sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

COMO SE VIRAR EM BRASÍLIA SEM SER LOBISTA PROFISSIONAL



Viagem gostosa pelos quatro cantos da capital federal

O bê-á-bá de Brasília - Dicionário de coisas e palavras da capital, do escritor e jornalista baiano Marcelo Torres, lançado há poucos dias pela Thesaurus Editora  de  Brasília, é, antes de tudo, uma viagem gostosa pelos eixos, quadras, setores, blocos, siglas e letras da capital federal.

Depois de circular pelas centenas de verbetes, os leitores vão saber quase tudo sobre a Ilha da Fantasia, as lendas de lupinóquio, os velhinhos do "Senatório" Federal, os rapazes alegres e sérios do "Gayrute", a "ceguinha" que fica lá, imóvel, na frente do STF e muitas outras coisas mais.

Hábitos de brasilienses e forasteiros, manhas de políticos e funcionários públicos, curiosidades sobre a cidade, apelidos e gírias locais e importadas mostram a capital por inteiro, em época de seca e em tempos de chuva. Brasília tem dois climas: chuva e seca.

Em Brasília não se usa buzina. Brasília é rápida, cheia de carros velozes, parece um autorama ou uma pista de corrida. Cheia de letras, números e siglas, Brasília fica fácil de ser decifrada com o dicionário de Marcelo, que revela as abreviaturas que gostam de falar por lá, tipo assim, facu (faculdade), papu (Papuda), Rodo (rodoviária), PT (perda total) e Jusça (Juscelino K.).

Brasiliense odeia palavras com mais de oito letras. Se você tiver problemas sérios judiciais ou extrajudiciais na Corte, deve procurar o Kakai, o Dr. Antônio Carlos de Almeida Castro, advogado que é chamado de Resolvedor-Geral da República. Como escreveu a Cynara Menezes na Veja, quando a casa cai, o negócio é chamar o Kakai.

Não chame Brasília de estranha, que logo os brasilienses ou os candangos vão dizer que estranha é a cidade de onde você veio, que Brasília é planejada, organizada e bonita.

Caixa Dois é o apelido do edifício Sede II da Caixa Econômica Federal, no SBS, Setor Bancário Sul, informa o dicionário, na página 24. Enfim, se você não quiser ficar no zero a zero, ser um comedor de vento ou um arroz, que só acompanha e não finaliza, é melhor você ler O bê-á-bá de Brasília.

Se você não ler, pode se tornar um mó-nada-vê, ó, vei. Pois é, leia, fique tranquilo como um grilo. Além da pesquisa e do bom humor, acho que o maior mérito do dicionário é fugir, ao menos um pouco, dos estereótipos e dos chavões.  Depois que o Bin Laden morreu, o pessoal das Tôrres Gêmeas (Congresso) respira mais aliviado. Thesaurus, 96 páginas, www.thesaurus.com.br

Jaime Cimenti | jcimenti@terra.com.br
Link para a matéria está aqui > http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=80929
 


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