Guia assexuado dos blocos carnavalesco do Rio
Luis Turiba
Esse ano não vai ser igual aquele que passou. Vou me organizar melhor,
descansar mais para curtir a essência dessa experiência antropológica
transcendental que é o carnaval carioca.
Daí, ser importante fazer uma agenda das melhores opções da folia.
Afinal, são 450 blocos espalhados pelas ruas do Rio, fora as escolas
de samba e os botecos carnavalescos que funcionam 24 horas.
Então, listei aqui aqueles que são mais "família", onde podemos nos
divertir com mais sossego e discrição, fugindo dessa sexualização
banal do carnaval.
Hoje mesmo fui a dois blocos: "Imaginô agoramassa" e o "Chupa mas não
baba". Semana passada teve o "Imprensa queu gamo" e o "Enxota queu
gosto". Perdi o "Rola Preguiçosa", mas sai no "Calma, calma, sua
piranha".
Amanhã as opções são muitas, todas bastante educativas. O dia começa
com o "Vem ni mim que sou facinha" e o "Só o cume me interessa". À
tarde, sai o bloco do Wando com farta distribuição de calcinhas que é
o "Fogo e Paixão na Xana". Logo em seguida, tem o "Bagunça meu
coreto", o "Balanço do Pinto" e o "Butano na Bureta".
É duro ser folião numa cidade tão eclética. O que fazer quando num
sábado de carnaval você pode escolher onde brincar: "Já comi pior
pagando", "Pinto na perereca", "É pequeno mas cresce" ou "Vem pra cá
me dá".
No dia seguinte tem o "Sacode que cresce", "Rola preguiçosa", "Pinto
sarado", "Perereca Imperial" ou o "Se não quiser me dá, empresta".
Cada um desses blocos tem suas próprias baterias, fantasias e sambas
enredos que contam e cantam inocentes histórias dos bairros e das
comunidades. Nem sempre dá pra aprender todos os sambas, é verdade,
mas na quarta-feira de cinzas, ao se preparar para voltar ao trabalho
e finalmente começar o ano, é bom lembrar de um bloco que nunca deixe
de sair: "O negócio ta feio e teu nome tá no meio."
Bom carnaval.
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Ou a gente se Raoni
Ou a gente se Sting
Luis Turiba
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