Trilha etnoambiental é nova opção de turismo ecológico perto de Manaus
Turista tem a oportunidade de conhecer mais sobre indígenas e a floresta.
Passeio tem apoio de órgão governamental.
Em meio à agitação do centro urbano de Rio Preto da Eva (a 80 km de Manaus), município conhecido no Amazonas como a 'terra da laranja', uma área verde de 42 hectares protegida por 17 famílias indígenas de nove etnias se destaca pelo silêncio - que serve de refúgio para animais silvestres - e pela exuberância da flora medicinal.
A beleza desta selva intacta tornou-se fonte de renda para 99 índios, que formam a Comunidade Indígena Beija-Flor. Há dois meses, foi criada a 'Etnotrilha do Selvagem', a primeira trilha etnoambiental do Amazonas, roteiro obrigatório para quem curte turismo ecológico. A iniciativa ganhou apoio da Amazonastur (Empresa Estadual de Turismo do Amazonas), que está ajudando a comunidade a construir malocas e outros espaços culturais para apresentação de danças, rituais e artesanatos.
Cerca de 800 turistas já percorreram a trilha, afirmou o presidente da Comunidade Beija-Flor, Sérgio Sampaio, de 30 anos, da etnia Tukano. Segundo ele, pessoas de vários estados do Brasil e de países como a Argentina já visitaram o local.
"A comunidade precisava manter o sustento, sem denegrir a mata e esquecer seus valores culturais. Tivemos a ideia de abrir as portas da comunidade para que as pessoas compartilhem as belezas desta floresta nativa e conheçam um pouco dos nossos costumes", explicou.
História
A Comunidade Beija-Flor nasceu da ideia do falecido empresário Richard Melnik, que reuniu membros de várias etnias indígenas para produzir artesanatos para que fossem vendidos no exterior. Com a morte do fundador, a comunidade conseguiu o apoio da prefeitura de Rio Preto da Eva e da Funai (Fundação Nacional do Índio) para se manter no local, mas com o compromisso de preservar a área, impedindo invasões.
Atualmente, índios das etnias tukano, saterê-mawe, sessano, baré, cocama, tuiuca, cambeba, arara e apurinã dividem o mesmo espaço de forma pacífica. O chefe da comunidade é o pai de Sérgio, o aposentado Sérgio Sampaio, de 62 anos, que é o benzedor da tribo. A comunidade se desenvolveu e já possui escola, posto de saúde, casa de informtica e casa de farinha.
Passeio
Passear pela Etnotrilha do Selvagem pode durar uma manhã. Antes de entrar na mata, o turista é recebido com café da manhã regional e apresentação de danças típicas das etnias que vivem no local. A trilha possui um quilômetro e meio de extensão.
De acordo com Sérgio, o nome 'Selvagem' é em referência ao igarapé, com água cristalina, que corta a área preservada.
Em todo o trajeto, placas informam sobre as espécies de animais silvestres encontradas no local, e sobre plantas medicinais ao longo da trilha. No caminho, os índios, que atuam como monitores, explicam aos turistas os inventos usados para caçar e as plantas que ajudam na sobrevivência na selva.
Depois do passeio, o turista é convidado para um almoço. "Nós oferecemos um peixe assado na folha de bananeira", acrescentou. Sérgio explicou que a comunidade recebe famílias e excursões com grande quantidade de turistas, mas é importante fazer o agendamento para que os índios preparem a estrutura de recepção e atendimento.
NOME: Comunidade Indígena Beija-Flor
ONDE FICA: Município de Rio Preto da Eva, bairro Monte Castelo
QUANDO FUNCIONA: De segunda a domingo, mediante agendamento prévio
QUANTO: R$ 25 turistas nacionais; R$ 15 turistas amazonenses e universitários
CONTATO: www.beijaflorrpe.blogspot.com; (92) 9382-8759 e (92) 9297-2982
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