sábado, 31 de março de 2012

RESA PARTIU, MAS DEIXOU AS PARTITURAS

> Faleceu hoje (31) o poeta-designer Luis Eduardo Resende, o Resa; um dos editores da revista experimental BRIC-A-BRAC.
>
> Resa tinha 56 anos e há quatro anos lutava contra um câncer no fígado,
> que acabou lhe vencendo. Deixa dois filhos e um legado cultural
> importantíssimopara Brasília e para a Poesia Brasileira.
>
> Seu corpo será cremado na segunda-feira e o velório será nesse domingo, em
> sua própria casa, no Lago Norte - QI 14, conjunto 5, casa 3, com muito
> samba e rock and roll, conforme sua última recomendação
>
> Mais informações pelo telefone 61-3340-9453 ou no facebook Luis Turiba
>
>
> A ELE, DEDICO ESSE POEMA DE SIERGUÉI IESSIÊNIN, tradução de Augusto de Campos
>
> "Até logo, até logo, companheiro
> Guardo-te no meu peito e te asseguro
> O nosso afastamento passageiro
> É sinal de um encontro no futuro
>
> Adeus, amigo, sem mãos nem palavras
> Não faças um sobrolho pensativo
> Se morrer, nesta vida, não é novo,
> Tampouco há novidade em estar vivo!
>

sexta-feira, 30 de março de 2012

ENGENHEIROS APOIAM COMISSÃO DA VERDADE

FOI LANÇADO ONTEM, NO CLUBE DE ENGENHARIA, POR UM GRUPO DE PROFISSIONAIS DO SETOR, O MANIFESTO DOS ENGENHEIROS PELA COMISSÃO DA VERDADE

01 – Nós, Engenheiros, consideramos que o funcionamento da Comissão da Verdade não ignora nem conflita com a Lei da Anistia e tampouco significa qualquer revanchismo. Pelo contrário, são complementares. Por um lado, faz avançar a construção da Democracia em nosso País, pois ilumina e areja o passado, buscando conhecer e compreender um período importante de nossa História. Por outro, pode esclarecer paradeiros e destinos de entes queridos, que muitas famílias até hoje desconhecem.

02 – Além disso, ele fortalece as Forças Armadas, permitindo que as novas gerações da hierarquia militar não se solidarizem com processos política e moralmente distorcidos, nem se reconheçam capazes de praticar ações espúrias e hediondas que só desonram e envergonham suas organizações. Esse fortalecimento, da Democracia brasileira e de nossas Forças Armadas, é imprescindível ao enfrentamento dos desafios que se nos apresentam neste início do Século XXI.

03 – De fato, necessitamos construir, nas próximas décadas, uma grande Nação democrática em que a iniqüidade seja superada e todos que aqui vivam tenham plena capacidade de exercer sua cidadania, onde a paz social e a segurança pública sejam alcançadas e o desenvolvimento sustentável e sustentado encontre seu curso. Uma Nação respeitada e um Estado plenamente soberano, com os meios necessários à garantia da segurança de suas fronteiras, de seus mares, de seu espaço aéreo e de suas infra-estruturas críticas, contra ameaças transnacionais difusas, que seja capaz de dissuadir qualquer Estado imperialista que pretenda limitar a autodeterminação, a segurança econômica, o desenvolvimento, a cultura, a dimensão territorial e a Unidade Nacional de nosso País.
 
04 - Nenhum país desenvolvido respeita o país que não olha pelos seus pobres, nenhum! ... e tampouco, respeita aquele que não olha pela sua História ! Não se pode ser pacífico sem ser forte.

05 – Nós, Engenheiros, temos o direito de conhecer toda a verdade sobre o desaparecimento de muitos de nós que tombaram em defesa da democracia, como é o caso do Engenheiro Rubens Paiva.



FERREIRA GULLAR RECEBE O PRÊMIO MOACYR SCLIAR

OFF PRICE

Ferreira Gullar

Que a sorte me livre do mercado
e que me deixe
continuar fazendo (sem o saber)
fora do esquema
meu poema
inesperado
e que eu possa
cada vez mais desaprender
de pensar o pensado
e assim poder
reinventar o certo pelo errado
Esse poema do livro "Em alguma parte alguma", de Ferreira Gullar, foi
lembrado ontem à noite (29) na cerimônia de entrega do Prêmio Moacyr
Scliar ao poeta maranhense pela viúva do escritor gaúcho, Judith
Scliar. A cerimônia foi realizada na Biblioteca Nacional, na
Cinelândia, centro do Rio de Janeiro, com a presença do governador
Tarso Genro, que também recitou um verso de Gullar antes de lhe
entregar o troféu: "introduza na poesia a palavra diarréia."
--
Ou a gente se Raoni
Ou a gente se Sting
Luis Turiba

quinta-feira, 29 de março de 2012

BRASÍLIA BUSCA CAMINHOS PARA PROGRAMA DE CULTURA

SECRETARIA DE CULTURA E CÂMARA LEGISLATIVA DO DF PROMOVEM CONSULTA
PÚBLICA PARA DEBATER A CRIAÇÃO DO PLANO E DO SISTEMA DE CULTURA DO DF

O secretário de cultura do DF, Hamilton Pereira, apresentou, nesta
terça-feira (27/03), na Comissão de Educação, Saúde e Cultura da
Câmara Legislativa do Distrito Federal a proposta para criação do
Sistema de Cultura do DF.

Considerando que a cultura é um direito social básico e que é função
do Estado atuar como fomentador cultural, a proposta prevê que o
Sistema de Cultura do DF será coordenado pela Secretaria de Cultura do
DF e composto por:

- Instâncias de articulação, pactuação e deliberação como: Conselho de
Políticas Culturais do Distrito Federal, Conselho de Fomento à Cultura
do Distrito Federal, e Conselhos Regionais de Cultura (CRCs), entre
outros;

- Instrumentos de gestão como: Plano Decenal de Cultura do DF (PDCDF),
Sistema de Financiamento à Cultura do DF (SFCDF), e Plano de
Preservação e Valorização do Patrimônio (PPVP), entre outros;

- Sistemas Setoriais de Cultura como: Sistema de Patrimônio Cultural
do DF e Sistema de Museus do DF, entre outros.

Para que a proposta seja aprovada, a Secretaria de Cultura propôs à
CLDF a realização de audiências públicas com a participação da
sociedade, representada pelos movimentos culturais e pelos Conselhos
Regionais de Cultura (CRCs).

Serão sete audiências públicas entre os dias 17 de abril e 05 de junho
de 2012. Entre os pontos a serem debatidos estão o Sistema de
Financiamento da Cultura (FAC, Lei de Incentivo, Orçamento, Emendas
etc.); Sistema de Formação na Área de Cultura; Conselhos de Cultura; e
Planos Distrital, Regionais e Setoriais de Cultura.

Após os debates, a Secretaria de Cultura e a CLDF vão elaborar, no
período de 06 de junho a 15 de julho de 2012, um texto base do Projeto
de Lei de criação do Sistema e do Plano de Cultura do DF. Após
aprovado pelo jurídico, o texto será entregue ao governador Agnelo
Queiroz, que o encaminhará para votação na Câmara Legislativa do
Distrito Federal.


Mais informações:

www.cultura.df.gov.br
Nelson Gilles
Coordenador de Participação Popular – Secult/DF
9962 6860 / 3325 2058


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Luis Turiba

quarta-feira, 28 de março de 2012

QUEREM DERRUBAR A MINISTRA ANA DE HOLLANDA. DILMA DIZ QUE ELA "FICA"

Gestão de Ana de Hollanda é desastre, afirma ex-ministro

Juca Ferreira rompe silêncio e critica ruptura de políticas culturais iniciadas no governo Lula

Baiano diz que, se chamado, assinaria manifesto da classe cultural que critica o atual ministério


DE SÃO PAULO

Para Juca Ferreira, a gestão atual do MinC vai na contramão da continuidade entre os governos Lula e Dilma.

Questionado se Ana de Hollanda não executa a política da presidente, ele disse que "ainda é cedo" para falar isso, mas vê "dissintonia".

Leia trechos da entrevista.



Adriano Vizoni/Folhapress
O ex-ministro da Cultura Juca Ferreira, em passagem por SP

MATHEUS MAGENTA
ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
DE SÃO PAULO

"Acho que é um desastre." Foi assim que o ex-ministro da Cultura Juca Ferreira (2008-2010) definiu, em entrevista àFolha, a gestão da sucessora Ana de Hollanda.

Ferreira se manifesta no momento em que circulam na internet dois manifestos com críticas à pasta sob Ana de Hollanda, assinados pela atriz Fernanda Montenegro e pela filósofa Marilena Chauí, entre outros. "Se me chamassem, eu assinaria."

Procurada anteontem à noite, a assessoria da ministra disse que não poderia responder às críticas a tempo.

O ex-ministro diz ter "elegância acima da média e silêncio obsequioso com todas as diferenças programáticas" entre a sua gestão e a atual.

Isso não impediu que, ao longo de uma hora de conversa, Ferreira afirmasse haver críticas "em quantidade e qualidade" suficientes para constatar "retrocesso" e "ruptura" na passagem de bastão.

Ferreira foi, entre 2003 e 2008, secretário do então ministro Gilberto Gil. Com a saída do músico, assumiu o Ministério da Cultura (MinC).

Em oito anos, se viu às voltas com polêmicas na Lei Rouanet e na Ancinav, agência do audiovisual considerada autoritária.

Desapegar do cargo não foi fácil. Queria ter ficado na pasta? "Não dá para negar isso."

Até comprar briga com o PV ele comprou. Em 2010, após 23 anos de militância, se desligou da sigla -que requeria mais espaço no MinC.

No dia 2 de fevereiro, na festa para Iemanjá, filiou-se ao PT da Bahia. Na ocasião, circulava a brincadeira da "melancia": verde por fora, vermelha por dentro.

Hoje, mora na Espanha com a família, onde trabalha na Secretaria Geral Ibero-Americana, órgão da Cúpula Ibero-Americana de chefes de Estado e de governo, que reúne 22 países, Brasil incluso.

Juca veio a São Paulo para um ciclo de debates na Livraria Cultura, que começou ontem e vai até sexta-feira.

Recentemente, o sr. falou a um blog que estaria mentindo se dissesse que estava contente com a atual gestão do MinC.
Eu acho que é um desastre. Isso é o que eu posso dizer porque já comentei num artigo de Idelber [Avelar, blogueiro e professor da Universidade Tulane, nos EUA].

Por que é um desastre?
É fácil constatar isso. É óbvio que há um retrocesso, um desinvestimento, a desestruturação de uma frente de trabalho importante. Não vi argumento sustentável que justifique o retrocesso do programa Pontos de Cultura.

A gestão atual do MinC apontou irregularidades nos editais desse programa lançados durante as gestões anteriores.
Não é verdade. Há gente contestando isso na Justiça. Quando não há boa vontade, e num Estado com pouco controle social como o Brasil, você faz e diz o que quiser.

Por que há insatisfação com a gestão atual?
Porque, apesar de ser um governo de continuidade, houve uma ruptura inexplicável na área cultural. Há uma perda do que foi investido, das conquistas realizadas. Fui andar na rua em Salvador e vi pessoas pedindo: "salve os pontos de cultura".

O sr. acompanha a tramitação no Congresso da reforma da Lei Rouanet? Dizem que ela foi desvirtuada.
Porque recuperaram a proposta dos 100% [de isenção fiscal para financiadores privados, que não teriam de investir verba própria]. Isso já desvirtua [a reforma]. Mantém uma excrecência.

Produtores culturais alegam que a proposta da sua gestão, de obrigar empresas a investirem recursos próprios, afastaria os financiadores.
Se afastasse, não teria perda nenhuma, já que é 100% de dinheiro público. Estudei no colégio primário que zero menos zero é igual a zero. Mas não haveria isso, os maiores financiadores nos apoiaram.

O sr. critica a falta de regulação do Ecad (que arrecada e distribui direitos autorais). Por que não mudou isso?
Porque não se recria [um sistema] facilmente. Vê a guerra que está agora. A transparência e a fiscalização do Ecad por um órgão são necessárias para garantir direitos dos artistas.

Há um dualismo no debate que coloca a gestão da Ana como pró-Ecad e as gestões Gil/Juca como frouxas na defesa dos direitos autorais.
A internet veio para ficar. Não se pode colocar o direito do autor em contradição com o de acesso à cultura. Tem que buscar harmonização.



--
Virgílio Alencar
Coordenador do Centro Cultural República do Cerrado
(62) 3645.6138 - (62) 8189.6336 - (62) 8531.6872 - (62) 9934.4938 - (62) 9190.8695
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"Software Livre: não é pelo dinheiro. É uma questão de consciência."

MORRE NO RIO O ESCRITOR MILLOR FERNANDES

Escritor morreu em casa, em Ipanema, na Zona Sul do Rio.
Ele teve falência múltipla dos órgãos, segundo filho.

Do G1 RJ

 
O escritor Millôr Fernandes durante entrevista em seu escritório, em Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro (Foto: Marcos de Paula / AE)Millôr Fernandes em foto tirada em setembro de 2007 no Rio de Janeiro (Foto: Marcos de Paula / AE)

O escritor carioca Millôr Fernandes morreu, às 21h desta terça-feira (27), em casa, no bairro de Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Segundo Ivan Fernandes, filho do escritor, ele teve falência múltipla dos órgãos e parada cardíaca. Millôr tinha dois filhos, Ivan e Paula, e um neto, Gabriel. Ele foi casado com Wanda Rubino Fernandes. De acordo com sua certidão, Millôr nasceu no dia 27 de maio de 1924, embora ele dissesse que a data correta era 16 de agosto do ano anterior.

De acordo com a família, o velório está marcado para esta quinta-feira (29), das 10h às 15h, no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Portuária do Rio. Em seguida, o corpo será cremado numa cerimônia só para a família.

Em 2011, o escritor chegou a ser internado duas vezes na Casa de Saúde São José, no Humaitá, Zona Sul. Na época, a assessoria do hospital não detalhou o motivo da internação a pedido da família.

Nascido no bairro do Méier, Millôr sempre fez piada em relação ao seu registro de nascimento. Costumava brincar que percebeu somente aos 17 anos que o seu nome havia sido escrito errado na certidão: onde deveria estar Milton, leu "Millôr" (o corte da letra "t" confundia-se com um acento circunflexo, e o "n" com um "r"). Seja como for, gostou do novo nome e o adotaria a partir de então. "Milton nunca foi uma boa escolha", comentaria anos mais tarde, durante uma entrevista. A data de nascimento também não estaria correta: em vez de 27 de maio de 1924, ele teria nascido em 16 de agosto do ano anterior.

Desenhista, tradutor, jornalista, roteirista de cinema e dramaturgo, Millôr foi um raro artista que obteve grande sucesso, de crítica e público, em todas as áreas em que se atreveu trabalhar. Ele, que se autodefinia um "escritor sem estilo", começou no jornalismo em 1938, aos 15 anos, como contínuo e repaginador de "O Cruzeiro", então uma pequena revista. Ele retornou à publicação em 1943 ao lado de Frederico Chateaubriand e a tornou um sucesso comercial. Lá, criou a famosa coluna "Pif-Paf", que também teria desenhos seus.

Em 1948, viajou para os Estados Unidos e conheceu Walt Disney. "Nessa época eu ainda acreditava que Disney sabia desenhar. Só mais tarde, lendo sua biografia, aprendi que até aquela assinatura bacana com que ele autentica os desenhos é criação da equipe", provoca, na autobiografia que escreveu em seu site. No ano seguinte, Millôr assinou seu primeiro roteiro cinematográfico, "Modelo 19", e já foi logo agraciado com o Prêmio Governador do Estado de São Paulo, criado na década seguinte.

O início dos anos 50 seria importante na vida do autor, tanto pessoal quanto profissionalmente. Na companhia do também escritor Fernando Sabino, fez uma viagem de carro pelo Brasil, com duração de 45 dias. Em 1952, seria a vez da Europa, por onde permaneceria quatro meses. Um ano depois, veria a estreia de sua primeira peça de teatro, "Uma mulher em três atos", no Teatro Brasileiro de Comédia, em São Paulo.

E foi no teatro, como dramaturgo, que Millôr mais colecionou prêmios. Como em "Um elefante no caos", em 1960. Anos depois, diria em seu site: "Foi transformada num excelente espetáculo pela genial direção de João Bittencourt. Uma das poucas vezes que um diretor melhorou um trabalho meu".

Também no teatro foi um tradutor prolífico e importante. Clássicos como "Rei Lear", de William Shakespeare, a moderna "As lágrimasaAmargas de Petra von Kant", de Fassbinder, ou o musical Chorus Line, de James Kirkwood e Nicholas Dante, chegaram aos palcos brasileiros através de suas mãos. "Ao traduzir é preciso ter todo o rigor e nenhum respeito pelo original", diria em uma entrevista.

Roteirista
Como roteirista, escreveu mais de uma dezena de texto, dentre eles o longa "Terra estrangeira", e "Memórias de um sargento de milícias", adaptação da obra de José Manuel de Macedo produzida pela Rede Globo de Televisão. Também roterizou espetáculos musicais, como o musical "Liberdade liberdade", escrito em parceria com Flávio Rangel, e "Do fundo do azul do mundo", ao lado de Elizeth Cardoso e do Zimbo Trio.

Recebeu uma homenagem durante o carnaval carioca de 1983, quando foi samba-enredo da Escola de Samba Acadêmicos do Sossego, de Niterói (RJ). Millôr, inclusive, compareceu ao desfile.

Dentre os veículos de imprensa, colaborou ainda com artigos e crônicas nos jornais "O Correio Brasiliense", "Jornal do Brasil", "O Estado de São Paulo", "O Diário Popular", "Correio da Manhã", "O Dia", "Folha da Manhã" e "Diário da Noite". Para internet, criou o site "Millôr Online", sobre o qual diria posteriormente: "Se eu soubesse o que atrai tanta gente, nunca mais faria de novo".
E, como bom roteirista, ainda escreveria sobre a própria vida: "Meu destino não passa pelo poder, pela religião, por qualquer dessas entidades idiotas. Meu script é original, fui eu quem fez. Por isso não morro no fim".

Seu perfil no Twitter já contava com mais de 285 mil seguidores.

FERNANDA MONTENEGO: ESSA É PRA SE OUVIR NO RÁDIO

Fernanda Montenegro na Rádio MEC FM

O programa Kinoscope, da Rádio MEC FM (98,9 MHz), apresenta nesta quinta-feira (29), a partir das 22h, a primeira, de uma série de três entrevistas, com Fernanda Montenegro.

Na pauta a Nouvelle Vague e a música de Georges Delerue, célebre compositor do cinema europeu, autor de trilhas de filmes como Jules et Jim e Noite Americana, de François Truffaut. Entre outros destaques, o relato da atriz sobre suas emoções ao assistir os primeiros filmes da Nouvelle Vague.

Os programas seguintes serão transmitidos nos dias 5 e 12 de abril, no mesmo horário. Kinoscope tem produção e apresentação de Fabiano Canosa.



 

sábado, 24 de março de 2012

REFLEXÃO EM PRETO E BRANCO SOBRE A MORTE DE CHICO ANÍSIO

 CHICO ANÍSIO, O CHAPLIN BRASILEIRO
Luis Turiba
Hoje foi um dia enfadonho, chato e triste que só poderia terminar com
uma chuva de lágrimas. Dia de se despedir de Chico Anísio, esse genial
brasileiro que nasceu e cresceu junto com a televisão em nosso país e
soube colocar em prática a máxima de Oswald de Andrade: "a alegria é a
prova dos noves". Como milhares de cariocas, também fui me despedir
dele no Theatro Municipal.
Ao me postar perante o corpo daquele ancião de cabelos brancos e
feições tranqüila de missão cumprida, em questão de segundos me passou
à mente um breve filme (quase um clipe) sobre minha feliz infância ao
lado de meus pais e minha irmã em subúrbios do Rio de Janeiro. Já não
me lembro bem se foi na Rua Dona Claudina, o Méier; ou Heráclito
Graças, no Lins. Papai tinha um bom emprego e pode comprar uma
televisão. Ali, naquela sala de jantar familiar da nossa casa de vila,
começamos a assistir inúmeros programas antes ou depois do Repórter
Esso: "Chico City", desse não dá pra esquecer.
Ao nos deixar convivendo com a extraordinária galeria de seus 209
personagens, um dos mais fantásticos e fiéis painéis da sociedade
brasileira nesses últimos 50 anos – material esse que será um dia Tese
de Mestrado e orgulho para antropológicas academias -, Chico Anísio
nos empurrou, a todos, num túnel do tempo em preto e branco. Para além
do aspecto artístico, cultural e sociológico da sua atuação na TV
brasileira, a morte de Chico Anísio despertou na gente um saudosismo
de não sei o quê, uma nostalgia inexplicável, uma saudade tipo
papai-mamãe.
Chico Anísio sempre teve um espaço nobre na televisão. Além de
programas próprios, foi cronista do Fantástico e lançou, por
intermédio da Escolinha do Professor Raimundo, toda uma nova geração
de artistas e humoristas. Mas também resgatou comediantes que estavam
no esquecimento. Todos são unânimes em afirmar que ele era um cara
generoso que olhava o passado com visão de futuro. Ou vice-versa?
Foi moderno e tropicalista quando se transvestiu de Bahiano e seus
Novos Caetanos; desafiou ditadores com a Velhinha Gaúcha que
conversava com o ex-presidente João Batista Figueiredo. O que dizer de
Bento Carneiro, o vampiro brasileiro; o pai de santo baiano Painho,; o
marrento Alberto Roberto , o gay Enrustido e o atualíssimo político
corrupto Justo Veríssimo, personagem que parece ter nascido nos
currais da política nacional.
Foram mais de 60 anos de dedicação à criação, ao riso e as hilárias
tiradas e bordões que retratavam a vida brasileira em todos os seus
ângulos. Erraram feio os que apostaram que seu humor havia ficado
velho e superado. Enquanto teve força e saúde, Chico Anísio aprontou
e jamais pensou em aposentadoria. Sonhou até que morreria trabalhando
no Projac. Agora que partiu, sua galera se sentirá em liberdade, como
um Chaplin de um filme mudo, para povoar a imaginação do mestiço povo
brasileiro. A identificação é total, a começar pelo bolso, pois o
"salário...ó."
--
Ou a gente se Raoni
Ou a gente se Sting
Luis Turiba

sexta-feira, 23 de março de 2012

CHICO ANÍSIO FEZ O HUMOR DO NOSSO TEMPO. ELE É ETERNO!

*ESTAMOS RINDO DE QUE?*


A morte de Chico Anysio encerra simbolicamente um ciclo histórico do
humorismo brasileiro. A rigor, Chico representa o tempo em que havia
humoristas no Brasil. Acabou, podem fechar o caixão.

O que restou espalhado por aí é de chorar. E pensar que José Vasconcelos,
Ronald Golias e Juca Chaves eram considerados pornográficos e vulgares.
Tristeza não tem fim, felicidade sim.

Após as homenagens justas e veríssimas ao professor Raimundo, sobrará o
Renato Aragão que, convenhamos, é outro tipo de palhaço, bem menos virtuoso.
Vai ficar cada dia mais sem graça. Estamos rindo do que, afinal? Dos
playboizinhos do CQC e Pânico? Ou das ridículas patrulhas ideológicas
politicamente corretas ainda mais mal-humoradas?

Esses neuróticos que se acham engraçados sendo racistas, homofóbicos,
machistas e misóginos deviam rever os quadros do Chico Anysio com negros,
gays e mulheres. Sugiro que assistam ajoelhados.

Sapeca, Chico Anysio resolveu morrer às vésperas de um evento anual chamado
Risadaria, que reúne em São Paulo um amontoado de artistas desesperados por
arrancar alguma risada da inadvertida plateia. (*Marco Antônio Araújo* - R7
- *Caricaturas:* João de Deus *Netto* - Jenipaponews)

TOCA RAAUUUUUUULLLLLLLLLLLLLLLL - UM FILME IMPERDÍVEL


"-Faze o que tu queres,
Há de ser tudo da lei"

"Raul – o início, o fim e o meio", filme-documentário de Walter Carvalho, que estreiou hoje nacionalmente, tem perfil para se tornar um filme Cult, desses que são permanentemente assistidos por milhares e milhares de pessoas que amam e cultuam a música de Raul Seixas. Afinal, suas músicas fizeram sucesso do Fantástico, na Globo, ao garimpo de Serra Pelada.
 
Hoje, uma hora antes do Cine Odeon abrir, cerca de 50 pessoas já estavam na fila. Assisti ao documentário no Festival de Cinema do Rio, em dezembro. Na ocasião, no final da apresentação de quase duas horas, o público que lotou o Cine Odeon, na Cinelândia, aplaudiu calorosamente de pé a obra aos gritos de "Toca Raul", "Viva Raul". Caetano Veloso e Patrícia Pilar estavam entre os que vibraram.
Walter Carvalho, irmão mais novo de Vladimir Carvalho, acertou à mão. Levou perto de quatro anos para fazer o filme: dois filmando e quase dois montando. Mas conseguiu reunir com riqueza de detalhes tudo que se tinha sobre o roqueiro baiano.
Depoimentos riquíssimos sobre o autor de Gita, Ouro de Tolo, Metamorfose Ambulante, Mosca na Sopa e o eterno Maluco Beleza, foram colhidos por parceiros, parentes, amigos, ex-mulheres.
Falas como as do escritor Paulo Coelho, parceiro de Raul; do jornalista Nelson Mota, Caetano Veloso, Tom Zé e Marcelo Nova; além de
todas as cinco ex-mulheres do cantor, especialmente o dramático e verdadeiro depoimento de Lena Coutinho, sua última viúva, que confessa ter perdido a batalha (e Raul) para as drogas.
"Raul" estreiou agora atraindo esse povão apaixonado pelo seu canto, suas lições, mensagens e ensinamentos. Assim, o Festival de Cinema do Rio, que começou com o mito do espanhol Almodóvar, terminou com outro mito, o inventor do rock brasileiro, o baiano fã de Luiz Gonzaga e Elvis Presley, Raul Seixas. E todo o cinema, com lágrimas nos olhos, cantou "Rauuuuuuulllllll", um filme que não dá pra perder.
 

DOCUMENTÁRIO RECONSTITUI A TRAJETÓRIA DE RAUL SEIXAS

(Reuters) - Cada país tem o seu Elvis Presley. O do Brasil, sem dúvida, é Raul Seixas (1945-1989). O cantor e compositor baiano, aliás, adorava Elvis. Foi seu ídolo de infância, chegando a fundar em Salvador um certo Elvis Rock Club junto com o amigo Waldir Serrão.

Esta ligação e outras estão no documentário "Raul: o Início, o Fim e o Meio", em que o diretor Walter Carvalho ("Cazuza - O Tempo Não Para", "Budapeste") procura dar conta do mito e do homem Raul - um dos ídolos da música nacional que mais tem provocado um culto póstumo em torno de si, seguindo, nisso também, a saga de Elvis.

Baiano como os tropicalistas Caetano Veloso, Gilberto Gil e Tom Zé, Seixas mostrou-se mais anárquico e radical do que eles. Misturou rock com baião no primeiro grande sucesso, "Let me Sing, Let me Sing", que estourou no Festival Internacional da Canção em 1972, traduzindo nessa canção uma outra influência, de Luiz Gonzaga.

Guiado por intuição e rigor, Walter Carvalho reconstitui a trajetória explosiva de Raul, que encontra no escritor Paulo Coelho um parceiro de drogas, satanismo e sucessos como "Há Dez Mil Anos Atrás" e "Sociedade Alternativa" - esta última, valendo aos dois problemas com a ditadura militar da época, que enxergou nela uma mensagem política e, por isso, os prendeu, torturou e mandou ao exílio nos EUA.

Pouco depois, o sucesso de seu disco "Gita" - que vendeu 600.000 cópias - traz Raul e Paulo Coelho de volta ao Brasil. Hoje um bem-sucedido autor internacional de romances de tempero místico, Coelho tem uma das mais saborosas participações no documentário, numa entrevista em que, em sua suntuosa casa, na Suíça, uma mosca faz uma surpreendente aparição, permitindo lembrar outra famosa música de Raul, "A Mosca na Sopa".

Com segurança, Carvalho costura depoimentos do irmão, de quatro das cinco ex-companheiras do cantor (a primeira, Edith, só participa por meio de uma carta, lida pela filha dos dois, Simone), de suas três filhas e de um neto, além de outros parceiros, como Cláudio Roberto, fãs e admiradores como Caetano Veloso, Tomzé e Marcelo Nova.

Assim, constrói um panorama de uma vida curta, intensa e tumultuada, pontuada por alcoolismo, drogas, conflitos, mas não perde de vista a energia criativa do cantor e compositor, autor de hinos da contracultura, como "Metamorfose Ambulante".

Um grande tesouro do filme está no material de arquivo, proveniente de particulares, parentes, amigos, emissoras de tevê, contando inclusive com algumas imagens inéditas - o que consumiu cerca de 25 por cento do orçamento total do filme (2,4 milhões de reais), para pagamento de direitos.

Valeu a pena. Nada mais eloquente sobre Raul do que ele mesmo. E trechos de filmes, como "Balada Sangrenta" (58), de Michael Curtiz, que mostra o jovem Elvis Presley no auge, e "Sem Destino" (69), de Dennis Hopper, fecham a moldura da época que o cantor viveu tão intensamente. (Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

quinta-feira, 22 de março de 2012

PRESOS NAZISTAS QUE ATACARIAM NEGROS, MULHERES E GAYS

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Secretaria de Direitos Humanos

NOTA PÚBLICA


A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR)
parabeniza a Polícia Federal (PF) pela prisão de E.E.R. e M.V.S.M,
acusados de alimentarem um site com mensagens de apologia de crimes
graves e da violência, sobretudo contra mulheres, negros,
homossexuais, nordestinos e judeus, além da incitação do abuso sexual
de menores.

A operação "Intolerância", da Polícia Federal, que levou à prisão dos
acusados, é oriunda de denúncias oferecidas pela Ouvidoria Nacional
dos Direitos Humanos e do Conselho Nacional LGBT, por meio do Disque
Direitos Humanos - Disque 100.

Este caso emblemático reforça a importância da ampla divulgação da
central Disque 100, para que o Estado, a partir do olhar atento da
sociedade, da Justiça e dos órgãos de segurança pública, possam
identificar e combater crimes semelhantes a este em todo o território
nacional.

Brasília, 22 de março de 2012.

Maria do Rosário Nunes

Ministra chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República

sitio: www.direitoshumanos.gov.br<http://www.direitoshumanos.gov.br>

[cid:image002.jpg@01CD0851.43517F00]

Ou a gente se Raoni
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Luis Turiba

quarta-feira, 21 de março de 2012

10 POEMAS DE AMOR - APRESENTAÇÃO

Luis Turiba

"Qualquer poema bom provém do amor". É com este verso lapidar que
começa o clássico soneto "Dita", de Antonio Cícero, publicado no
almanak experimental paulista Atlas, de 88. Na página ao lado da mesma
publicação, uma foto de Luz Del Fuego nua, corpo de peixão, enrolada
numa serpente, como a ilustrar outro verso do mesmo poema: "beijando o
espelho d´água da linguagem/ jamais tivemos mesmo outra mensagem".
Abro o meu livro "Cadê?", de 1998, com uma homenagem a todos poemas de
amor – e não são poucos. Um coração vermelho com bolinhas brancas
bordado num pano branco com bolinhas vermelhas, trabalho da designer
Regina Ramalho, vai crescendo ao longo de quatro páginas, até explodir
junto a um breve poema de Maiakovski: "nos outros/ eu conheço o lugar
do coração:/ no peito./ Em mim/ a anatomia perdeu a razão/ sou todo um
coração".
Nesse "explode coração-linguagem" do "Cadê?" há também citações de
versos de Carlos Drummond de Andrade - "Amar" de Claro Enigma - e de
chileno Vicente Huidobro, Altazor, tradução de Antônio Risério. Mas a
primeira das citações dessa "flor da pele das palavras" vem de longe,
de bem antes da descoberta do Brasil, de um tempo onde o português
ainda era um certo jeito errado de se falar o latim. É uma "cantiga de
Senhor" do trovador português Nuno Eanes Cerzeo, poeta do século XII.
É assim, com essa pequena e singela quadrinha, que abro essa seleção
de 10 Poemas de Amor de onde, com sua ajuda, pretendo selecionar no
máximo cinco para a antologia que publicaremos até o final deste ano.

"todas las gentes mia-a mi estranhas son,
e as terras, mia senhor, per u eu ando
tod´al do mund, sem vós,
ei eu perdudo sabor*

todas as pessoas me são estranhas
e os lugares, minha amada, por onde ando
todas as coisas do mundo, sem você,
eu bem sei: perderam o sabor

quinta-feira, 15 de março de 2012

RAUL SEIXAS MORREU DE AMOR, DIZ DIRETOR DO FILME

'
Walter Carvalho dirige filme sobre o roqueiro, que estreia no dia 23.
Músico teria sofrido a vida inteira pela perda da 1ª de cinco companheiras.

José Raphael Berrêdo
Do G1, no Rio

Raul Seixas teve muitas mulheres, como mostra o documentário "Raul: o
início, o fim e o meio", de Walter Carvalho, que estreia no próximo
dia 23 nos cinemas. A primeira, no entanto, Edith, que se recusou a
aparecer no filme, é considerada por amigos e familiares do músico o
grande amor de sua vida e até, para alguns, a causa da entrega ao
alcoolismo, vício que ajudou a matá-lo precocemente, aos 44 anos,
vítima de uma pancreatite em consequência da diabete, em 1989.

"O Raul morreu por amor. De uma paixão pela Edith. Ele 'marcou uma
touca' lá no início e achou que poderia resolver quando quisesse. E
nunca mais ele conseguiu chegar perto. Ela foi embora com a filha
(Simone) e ele nunca mais a viu", conta o diretor de "Janela de alma"
(2001) e "Cazuza – O tempo não para" (2004), em entrevista coletiva na
tarde desta quarta-feira (14), no Centro do Rio de Janeiro.

Raul conhecia Edith desde a adolescência e se casou com ela aos 23
anos, após completar o segundo grau, fazer cursinho e passar na
faculdade só para convencer o pai da moça, um pastor protestante
americano, a permitir que ficassem juntos. A "farsa", segundo os
amigos de infância de Salvador, deu certo e o sogro foi convencido.
Sete anos depois, no entanto, após acompanhar o amigo e parceiro Paulo
Coelho no exílio político em Nova York, e estourar no Brasil com o
álbum "Gita", viu sua mulher ir embora e levar a filha do casal para
os Estados Unidos.

saiba mais

Veja imagens do documentário 'Raul: o início, o fim e o meio' 'Eu fui
tão fã de Elvis quanto Raul foi', diz o diretor do filme 'Raul Seixas'
Simone aparece no longa e diz, em inglês, que não sente nada pelo pai
e que não o conheceu. Ainda lê, via Skype, uma carta de Edith, na qual
diz que não dá entrevistas sobre Raul porque são lembranças que a
fazem mal e que ela está "feliz e envelhecendo ao lado do homem que
ama".

O artista teve outras quatro mulheres marcantes, todas presentes no
documentário: Gloria Vaquer (irmã de Jay Vaquer), Tania Menna Barreto,
Kika Seixas e, por fim, Lena Coutinho, de quem se separou um ano antes
de morrer. Teve ainda três filhas mulheres: Simone; Scarlet, que
também foi morar nos EUA com a mãe, Gloria; e Vânia, de Kika, a única
que mora no Brasil. Diante de tantas trocas de companheiras, é
impossível não perguntar: Raul era mulherengo?

"Só quando estava no final da relação", diz o amigo Sylvio Passos. "Ou
então quando estava bêbado, doidão. Aí o que caía na rede era peixe",
completa, com um detalhe revelador para um personagem que começou a
beber antes por volta dos 13 anos e nunca mais parou.

Fundador e presidente do fã-clube Raul Rock Club, Sylvio, no entanto,
concorda com Walter Carvalho sobre a paixão eterna do cantor. "Fiquei
nove anos convivendo com o Raul e ouvindo ele falar da Edith. Ele
tinha uns rolinhos de Super 8 em que apareciam Edith e Simone, e
chorava feito criança toda vez que assistia", lembra.


O cantor e compositor Raul Seixas: filme sobre o
músico estreia no dia 23 (Foto: Divulgação)Parcerias
Se teve várias musas, Raul também teve seus parceiros, como Paulo
Coelho, com quem mantinha uma relação quase como um casamento: "Tinha
tudo, menos o sexo", conta no longa o hoje escritor, coautor de
grandes sucessos como "Sociedade alternativa", "Gita", "Há dez mil
anos atrás" e "Tente outra vez".

Até com Paulo, porém, a relação teve um rompimento. Por mais de dez
anos, se "separaram". O reencontro foi no palco do Canecão, na turnê
que Raul fez com Marcelo Nova, a última da vida do músico, em 1989.
Com a carreira literária de vento em popa e morando na Suíça, o
escritor quase fica de fora do documentário.

"Já tinha pensado em fazer o filme sem o Paulo, o que seria uma perda
irreparável. Mas o Feijão (Denis, produtor) não desistiu. Um dia, o
Multishow exibiu um especial dos 20 anos da morte do Raul, e o Sylvio
(Passos) disse que eu estava fazendo um trabalho sério. O Paulo por
acaso vê, pega o telefone, liga para o Feijão e diz que pode falar
comigo."

Na entrevista, uma coincidência caiu como uma luva para retratar uma
relação cheia de misticismo e com uma certa rivalidade. Uma mosca,
imortalizada por Raul em "Mosca na sopa", ronda e pousa em Paulo
Coelho por várias vezes. Após dizer que não vai matar e até chamá-la
de Raul, ele não resiste e dá um tapa no inseto, antes de sorrir.

Arquivos
Os arquivos foram colhidos em televisão, jornal, cinejornal e filmes
de família. A imagem mais antiga em movimento é de Raul garoto, com
menos de 20 anos, comprando cigarro na Bahia, sua terra natal.

De 2009 a 2010, a equipe entrevistou 94 pessoas, entre amigos e
familiares, mas 44 foram cortadas na edição final, restando 50. Com
mais de 400 horas de material, o diretor levou um ano e seis meses
para montar o filme. Entre os famosos, estão, Paulo Coelho, amigo,
principal parceiro e por ano desafeto de Raul; além de Caetano Veloso,
Tom Zé, Zé Ramalho, Pedro Bial e Roberto Menescal, entre outros.

"Hoje em dia a grande maioria dos que surgem são artistas fabricados.
Na época do Raul, que é a época do Caetano, do Gil, do Chico, do
Geraldo Vandré, era ao contrário. A prova disso é que hoje muitos não
duram tanto. Ele era um artista irreverente, um compositor, um artista
de palco, um tipo de artista que não acontece mais", define Walter
Carvalho.

quarta-feira, 14 de março de 2012

DEZ POEMAS DE AMOR, de Luis Turiba

 
1- O que é o Sol?
Quando Deus criou o mundo
Bordou no céu as estrelas
Salpicou pelos caminhos
Os rios e as montanhas
As plantas e os animais

Por último Deus fez o hoem
E depois foi descansar

Então se pôs a pensar
No quando o homem criado
Iria amor e sofrer

Uma lágrima rugiu de seus olhos
Esta lágrima é o Sol

(poema oral búlgaro do século V)


2- Ato íntimo
Antes do banho
m´imbainha
m´imbainha
m´imbainha
meu calor

Durante o banho
m´inlavinha
m`inlavinha
m´invalinha
minha flor

Final do banho
m´inxuguinha
m´inxuguinha
m´inxuguinha
meu ioiô

Após o banho
m´invistinha
m´invistinha
m´invistinha
meu amor

3 - Terrorismo
Explosões:  fim de mundo
no amor há vermelho
a cor do Sol: narciso
como um céu: espelho


4-  Verso míssil
Quisera fazer um verso
com a sublime arritmia do amor
um verso míssil
neurastênico e febril
ar do dia anterior à criação do universo

Um verso instantâneo e uno
momento raro
como em Let It Be
(um órgão clássico bachiano
entrelaça-se ao solo rock da guitarra de Harrison)
perfeita harmonia, divino encaixe

Ficam as lembranças
das perfeições carnais
como notas musicais

Ah, meu grande amor!
erguerei um dia tamanho verso
nanico faminto camundongo e sábio
como um menino de rua brasileiro

Um verso de trivela
transverso e subversivo
acorde de uma nuvem cor-de-rosa
cheiro da cor da maçã
o gosto do suor e dos raios de vida que transitam por nossos corpos

Um verso de fogo e batom
histórico histérico e erudito
alexandrino perfeito
tão alexandrino como teu nome de solteira
tão perfeito e feroz
como as garras de um tigre faminto
rasgando a alma de sua presa



5 - Psiu
a gata
siamesa
está
no
cio
.
.
.
...psiu...
.
.
esse silêncio
é nosso
.
.
quem te
viu
.
.
quente
é o
vosso...
-AMORAR
Bendito beijo na boca de um amor que a si
se basta dois corpos uma só flecha um sopro
um impulso nada o acalma o tiro do sono
de um misto de almas que é um ente vivo que
borda e pinta a fantasia com morangos na pele
& azula a Terra com mel e pula-pula – ora
ninguém segura o pulsar apaixonado de um
coração apaixonado – oh o amor, meu Deus -,
como é bom amar passear nas nuvens sentir
o cheiro da maçã o dando está todo a ocupar
o vazio do poema como um frio gélido subindo
espinha acima assim com aquele riso que nasce
sozinho e amigo:
amorô
amorradíssimo
amoradão
amor grã
amor in
amor vermelho de campari com limão
amor zum
amor zaun
amor zum zum
amor zim zim
amor doce de leite
amor azeite (quente)
amor chocolate de bombom
amor de doer, de gritar, de ficar
sem falar sem comer sem dormir
amor hê!
amor ah!
amor de ninhos
amor de filhos
amor é coisa alegre
amor é coisa triste
amor é muito mais
eu que o vi quero vê-lo: vísse!

7- Soneto da gula cósmica
p/ Vânia

A lua noiva se encheu de gula cósmica
Dos Baixos Gáveas aos Altos Paraísos
Floresta tua mística pulsa polvorosa
De tantos pius uivos silvos ais gemidos

Havia algo a mais no céu além da noite
Pra lá dos discos voadores e das mandalas
O sol engolido em seco e o bicho solto
E eu ouvindo estrelas em tuas sandálias

Tua aninha se aninhou em meu aninhante
Nhô nô sabia um quatro e não mais sozinho
Olhos de milho que brilham em voz arfante

Goya goiana ioga flora, meu araçacinho
Brinco de água, bacupari, ingá. Avante!!
As tuas trilhas trilharam meus caminhos

8 - O poeta e a alquimista
bebo água como te bebo
límpida líquida corrente
cada gole goela abaixo
fluidos positivos de saúde
suor e saudades
folhas cubram
nossos caminhos
de clorofila e paixão

9 - Bolas de gudi
Ainda não aprendi teu nome
Mas já sei (quase) tudo sobre
O foco disforme deste olhar nobre
Confesso – quando me olhaste
Uma corrente de vácuo me tirou o sono
Teus olhos me transmitem o frescor das grinaldas
Teus olhos – o brilho insano das estrelas vadias
Teus olhos – o descompromisso da gota de orvalho
Teus olhos – a calor veloz da bola rumo ao gol
Teus olhos fortes de ver alem
Eles desfocam o meu ser
Fita-los ate por eles ser fritados
Desafiá-los até por eles ser desafinado
Meus olhos nos olhos teus
E puro mel pro meu software

10 - Garota do Parque
Toda vez que
estou no parque
e você passa
no seu compasso de garça
todo parque se disfarça
em farta passarela
tudo pira tudo paira
a tua espera
do pedalar da sandália
ao coração da donzela
sopra o verde
sopra o parque
sopra o tempo
só pra ela
toda vez que você parque,
Já era...........

--
Ou a gente se Raoni
Ou a gente se Sting

                        Luis Turiba

MODIGLIANI E SUAS MULHERES SEM FOTOSHOP

 
Na Paris do início do século passado não havia correção digital para o corpo feminino. Era o nu mais puro que ele pintava
 
Luis Turiba
 
Amedeo Clemente Modigliani é o pintor que captou "as almas" nas mulheres daquela inesquecível Paris das primeiras décadas do século passado. Quem assistiu "Meia Noite em Paris", sabe do que estou falando.

No seu tempo, não havia fotoshop. Graças a Deus! Talvez, por isso, suas mulheres são mais mulheres, mais carnais, mais humanas: gordinhas, com dobrinhas e banhinh...as; celulites e estrias, pentelhudas, muita parecidas com as que vemos normalmente nas praias cariocas; embora os olhares sempre lânguidos e oferecidos de paixão e tesão; clima da época.

Foi essa "boa crueldade" o que mais me chamou atenção na exposição "MODIGLIANI: IMAGENS DE UMA VIDA", no Museu de Belas Artes, Avenida Rio Branco, centro do Rio, a dois quarteirões do meu trabalho.

Me dei de presente essa visita no dia de hoje, 14 de março, DIA DA POESIA.
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segunda-feira, 12 de março de 2012

CAI RICARDO TEIXEIRA, "CARTOLAÇO" DO FUTEBOL BRASILEIRO

Ricardo Teixeira renuncia à presidência da CBF após 23 anos no cargo

A licença médica tirada por Ricardo Teixeira não passou de um jogo de cena

 

Ricardo Teixeira renuncia à presidência da CBF após 23 anos no cargo

Reprodução/ESPN

A licença médica tirada por Ricardo Teixeira tinha muito mais em jogo. Nesta segunda-feira, o presidente em exercício da CBF, José Maria Marin, anunciou a renúncia de Teixeira como mandatário do futebol nacional depois de 23 anos no poder através de uma carta de despedida. Além disso, o dirigente carioca também deixou o Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014. Os dois órgãos serão presididos a partir de agora por Marin.

"Presidir paixões não é uma tarefa fácil. Futebol em nossos país e associado a duas imagens: talento e desorganização. Quando ganhamos, exaltam o talento. Quando perdemos, a desorganização. Fiz o que estava ao meu alcance. Renunciei à saúde. Fui criticado nas derrotas e subvalorizado nas vitórias. Deixo definitivamente a presidência da CBF com a sensação de dever cumprido", afirmou na carta Ricardo Teixeira, que promete cuidar da saúde e ficar com sua família, mas se coloca a disposição para continuar colaborando com o futebol brasileiro.

Na semana passada, Ricardo Teixeira pediu licença médica de 60 dias, prazo máximo estipulado pela CBF, e colocou José Maria Marin em seu lugar. Os boatos sobre sua renúncia surgiram há cerca de um mês, mas em reunião realizada há menos de duas semanas Teixeira recebeu apoio das federações.

23 anos no poder - O presidente da mais importante organização esportiva do país trocará a sede da Barra da Tijuca pela nova residência da família em Miami, onde pretende dedicar mais tempo à esposa, Ana Carolina Wingand, à filha Antônia.

Os rumores sobre a saída de Ricardo Teixeira do cargo que ele exerceu com mão de ferro por mais de duas décadas começaram em fevereiro. À medida que novas informações surgiram, a saída parecia mais próxima. Até que, nesta quinta-feira, a notícia tornou-se oficial.

A gestão de Ricardo Teixeira foi marcada pela oposição entre conquistas dentro dos gramados e denúncias fora dele. Nos últimos 23 anos, a seleção brasileira conquistou duas Copas, o país ganhou o direito de sediar um Mundial, e a CBF tornou-se uma instituição rentabilíssima, de contratos multimilionários. E Teixeira viu seu nome envolvido em polêmicas e denúncias.

Depois de sobreviver ao chamado "voo da muamba", após a Copa de 1994, e a duas CPIs, Teixeira conseguiu se reeleger em 2003 e 2007. A escolha do Brasil para sede do Mundial de 2014 ampliou o mandato do dirigente para até 2015.

A partir de 2010, entretanto, o nome do presidente da CBF voltou a estar ligado às páginas policiais. O jornalista escocês Andrew Jennings, da BBC, afirmou que dirigentes fecharam um acordo com a corte de Zug, na Suíça, para não terem seus nomes revelados no caso Fifa-ISL.

Segundo Jennings, o acerto foi feito por Ricardo Teixeira e João Havelange, que teriam recebido propina da ISL, antiga empresa de marketing esportivo parceira da Fifa. Ambos teriam devolvido parte do dinheiro recebido à Justiça, com a condição de não terem seus nomes revelados.

No dia 27 de dezembro de 2011, a Justiça ordenou que a Fifa abrisse em até 30 dias os documentos do caso ISL, o que ainda não aconteceu, mas deve ocorrer nas próximas semanas.

Pesa contra Teixeira, também, a descoberta das relações tortuosas com a empresa Ailanto, investigada por superfaturamento no amistoso entre a seleção brasileira e a de Portugal, em novembro de 2008. O caso foi revelado pela Revista ESPN de setembro de 2011 ­ na quarta-feira, a Folha de S.Paulo divulgou documentos que comprovam a ligação do dirigente com a empresa.

Mudança de planos ­ A saída de Ricardo Teixeira no início de 2012, a dois anos da Copa do Mundo no Brasil, representa uma mudança de planos com relação ao discurso do dirigente. Em entrevista à revista Piauí, de julho de 2011, o presidente havia deixado bem claras suas intenções.

"Em 2014, posso fazer a maldade que for. A maldade mais elástica, mais impensável, mais maquiavélica. Não dar credencial, proibir acesso, mudar horário de jogo. E sabe o que vai acontecer? Nada. Sabe por quê? Porque eu saio em 2015. E aí, acabou", disse Teixeira à repórter Daniela Pinheiro.

No fim daquele mesmo mês de julho, o Rio de Janeiro recebeu o sorteio dos grupos das Eliminatórias da Copa do Mundo. Antes e durante a cerimônia, a presidenta da república, Dilma Rousseff, evitou o mandatário da CBF ­ ela preferiu associar sua imagem à de Pelé, uma das principais atrações da festa.

Desde então, as tentativas de reaproximação entre Ricardo Teixeira e Dilma Rousseff foram frustradas

Em dezembro de 2011, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, anunciou que Ricardo Teixeira havia pedido desligamento da entidade máxima do futebol e também do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014. A movimentação do brasileiro foi interpretada como a desistência definitiva de qualquer pretensão de se candidatar à presidência da Fifa ­ Michael Platini, atual mandatário da Uefa, é o favorito nas próximas eleições.

Em seus 23 anos de CBF, Teixeira não criou um discípulo que pudesse ser apontado como seu substituto natural. De acordo com o estatuto da entidade, assumirá o cargo o vice-presidente mais velho ­ José Maria Marin. Dirigente da velha guarda e ex-candidato à prefeitura de São Paulo, Marin voltou ao noticiário recentemente por colocar no bolso uma das medalhas destinadas aos jogadores do Corinthians na premiação da Copa São Paulo.

Veja a carta de renúncia de Ricardo Teixeira na íntegra:"Ser presidente da CBF durante todos esses anos representou na minha vida uma experiência mágica. O futebol, no Brasil, é mais que esporte, mais que competição. É a paixão que envolve, é o sofrimento que alegra, é a fidelidade que unifica.

Por essas razões, pensei muito na decisão que ora comunico e pensei muito no que dizer sobre minha decisão.

Presidir paixões não é tarefa fácil. Futebol em nosso país é sempre automaticamente associado a duas imagens: talento e desorganização. Quando ganhamos, despertou o talento. Quando perdemos, imperou a desorganização.

Fiz, nestes anos, o que estava ao meu alcance, sacrificando a saúde, renunciando ao insubstituível convívio familiar. Fui criticado nas derrotas e subvalorizado nas vitórias. Mas isso é muito pouco, pois tive a honra de administrar não somente a Confederação de Futebol mais vencedora do mundo, mas também o que o ser humano tem de mais humano: seus sonhos, seu orgulho, seu sentimento de pertencer a uma grande torcida, que se confunde com o país.

Ao trazer a Copa de 2014, o Brasil conquistou o privilégio de sediar o maior e mais assistido evento do mundo, se inseriu na pauta mundial, alavancou mais a economia e aumentou o orgulho de todo o povo brasileiro.

Tentei, no limite das minhas forças, organizar os talentos. Nas minhas gestões, criamos os campeonatos de pontos corridos e a Copa do Brasil, aumentamos substancialmente as rendas do futebol brasileiro, desenvolvemos o marketing e, principalmente, vencemos.

Hoje, deixo definitivamente a presidência da CBF com a sensação do dever cumprido. Não há sequência de ataques injustos que se rivalizem à felicidade de ver, no rosto dos brasileiros, a alegria da conquista de mais de 100 títulos, entre os quais duas Copas do Mundo, cinco Copas América e três Copas das Confederações. Nada maculará o que foi construído com sacrifício, renúncia e dor.

A mesma paixão que empolga, consome. A injustiça generalizada, machuca. O espírito é forte, mas o corpo paga a conta. Me exige agora cuidar da saúde.

Em obediência ao estatuto da CBF, mais precisamente ao disposto em seu artigo 37, você, meu vice-presidente e ex-governador de São Paulo, José Maria Marin, passa a presidir a CBF. A você, desejo sorte, para que o talento se revele na hora certa; discernimento, para que o futebol brasileiro siga cada vez mais organizado e respeitado; e força, para enfrentar as dificuldades que certamente virão.

Deixo a CBF, mas não deixo a paixão pelo futebol. Até por isso, a partir de hoje e sempre que necessário, coloco-me à disposição da entidade. Reúno-me com mais força à minha família, que entendeu minha missão, apoiou-me sempre e me faz ainda mais feliz.

Agradeço de maneira especial aos presidentes de clubes e das federações estaduais, aos dirigentes e colaboradores da CBF, amigos leais em quem sempre encontrei apoio incondicional para o desempenho de meu trabalho.

À torcida brasileira, meu muito obrigado. Nunca me esquecerei das taças sendo erguidas. Elas estão no coração de cada um de nós. Elas são um pedaço do Brasil."

Ricardo Terra Teixeira

sexta-feira, 9 de março de 2012

BRASÍLIA REALIZA BIENAL DO LIVRO E DA LEITURA

1ª BIENAL BRASIL DO LIVRO E DA LEITURA

BRASÍLIA, DE 14 A 23 DE ABRIL DE 2012. ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS.
ENTRADA FRANCA.

Na próxima quarta-feira, dia 14 de março, às 9h00, o Secretário de
Cultura do DF, Hamilton Pereira, e o Secretário de Educação, Denilson
Costa, farão o anúncio oficial da programação da I BIENAL BRASIL DO
LIVRO E DA LEITURA, durante um café da manhã na Biblioteca Nacional de
Brasília.
Eles estarão acompanhados da Subsecretária de Políticas do Livro e da
Leitura, Ivanna Torres, do coordenador editorial do evento, o
jornalista e escritor Luiz Fernando Emediato, e do coordenador da
Jornada Literária da América Hispânica, o escritor e tradutor Eric
Nepomuceno.

A I BIENAL promoverá 10 dias dedicados ao universo das letras, numa
iniciativa sem precedentes na história de Brasília. Um grande pavilhão
montado na Esplanada dos Ministérios acolherá auditórios para a
realização de seminários, debates, encontros, palestras, lançamentos.
Ao lado, um palco vai receber nomes de ponta da MPB.

Estarão na cidade, autores inéditos no Brasil. Serão feitos
lançamentos de obras de nomes consagrados como o nigeriano Wole
Soyinka (Prêmio Nobel de Literatura e nunca antes traduzido no País),
o norte-americano Daniel Polansky (celebrado autor da trilogia Cidade
das Sombras), o britânico Richard Bourne (da biografia Lula do
Brasil), o argentino Mempo Giardinelli (de Luna Caliente), dentre
muitos outros. Encontros aproximarão escritores como a norte-americana
Alice Walker (de A Cor Púrpura) e o chileno Antonio Skármeta (O
Carteiro e o Poeta) do público da cidade. Seminários prometem revelar
as singularidades das literaturas africanas e hispano-americanas, além
dos vários grandes autores brasileiros convidados, como Milton Hatoum,
Cristovão Tezza, Marçal Aquino, Martha Medeiros, dentre vários outros.
A programação é intensa e deve se tornar um marco na atuação da área
cultural do Governo do Distrito Federal.

LOCAL: Auditório da Biblioteca Nacional de Brasília

DATA: 14 de março, quarta-feira

HORÁRIO: 9h00

Assessoria de imprensa: Objeto Sim Projetos Culturais

Tels: (61) 3443. 8891 e (61) 3242. 9805 (fone/fax)

Carmem Moretzsohn: 8142. 0111 - Gioconda Caputo: 8142. 0112

Maria Alice Monteiro: 9831. 5090 - Roberta Timponi: 9211. 1414

objetosim@terra.com.br e objetosim@gmail.com

www.objetosim.com.br

______________________________________________________________________

A I BIENAL BRASIL DO LIVRO E DA LEITURA terá como homenageados o
escritor nigeriano Wole Soyinka, Prêmio Nobel de Literatura, e o
brasileiro Ziraldo. A coordenação literária é do jornalista e escritor
Luiz Fernando Emediato, coordenação geral de Nilson Rodrigues e
realização da Secretaria de Cultura e da Secretaria de Educação do
Governo do Distrito Federal, em parceria com o ITS - Instituto
Terceiro Setor.


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Estou utilizando a versão gratuita de SPAMfighter para usuários privados.
Foi removido 970 emails de spam até hoje.
Os usuários pagantes não têm esta mensagem nos seus emails.
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Ou a gente se Raoni
Ou a gente se Sting

Luis Turiba

quinta-feira, 8 de março de 2012

ÀS MULHERES...BIFES À CAÇAROLA

(Receita pra boi dormir)

Luis Turiba

De ceroula e avental, fui pra boca do fogão
Minha porção cozinheira se ascendeu toda em sal
O fogo brando, a carne é fresca & a lua cheira.
Abri um vinho, liguei pra ela: qual é a receita?
Cortei cebola, piquei tomate & pimentão.
Lhe dediquei à lua o alho e as piruetas.
Temperei bifes, os refoguei e nada mal.
Agora à mesa: quão gostosura.
O bife duro então esnoba todo senhora
Carne à calcinha ou à caçarola?

segunda-feira, 5 de março de 2012

REVI(VI)SITANDO A BRIC-A-BRAC (1)

Revi(vi)sitando a Bric-a-Brac (1)

Por Luis turiba
Em 05/03/2012


.
Huidobro: a poesia como atentado celeste
.
Citação:
"Meu pára-quedas se enredou numa estrela apagada que seguia sua órbita conscienciosamente, como se ignorasse a inutilidade de seus esforços. E aproveitando este repouso bem merecido, comecei a preencher com pensamentos profundos as casinhas do meu tabuleiro:
"Os verdadeiros poemas são incêndios.
A poesia se propaga por todas as partes, iluminando suas consumações com estremecimentos de prazer ou de agonia.
Deve-se escrever numa língua que não seja a materna. Os quatro pontos cardeais são três: o sul e o norte.
Um poema é uma coisa que será.
Um poema é uma coisa que nunca é, mas que deveria ser.
Um poema é uma coisa que nunca foi, que nunca poderá ser.
Foge do sublime externo se não queres morrer aplastado pelo vento.
Se eu não fizesse ao menos uma loucura por ano, ficaria louco."
Pego meu pára-quedas, e da beira de minha estrela em marcha me atiro à atmosfera do último suspiro."

Vicente Huidobro, poeta chileno
Recordar é reviver: a revista de poesia experimental Bric-a-Brac, editada a partir de Brasília de 1985 a 1992, foi uma das mais extraordinárias aventuras poéticas brasileiras do final do século passado.
Logo na sua primeira edição já avisávamos: "ninguém assina por ninguém. O radical convívio dos diversos." Veio então a Bric nº 2, junto com a redemocratização do país, e os horizontes se aprofundaram:
"prenúncio do século XXI; um momento e muitas direções. Como os estilhaços da challenger ferindo o espaço, sem retorno, com uma única diferença: tudo nos salva e ilumina."
É nesse texto-editorial que resplandece a proposta-síntese que iluminaria o caminho da revista ao longo de seus seis anos (e números) de existência: "a poesia clip na idade mídia."
Como um dos co-pilotos dessa viagem-galáctica (ao lado do programador visual Resa, da jornalista e produtora Lúcia Leão, da fotógrafa Regina Bittencourt e do poeta e também jornalista João Borges), falo sem falsa modéstia e com pingos de orgulho e lágrimas da saudosa revista. E não por nós, que fizemos a cozinha da revista, mas por todos aqueles que juntaram-se a nossa caminhada, fizeram parte de sua trajetória e de especial os que formaram, informalmente, seu Conselho Editorial: Augusto de Campos, José Mindlin, Manoel de Barros, Arnaldo Antunes e poeta-antropólogo Antônio Risério, todos cabeças-iluminadas e biscoitos finíssimos da cultura poética brasileira.
Pretendo assim, a partir de agora (março de 2012), escrever alguns artigos revi(vi)sitando uns bons tantos bocados de luz que jogamos nas páginas existenciais dos amantes da poesia deste mundão de letras e invencionices. Trata-se – e que isso fica bem claro – de uma visão absolutamente individual sobre temas complexos e em alguns casos controversos – disso, repito, faço questão de registro.
Dedico este espaço inicial ao poeta-pensador bahiano Antônio Risério, um dos mais entusiastas do projeto que se desenhava naqueles anos no Planalto Central do país. Entre tantas brilhantes contribuições, Risa (assim o chamava Augusto de Campos, para sublinhar a dupla que ele fazia com o designer Resa), nos apresentou em um estonteante micro-ensaio sobre o poeta chileno Vicente Huidobro, vanguardista criador do movimento "criacionismo" no início do século XX.
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No seu texto de transparência cintilante, Risério avisa de cara: "Em matéria de poesia chilena, nosso repertório médio não vai além de Pablo Neruda, Gabriela Mistral, Nicanor Parra. No entanto, em meio a um pequeno grupo de connaisseurs, Huidobro é amado – e seu prestígio aí, como fabbro e teórico, é bem maior do que o de Neruda e Mistral juntos."
E prossegue: "O ideólogo de "criacionismo", que caminhou luminosamente da estética romântica para a maré de fogo das vanguardas do início do século XX, converteu-se, no âmbito deste círculo reduzido e exigente, em ponto fundamental de referência. Em marco inaugural da nova poesia hispano-americana, instaurando a modernidade poética em meio aos nossos companheiros-de-viagem continentais (…) Antes de timidez ou prudência, o que encontramos em Huidobro, espírito ousado e independente, irrequieto até à medula, é o desejo, a ânsia de inovar."
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O texto de Risério – "Huidobro: a poesia como atentado celeste" – ocupa seis páginas da Bric-a-Brac nº 6, a derradeira, editada em 1992, com papel reciclado e espetaculosa capa de Eduardo Resende, o Resa, em cima de uma foto de dois anos do seu irmão Carlos de Brito, o "Nico", que foi transformado num tremendo Bad Booy, também uma canção composta por L. Willians e gravada pelos Beatles em 1965. De tão detalhista, Resa usa trechos da letra transcritas manualmente na capa.
De todas as edições, esta é a nossa melhor revista: além do ensaio sobre o vanguardista chileno, acompanhado por três poemas de Huidobro traduzidos pelo próprio Risério; há uma adorável conversa entre Caetano Veloso e Augusto de Campos sobre os caminhos da poesia, do tropicalismo, etc, etc. Há ainda uma longa e histórica entrevista com a Dra. Nise da Silveira (13 páginas) sobre o Museu da Imagem do Inconsciente; as primeiras experiências poéticas em Mac feitas por Arnaldo Antunes; a versão original da letra-música "Circuladô de fulô" extraída por Caetano do livro "Galáxias" de Haroldo de Campos; o inacreditável poema "Anaflor", de Kurt Schwitters, transcriado e composto em português, com lixo tipográfico, por Guilherme Mansur,de Ouro Preto; além de um artigo "Beba Cole", de Augusto de Campos sobre o compositor Cole Porter.
Mas voltemos ao cosmos "huidobriano", via Risério. Segundo ele, Huidobro coloca-se, ao criar o movimento "criacionismo", como um combatente da visão do poeta como um imitador, ou da arte como plágio da natureza. É de Huidobro a citação: "Toda a história da arte nada mais é que a história da evolução do homem-espelho ao homem-deus," sentenciava ele em 1916, na sua conferência de Buenos Aires.
Risério, então, se baseia numa citação de Ramón Xirau, para explicar o essência do "Criacionismo": "Se o poeta era o imitador da natureza, ele será a partir de agora o criador de realidades poéticas novas, precisamente porque surgem da consciência e não do mundo. O poeta será, verdadeiramente, essa natureza criadora de suas próprias árvores imaginativas."
Segundo Risério, "o que Huidobro quer é a construção de um universo autônomo de signos, com sua "fauna e flora próprias". O poema é assim pensado como mentefato independente, livre construção do espírito.
Um dos pontos básicos da doutrina estética criada por Huidobro é que os poeta podiam "criar realidades" num mundo próprio. "O poeta em plena consciência do seu passado e de seu futuro lança ao mundo a declaração de sua independência frente à natureza. Já não quer servi-la na qualidade de escravo."
Para Risério,em Huidobro "é possível tripular bandeiras e hastear navios(…) ou acender o cigarro no Sol que se põe". E ele busca auxílio numa citação de Octávio Paz sobre a poesia de Reverdy para clarificar ainda mais a situação: "No sistema solar que é cada poema, a imagem é o sol."
Antônio Risério, no entanto, vai mais fundo ainda apontando uma diferença. "Com Huidobro – e especialmente em Atazor, poema do dilaceramento solitário e da morte, "protesto interminável desse angústia chamada "homem", mas também poema da linguagem -, o que temos é uma desnorteante proliferação de sóis. Enfim, no seu transcendente ensaio publicado em primeira mão na Bric nº 6, Risério vai fazendo, como é bem do seus estilo, "tabelinhas" tipo Pelé-Coutinho com outros poetas e estudiosos até chegar na inacreditável associação Huidobro/Maiakovski/surrealismo, via Boris Schnaiderman: "a imaginação solta, voltada para o descomunal e o hiperbólico, e que frequentemente busca os espaços cósmicos", "a reação contra um realismo imediatista e chão"; "o gosto evidente pelo visual, pela imagem".
Entretanto, ao comparar a poética huidobriana com o surrealismo de André Breton e seus companheiros, o autor do ensaio põe o pé no freio. "seu texto tem muito de alucinação e de delírio, mas de delírio e alucinação controlados", pois o próprio Huidobro costumava disparar; "o vigor verdadeiro/ reside na cabeça." E mais: "desde o momento em que o escritor se senta à mesa, lápis na mão, existe uma vontade de produzir e o automatismo desaparece."
E vamos parar por aqui, pois a viagem pelas galáxias frásicas de Vicente Houidobro é imensurável. Muchas Gracias a "Dom" Antônio, nosso porreta e inesquecível Risa, pela grandiosa missão da "amostra grátis" que ele nos permitiu naquela Bric-a-Brac de 20 anos atrás. Risério finaliza seu ensaio focando o já falado poema Altazor, obra-prima do poeta chileno.
Escreveu ele: "Altazor = alto + azor ("açor", em português: ave de rapina). E se alguém se dispuser a fazer um mapeamento microestética de reelaboração formal a que Huidobro submete o material lingüístico, experimentando-o em diversas direções, certamente não vai ficar sem ter o que recolher e classificar – do jogo frásico e das operações criativas centradas diretamente na palavra à intervenção no domínio dos "metalogismo", das "figuras de pensamento", "passando pela atomização lingüística, a pulverização da linguagem de Altazor, roçando o sonorismo zaum, "transracional", à maneira de um Krotuchônikt. Octávio Paz comentou, por sinal, este último aspecto: "
"Não é o idioma de uma terra, mas o de um espaço aéreo. Idioma de aviador: as palavras são pára-quedas que se abrem em pleno vôo. Antes de tocar a terra estouram e se dissolvem em explosões coloridas."
Para ler a íntegra do poema Altazor vá em
www.vicentehuidobro.uchile.cl/poemas_principal.htm
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TRECHOS DO POEMA "ALTAZOR", DE VICENTE HUIDOBRO

ALTAZOR
Trechos do Canto II, uma declaração de amor
Tradução de Antônio Risério e Paulo César Souza
Mulher o mundo está mobiliado por teus olhos
Faz-se mais alto o céu em tua presença
A terra se prolonga de rosa em rosa
E o ar se prolonga de Paloma em Paloma
Ao partires deixas uma estrela em teu lugar
Deixas cair tuas luzes como o barco que passa
Enquanto te segue meu canto encantado
Como uma serpente fiel e melancólica
E volves a cabeça por trás de algum astro
(…)
As planícies se perdem sob tua graça frágil
Perde-se o mundo sob teu andar visível
Pois tudo é artifício quando te apresentas
Com luz perigosa
Inocente harmonia sem fadiga nem esquecimento
Elemento de lágrimas que gira para dentro
Construído de medo altivo e de silêncio
(…)
No entanto te advirto que estamos costurados
À mesma estrela
Estamos costurados pela mesma música estendida
De um a outro
Pela mesma sombra gigante agitada como árvore
Sejamos este pedaço do céu
Este trecho em que se passa a aventura misteriosa
A aventura do planeta que estala em pétalas de sonho
(…)
Tenho uma atmosfera própria em teu alento
A fabulosa segurança de teu olhar com suas constelações íntimas
Com sua própria linguagem de semente
Tua fonte luminosa como um anel de Deus
Mais firme que tudo na flora do céu
Sem torvelinhos de universo que empina
Como um cavalo por causa de sua sombra no ar
(…)
Achei-te como lágrima num livro esquecido
Com teu nome sensível desde antes em meu peito
Teu nome feito do ruído de palomas que voam
Trazes em ti a lembrança de outras vidas mais altas
(…)
Minha alegria é olhar-te quando escutas
Esse raio de luz que caminha até ao fundo da água
E ficas suspensa um bom tempo
(…)
Minha glória está em teus olhos
Vestida do luxo de teus olhos e de seu brilho interno
Estou sentado no ponto mais sensível de teu olhar
Sob o silêncio estático das pestanas imóveis
Vem saindo um augúrio do fundo de teus olhos
E um vento de oceano ondula tuas pupilas
Nada se compara a esta lenda de sementes que deixa tua presença
A esta voz que busca um astro morto a que dar vida
Tua voz faz um império no espaço
E esta mão que se levanta de ti como se fosse pendurar sóis no ar
E este olhar que escreve mundo no infinito
E esta cabeça que se inclina para escutar um murmúrio na eternidade
E este pé que é a festa dos caminhos encadeados
E estas pálpebras onde vêm encalhar as centelhas do éter
E este beijo que incha a proa de teus lábios
E este sorriso como um estandarte à frente de tua vida
E este segredo que dirige as marés de teu peito
Adormecido à sombra de teus seios
Se tu morresses
As estrelas apesar da lâmpada acesa
Perderiam o caminho
Que seria do universo?
FIM

quinta-feira, 1 de março de 2012

GRANDES SÍMBOLOS DO RIO DE JANEIRO

"Oh Arcos branco de uma Lapa colorida"
                                                                                    Felyzpe Frutose

HOMENAGEM AO RIO DE JANEIRO PELOS SEUS 447 ANOS DE EXISTÊNCIA E BELEZA

Valsa De Uma Cidade

De Ismael Neto


Vento do mar no meu rosto
E o sol a queimar, queimar
Calçada cheia de gente
A passar e a me ver passar
Rio de Janeiro, gosto de você
Gosto de quem gosta
Deste céu, desse mar,
Dessa gente feliz
Bem que eu quis escrever
Um poema de amor e o amor
Estava em tudo que eu quis
Em tudo quanto eu amei
E no poema que eu fiz
Tinha alguém mais feliz que eu
O meu amor
Que não me quis

Em tudo quanto eu amei
E no poema que eu fiz
Tinha alguém mais feliz que eu
O meu amor
Que não me quis


Vento do mar no meu rosto
E o sol a queimar, queimar
Calçada cheia de gente
A passar e a me ver passar
Rio de Janeiro, gosto de você
Gosto de quem gosta
Deste céu, desse mar,
Dessa gente feliz
Bem que eu quis escrever
Um poema de amor e o amor
Estava em tudo que eu quis
Em tudo quanto eu amei
E no poema que eu fiz
Tinha alguém mais feliz que eu
O meu amor
Que não me quis

Em tudo quanto eu amei
E no poema que eu fiz
Tinha alguém mais feliz que eu
O meu amor
Que não me quis