segunda-feira, 11 de julho de 2011

EM DEFESA DA UNB



Fui aluna e professora do Instituto de Letras da UnB. Conheci ali os seus anos de chumbo, fui amiga de Honestino. Quando a instituição à qual dediquei toda a minha vida é atacada, sinto-me pessoalmente ferida. Parece que alguns colegas não pensam assim e contribuíram para denegrir nossa imagem. Ao contrário do que afirma a VEJA, nunca a UnB viveu um clima de maior liberdade de pensamento e de ação, pois a academia é o espaço da convivência harmoniosa dos contrários. O professor José Geraldo, reitor da UnB, além de pesquisador exemplar, é defensor histórico  incontestável da liberdade de expressão, da tolerância e dos valores democráticos, e merece um pedido de desculpas por parte da redação da revista.  Lamento que a revista VEJA, mesmo com a parcialidade que lhe é habitual, tenha publicado matéria tão tendenciosa, sem fundamentos, com interesses obscuros, a respeito de nossa Universidade, que se coloca entre as melhores do Brasil. Tenho e continuarei sempre tendo orgulho de pertencer aos seus quadros. Em tempo, como meu domínio é a linguagem, chamo a atenção para o fato de que a palavra "madraçal" (usada no título e no corpo da reportagem) , além de ser arcaísmo em desuso, constitui seleção lexical politicamente incorreta, já que faz alusão negativa  à cultura dos muçulmanos. A VEJA deve rever seus critérios de escolha dos redatores e de seleção  dos tema da pauta. Chega de tentar destruir os valores brasileiros.

 

Lucília Helena do Carmo Garcez

Escritora e Doutora em Linguística Aplicada

Ex-Professora titular da UnB


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