um poema de AMNERES
O homem velho,
amparado pelo filho,
tocava as águas do mar
atlântico e ria, ria, ria.
Duas senhoras
de cabelos brancos,
sentadas ao chão,
à beira-mar, a tudo
assistiam e elas mesmas
brincavam com as águas
mornas e as espumas
brancas a lhes
molharem os flancos.
Logo atrás, outros membros
do que a mim parecia
uma família davam-se
as mãos, em fila indiana,
excitados, indecisos
entre experimentar
e não experimentar
o tão sonhado banho.
Seria aquela a primeira
vez que viam o oceano?
Perguntei-me, enternecida
e segui a caminhada,
acompanhada de perto
pelos pássaros a voarem
livres em seu habitat.
Entre o manso mar
e o morro verde,
resquício do que
um dia fora a
Mata Atlântica,
estendia-se ao olhar
a linda enseada
do Cabo Branco,
e o azul do céu
misturado à luz
do sol salpicando
de brilho as ondas
em movimento
umedeceu-me os olhos
de esperança e encanto.
Nossa Senhora da Poesia,
mantém em mim a fé
no amor e a alegria
de o compartilhar.
E cada verso meu
reflita a luz
e espelhe o olhar
que ainda há pouco
pude vislumbrar
na inocência
de um anjo
em seu primeiro
banho de mar.
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