terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

SÃO CLEMENTE CRIA "BROADWAY BRASILEIRA" E DÁ SHOW NA SAPUCAÍ

Escola busca se manter no Grupo Especial do carnaval do Rio.

Desfile viajou por musicais como 'Cats' até a 'Ópera do Malandro'.

Do G1,

Uma mistura de Broadway com Brasil encheu de musicais famosos e
queridos pelo público o início da segunda noite de desfiles do Grupo
Especial no Rio de Janeiro.

Com o enredo "Uma Aventura Musical na Sapucaí", a escola de samba São
Clemente apostou suas fichas na viagem musical por peças que vão de
"Cats" à "Ópera do malandro" para provar que merece permanecer entre
as escolas da elite do samba carioca. Sucessos como "A Bela e a Fera",
"A Noviça Rebelde", "My Fair Lady" e "Cabaré" também foram lembrados
no desfile idealizado pelo carnavalesco Fabio Ricardo, o Fabinho.

Depois de alguns anos subindo e descendo do Grupo Especial ao Grupo de
Acesso, a escola conseguiu em 2011 se manter entre as principais deste
ano. Para afastar de vez o fantasma do rebaixamento, a São Clemente
levou para a Avenida cerca de 3,3 mil componentes, divididos em 34
alas e sete carros alegóricos. A São Clemente fechou a apresentação
com 1h17.

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VÍDEOS DO DESFILE
Elementos do universo do teatro estiveram presentes em todo o desfile.
A bateria trouxe também violinistas, que brilharam em solos executados
durante as "paradinhas" dos 250 ritmistas, que animaram o público. O
grupo é comandado pelos mestres Gilberto Almeida e Caliquinho, que
usam apenas gestos e não os tradicionais apitos para se comunicar com
os músicos.


Musa da São Clemente representou fada.
(Foto: AFP)O contagiante samba da escola foi puxado pelo jovem Igor
Sorriso, 24 anos, considerado o "menino prodígio" do samba. "Vai
comigo, São Clemente!", foi o grito que anunciou a entrada da
agremiação da Zona Sul do Rio.

A comissão de frente da São Clemente trouxe os Saltimbancos, que
chegaram saudando o público em carroças para dar boas-vindas ao teatro
musical brasileiro. Além da dança, eles tiveram seus momentos de
"estátua viva" em cima de um tabuleiro durante a apresentação.

A coreografia é assinada por Cláudia Mota, que tem longa carreira como
primeira bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e conhece
bem o ambiente apresentado pela agremiação: já atuou em musicais como
"A Megera Domada", "O Lago dos Cisnes" e "Romeu e Julieta". No
carnaval, ela foi assistente nas comissões de frente da Unidos do
Viradouro e Unidos da Tijuca.

O carro abre-alas fez uma homenagem ao teatro musical brasileiro, e
trouxe para a Passarela do Samba 50 balões em preto e branco, as cores
da escola, além de lustres e candelabros.

O primeiro casal de Mestre-sala e Porta Bandeira foram Bira, 29 anos,
e Denadir, 35, representaram o espetáculo "O Fantasma da Ópera".
Monique e Anderson, o segundo casal, impressionaram pela
caracterização: eles eram, respectivamente, Bela e Fera, em um
figurino e maquiagem caprichados em cada detalhe.

Além de retratar o teatro musical brasileiro de Chiquinha Gonzaga e
Arthur Azevedo, a obra de Chico Buarque foi lembrada várias vezes ao
longo da apresentação da escola. O quarto carro da São Clemente,
chamado de "Roda Viva", foi uma homenagem ao primeiro trabalho do
compositor no teatro, que virou símbolo de resistência contra a
ditadura militar.

Na saída da bateria, houve um princípio de briga entre integrantes da
escola com seguranças da Sapucaí. Nenhum problema maior foi
registrado.

O carro "Nossa Time Square Brasileira", sexto a entrar na Avenida,
mostrou a chegada das adaptações de grandes peças da Broadway para o
Brasil.

A última alegoria da escola foi o carro chamado de "Gran Finale",
representando o maior musical do mundo: o desfile das escolas de samba
que, segundo o carnavalesco da São Clemente, funciona como janelas
para o imaginário do povo.

Outra novidade que chamou a atenção do público foi uma mulata
"gigante" inflável, que flutuou pela Sapucaí presa por fios de nylon.

A atriz e diretora Bibi Ferreira, que completa 90 anos em 2012, não
desfilou pela São Clemente como era previsto. Segundo o presidente da
escola, Renato Almeida Gomes, ela foi aconselhada pelos médicos a não
entrar na Avenida. O plano era que ela desfilasse em um calhambeque,
mesmo que levou o escritor, pesquisador, compositor e jornalista
Sérgio Cabral, de 74 anos, que saiu como destaque.

O ator Eduardo Galvão também defendeu a escola.

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