BRASIL NA COPA
Quem disse que seria fácil?
Luis Turiba
paredão, muralha, tranca-trave, aqui não entra
um goleiro com o corpo fechado é um gato preto numa encruzilhada onde a coruja dorme
é cabeçada, é bola no ângulo, é cara-a-cara, é bola no corpo
mesmo que ele pule prum lado, a bola vai bater na perna dele no outro
ou o atacante chuta pra fora: batata
não adianta: não passa nada. Nada, nada nada...nada mesmo
se um dia é do gol, outro é do goleiro
se ele está benzido por um sarava Azteca à base do carvão de um vulcão xicano; aí é que jogo vira peteca
...se passa, bola na trave
bruxalitas da nossa tribo congelaram por três vezes o nome do goleiro Ochoa no frízer das cervejas da torcida brasileira
depois da quinta defesa de gato no cio, resolveram queimar seu nome na vela de sete dias
deu em nada, quebra da banca
nem com mil chutes de Branco contra a Holanda essa bola jamais entraria naquela terça-feira
no México, em 70 do século passado, frente à Inglaterra, Pelé cabeceou a menos de um metro do gol, de cima pra baixo
a bola quicou rodou subiu rumou e goleiro Gordon Banks voou para a defesa indefensável, num dos lances mais geniais de todas as Copas
zero a zero é um placar histórico para a Seleção
empates não empatam campeonatos
aconteceram em 58, em 62 em 94
passou, venha quem venha
um Maracanã nos aguarda
tomara que estejamos em campo
e o nosso goleiro tenha um dia de Ochoa
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