Luis Turiba
Imaginem a energia de 120 crianças entre 7 e 12 anos, todas sentadinhas no pátio a espera da palavra de um poeta. Poeta? Mas que diabo será isso....
O poeta era eu cujas rimas foram compostas na esperança de agradar, fazer rir e conquistar para a magia do mundo das palavras cada uma daquelas meninas e daqueles meninos ali sentados.
Foi com estupenda emoção que Luísa Lambach, minha filha de 11 anos; e eu, enfrentamos, conquistamos e adotamos para sempre os alunos da Escola Classe n° 4 da Vila Buritis, na cidade de Planaltina, Distrito Federal. Foi uma tarde memorável em todos os sentidos.
A professora Ana Reis criou a Sala de Leitura Cecília Meireles que os alunos visitam em busca de aventuras, histórias e livros. É um trabalho de valor extraordinário que merece todos os prêmios da sociedade brasiliense e do governo do Distrito Federal. Um exemplo a ser seguido e multiplicado.
Há seis meses me correspondo com a professora e ontem (31/08), finalmente, fui à escola cumprir o ritual de adoção a que me propus. Agora, a Escola Classe nº de Vila Buritis é minha também. Ali, aprendi e aprenderei muito com alunos e professores.
Luísa, minha filha, musa inspiradora do livro "LUÍSA LULUSA, A ATRIZ PRINCIPAL" tem me acompanhado nessas visitas-recitais em escolas do ensino básico. Foi a quarta escola que visitamos esse ano. Uma experiência que a marcará pelo resto da vida.
Foi tudo de bom, show de bola, na moral. Falei e apresentei o livro "Meiaoito" que estamos publicando nesse setembro pelo FAC; da coleção OIPoema que vem por aí. Me comprometi a levar outros escritores à escola, como meus companheiros de coleção, os poetas Nicolas Behr, Cristiane Sobral, Amneres, Bic Prado, Resa e Angélica.
Recitei e cantei com a molecada. Sentei no chão, deitei e rolei para fotos e brincadeiras. Até alunos de outras escolas vizinhas estavam lá.
Sorteei livros, doei outros. Demos autógrafos, Luísa e eu. Recebemos como presente um quadro reproduzindo a capa do livro "LUÌSA LULUSA" e outro com um verso bordado. Ambos, lindos, foram para o quarto de Luísa, é claro.
Tudo isso durou cerca de duas horas. Tempo infinito e intenso, fora dos horários, momentos que não terão mais fim. Nem pra mim, nem pra eles, os alunos e os professores. A criançada, moradoras de uma periferia repleta de problemas como toda periferia brasileira, aprendeu um pouco mais sobre livros, poemas, poesia, visita e amizade.
Nunca me orgulhei tanto de ser chamado de poeta. Sou agora o Tio Poeta.
2 comentários:
Olá Turiba!
Já adotei a Escola do professor raimundo, mas ainda tem espaço para outra.
Mauricio
Uauuu!!! Que maravilha!!! Essa adoção faz a diferença e é bem diferente dos "Amigos da Escola".
Muito bacana mesmo, queria estar por aí compartilhando de pertinho essas histórias.
Para a Luísa deve estar sendo uma tremenda experiência.
Uma pergunta: aquele cartaz com seu poema montado através de colagem de letras foi feito pela professora que o aproveitou no processo de alfabetização?
Do Rio envio meu orgulho de ser sua amiga.
Bjs e Parabéns!!!
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