quinta-feira, 22 de julho de 2010

ÁBSONO, poema para um sambista concentrado

Luis Turiba
 
 
sambo espalhafatosamente
para dentro
como quem não quer nada
 
sambo parado
no espaço do meu corpo
com minhas víceras
meus testículos
meus intestinos
minhas moléculas
minhas cartilagens
minhas células em permanente renovação rumo à morte
meu glóbulos brancos vermelhos desbotados
meus neurônios
minha aura vital
minhas correntes sanguíneas
no trânsito intenso e interno de veias e vácuos
 
sambo com meus buracos
descalço
nu como nasci
meio preso meio solto
ábsono & absorto
quase com sono
sambo meio grogue
minha apoteose
é iogue
de mãos no bolso
 
de mãos no bolso

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