AOS NOSSOS RESTOS IMORTAIS
In memoriam ao Resa
A vida, por ser bela em forma artísticamente
Fisicamente em seu próprio verbo contida,
Não se expande mesmo quando distraída.
Retranca, contrai e fica ali
Em design gerado dentro de si mesma e protegida
Em forma cristalina exposta ao relento e refletida
No gol dos nossos olhos o
que foi carne inteligível agitante e pelo tempo
Eternamente recriada
E destruída
No inconsciente
Esses arredores sutis do corpo
Esses pés que prendem a respiração
Todo o nosso humano medo ao rés do chão
Reencarnadamente em carne
Gloriosamente efêmera é a rosa
E também vive
E é luz
Todavia dói tudo que nos poros é rente
à memória do amigo que se foi
como sempre acontece,
de repente
Brasília, 31 de março de 2000 e 12
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