quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

RECANTO ESCURO, UMA MÚSICA DE CAETANO PARA GAL QUE JÁ NASCEU CLÁSSICO

 
Eu venho de um recanto escuro 
O sol, luz perpendicular 
Do outro lado azul do muro 
Não vou saltar 
 
Eu chego às portas da cidade 
E nada procuro fazer 
Espero, nem feliz nem gaia 
Acontecer 
Não salto mas sou carregada 
Por asas que a gente não tem 
A luz não me fulmina os olhos 
Nem vejo bem 

Em breve só saio de noite 
A lua não me rasga o peito 
Cool jazz me faz feliz e só 
Não tenho jeito 

O álcool só me faz chorar 
Convidam-me a mudar o mundo 
É fácil: nem tem que pensar 
Nem ver o fundo 

O chão da prisão militar 
Meu coração um fogareiro 
Foi só fazer pose e cantar 
Presa ao dinheiro 

Mas é sempre o recanto escuro 
Só Deus sabe o duro que eu dei 
Mulher, aos prazeres, futuro 
Eu me guardei 

Coisas sagradas permanecem 
Nem o Demo as pode abalar 
Espírito é o que enfim resulta 
De corpo, alma, feitos: cantar 



Um comentário:

Lis Marina de Oliveira disse...

Essa música foi um reencontro atualizado com o Caetano que gosto tanto e adorei sua postagem! Vi o Jô na esperança de uma bela entrevista, e foi, como foi!