quarta-feira, 13 de julho de 2011

ATIVIDADES DE TURISMO CRESCEM PARA TODOS OS LADOS

09/07/2011 07h44 - Atualizado em 09/07/2011 08h35

Cursos de Turismo: um mundo de oportunidades após formatura

Formação ampla e mercado aquecido multiplicam as chances de trabalho

Turismo - São Paulo (Foto: Kazuo Okubo- divulgação)Ponte Estaiada Octavio Frias de Oliveira em SP
(Foto: Kazuo Okubo / Divulgação Embratur)

Com dois dos maiores eventos esportivos sediados no Brasil até 2016, já virou lugar comum falar das oportunidades de negócio e turismo no país. No entanto, não foi apenas o esporte que alavancou novo boom no setor.  "Sem dúvida, para o turismólogo e para o técnólogo em turismo o mercado de trabalho estará aquecido nos próximos anos", avalia Mônica Schiaschio, presidente da Associação Brasileira de Bacharéis em Turismo de São Paulo. "Mas como a sociedade sacou que fazer eventos é uma excelente ferramenta de venda, de oportunidade, temos vários outros setores em pleno aquecimento, como o de gastronomia, de encontros corporativos, etc", diz.

Muita coisa mudou desde que o curso de Turismo começou no Brasil, timidamente, nas décadas de 60 e 70 (apenas 16 cursos superiores em todo território). Na virada do século, com a demanda crescente, o número pulou para quase 500 cursos oferecidos. Hoje, segundo o Ministério de Educação, pouco mais de 300 continuam em vigor.

"Houve uma série de fatores no final dos anos 90, como o apoio do Governo e início da estabilidade econômica, que geraram uma procura gigantesca pelo curso de Turismo", lembra Mônica. "Por volta de 97 ou 98, ele chegou a ser um dos cursos mais disputados no vestibular de São Paulo, daí várias faculdades e universidades passaram a oferecê-lo também", diz.

Passada a febre, em cinco anos houve o movimento inverso: "Aqueles que criaram o curso apenas pela demanda desistiram e só ficaram os cursos estabelecidos", comenta.

Salvador - Turismo (Foto: Christian Knepper - Divulgação)Elevador Lacerda: cartão postal de Salvador
(Foto: Christian Knepper / Divulgação Embratur)

Há duas possibilidades para se especializar em Turismo: bacharelado ou curso técnico. Ambos são de nível superior, reconhecidos pelo MEC, mas há diferenças básicas: o curso técnico é mais curto e mais voltado para o mercado, mas é também mais específico e restrito. O bacharel em Turismo pode planejar uma carreira mais ampla e abrangente, embora no final do curso também tenha que escolher a área em que prefere trabalhar. Enquanto a média do curso técnico é de dois anos, o bacharel tem uma média de quatro anos com aulas em tempo integral.

"O turismólogo tem uma visão ampla do sistema", explica a professora Claudia Moraes, da Universidade Federal Fluminense. "E o curso abre o leque para mais de dez áreas de atuação: agências de viagens e operadoras de turismo; consultorias turísticas; desenvolvimento de projetos turísticos; eventos; hotéis, resorts, pousadas, etc.; parques temáticos, centros de convenções, etc.; planejamento turístico em empresas públicas ou privadas; transportadoras turísticas (aéreas, ferroviárias, marítimas e rodoviárias) e empreendimentos turísticos", explica.

O mercado de trabalho pode estar aquecido, mas ainda há muito a melhorar.

"Por conta dos baixos salários, a rotatividade do mercado é altíssima", lamenta Claudia.

"Não é engodo que o turismólogo tem um mundo de oportunidades quando se forma", reconhece Mônica, "mas não é um mercado 'pronto'. O aluno tem que entender a dinâmica do mercado para terminar o curso e se dedicar à área onde vislumbra crescer", ela explica.

A ABBTUR identifica demanda em áreas específicas, como turismo de esportes radicais ou até mesmo ecológicos, onde o mercado não consegue encontrar candidatos com perfil adequado, mesmo com uma demanda crescente. Ao mesmo tempo, muitos formandos se frustram porque não encontram trabalho assim que terminam o curso. A solução, muitas vezes, é apostar no empreendedorismo. "Tem gente querendo consumir e não encontra produto, por isso tem de estar atento", sugere Mônica. "A cada pergunta se identificam duas oportunidades de trabalho. Hoje todos procuram muito a mesma coisa e não buscam o que ainda não foi explorado. Pode fazer a escolha porque nada é irreversível, é uma cadeia interligada. É possível mudar ao longo do caminho", ensina.

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