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quinta-feira, 30 de setembro de 2010
AS 10 REGRAS do ''Futebol de Rua'' ou da BOA PELADA
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
SAIU A COLEÇÃO "OIPOEMA"
QUER COMPRAR SEU LIVRO OU TODA A COLEÇÃO LIGUE PARA O QUIOSQUE DO IVAN PRESENÇA, NO CONIC -
PHONE ; O5561- 9601-1221
Esquadrão da prosa e do verso
Liderados por Luis Turiba; Nicolas Behr, Angélica Torres, Cristiane Sobral, Bic Prado e Amneres, ao lado do artista gráfico Resa, lançam livros no Espaço Cultural Renato Russo
Eraldo Peres/Divulgação/ Fotos: Editora Sinhá Produções/Divulgação |
Poetas "brasilienses": a diversidade de estilos marca os versos do pessoal do grupo OiPoemas |
Uma das gerações de poetas mais consagradas da capital, unida há mais de 10 anos, resolveu trabalhar em conjunto mais uma vez e lançar um pacote de sete livros batizado de coleção OiPoema, distribuída pela editora Sinhá Produções. O Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul), selecionado para o cortejo de chegada desse trabalho, não foi escolhido à toa. Nicolas Behr, Angélica Torres Lima, Cristiane Sobral, Bic Prado, Amneres, Resa e, o organizador e coordenador do projeto, Luis Turiba, explicam que o descaso das autoridades com o local, que possui extrema importância para todos os artistas que vivenciaram a Brasília das décadas de 1960 a 1980, foi crucial no momento de decidir onde a festa, que acontece hoje, às 18h, seria realizada.
A carioca Cristiane Sobral, 36 anos, reside na capital desde 1990. Como escritora, possui poemas e contos publicados na Antologia Cadernos Negros, edições 23, 24, e 25. Ela contempla a coletânea com Não vou mais lavar os pratos, sua primeira publicação, que visa causar uma reflexão nos leitores a respeito da posição das mulheres na sociedade contemporânea.
Com cinco publicações, entre elas Sindicato de Estudantes (1986), pelo qual recebeu o prêmio Mário Quintana de Poesia, do Sindicato dos Escritores de Brasília, a goiana de Ipameri, Angélica Torres Lima, de 58 anos, concretiza a sexta obra, Luzidianas, com a coleção que será lançada hoje. No trabalho, a poetisa traz, através de verso e prosa, emoções vividas com entardeceres, arco-íris, chuvas, cinzas e outras expressões naturais.
Emoções
Também fazendo parte deste coletivo de poetas, a brasiliense Bic Prado e a paraibana Amneres Santiago contemplam a compilação com Poemas de um livro verde e Diário da poesia em combustão, respectivamente. Bic, batizada Fabiane Prado Silveira, revela que o nome artístico é a soma de um apelido com uma homenagem ao avô, Onofre, e que o livro, sua estreia literária, engloba as temáticas ambientais. Já Amneres, autora com mais de sete publicações, apresenta o produto de um blog (www.poesiaemtemporeal.com) em que, como em um diário íntimo, relatou por seis meses emoções e lembranças.
Já a tríade masculina que encorpa o grupo é composta por nomes consagrados do cenário artístico. Nicolas Behr, matogrossense de 52 anos, já possui mais de 25 obras. A última, O bagaço da laranja, que será lançada hoje, segundo ele, trata da continuação de Laranja seleta (2007), editado pela Língua Geral. São poemas escritos entre 1977 e 2007, não incluídos na antologia anterior. Muitos são inétidos", explica na apresentação do impresso.
"Militância ativa"
Coordenador-geral do projeto, Luis Turiba fez o primeiro de seis trabalhos, Koprocó, em 1977 no Rio de Janeiro. Pernambucano, criado na capital fluminense e enraizado em Brasília, tem "militância ativa" na poesia há mais de 30 anos, como ele mesmo classifica. Meiaoito, que faz parte do pacote, foi selecionada pela Bolsa Funarte de Estímulo à Criação Literária, em 2007, e tenta, segundo o autor, enfatizar o poema homônimo (incluso na obra) que retrata a complicada situação do país no ano de 1968. "Aquele foi um ano emblemático onde tudo aconteceu. Foi como uma pancada nas nossas cabeças", conta.
Fugindo do padrão dos outros seis poetas que fazem parte da equipe, Luis Eduardo Resende, o Resa, não utiliza apenas palavras para se expressar. Por meio de fotografias, o artista gráfico, ilustrador, pintor e escultor traz em Miserere Nobis imagens das peças que fizeram parte de exposição com mesmo nome que visa, através de colagens e montagens, homenagear as raízes construtivas e surrealistas com um trabalho sobre o branco. "Mesmo trabalhando sobre a cor branca, preferi utilizar nas páginas, ao redor das imagens, uma cor mais sépia, que retrata melhor a ideia de antiguidade que queria passar", relata.
Individualmente cada obra custa R$ 20. Porém, comprando o pacote com todas as publicações, o preço unitário cai pela metade, e o conjunto pode ser adquirido por R$ 70.
LANÇAMENTO
Hoje, às 19h30, no Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul; 3443-1559), lançamento da coleção OiPoema com livros de poesias de Nicolas Behr, Angélica Torres Lima, Cristiane Sobral, Bic Prado, Amneres, Resa e Luis Turiba. Entrada franca.
O número
R$ 70
Valor do pacote com todos os livros
Leia versos dos poetas.
Diário da poesia em combustão
De Amneres. Editora Sinhá Produções, 200 páginas. Preço médio: R$ 20.
Poemas de um livro verde
De Bic Prado. Editora Sinhá Produções, 110 páginas. Preço médio: R$ 20.
Não vou mais lavar pratos
De Cristiane Sobral. Editora Sinhá Produções, 126 páginas. Preço médio: R$ 20.
O bagaço da laranja
De Nicolas Behr. Editora Sinhá Produções, 126 páginas. Preço médio: R$ 20.
Luzidianas
De Angélica Torres Lima. Editora Sinhá Produções, 147 páginas: 147. Preço médio: R$ 20.
Meiaoito
De Luis Turiba. Editora Sinhá Produções, 150 páginas. Preço médio: R$ 20.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
BRASÍLIA VISTA DA EUROPA ENCANTA E APAIXONA
Brasília tem uma mística planetária. É ainda hoje uma lenda brasileira de alcance internacional. Sempre foi, traz isso do berço e do barro de onde se ergueu.
Na época da sua construção, a ousadia do gesto assombrou o mundo inteiro: surgia do nada do cerrado, como um lance de magia inconcebível, uma moderna cidade com arquitetura de traços, curvas e levezas flutuantes nunca dantes imaginável. No centro de tudo, o homem, o trabalhador, o candango anônimo – milhares deles. Era um tempo de delicadezas e descobertas.
Consciente desse encantamento, o presidente Juscelino Kubitschek dava corda. Trouxe para a cidade em construção as melhores cabeças planetárias. O astronauta russo Yuri Gagarin, por exemplo, o primeiro a rodar no espaço sideral, ao chegar aqui ficou boqueaberto com o que viu e exclamou: "tenho a sensação de estar pousando num planeta diferente".
O intelectual francês Jean Paul Sartre trouxe junto a libertária mulher Simone de Bauvoeir, que também se impressionou com a construção de Brasília, mas foi gélida e ácida: "essa cidade nunca terá alma".
Veio também Fidel Castro, revolucionário que libertara Cuba; o imperador da Etiópia, Yalé Salassiê; a duquesa de Kent, que foi esnobada por Niemeyer; o filósofo inglês Aldus Huxley; o presidente de Portugal, Craveiro Lopes; e o ministro da Cultura do governo do marechal De Gaulle, André Malraux, para quem a cidade era "contemporânea do futuro". Foi ele, aliás, que esculpiu a clássica frase: "Brasília, capital da esperança."
Mas segundo meu amigo e historiador Miguel Setembrino, presidente da Fecomércio/DF, as considerações mais significativas foram feitas pelo então presidente italiano Geovanni Gronchi, que visitou as obras da futura capital no dia 8 de setembro de 1958.
"Na civilização moderna, Brasília é o que mais se assemelha a Roma pelo seu espírito de monumentalidade e perenidade."
Ou seja: não se fala de Brasília impunemente, pois o mundo ainda a olha com respeito da monumentalidade e um toque encantatório da perenidade. A obra de JK, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer e todos os seus candangos seguidores é realmente eterna e está acima de factóides políticos de maus administradores.
Tive a oportunidade de comprovar esse veredicto agora, em Madrid, por ocasião da exposição "Brasília, 50 anos: meio século da capital do Brasil". Uma exposição belissimamente montada em três diferentes ambientes da elegante Arqueria de Nuevos Ministérios, na área central e moderna de Madrid.
Com produção e curadoria de Daneille Athayde, que trabalhou duro por quase dois anos para reunir farto material histórico e estético sobre esses primeiros 50 anos de Brasília. Pode não ter sido o mais chamativo de uma Brasília contemporânea, mas foi o possível e suficiente e isso já é muito significativo.
Na exposição, por exemplo, os espanhóis verão peças fundamentais na história da cidade, como os rascunhos iniciais do Plano Piloto de Lúcio Costa; desenhos originais de Oscar Niemeyer e uma sala especial para Athos Bulcão, com painéis de seus azulejos. As fotos históricas de Fontenelle, a supermaquete do arquiteto Antonio José Pereira e as fotos "quase vivas" de cores e luzes de Fabio Colomnini, impressas magistralmente em papel de algodão fine arte com duralidade de 200 anos ou mais. É a Brasília século XXI se dizendo presente, cá estou viva e gloriosa. Danielle conseguiu juntar a Brasília de dois tempos.
Bom mesmo é ver e curtir as fotos, sempre originais, do histórico e pioneiro Mário Fontenelle retrabalhadas em gigantescos banners pendurados nos arcos da galeria dos Novos Ministérios de Espanha. É a vitória de Brasília sobre o grande mundo tremulando numa das mais movimentadas e culturais capitais europeias. Demais....ver o brilho da nossa cidade a oito mil quilômetros de distância.
A vice-governadora de Brasília, Ivelise Longhi, que abriu a exposição que teve patrocínio da Cartão-BRB, ficou tão encantada que prometeu buscar recursos para levá-la a Lisboa e trazê-la também a Brasília no início da próximo ano.
"Aí, não serei mais governadora, mas vou conversar com o futuro governador para trazer essa linda exposição para os festejos do 51 aniversário de Brasília", garantiu Evelise.
Depois de Madrid, "Brasília 50 anos" irá a Lisboa, Milão e uma cidade na Alemanha. Em 2011, quem sabe Paris. A governadora estava acompanhada do presidente do BRB, Nilban de Melo Junior, e da Terracap, Dalmo Alexandre Costa.
Um pequena biblioteca foi montada no andar térreo com centenas de livros para os visitantes fazerem suas consultas sobre Brasília. Lá, poderão encontrar "BRASÍLIA ABSTRATA E CONCRETA" , histórica antologia de textos, visualidades e poemas organizada por Wagner Hermuche, "Brasília do Cerrado, a capital da República", de Lucilia Garsez e Jo Oliveira, "Brasília, que cidade é essa", de Beth Cataldo; "La Brasilíadas", poemas de Nicolas Behr; e muitos outros como o grande catálogo de Athos Bulcão.
Ah, realmente é maravilhosa a sensação ver Brasília de longe, sentir que a cidade inventada por Lucio Costa e Oscar Niermeyer deu certo, é planetária e humanista, sobreviveu e sobrevive a todas tormentas políticas e tentativas de violentá-la do ponto de vista político e moral.
domingo, 26 de setembro de 2010
COLEÇÃO "OIPOEMA" CHEGA NESSA TERÇA AO PÚBLICO
OUÇAM: ANAND RAO HOMENAGEIA O POETA TURIBA
Turibá, música feita na hora no palco pelo compositor Anand Rao para o poeta Turiba utilizando o seu nome. Os efeitos de voz foram feitos na hora gravando uma a uma num pedal de looping.
Anand Rao Multiempreendimentos
site - www.anandraobr.com
e-mail - producaoanandrao@gmail.com
Telefone Celular TIM - 61-82027100
Telefone Celular VIVO - 61-99761402
Nextel Rádio - 83*82506
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
EMPATE CONSTITUCIONAL
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
terça-feira, 21 de setembro de 2010
SETE LIVROS DE POESIA DE UMA SÓ VEZ - VEM AÍ A COLEÇÃO OIPoema
"A leitura cria a fantasia para a criança, além de ser também uma forte ação social e ajudar no combate ao avanço do crack entre os nossos jovens", afirma o poeta Luis Turiba, coordenador da coleção.
Baseados nesse princípio, os "Ois" poetas, que trabalham sem nenhum patrocínio de empresas de telefonia celular, estão adotando seis diferentes escolas públicas em áreas carentes de Brasília.
DINAMIZANDO AS RELAÇÕES
Assim, os poetas do OIPoema desejavam fazer algo a mais do que doar livros para o FAC, que normalmente ficam engavetados lá na secretaria de Cultura.
sábado, 18 de setembro de 2010
EN LAS CATACUMBAS DE BARAJAS
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
MÚSICO BRASILEIRO É PRESO AO ENTRAR NA ESPANHA
MÚSICO BRASILEIRO É PRESO AO ENTRAR NA ESPANHA
EXPOSIÇÃO "BRASÍLIA 50 ANOS" IRÁ A LISBOA E VOLTARÁ AO BRASIL
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
BRASILIA SE MOSTRA PARA A EUROPA
terça-feira, 14 de setembro de 2010
POETAS HOMENAGEADOS NO CONIC
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
OI POEMA ADOTA ESCOLA EM ITAPOÃ
A POETA BRIC PRADO ADOTOU HOJE (13.09) A ESCOLA CLASSE DE ITAPOÃ COM UMA APRESENTAÇÃO POÉTICA PARA A CRIANÇADA.
POETAS DE BRASÍLIA CONTINUAM OCUPANDO ESCOLAS
O DF e seus contrastes surreais: quem pensaria que em pleno Lago Sul, bairro burguês de Brasília, uma congregação de apenas sete freiras vive e mantém, sem apoio financeiro sistemático oficial, uma entidade socioeducativa voltada à complementação da formação de filhas de empregadas domésticas que trabalham na região? Ao procurarem uma escola da periferia para adotar como voluntárias e saberem da existência do projeto do Instituto N.Sª da Piedade (INSP), as poetas Angélica Torres Lima e Cristiane Sobral não hesitaram: adotaram a instituição e lá irão se apresentar em recital, pela primeira vez, amanhã, às 15h, para as turmas de crianças da 3ª e da 4ª séries.
Partiu do grupo OiPoema essa inédita contraproposta ao Fundo de Arte e Cultura de atuação voluntária em prol de escolas de regiões carentes (ou de instituição carente em região abastada), pelo apoio à publicação de seus novos livros, a serem lançados no próximo dia 28.09, sob o selo da Coleção OiPoema. Cada um dos integrantes, Luís Turiba, Nicolas Behr, Amneres, Bic Prado, Cristiane Sobral e Angélica Torres Lima, adotou uma instituição para promoverem recitais, doação de livros, oficinas de poesia, com os alunos.
"Ficamos muito felizes de saber que o Instituto N.Sª da Piedade será presenteado com o projeto de poesia de vocês, que enriquece a Instituição e as crianças ao participarem do mesmo", reagiu a diretora ao saber da proposta. Irmã Conceição Oliveira quer, no entanto, a participação de todo o grupo no trabalho educativo do INSP, que mantém hoje 130 crianças, conta com o apoio assistemático de 20 voluntários e tem sido amparado por pessoas da comunidade do Lago Sul e filantropicamente pelo Movimento Maria Cláudia Pela Paz, por iniciativa da pedagoga Cristina Del'Isola.
Com a tragédia do assassinato da filha Maria Cláudia, Cristina Del'Isola sustentou-se nas ações beneficentes do Movimento, entre elas o apoio, via promoção de feiras, quermesses e brechós, em favor do belo Instituto, instalado há 48 anos na chácara 7 da QI 5 do Lago Sul, e mantido a duras penas pelas Irmãs Auxiliares N.Sª da Piedade. No final do ano passado iniciaram-se as obras de recuperação das instalações do Instituto e em maio foi inaugurada a biblioteca, que contou com doações de livros por parte de integrantes e simpatizantes do Movimento da família Del'Isola, entre eles, diversos escritores e artistas da cidade.
O recital poético da também atriz e professora Cristiane Sobral e da jornalista Angélica Torres Lima será realizado no espaço que recebeu o nome de Biblioteca Maria Cláudia, em homenagem à jovem de 22 anos, imolada pelo caseiro da família por manobra maquiavélica da empregada da casa. Cristina Del'Isola tem, portanto, forte motivo para apoiar a oferta de boa formação a filhas de domésticas pelo INSP, e o grupo OiPoema se dispõe a colaborar com a iniciativa.
domingo, 12 de setembro de 2010
FERNANDO PESSOA CAIU NO SAMBA
FERNANDO PESSOA E O OUTRO DO OUTRO
Um samba-enredo de Luis Turiba
Canta Breno Alves
Edição: Luis Turiba
DEUS QUER
O HOMEM SONHA
A OBRA NASCE
DEUS QUIS
QUE A TERRA FOSSE TODA UMA
SE A VIDA QUASE SEMPRE IMITA A ARTE
ME COUBE UM DESTINO TESTEMUNHA
VOU CONTAR PRA VOCÊS
ALGO QUE ME INVADE
QUANDO TENTO APREENDER
SE REVELA NENHUMA (BIS)
O OUTRO DO OUTRO NO OCO
DO ECO DO TORTO
QUE CARREGO JUNTO A MIM
É PORTO É FACTO É FARDO
É FADO É UM BRADO
COBERTO DE LAMA E DE CETIM
O SOL SAIU E MANDOU AVISAR
GENTE É PRA BRILHAR FOME PRA QUÊ
PASSEI A MINHA INFÂNCIA NO ALÉM MAR
BORDANDO INCERTEZA O MEU VIVER
FERNANDO PESSOA E SUA MENSAGEM
TORNOU A LUSA LINGUA NAVEGÁVEL
FINGIR-SE É CONHECER É SER O OUTRO
UM MAR DE VOZES EM UM SIMPLES PORTO
O POETA É FINGIDOR
FINGE TÃO COMPLETAMENTE
QUE CHEGA A MENTIR QUE É SAMBA
O FADO QUE NAS GENTES
POEMA PARA AS CRIANÇAS DO VERJÃO E DA GRANJA DO TORTO
Foram tardes inesquecíveis, essas com as crianças da Escola-parque da Granja do Torto e a do dia anterior, com as crianças da Escola-Parque do Varjão. Tardes de poesia, luz, troca, alegria. Fiz um poema para agradecer o que recebemos. Leiam e remeta-os àquelas escolas em sinal de nossa admiração e afeto.
Beijo amoroso,
Sobre se encantar
(para as crianças do ensino fundamental das escolas-parque do Varjão e da Granja do Torto)
Contos de fada,
histórias da carochinha,
lendas, mitos, fábulas,
absurdas fantasias,
tudo é matéria
prima da poesia,
penso e decido
deixar o verso
brincar de
esconde-esconde
com o papel
em branco da
imaginação.
Deixo aos adultos
dizerem não,
eu digo sim
à magia e ainda
tenho medo de
bruxa malvada
e de bicho-papão.
Tenho medo do
escuro das palavras,
prefiro iluminá-las
com príncipes, duendes,
elfos e fadas,
que me salvarão
a tempo dos ogros
do desalento
e da solidão.
O poema é uma
caixa de lápis-de-cor
recém chegada
às minhas mãos.
Gosto de desenhar
coqueiros, montanhas,
areias, céu azul,
e beira-mar,
e depois pintá-los,
um a um. Desenho
então um coração
vermelho e sinto-o
pulsar. Para fazer
um poema, é preciso
papel, lápis
e imaginação,
disse-nos o poeta,
a mim e a outras
tantas crianças.
Olhei nos seus olhos
e pude ver cintilarem
as nuanças da alegria.
O poema está
na inocência
do olhar, pensei
e pintei um arco-íris
com as cores da
da esperança, ó leitor
imaginário das páginas
desse diário, só
para te ofertar.
POETAS RECITAM EM INSTITUTO PARA FILHAS DE DOMÉSTICAS
Foto Eraldo Peres: Angélica Torres Lima, Amneres e Bic Prado. Atrás: Nicolas Behr, Cristiane Sobral e Luís Turiba.
Poetas recitam em Instituto de formação para filhas de domésticas
Integrantes do grupo OiPoema adotam entidade carente do Lago Sul - DF
Brasília, 12.09.2010 – O DF e seus contrastes surreais: quem pensaria que em pleno Lago Sul, bairro burguês de Brasília, uma congregação de apenas sete freiras vive e mantém, sem apoio financeiro sistemático oficial, uma entidade socioeducativa voltada à complementação da formação de filhas de empregadas domésticas que trabalham na região? Ao procurarem uma escola da periferia para adotar como voluntárias e saberem da existência do projeto do Instituto N.Sª da Piedade (INSP), as poetas Angélica Torres Lima e Cristiane Sobral não hesitaram: adotaram a instituição e lá irão se apresentar em recital, pela primeira vez, nesta 3ª feira (14.09), às 15h, para as turmas de crianças da 3ª e da 4ª séries.
Partiu do grupo OiPoema essa inédita contraproposta ao Fundo de Arte e Cultura (FAC-SEC/DF), de atuação voluntária em prol de escolas de regiões carentes (ou de instituição carente em região abastada), pelo apoio à publicação de seus novos livros, a serem lançados no próximo dia 28.09, sob o selo da Coleção OiPoema. Cada um dos integrantes, Luís Turiba, Nicolas Behr, Amneres, Bic Prado, Cristiane Sobral e Angélica Torres Lima, adotou uma instituição para promoverem recitais, doação de livros, oficinas de poesia, com os alunos. Luís Turiba, coordenador do OiPoema, advoga que é mais importante ajudar na formação de carentes do que ser presidente, "porque a educação desvia as crianças da rota do tráfico e da prostituição". No recital de terça-feira, além de leitura e performance de poemas, Angélica e Cristiane vão conversar e propor dinâmicas sobre a matéria poética com as alunas, que têm entre nove e 11 anos de idade.
"Ficamos muito felizes de saber que o Instituto N.Sª da Piedade será presenteado com o projeto de poesia de vocês, que enriquece a Instituição e as crianças ao participarem do mesmo", reagiu a diretora ao saber da proposta. Irmã Conceição Oliveira quer, no entanto, a participação de todo o grupo no trabalho educativo do INSP, que mantém hoje 130 crianças, conta com o apoio assistemático de 20 voluntários e tem sido amparado por pessoas da comunidade do Lago Sul e filantropicamente pelo Movimento Maria Cláudia Pela Paz, por iniciativa da pedagoga Cristina Del'Isola.
Com a tragédia do assassinato da filha Maria Cláudia, Cristina Del'Isola sustentou-se nas ações beneficentes do Movimento, entre elas o apoio, via promoção de feiras, quermesses e brechós, em favor do belo Instituto, instalado há 48 anos na chácara 7 da QI 5 do Lago Sul, e mantido a duras penas pelas Irmãs Auxiliares N.Sª da Piedade. No final do ano passado iniciaram-se as obras de recuperação das instalações do Instituto e em maio foi inaugurada a biblioteca, que contou com doações de livros por parte de integrantes e simpatizantes do Movimento da família Del'Isola, entre eles, diversos escritores e artistas da cidade.
O recital poético da também atriz e professora Cristiane Sobral e da jornalista Angélica Torres Lima será realizado no espaço que recebeu o nome de Biblioteca Maria Cláudia, em homenagem à jovem de 22 anos, imolada pelo caseiro da família por manobra maquiavélica da empregada da casa. Cristina Del'Isola tem, portanto, forte motivo para apoiar a oferta de boa formação a filhas de domésticas pelo INSP, e o grupo OiPoema se dispõe a colaborar com a iniciativa.
Divulgação OIPOEMA; mais informações com Luís Turiba, 61 9826.0222.
SOU UM CAÇADOR DE EMOÇÕES
Entrevista publicada no Correio Braziliense de 12.9.2010
Muito prazer - Luis Turiba
Um pernambucano, criado no Rio de Janeiro e radicado em Brasília desde 1978 dá liga? Dá sim. Luis Turiba, 60 anos, é um homem "sem-fronteira" na vida e na poesia. Referência da literatura local, Turiba não para de colocar projetos no forno. Pretende fazer documentários sobre o samba no mundo e um livro que tratará do "pulso nada mudo" da cultura brasileira. Com o grupo OIPoemas adota escolas públicas e prepara o lançamento de uma coleção de livros. Nesta conversa com o Correio, ele lamenta o fraco desempenho da Secretaria de Cultura nos últimos anos: "O pior da história".
Caçador de emoções
José Carlos Vieira, Severino Francisco e Sergio Maggio
Leonardo Arruda/Esp. CB/D.A Press |
A revista Bric-a-brac (1985 a 1992) marcou a cena cultural da cidade e do país. Fale um pouco sobre ela…
A Bric-a-brac foi um rio que passou pela vida da gente, usando a expressão poética de Paulinho da Viola. A Bric-a-brac conseguiu, ao longo dos seis anos em que ela existiu como produto e como grupo, fazer pontes poéticas de Brasília com outras vanguardas do país de uma forma muito ativa. Tínhamos um grupo muito forte, cujo núcleo era formado por três jornalistas: Lúcia Leão, João Borges e eu; além de um designer, o Reza (Luiz Eduardo Rezende). Nossa meta era fazer mergulhos nas fontes poéticas do país, como a entrevista que fizemos com Manoel de Barros, que durou uma troca de cartas de seis meses. Fomos três vezes a Campo Grande, tomamos muito uísque, muito caldo de piranha, mas tudo o que aconteceu nesses encontros não podia sair (devido a um acordo com Barros), apenas o teor das 10 cartas. Fizemos também uma entrevista histórica com Paulinho da Viola, com José Mindlin, que foi um mergulho profundo dentro da biblioteca dele e que acabou impulsionando-o a escrever a obra Uma vida entre livros, que o levou à Academia Brasileira de Letras. No discurso de posse ele agradece à Bric-a-brac pela entrevista. Fizemos pontes com os concretistas, com a vanguarda de São Paulo, que era Arrigo Barnabé, Arnaldo Antunes… Fizemos contatos com o pessoal de Minas, ou seja, a revista foi uma rede que até hoje continua dando frutos.
Mas por que a revista acabou?
Foi um tempo intenso e útil, mas o rio da convivência entre a gente secou, com todo o respeito. Mas ainda tenho um sonho de fazer algo similar.
Você acaba de lançar um livro de poesias em homenagem a uma de suas filhas (Luísa Lulusa, a atriz principal). É um livro infantil?
Este livro foi feito para crianças de todas as idades. É um livro pro vovô, pro titio… A criança já nasce poeta, mas depois ela vai se alfabetizando e se despoetizando. Eu já tinha três filhos, já era um pai-avô quando Luísa (a mais nova) e Manuela surgiram. O livro foi uma parceria de intensa paixão entre nós três, elas opinaram muito.
A necessidade do Fundo de Apoio à Cultura para lançar livro não cria uma dependência perigosa e viciante do Estado?
É uma boa discussão. A cultura sobrevive ao Estado, ela está acima do Estado. O que o Estado tem de fazer é não atrapalhar e, se possível, incentivar, democratizando o máximo possível a liberação de recursos. O Fundo de Apoio à Cultura é uma conquista dos artistas. Mas a liberação dessas verbas ainda é deturpada e burocrática, completamente anticultural, tem um viés ideológico. Essas regras precisam mudar. A gente espera que o próximo governador tenha sensibilidade para isso. Mas vale destacar que o artista tem de ser independente de FAC, independente de tudo.
Você faz parte da chamada geração da poesia marginal e, no entanto, sempre teve admiração pela poesia concreta e amizade com os paulistas Augusto e Haroldo de Campos. Para a maioria dos poetas, a poesia marginal e a poesia concreta são coisas incompatíveis, pois uma é intuitiva e a outra, cerebral. Como você trabalhou essa química, para muitos, inviável?
Não sou um poeta concreto. Surgi no auge da poesia marginal, tanto que trouxe pra vocês verem esse livro, que é a bíblia da poesia marginal: Me segura qu'eu vou dar um troço, de Waly Sailormoon (Salomão). Chacal, Francisco Alvim, Chico Chaves, eu… todos bebemos nesse livro. A maneira como a poesia concreta foi apresentada para a nossa geração era uma coisa de um belo aproveitamento do espaço. O que a gente bebeu nos concretos? Eles tinham seus princípios rígidos, como a morte do verso. Mas foi uma radicalidade que logo passou, porque ao mesmo tempo em que eles falavam da morte do verso, eles se transformaram nos melhores tradutores dos versos mundiais, especialmente Augusto de Campos. Eu me desenvolvi como poeta tendo muito contato com Augusto; tanto é que, no tempo da Bric-a-brac, a poesia concreta estava fazendo 30 anos, fizemos a primeira grande entrevista com Augusto de Campos. É claro que também bebíamos muito no Tropicalismo, na música popular brasileira. A minha cultura poética passa pela MPB.
O que é ser poeta?
(silêncio) É um caçador das grandes emoções do planeta. Me desenvolvi como poeta e como jornalista. No jornalismo, a gente trabalha com a objetividade, na poesia a gente trabalha principalmente com a magia em forma de linguagem. Uma coisa é a informação, a outra é a emoção. Você tem sucesso como jornalista e como poeta se você desenvolver bem esses códigos. Mas acima de tudo, o poeta é um caçador de emoção. Com o tempo ele vai se transformando num sem-fronteira, porque vai captando poesia em varias outras linguagens, você começa a ver poesia no jornalismo, no audiovisual… começa a fazer a ponte da poesia com a música — no meu caso. É como o poeta Xico Chaves destaca: transterritoriedade.
Brasília é, culturalmente, provinciana?
Não. A cidade recebe todas as influências de fora, mas Brasília já é um celeiro de artistas e absorve muito bem as boas coisas que vêm de fora, e isso transforma as pessoas que estão fazendo arte aqui, ou você acha que o Cena Contemporânea não transforma centenas e centenas de jovens que trabalham com teatro? As grandes vedetes do Cena Contemporânea terminam sendo artistas brasilienses. Como o ator Willian Lopes, que se apresentou na parede externa do Ministério do Esporte. Achei genial quando ele disse: "Eu transo legal com os espaços de Niemeyer". O artista plástico Chico Amaral colocou palavras (dê espaço ao tempo) em postes da Asa Norte. Só quem conhece a geografia da cidade tem meios de interferir poeticamente nos espaços de Brasília, ou seja, começa a fortalecer esse olhar brasiliense.
O projeto da barca poética enfrenta bons ventos?
Nós temos um grupo de poetas com linguagens diferentes que se reúne para fazer atividades culturais há 10 anos. Esse grupo chama-se OIPoema, integrado por poetas como Bic Prado, Cristiane Sobral, Angélica Torres, Amneres e Nicolas Behr. Conhecedores da geografia da cidade, nós sempre buscamos locais para fazer poesia, descobrimos a barca, um espaço em que poderíamos levar pessoas para lá e fazer um passeio pelo Lago durante duas horas com intervenções poéticas e muita música. Fizemos um trabalho intenso, agora ficou esse espaço formado para os poetas de Brasília. Vários outros grupos já ocuparam a barca. Nos recolhemos porque resolvemos fazer outro tipo de intervenção, que é uma coleção de livros de poesia. Durante quase um ano o grupo ficou gestando a coleção OIPoema, com seis livros. A essa coleção vai se juntar a obra do Reza, um livro de poemas visuais. Mas a ação que estamos fazendo agora é adotar uma escola pública numa área periférica da cidade. Por exemplo, a minha é a Escola Classe nº 4 , de Vila Buritis, em Planaltina, onde já doei livros, fiz palestras… Estamos percorrendo áreas como o Varjão e o Paranoá.
Brasília dá samba?
Totalmente. Brasília foi fundada em ritmo de samba, defendo essa tese (risos). Por exemplo, Água de beber, de Tom Jobim e Vinicius, foi feita graças a uma fonte que tem lá no Catetinho. Uma das primeiras providências de Juscelino Kubitschek, como presidente bossa nova, foi trazer para a cidade Tom e Vinicius, que fizeram uma linda sinfonia, além de beberem das fontes da cidade. Destaco uma instituição que a gente precisa olhar com bastante carinho, que é a Aruc. A Portela veio aqui abençoar essa escola na época de sua criação. Depois o samba se espalhou pela cidade e hoje temos coisas maravilhosas, cantoras incríveis, como Dhi Ribeiro, Renata Jambeiro e tantas outras.
Como se iniciou sua relação com Brasília e como a vê hoje? Ela passou a ser uma cidade como qualquer outra? As marcas modernas foram apagadas pelo poder oficial e agora são apenas ruínas arqueológicas e cartões-postais?
A cidade pulsa. Mesmo sendo pernambucano, jamais deixei de ser carioca em Brasília (risos). Fui um menino criado em frente ao Morro da Mangueira. Aos 28 anos, quando vim pra cá, em 1978, sofri um banzo, procurava o mar e não encontrava. Se não existissem eventos como o Concerto Cabeças, eu piraria. Mas sempre que posso vou ao Rio, à Lapa, ouvir um samba lá. Aqui também é assim, toda semana preciso ir a um samba no Calaf, no Tartaruga… senão, eu não fico legal. Brasília me deu muitas amizades, poesia, uma produção cultural intensa. Agora, eu me defino um sem-fronteiras.
Você conviveu com Paulo Tovar, Renato Matos e outros tantos nomes da cultura local nos tempos em que se podia fazer um piquenique às duas da madrugada, em pleno Eixão, sem ser importunado por ninguém. Fale um pouco dessa época e dos bares que vocês frequentavam...
É bacana essa imagem do pique-nique. Nós éramos os donos da cidade. A gente saía do Bom Demais, às 3h da manhã, e iamos andando da Asa Norte à Asa Sul, onde morava, fazendo seresta, cantando etc. e tal, e não éramos incomodados nem por bandidos — hoje se você for andar por aí, vem uma turma e lhe rouba o relógio, o anel, o tênis para comprar crack — nem por policiais, que caem em cima de você, querendo documentos e suspeitando que você seja um bandido. Mas esse tempo passou. Muitos já se foram, como Paulinho Tovar, e outros estão aí, feito Renato Matos, com os cabelos já brancos, um gênio da música local, sobrevivendo de sua arte.
Depois de passar por problemas cardíacos, o que você faz para se divertir?
Não me estresso. Cometi muitos abusos, principalmente com bebidas e muito trabalho. Procuro cuidar da minha alimentação.
Como conciliar a agenda de poeta, agitador cultural, blogueiro, jornalista e pai?
Tudo ao mesmo tempo agora (risos).
Se fosse convidado para ser secretário de Cultura do DF, qual seria a sua primeira ordem? Como você avalia a atuação da secretaria hoje?
Não aceitaria (risos). Tenho muita amizade pelo Silvestre Gorgulho, mas desde que me entendo por gente, foi a pior gestão na história de Brasília. Por quê? Porque o Silvestre foi ali para cumprir uma outra missão. Ele jamais teve uma visão de políticas públicas, jamais se cercou de gente que entende daquilo. Eu mesmo trabalhei com ele na aproximação da Beija-Flor com a cidade, de mostrar o T-Bone, o Beirute… e mesmo assim foi uma coisa muito atrapalhada. Uma decepção. O Arruda não era tão tapado assim, ele tinha uma visão cultural. Mas se perdeu completamente. Ele já escreveu um livro sobre a vida da mãe do Glauber Rocha, a dona Lúcia. O governo só atrapalhou a vida da gente.
Quais são seus principais projetos?
Mergulhar de cabeça no mundo do audiovisual. Gostei muito de fazer filme, fiz um sobre a história do Sindicato dos Jornalistas e me amarrei muito. Tenho dois projetos grandes pela frente: o primeiro é O samba no mundo, dividido em seis documentários. Porque o samba e a capoeira são fontes da cultura brasileira que se espalharam por todas as regiões desse planeta. Onde você vai, tem uma academia de capoeira. Quando trabalhava no Ministério da Cultura cheguei participar de uma roda internacional de capoeira em Genebra, em que vi árabe jogando capoeira com judeu. A outra coisa é o samba. Mapeei o samba em todas as grandes cidades do mundo. O primeiro capítulo chama-se Samba no mundo Japão. No carnaval de Asakusa, em Tóquio, tem 12 escolas de samba. Quinhentas mil pessoas vão para a rua assistir ao desfile. Os japoneses estão reinventando o samba. O segundo projeto trata do "do-in antropológico" que participei quando trabalhava no MinC — uma massagem nos pontos da cultura nacional que estavam enrijecidos para que eles pudessem fluir novamente. Nesse período, tive a oportunidade de fazer um mergulho na cultura do Brasil, fui juntando muita documentação, tenho 50 caixas com artigos, fotos etc… Tenho até uma roupa enorme de maracatu que ganhei de Mestre Salustiano. Com esse material escreverei um livro sobre o pulsar nada mudo da cultura brasileira.
Leia mais poemas de Luis Turiba.
MEIAOITO
(fragmentos)
"a-wop bop a-loo
bop a-lop bam boom"
a língua do rock sacode o corpo
o bonde segue no seu elétrico balanço
festivais da Record bolinam a massa
CPC da UNE faz realismo engajado
um temporal colorido e cabeludo relampeja
sexta sangrenta
furor juvenil
chapa quente nas refregas
aquela cabeça brasileira
tinha dois chafarizes
esguichando sangue como larvas
de um vulcão indomável
o corpo tremelicava no chão
tapete roto no asfalto quente
uma da tarde (…)
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
POESIA VISITA À SALA DE AULA
Mara Puljiz
Publicação: 10/09/2010 08:19
Durante a visita, as crianças deram gargalhadas, ouviram, tiraram dúvidas e recitaram poemas criados por elas mesmas. A maioria resolveu criar textos em cima do tema mosquito da dengue, doença que tem afetado muitas famílias da região. Maria, 9 anos, levantou-se e deu o recado: "Se deixar água parada, vai se meter em uma cilada". Júlia Vitória, 10 anos, também estava inspirada, mas deixou o Aedes Aegypti de lado. Romântica, a menina preferiu recitar para os colegas um breve trecho que escreveu há dois meses, enquanto estava em casa: "Gosto da lua, gosto do luar, gosto de você em primeiro lugar".
O motivo da visita foi a vontade dos poetas de disseminar o gosto pela leitura. O grupo OIPoema tem passado por várias escolas públicas do Distrito Federal e aumentado o acervo das bibliotecas com livros que muitas vezes ficam engavetados na Secretaria de Cultura. Também fazem parte do projeto Angélica Torres Lima, Cristiane Sobral e Bic Prado, além do designer Luis Eduardo Resende. Todos eles adotaram uma escola das regiões administrativas de Planaltina, Núcleo Bandeirante, Paranoá, Itapoã, Park Way e Varjão. Em 31 de agosto, Luis Turiba adotou a Escola Classe da Vila Buritis, em Planaltina, onde conheceu a sala de leitura das crianças. Ele levou livros próprios e de outros autores para enriquecer a biblioteca do colégio.
Autoestima
Para o poeta, historiador e escritor Nicolas Behr, a poesia significa uma semente plantada no coração dos pequenos.
A Escola Classe Granja do Torto foi o quarto estabelecimento de ensino visitado pelos poetas. Segundo a diretora Danielle Vieira Salles, a presença dos poetas desperta nos alunos um interesse maior pelos livros.
1 - O voo da Juriti
De ver o dia nascer pelo avesso
Meu coração mão de pilão
Tem o jeito do avoar
Bota água na bacia
Que a cara do dia
Está querendo vir
Tira a tranca da janela
Que de manhã cedo eu quero ver
O voo da juriti
Personagem da notícia
Inspiração cotidiana
Keliane ainda não sabe se vai ser escritora, mas tem prazer em escrever poemas quando está em casa. Quando está triste, feliz e nas horas vagas, a tímida moça de olhos verdes encontra no lápis a inspiração para compor seus versos. Há dois dias, ela escreveu em uma folha de caderno um poema dedicado a uma amiga:
"Que a nossa amizade seja…
Importante como a vida…
Grande como o oceano…
Suave como a brisa…
Bonita como a infância…
Inesquecível como a lembrança…
Viva como a onda…
Quente como o sol…
Especial como VOCÊ!"
Keliane Ataídes Maciel, 10 anos, aluna da 4ª série
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
POETAS ASSUMEM MAIS DUAS ESCOLAS
Comentário do poeta Nicolas Behrr:
"Se as fotos não falarem por si, eu falo: emocionanteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!
Abreijos, niki
DEU NO BLOG DO NOBLAT
FRASE DO DIA
"Na política estamos andando para trás (...). A banalização do dolo, e o presidente quando veio a público não foi para dar satisfação aos brasileiros, mas para defender a sua candidata. Precisamos passar as instituções a limpo com dignidade e integridade."Marina Silva, candidata do PV a presidente da República
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
GUILHERME, O MAIS NOVO FLAMENGUISTA
MEU NETO
EXPOSIÇÃO "BRASÍLIA 50 ANOS" COMEÇA POR MADRID
Uma mega-exposição mostrando detalhes da trajetória da construção de Brasília ao longo dos seus primeiros 50 anos vem sendo montada na Arqueria de Nuevos Ministérios, no centro de Madri, e será aberta ao público no próximo dia 17 de setembro.
Brasília 50 anos será mostrada na Espanha
Arquería de Nuevos Ministérios recebe exposição brasileira
Uma megaexposição de artes visuais conta e mostra para europeus, a partir deste 17 de setembro, a história da capital do Brasil, seus principais personagens, a arquitetura, o ambiente de sua criação, sua cultura e a paisagem que a cerca.
A exposição "Brasília 50 Anos – Meio Século da Capital do Brasil", com curadoria de Danielle Athayde, começa a rodar a Europa a partir da Espanha, onde será apresentada até novembro na Arqueria de Nuevos Ministérios – Paseo de Castellana, Madri. Em seguida, a exposição sobre Brasília será montada em Lisboa. A exposição tem patrocínio do Ministério da Cultura e do Cartão-BRB, cuja política é apoiar cada vez mais iniciativas que elevam a autoestima do brasiliense.
"Ao mostrarmos Brasília no exterior estaremos incentivando o turismo na nossa capital, que é uma cidade planetária e cosmopolita", justifica o presidente da Cartão-BRB, Paulo Renato Braga.
Valor Histórico
A exposição começa com uma linha do tempo, que tem como marco inicial o ano de 1753, quando surgiu a ideia de levar a capital do Brasil para o interior do País e vai até a atualidade. Depois seguem seis blocos temáticos, que mostram toda a riqueza da cidade e sua história. O evento também apresenta um ciclo de cinema sobre a cidade.
A Maquete itinerante de Brasília – obra de autoria do arquiteto e maquetista Antonio José Pereira de Oliveira – é uma das grandes sensações da exposição. Ela representa fielmente toda a arquitetura e urbanismo de Brasília no início do ano de 2010. O projeto prescinde dos métodos artesanais tradicionalmente usados na confecção de maquetes, utilizando pela primeira vez todos os recursos proporcionados pela informatização, com imagens de satélite e a miniaturização automatizada.
A exposição terá um bloco com fotos aéreas em grande formato (200 X 70 cm), de João Facó, que darão aos visitantes a sensação de um voo por Brasília. Também serão levadas fotos do arquivo público do Distrito Federal do acervo do Instituto Moreira Salles, fotografadas por Marcel Gautherot, um francês considerado um dos maiores fotógrafos da arquitetura brasileira e que registrou o nascimento das obras monumentais de Niemeyer e a execução do Plano Piloto de Lúcio Costa, como um imenso making of da construção. Há também acervos fotográficos da Diretoria de Patrimônio Histórico e Artístico de Brasília e de autoria de Mário Fontenelle, amigo pessoal do presidente Juscelino Kubitschek.
Espaço dos protagonistas
Dedicado a contar a história e realizações dos quatro principais protagonistas da criação de Brasília: Juscelino Kubstichek, Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e Athos Bulcão. Este espaço é destinado a mostrar documentos históricos, como os primeiros rascunhos do Plano Piloto de Lúcio Costa; e trabalhos de alguns talentos da cidade como obras de Athos Bulcão, o artista de Brasília, com seus famosos azulejos. Neste módulo, o visitante poderá interagir e manipular as obras do artista por meio de recursos multimídia.
Ao final da exposição, o visitante encontrará um lounge-livraria com mais de 50 livros e catálogos sobre Brasília, disponíveis para leitura no local. Em todo espaço expositivo o público terá acesso a áreas multimídias com muita tecnologia e interação, além de ouvir uma trilha sonora original criada especialmente para este evento.
Acompanhará a exposição um Ciclo de Cinema onde serão exibidos semanalmente filmes e documentários que traduzam a alma da cidade
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
POEMA PARA EXPLICAR AS QUEIMADAS DO CERRADO
Fé de plástico
Luis Turiba
Meus três pedidos se tornaram realidade
Mas a fita do Bonfim continua inquebrantável
É fé de nylon pra uma reza quase plástica
Na igreja planetária nosso Deus é reciclável
Mas Deus é muito mais que a queima de carbono
Ele usa a super-máscara de controle eletrônico
E quando queima as florestas em sua volta
Deus dá duro não tarda: logo manda chuva ácida