A morte de Chico Anysio encerra simbolicamente um ciclo histórico do
humorismo brasileiro. A rigor, Chico representa o tempo em que havia
humoristas no Brasil. Acabou, podem fechar o caixão.
O que restou espalhado por aí é de chorar. E pensar que José Vasconcelos,
Ronald Golias e Juca Chaves eram considerados pornográficos e vulgares.
Tristeza não tem fim, felicidade sim.
Após as homenagens justas e veríssimas ao professor Raimundo, sobrará o
Renato Aragão que, convenhamos, é outro tipo de palhaço, bem menos virtuoso.
Vai ficar cada dia mais sem graça. Estamos rindo do que, afinal? Dos
playboizinhos do CQC e Pânico? Ou das ridículas patrulhas ideológicas
politicamente corretas ainda mais mal-humoradas?
Esses neuróticos que se acham engraçados sendo racistas, homofóbicos,
machistas e misóginos deviam rever os quadros do Chico Anysio com negros,
gays e mulheres. Sugiro que assistam ajoelhados.
Sapeca, Chico Anysio resolveu morrer às vésperas de um evento anual chamado
Risadaria, que reúne em São Paulo um amontoado de artistas desesperados por
arrancar alguma risada da inadvertida plateia. (*Marco Antônio Araújo* - R7
- *Caricaturas:* João de Deus *Netto* - Jenipaponews)
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