terça-feira, 29 de janeiro de 2013
INDIZÍVEL
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
Gil e Manoel de Barros se encontram para um papo
GIL E MANOEL DE BARROS: UM PAPO PRA LÁ DO PANTANAL
Gilberto Gil, quando ministro da Cultura no primeiro governo Lula, usou o quanto pode a linguagem metafórica da poesia e da musica para comunicar a política ministerial em si.
Gil cantou, dançou, poetizou, chorou e até incorporou certas entidades para propagar que a cultura e as várias formas de arte são prioridades num país como o Brasil, com múltiplas explosões de talentos, mas com poucas políticas públicas que contemplem os artistas e seus agentes.
Muita gente do mundo político - os caretas de plantão na Esplanada dos Ministérios, no Congresso e até mesmo dentro do Ministério da Cultura - não gostavam das performances de Gil. Eu adorava, vibrava e, como seu assessor direto na área de Comunicação, dava a maior força a este lado poético.
Vi Gil recitando Paulo Leminski e gravando poemas de Fernando Pessoa para um CD de André Luiz de Oliveira. Voei com ele horas de helicóptero pelo interior brasileiro para passar uma tarde de bons papos no espaço cultural que Frans Krajcberg mantêm em Nova Viçosa, litoral Sul da Bahia. Fui com ele a escolas de samba e ao Rodeio de Barretos.
Enfim, Gil teve uma agenda poética e musical quando ministro. E dessas suas atividades, quase que clandestina para o mundo político brasiliense, uma merece destaque: seu encontro com o poeta pantaneiro Manoel de Barros, que foi armado por mim durante uma visita que ele, Gil, fez ao Estado do Mato Grosso do Sul.
Foi uma tarde inesquecível, que documentei com uma câmera de filmar, outra de fotografar e um pequeno gravador. Esse texto que segue foi publicado na época pelo site do Ministério da Cultura. Provavelmente, ele (o texto) fará parte do livro-documento que pretendo publicar em breve com a memória e os arquivos desse histórico período da cultura brasileira.
Gil visita Manoel de Barros
Um papo entre Poetas *Por Luis Turiba
Oi Gil…quanto prazer tê-lo em casa. Mas estou recebendo aqui o poeta e não o ministro. Esperto, foi Manoel de Barros quem tratou logo de quebrar o protocolo. Trouxe o ministro-cantor para o mundo das palavras. Gil, barroco-baiano, aceitou e tocou em frente. O prazer é todo meu, Manoel. Fazia tempo que buscava este encontro. Sua prosa poética me encanta, está na mesma margem da de Guimarães Rosa. Manoel de Barros se orgulhou. Aos 88 anos, cabeleira branquinha como as garças do Pantanal, jeito de passarinho tímido, foi receber o ministro Gilberto Gil no portão de entrada da sua casa na pacata Rua Piratininga, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Estava acompanhado de Dona Stella, sua mulher, da filha e de amigos. O ministro-poeta também esperava por este encontro há algum tempo. Tinha vontade de conhecer e papear com seu colega das águas pantaneiras. As duas tentativas anteriores haviam fracassado. Manoel não pode comparecer à Brasília para receber a Medalha da Ordem do Mérito Cultural de 2004, outorgada pelo presidente Lula e pelo ministro da Cultura. Nem tampouco a uma estada do ministro Gil à cidade de Corumbá. Andava dodoí, mas já voltou a ativa. – Cerveja, Guaraná, vinho ou Coca-Cola, Gil? - Coca-Cola normal, responde o ministro. |
Um amigo de Manoel de Barros, o jornalista Bosco Martins, jogou o primeiro tema na sala, onde eles se sentaram quase frente à frente, cada um em um sofá para um papo de provocações e poesia: – Ministro, nós já temos parcerias e precisamos ampliá-las', diz Martins. O poeta Manoel foi personagem de um documentário patrocinado pelo Ministério. Um Doc-TV longo sobre seus versos. No site do MinC também tem longa matéria. E no ano que vem ele vai concorrer ao Prêmio Jorge Amado, na Bahia. Tem o valor de 100 mil reais. O poeta vai encher as burras… – Esse meu livro foi indicado para o Prêmio Jabuti, esclarece Manoel. – Como se chama? Pergunta Gil. – Poemas Rupestres, responde. – O título é bem a sua cara, confere o ministro. As pessoas presentes começam a falar do trabalho de articulação cultural do ministro e lembram do discurso feito à tarde (dia 6 de abril) num encontro com a comunidade cultural do futuro Estado do Pantanal, quando o ministro defendeu a formação de Bacias Culturais, como áreas de sustentação de um Sistema Nacional de Cultura que o MinC vem colocando em prática. – Olha – continua Gil. As pessoas são diferentes, assim como as capacidades de ação também são. Se tivessemos um outro ministro agora, talvez ele estivesse fazendo outra coisa. Eu optei por cuidar disso: qual o conceito de cultura que temos e queremos? Como estão os recursos da cultura? Fazer um trabalho de abrir novas estradas culturais, construção de novas picadas, explica Gil. – Nós estamos pensando em um Doc-TV de integração latino-americana, diz alguém. – Mas nós já temos um Doc-Tv para a América Latina, frisa o ministro perguntando em seguida: E você está escrevendo agora, Manoel? – Bem, Gil. É o que eu sei fazer. Agora, então, estou com mais folga. – Por quê você tem mais folga agora? – Porque sou vagabundo….ri Manoel. Antes eu tinha fazendas. Meu filho agora toma conta delas e eu fico na vagabundagem. Conquistei o ócio. – É, uma matéria-prima da criação. Alguém diz alto que Manoel de Barros só escreve à mão. Não se dá bem com computador. Gil diz que ele também gosta de escrever à mão. E dá linha à pipa: – Eu gosto de escrever em qualquer lugar. Quarto de hotel, dentro de avião, na sala de espera do dentista. Escrevo muito em guardanapo, papel de embrulho… – Você compõe a música, né Gil, diz Manoel. – Aí sim, normalmente com o violão. Às vezes as idéias textuais vem antes, a música vem depois. Às vezes a música sai e a letra vem depois. Raramente as duas coisas de uma vez só. – Você não tem muitas parcerias, né? Indaga Manoel. – Muito poucas. Algumas com Caetano, quase 10; outras com José Carlos Capinam, umas 10 com João Donato, outras com o desaparecido poeta Torquato Neto. – E quantas são? – Umas 500 e tantas. Mas 400 e tantas são minhas mesmo. – Seu maior parceiro é o Caetano? Pergunta Manoel. – É o mais conhecido. Mas não chegam a dez nossas parcerias. Como nós fizemos há uns cinco anos um trabalho juntos para comemorar a Tropicália, fizemos umas 3 ou 4 canções juntas. Então ele ficou mais associado a mim. A conversa entre os dois poetas é mais uma vez interrompida. Lembram uma antiga entrevista onde Gilberto Gil afirma ter assistido ao último show de Jimi Hendrix. Mas Manoel volta a carga e lhe pergunta sobre os movimentos de poesias dos mais jovens. Gil lembra dos Poetas da Praça, de Salvador; e do grupo carioca Nuvem Cigana, liderado por Chacal. O papo segue para o lado político. Perguntam se o ministro já se adaptou ao mundo político de Brasília ou se está se sentindo exótico: – Eu sou exótico. Não tenho que me senti, responde. – Já se acomodou por lá?, espeta Manoel. – O grau de acomodação vai sendo construído. Você tem que se adaptar a uma série de coisas. E o grau necessário de incomodação também. – Se tiver mais quatro anos, você vai junto? – Vai depender de poder fazer coisas. Não adianta só o prestígio que eu traga para a função. É preciso ter condições mínimas para fazer coisas e ter receptividade do governo. Discute-se a função da ACAD e dos órgãos arrecadadores. Debate-se sobre Direitos Autorais e fala-se sobre as posições éticas do ministro em relação a sua carreira artística. – Quando os fãs vão ter obras inéditas do artista Gilberto Gil? Indaga um dos presentes. – Não faço idéia. Quando tiver tempo. Não tenho feito, não tenho intenção. Estou sem o tempo, sem o ócio. E tenho pensado ao contrário: me dêem mais trabalho, me ocupem mais. Músicas, só quando tiver tempo. Nem rascunho de avião tem acontecido. Aliás, só fiz um registro. Anotei em um livro que estou lendo de um filósofo francês. O livro se chama 'Um sábio não tem idéia'. É de um especialista em China, em Lao Tsé, em Confúcio. Este livro acabou mexendo na minha cabeça e eu anotei na sua contra-capa uns seis versos que algum dia poderão vir a ser um poema, uma letra de música do futuro. Uma das máximas desse livro é sobre uma das idéias de Confúcio que fala do meio justo, o justo meio. Ele diz: o justo meio está na igual possibilidade dos extremos. É um sentido profundo, complementar, dialético. Não excludente, não paradoxal, não maniqueísta na vida. Sobre essas sensações escrevi um início de poema. – Roubaram o poeta, diz Manoel. – Precisa às vezes. Eles precisam também, rebate Gil. O secretário de Cultura, Silvio Nutri, avisa que o governador Zeca do PT está esperando o ministro e o poeta para um jantar com a presença do ministro José Dirceu. Gil cantarola para Manoel uma despedida: – Eu vim aqui pra te vê/ Como te vi vou m´embora/ Trabalho na barca grande/ Só chego fora de hora'. Em seguida explica: é uma ciranda da região da Zona da Mata do Recife que recolhi há muitos anos atrás. Bonita a construção, não é? A família pede para tirar fotos com o ministro. Gil dá sua versão sobre o encontro e comenta um verso de Manoel. – Onze horas no lombo das águas. Linda essa idéia. Uma coisa que não esquecerei nunca. Li hoje num de seus livros essa metáfora. Isso me rememorou a infância quando eu fazia a travessia de barco na Baía de Todos os Santos. Exatamente no lombo das águas, o casco do barco batendo nas ondas o tempo todo e aquela sensação de estar montado em alguma coisa. Mas só quem lembra disso são os poetas profundos. Eu nunca tinha lido isso em outro lugar. Eu tenho isso na minha própria dimensão interior. Mas nunca tinha escrito, nunca tinha me dado de que navegar pode ser também andar no lombo das águas. Naquele dia, naquele rio a musa disse isso a ele. A poesia é dona de si mesmo. – O ministro tem que vadiar mais. Tem que arrumar ócio, diz Manoel. – Depois que o presidente me mandar pra casa. Se eu for disser por aí que você está me recomendando ócio, vai todo mundo comentar: o quê?!! O Manoel está pedindo ao ministro pra trabalhar menos. Aí, Manoel, você vai ter que se explicar com o presidente. Já pensou? |
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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013
500 MIL DEVEM VISITAR "IMPRESSIONISTAS" NO VERÃO CARIOCA
Luis Turiba
Este fim de semana vai ter "viradão impressionista" no CCBB do Rio de Janeiro, onde a exposição "IMPRESSIONISTA – Paris e a modernidade" chega ao fim com a estimativa de 500 mil visitas, um recorde na história das exposições na cidade.
De sábado para domingo, o CCBB vai funcionar 36 horas seguidas e quem quiser ver a exposição pode ir a qualquer hora da madrugada. Ontem as filas davam voltas e mais voltas no quarteirão do centro cultural.
Estivemos lá. Chegamos 8 da manhã, entramos na fila dos "prioritários" – é a vantagem de ter mais de 60 anos -, e mesmo assim enfrentamos filas e só conseguimos entrar mesmo lá pelas 9h30min.
Mais valeu a pena! São 85 obras do Museu d´Orsay de Paris, divididos em módulos temáticos, com as geniais pinturas de Camille Pissaro, Calude Monet, Edouard Manet (foto digital do seu famoso "O tocador de pífaro); Paul Cezane, Paulo Gouguin, Pierre Auguste Renoir e ele, eternamente ele, Vicent Van Gogh.
Preparem-se para a maratona. Vale à pena. Depois de conhecer os "impressionistas" nós podemos entender muito melhor os modernistas, surrealistas, cubistas e pós-modernistas.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
O SAMBA QUE ANIMA A PRAÇA SÃO SALVADOR
O samba em torno do coreto
Luis Turiba*
A Praça São Salvador, incrustada entre os bairros do Flamengo, de Laranjeiras e o Largo do Machado, é a mais interiorana – e paradoxalmente, também a mais cosmopolita – da Zona Sul do Rio de Janeiro.
Quase tudo nesse logradouro gira em torno de um lindo e tradicional coreto central e do chafariz imperial. Ambiente singelo, mas com uma rotação que alcança decibéis de grau máximo! A pulsação ali é permanente, com direito a sirenes do Corpo de Bombeiro localizado na boca da praça e à doçura das flautas dos chorões que fazem a festa todos os domingos, alimentada pelas geladíssimas caipiroskas de frutas do Luisinho.
Como boa praça do interior, dezenas de crianças brincam de bola e skate no parquinho e fora dele; vizinhas jogam conversa fora, carrocinhas de pipoca, pizzas e outros quitutes complementam o cenário dos vendedores de cervejas. Galeras papeiam aqui e ali.
Os bares do entorno sempre lotados de saudáveis e históricos bebuns. Casais de jovens namorados – do mesmo e de sexos diferentes- se pegam como bem podem enquanto o lindo chafariz refresca a rapaziada. A música rola à vontade para dar combustão ao ambiente: blues, chorinhos e muitos sambas. No meio de toda essa muvuca, desconfie do carro de vidros fumê estacionado com um casal no banco de trás fazendo curvas corporais que nem Niemeyer imaginaria.
Na mais democrática roda de samba que acontece aos sábados a partir das 19h; onde todo mundo toca e muita gente se desentoca, criou-se uma tradição muito próxima daquelas dos pubs londrinos: hora de terminar, é pra findar messssmo! Desliga-se o som e pronto. O acordo com os moradores permite que os acordes do samba vá até às 22h. Nem um minuto a mais. E os sambistas não querem confusão com a vizinhança.
A roda é super-bem organizada dentro da maior diversidade. Os ritmistas trazem seus instrumentos – agogôs, chocalhos, tamborins e cuícas – e banquinhos onde se sentam. Quando bate 21h30m, Jonatas Alburquerque, um dos coordenadores, sai pela praça com seu chapéu de palha na mão recolhendo o "trocadinho" que irá ajudar nas despesas com a mesa de som.
"Hoje tivemos aqui quase 60 mil pessoas", anuncia, cariocamente, o animador do pagode. Oficialmente, estima-se uma média de 600 a 800 pessoas a cada noite de sábado em torno do coreto. Turistas são bem vindos e alguns ousam batucar. A "furiosa" mantêm o ritmo como pode.
A roda segue preguiçosamente ao som de "Amélia" e outros sambas de Silas de Oliveira, Paulinho da Viola e Martinho da Vila. A mulherada vai se soltando e caindo pra dentro da roda, remelexendo-se cada qual a sua maneira.
Assim é o "Batuque no Coreto, Pelo Samba Para Ser Feliz" da Praça São Salvador, com pessoas de todas as idades cantando, dançando e tocando memoráveis sambas como se o tempo não tivesse passado.
Sábado passado, a banda "Me engana qu´eu gozo" optou por atacar umas conhecidas marchinhas do passado. Foi um furdúncio só. A galera pulou de suar, antecipando o carnaval que já começou na Praça São Salvador.
*Luis Turiba é poeta e cuiqueiro
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
ORAÇÃO PARA NOSSA SENHORA DA BALA PERDIDA
Mãe,
Afaste de mim esta bala
Este dardo inflamável
Esta seta diuturna
Este terror sem rumo
Este projétil alado e raso
Pois já que elas não cessam
Que pelo menos nos errem
Rogai por nós os passantes
Os transeuntes os pedestres
Os motoristas e as crianças
E principalmente as mães
Não nos faça alvos fáceis
Desta chuva de petardo
Não nos atinja o corpo
Nem a alma nem os prantos
Que veloz, não me alcance
Que sua força não me curve
Que seu fogo não me queime
Que o acaso não me derrube
Eu que diariamente passo
Por favelas becos vielas
Por túneis curvas células
Eu que faço o bom combate
Protegei as nossas vísceras
Das emboscadas bandidas
Dos acertos entre quadrilhas
Do fogo amigo ou polícia
Só te peço oh mãe amiga
Santa do cotidiano
Poupe-nos o banho de sangue
De passagem tão insana
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
POEMA PARA ALÉM DAS NOSSAS TELAS
-1-
coisas não são
coisas tendem a ser
mutatis mutandis
metamorfose ambulante
estamos todos eletrizados
vivemos num presente infinito
internet: extensão do nosso libido
internet das coisas
internet dos humanos
internet dos orixás
somos humanos, transumanos
& ativamos a zona do cérebro
responsável pelas conexões hiper-textuais
a internet nos leva a navegar no espaço
é a extensão mais elétrica da nossa pele
compartilhamento dos pertencimentos
o corpo é o ponto G de um chip
chip no xibiu da primavera árabe
chip no chifre da crise capitalista
chip no piu-piu do movimento gay
a dúvida da realidade é filosófica
hiperlocal é o celular no meu bolso
seu corpo estará em todos os lugares
-2-
interagir é enxergar o princípio emergente
criado pelo ser atuante
que vivencia holograficamente
as relações das hipercomplexidades reticulares
interagir é ativar as reconfigurações cerebrais
da inteligência conectiva que pulsa em bites
a nova ecologia é ato conectivo
chineses vivem no presente eterno
ianomâmis são atemporais e não-lineares
estamos todos em redes
redes de dormir, redes de acordar, redes de rendas
a essência humana é a técnica
quem a domina transcende
play e off; sensação de participação
"ponto de ser"; esteja em todos os lugares
a internet faz renascer línguas mortas
a tela sagrada, a tela sangrada
- 3 -
infiltrar e fazer a rede acontecer
no bit de cada corpo global
na onda de toda sinapse virtual
transformar-se em Ser
performático virtual eletrificado
teatral enigmático
o momento é a continuidade
a Ser desvendado
conexões matriciais
perpetuando o finito
liquefazendo a solidez
do encontro...
a verdade não é mais verde: é dada
com Luca Andrade