Governo acatará decisão do Conar de manter comercial de Bündchen
Secretaria pedia suspensão da campanha; Conar negou nesta quinta.
Propaganda incentiva brasileiras a usarem charme e foi alvo de críticas.
Gisele Bündchen (Foto: Reprodução)
A Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) informou em nota divulgada nesta quinta-feira (13) que não vai recorrer da decisão do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) de recomendar o arquivamento da representação que pedia a suspensão de comerciais da Hope com a modelo Gisele Bündchen.
Com a decisão, a propaganda pode continuar sendo veiculada normalmente.
A representação foi enviada pela SPM ao Conar após recebimento de reclamações de mulheres que se sentiram ofendidas com a propaganda.
A decisão do conselho do Conar teve unanimidade. Participaram da reunião cerca de 20 conselheiros. Segundo a assessoria do Conar, caso não ocorra nenhum recurso, no prazo de 5 dias, o processo será arquivado em definitivo.
Nos vídeos, Gisele aparece contando ao marido que bateu seu carro e estourou o limite do cartão de crédito. Primeiro, a modelo revela os problemas vestida com roupas e, na sequência, apenas de lingerie. A propaganda diz que a primeira maneira é errada, e a segunda, a correta. E incentiva as brasileiras a usar seu "charme".
"A Secretaria avaliou hoje (quinta-feira) que o fato do Conar ter levado a representação a julgamento em seu Conselho de Ética já representou um importante avanço", diz a nota da SPM. "A Secretaria informa também que acata a decisão do Conar e que não vai recorrer."
Campanha no ar
O Conselho de Ética do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) recomendou nesta quinta, em primeira instância, o arquivamento do pedido de suspensão da campanha da fabricante de roupas íntimas Hope, estrelada pela modelo Gisele Bündchen.
Os membros do conselho acompanharam o voto do relator, que considerou que "os estereótipos presentes na campanha são comuns à sociedade e facilmente identificados por ela, não desmerecendo a condição feminina", informou o Conar, em nota.
A representação foi aberta a partir de denúncias encaminhadas ao Conar por cerca de 40 consumidores e também pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM).
Para Carlos Eduardo Padula, diretor comercial da Hope, que participou da reunião, prevaleceu a garantia do uso do bom humor. "A decisão do Conar representa uma ratificação de que fizemos uma campanha politicamente correta. Ficou claro [para os conselheiros do Conar] que estávamos enaltecendo a sensualidade da mulher brasileira com uma pitada de humor", afirmou o executivo ao G1.
Segundo o diretor da Hope, a propaganda continuará sendo veiculada pelo menos até o dia 18 de outubro e a empresa agora avalia, inclusive, a possibilidade de realizar um novo filme para dar sequência a campanha.
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