Laroyê!
um poema farofa com dendê
I
São todas as fuzarcas num só fuzuê
Ser ou não ser
Eis meu poema padê
II
Das pré-coisas aos pós-tudo
Dura (lex) se há dialética
Tramas signos mantras betas
Todo poema é um ser galáctico
..................................................
Quem vem a este fausto léxico?
III
O Sol enluciferou-se em
fértil fera – nasce Exu.
(E já que estava nascido
jamais deixou de nascer.)
Uiva quase um olhar verde
movido a raios de acre.
Dá a impressão que é rasgado
- na verdade um discarado.
Corre caminhos dobrados
contudo ninguém lhe vê
Que mara-mara-marailha He
Egito......Laroyê!!!!!!
IV
É o demo dos cruzos alados
- diz Pierre Verger.
Zangado sapata a pedra
até a rocha sangrar.
Tem o ágil do macaco
um impulso a tigrá-lo.
Não se deixa de ofertar-lhe
lhe cobrir e lhe benzer.
Se em santa ceia xirê
eis o primeiro a padê.
Não me pegue não me toque
quero vê-lo em Ilu-Ayê
V
Nascido de uma pedra yang
ele habita um Baobá.
Mesmo sem sobrenomes
elegante é Elegbara.
Kyzulado faz kyzumbas
zykyzyras & kiprokós.
Anjo de ar Mônico
das mil manhas e maquetes
Sempre um fio-equilíbrio:
doce o mel: forte o dendê
Sócio de Orumilá
Neto de Oduduá
Filho do Deus-Dará
VI
Eh Hê...
Tem Exu em Carybé
Em Valentim, em Mário Cravo
Desde Gregório de Matos
tem Exu na poesia.
Tem Exu em Assis-Machado
(leia: A Igreja do Diabo)
Exu é Deus e o Diabo
no seco sertão de Glauber.
É a cabeça do cavalo
Em Guernica de Picasso
Tem Exu até nas lesmas
do mago Manoel de Barros
Exu é o demo em Roas
no meio do redemoinho
Sempre esteve entre os Andrades
- quem era Macunaíma?
V acuo do Sol com a Lua
entre estrelas e entrelinhas
VII
Clip dos sem limites
chip da ordem cósmica
Negro Exu foi rei em Ketu
hoje é a tecnologia
Orixá super-star
herói dos sem-voz-nem-vez
Ereto é éter que flama
Ori axé vinho de palma
Quando chega avião-ponte
quando sai : ecxoceta
De estrutura toda em sete
só moléculas de prazer
Do que avizinha e vicia
tezudeza e vida Erê
Ser cavalo em Xorokê
força que cheira e excita
Evoê & Laroyê ! ! !
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