2005.
Atende pelo e-mail turibapoeta@gmail.com