quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

MUSEU DE ARTE DO RIO MUDA O MAPA CULTURAL DA CIDADE


Presidente Dilma vai a Praça Mauá inaugurar o MAR

 

Por Luis Turiba

 

O museu em si é uma intrigante peça de arte de arquitetura. Grande, imponente, substancioso. O novo interagindo com o tradicional na Praça Mauá. Arte por dentro e arte por fora, uma verdadeira onda que forma o MAR.

 

E assim, a cidade do Rio de Janeiro ganha neste 1º de março, quando completa 448 anos, uma grande morada para as artes visuais: o Museu de Arte do Rio (MAR) que será inaugurado com pompa e circunstância pela presidente Dilma.

Tive a oportunidade de visitá-lo nesta 5ª-feira à tarde acompanhado pelo seu diretor-executivo Luis Fernando de Almeida (na foto), ex-presidente do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

 

Tudo aconteceu magicamente, presente enviado pelos deuses cariocas. Na realidade, fui à Praça Mauá por conta e risco impressionado com a arquitetura do novo museu, que torna-se uno ao juntar dois prédios de arquiteturas diferentes: um do início do século XX, outro dos anos 40/50. Depois de observar o MAR de longe, resolvi me aproximar e na entrada reencontrei Luiz Fernando, colega da gestão de Gilberto Gil à frente do MinC, que me guiou em visita rápida.

 

Antes porém, ao admirar o MAR à distância, cheguei a conclusão que o museu mudou radicalmente a Praça Mauá, antes mesmo da inauguração do novo Porto Maravilha que vem por aí. O MAR, sem dúvida, será um dos novos polos culturais do Rio de Janeiro, valorizando o Morro da Conceição, toda a Zona Portuária e fazendo conexões com outros centros culturais, como o CCBB; a Biblioteca Nacional, na Cinelândia; e toda a Lapa.

 

Como obra de arte, o novo museu tem seu ícone: uma gigantesca superfície branca ondulada, feito com 800 toneladas de concreto, nos traz a sensação de uma grande onda em pleno ar. Essa peça começa no prédio mais novo de cinco andares e um terraçaço, onde funcionará a Escola do Olhar. De lá, a onda encobre o Palacete D. João VI, de 1916, também com cinco andares, onde fica o Complexo Expositivo do MAR. A onda tem 1,7 mil metros quadrados sustentada por 37 pilares e, em si, já é uma obra e tanto.Lá em cima, onde funcionará um restaurante, há um vão que liga os dois prédios. Bem em frente, ao alcance dos olhos dos visitantes, está sendo construído o polêmico Museu do Amanhã.

 

"Aqui de cima, olhando para a Baía de Guanabara, o visitante tem uma visão estilo "Matrix, onde você vê dentro do mesmo ângulo a Ponte Rio-Niterói e seu intenso movimento de veículos; o cais do porto com seus navios em movimento; o aeroporto Santos Dummont com aviões pousando e decolando; barcos, carros, ônibus, jato tudo ao mesmo tempo", ressalta Luiz Fernando.

No prédio mais moderno, inúmeras salas de aulas da Escola do Olhar. "Fazer essa escola funcionar bem, de forma dinâmica, é o nosso desafio. Esse também é um projeto educacional", afirma o diretor-executivo.

 

A primeira meta da instituição é receber 600 mil alunos da rede de ensino da cidade em três anos. No acervo, além das três mil obras, o MAR já possui 5 mil livros para sua biblioteca, e também 5 mil peças de memorabilia e documentos históricos sobre o Rio. Mais de 40 fundos de doadores já cederam ou vão ceder, diretamente, como pessoas jurídicas, empresas ou instituições, peças para a coleção do MAR.

 

O Complexo Expositivo está sob a responsabilidade e curadoria de Paulo Herkenhoff, diretor artístico da instituição. Ele foi diretor do Museu de Belas Artes também na gestão Gilberto Gil.

Entre as obras do Complexo há um Aleijadinho. O quinto andar é todo dedicado ao Rio de Janeiro com mais de 400 quadros que serão apresentados em diferentes ocasiões. Há salas interativas para vídeos, onde você pode, por exemplo, fazer um passeio de bonde observando os prédios da Avenida Central (atual Rio Branco), no início do século, como a sede do Clube de Engenharia e o Theatro Municipal.

 

A visita deve sempre começar no 5º andar, e à medida que se vai descendo o visitante vai se aproximando da atual arte contemporânea praticada no Rio de Janeiro, como o simbólico projeto Morrinho. Mas antes, você pode apreciar uma belíssima dama nua de Maria Martins, obras construtivistas e concretas de Lygia Clark e Hélio Oiticica.

 

Enfim, é o Rio se preparando para mostrar-se o mais lindamente possível para o mundo, durante a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. O MAR é um incentivo ao turismo museológico no Rio, o que já acontece em São Paulo.

 

Ps: o MAR foi concebido pela prefeitura do RJ e a Fundação Roberto Marinho, tem como patrocinadores as Organizações Globo, a Vale, o Ibram; com realização do Ministério da Cultura, via Lei Rouanet. 

 


Um comentário:

Dea Barbosa disse...

Lindo monumento, belo projeto. Enriquecendo ainda mais a zona portuária do Rio. Desejo uma boa gestão para Luis Fernando, que também conheci no Ministério da Cultura.