FESTA DOS 50 ANOS DA ARUC TERÁ SHOW
COM DUAS GERAÇÕES DO SAMBA PORTELENSE
A Associação Recreativa e Cultural Unidos do Cruzeiro – ARUC, considerada, oficialmente, por um decreto do GDF, Patrimônio Cultural Imaterial do Distrito Federal, completa 50 anos de existência no próximo dia 21 de outubro.
Para comemorar a data em grande estilo, a maior campeã do carnaval de Brasília, com 31 títulos conquistados, vai promover uma grande festa, no dia 21 de outubro, sexta-feira, em sua quadra, no Cruzeiro Velho, a partir das 20 horas, com a participação duas gerações do samba portelense – Dorina e Marquinhos Diniz e Monarco e a Velha Guarda da Portela. É a madrinha Portela dando um brilho especial à festa de aniversário da afilhada candanga.
O show terá a participação do Grupo Luz do Samba, da cantora Dorina, que vai lançar seu novo CD, Brasileirice, do sambista Marquinhos Diniz, que serão acompanhados pelo grupo Samba do Karrapixo, com Evandro Barcellos e Makley Mattos, da Bateria Nota 10 da ARUC e de Monarco e a Velha Guarda Portela.
A festa começa às 20 horas, será realizada em área coberta e a entrada é franca, mediante a doação de 2 kg. de alimentos não perecíveis, que serão doados pela ARUC para entidades assistenciais do Cruzeiro e do Distrito Federal.
PROGRAMAÇÃO
A festa de aniversário da ARUC começa às 20 horas, com o grupo Luz do Samba, de Sobradinho, que tem sua história diretamente ligada à história da ARUC. Afinal, foi no Festival de Pagode da ARUC que o Luz do Samba ganhou projeção na cidade ao vencer uma das edições do Festival com o samba Tem que Ter Fé, de Jorginho.
Em seguida, sobe ao palco da cantora Dorina. Cantora carioca, do Irajá, criou-se junto aos blocos carnavalescos do subúrbio como os Bohêmios de Irajá. Ligada ao samba mais tradicional, lançou em 1996 seu primeiro disco, "Eu Canto Samba", que recebeu o prêmio Sharp daquele ano na categoria Revelação Samba. Já dividiu o palco com Zeca Pagodinho e Dona Ivone Lara, entre outros.
O segundo CD, "Samba.com", saiu em 2000, mais uma produção independente, desta vez com direção musical de Paulão 7 Cordas. Arregimentando experientes músicos de samba, Dorina dividiu o microfone com Dona Ivone Lara em "Se o Caminho É Meu" e continuou resgatando pérolas do samba, como "Oloan", de Wilson Moreira.
Seus outros trabalhos também foram elogiados, como o disco em homenagem a Almir Guineto, "Samba de Almir". Com ele, foi indicada ao prêmio Tim na categoria de Melhor Cantora de Samba.
No cd Samba de Fé a cantora mostra que é preciso ter fé no samba e ela tem. Traz cinco músicas inéditas - "Que Batuque É Esse" (Moacyr Luz e Sereno), "Obaxirê" (Toninho Gerais e Roque Ferreira), "Sonhava" (Riko Dorilêo e Luis Carlos da Vila), "Na Hora de Voltar" (Adilson Galvão e Adauto Magalha) e "Lindo Passado de Glória" (Mauro Diniz), homenagem à Velha Guarda da Portela.
A portelense Dorina estará lançando em Brasília o seu sétimo CD – Brasileirice, que conta com participações de músicos muito especiais e de arranjadores do naipe de Paulão 7 Cordas, tem músicas de sambistas famosos como Nei Lopes, Mauro Diniz, Luiz Carlos da Vila, Monarco, Roque Ferreira, Délcio Carvalho e Arlindo Cruz; talentos mais novos, casos de Evandro Lima, Lucas Dain e Roberto Chama; e até participações que, a princípio, não jogariam de primeira em seu time, como o carioca parisiense Ricardo Villas ou a dupla cearense Belchior/Fagner.
Depois de Dorina é a vez de outro portelense de boa cepa subir ao palco da ARUC: Marquinhos Diniz. Caçula do mestre Monarco, também faz parte da ala dos compositores da Portela.
Compôs sambas para Zeca Pagodinho (Caviar, Parabólica, Mary Lú, Conflito, Dona Esponja, Dona Encrenca, Pururuca, Preservação das Raízes, Sururu na Feira, Comunidade Carente e Sincopado Ensaboado), para Bezerra da Silva (Medo de Virar Galeto e Cobra Mandada). Gravado também por Almir Guineto, Dudu Nobre, Reynaldo, Arlindo Cruz, grupo Toque de Prima, Royce do Cavaco, Selma Rios, Grupo Sambalanço, Grupo Sob Medida, Ernesto Pires, Grupo Os meninos do Rio, Quintal do Pagodinho, Tonico Ferreira, Marquinhos de Osvaldo Cruz, Índia Zaira, Jorginho China, Gabrielzinho de Irajá e Trio Calafrio do qual faz parte com Luiz Grande e Barbeirinho do Jacarezinho.
Gravou com seu irmão Mauro Diniz um pout-pourri de autoria de seu pai (Mestre Monarco) no CD Apoteose ao samba e já atuou em shows no Domingão do Faustão, Jô Soares, Ratinho, Jorge Perlingeiro, Canecão, Carioca da Gema, Quinta do Parque, Candongueiro, Bom Sujeito, CCBB, Coisas da Antiga, Teatro Rival BR, Teatro João Caetano, Teatro Municipal Rio e Niterói, Cacique de Ramos, entre outros. Foi selecionado por Zeca Pagodinho em entrevista ao Jornal o Globo (08/06/2008) na lista dos dez maiores compositores de samba de todos os tempos.
Em novembro fará o lançamento do seu primeiro CD individual, Linha de Frente.
Em seguida, a Bateria Nota 10 da ARUC, comandada por Mestre Brannca, faz as honras da Casa, apresentando o samba-enredo da ARUC para o Carnaval 2012, com o enredo Portinari, as cores e as caras do Brasil, e preparando o ambiente para o momento mais nobre da festa.
Fechando a programação, a ARUC recebe a Velha Guarda da Portela, a mais tradicional e respeitada Velha Guarda do samba carioca.
Fundada em 1970 por Paulinho da Viola, a Velha-Guarda da Portela era composta pelos irmãos Aniceto da Portela, Mijinha e Manacéa, e ainda por Alberto Lonato, Ventura, Alvaiade, Francisco Santana, Antônio Rufino dos Reis, Alcides Dias Lopes (mais conhecido por Alcides Malandro Histórico), Armando Santos e Antônio Caetano. Neste mesmo ano de fundação da Velha-Guarda, Paulinho da Viola produziu o primeiro disco do grupo. O LP "Portela, passado de glória" foi lançado pela gravadora RGE. O LP ainda contou com a participação do violonista César de Faria, pai de Paulinho da Viola.
A Velha Guarda da Portela gravou, ainda, outros 3 discos - Doce recordação (1986), Homenagem a Paulo da Portela (1990) e Tudo Azul (2000), produzido por Marisa Monte, e tem participações especiais em todos os CDs gravados por Zeca Pagodinho, entre outros.
A Velha Guarda da Portela está completando 40 anos e se apresenta na festa da ARUC depois de retornar de uma turnê internacional, onde se apresentou na Bélgica, Holanda e França.
Considerada um dos pilares da cultura do samba da mais pura linhagem, a VGP é responsável por um precioso roteiro de músicas dos compositores. "Estamos velhos, mas ainda não morremos", canta o Hino da Velha Guarda. Fizeram parte, ao longo da sua história, grandes nomes, como Manacéa, Argemiro, Casquinha, Tia Doca, Jair do Cavaquinho, Mijinha, Alberto Lonato e outros bambas. Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho, Marisa Monte, Diogo Nogueira, Beth Carvalho e Teresa Cristina também fecham parceria e abraçam a VG.
Com o passar do tempo, a formação foi mudando, integrantes idosos foram sendo substituídos, obedecendo a um valoroso critério fundamental de manutenção das suas principais características musicais. Segundo o compositor Monarco, para ingressar na Velha Guarda é preciso "ter passado", e a escolha de novos componentes segue a tradição até hoje. "Tem que ser portelense e ter uma história na escola para 'vestir o fardão'", completa Surica.
Fonte de inspiração para livros e filme, hoje o grupo tem 10 componentes ativos em shows: as pastoras, Áurea Maria (filha de Manacéia), Tia Surica, e Neide Santana (filha de Chico Santana); os compositores Monarco e Davi do Pandeiro; e os músicos, Guaracy 7 Cordas, Serginho Procópio, Marquinhos, Timbira e Dinho. O objetivo da Velha Guarda da Portela é dar continuidade à proposta inicial, que é "não deixar morrer os sambas despretensiosos, sem intenção comercial", conta Serginho.
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