Ou a gente se Sting
Luis Turiba
MAIS UM GOLPE NO CARNAVAL DE BRASÍLIA: GOVERNADOR AGNELO DESCUMPRE
COMPROMISSO ASSUMIDO E MANTÉM DESFILES DAS ESCOLAS DE SAMBA NA
CEILÂNDIA
NOTA OFICIAL
A diretoria da ARUC recebeu com surpresa, revolta e indignação a
decisão do GDF, anunciada nesta quarta-feira (18/01) pelo Secretário
de Cultura, Hamilton Pereira, de manter os desfiles das escolas de
samba na Ceilândia, contrariando a vontade da maioria esmagadora das
entidades carnavalescas que, em agosto passado, por 14 votos a 4,
manifestaram o desejo do retorno dos desfiles para o Plano Piloto. A
decisão é mais surpreendente, ainda, se considerarmos que no dia 28 de
dezembro do ano passado, pelo Ofício nº 437, assinado pelo Secretário
de Cultura e encaminhado ao presidente da Uniesbe, Geomá Leite, o
Secretário de Cultura afirmava oficialmente que "os desfiles serão
realizados no centro da cidade, facilitando o acesso das escolas e
proporcionando a cada comunidade o acompanhamento do desfile da
agremiação de sua cidade". (fax simile em anexo)
Mas a decisão contraria, também, compromisso assumido no ano passado,
no Carnaval, pelo próprio Governador do Distrito Federal, Agnelo
Queiroz, que anunciou, em entrevista à imprensa, no Celambódromo, que
os desfiles voltariam para o Plano Piloto porque não se justificava um
investimento tão alto, como o realizado no Carnaval, beneficiar apenas
os moradores de uma região administrativa.
O Secretário de Cultura e o Governador estavam com a razão. O Carnaval
é uma festa de todo o Distrito Federal e, assim como o 21 de Abril, o
7 de Setembro e o Reveillon, deve ser realizado no centro da cidade,
facilitando o acesso igualitário dos habitantes de todo o Distrito
Federal, com transporte, estacionamento e segurança, e dando a
visibilidade que a maior festa popular do Brasil merece.
É assim que acontece em todos os estados do Brasil. O Carnaval do Rio
de Janeiro não é em Nilópolis ou em Madureira, mas na Sapucaí, no
centro da cidade. O de São Paulo não é Santo Amaro ou na Vila
Brasilândia, mas no Anhembi, na área central. O de Salvador não é em
Itapoã ou no Nordeste de Amaralina, mas na Praça Castro Alves.
Levar o Carnaval do DF para a Ceilândia é transformar o Carnaval do DF
no Carnaval da Ceilândia, uma vez que apenas os moradores daquela
cidade assistem aos desfiles. E, como disse o próprio governador, não
se justifica investimento tão elevado beneficiar apenas uma região
administrativa.
Mas o que justifica, então, o governador Agnelo Queiroz renegar o
compromisso assumido publicamente e o Secretário de Cultura, Hamilton
Pereira, mudar de opinião em menos de um mês?
Na nossa opinião, só mesmo pressões políticas e interesses mesquinhos
e eleitoreiros, iguais aos que levaram os desfiles para a Ceilândia,
há 7 anos, no governo Roriz, podem explicar tais atitudes que
desrespeitam a vontade da ampla maioria das entidades carnavalescas, a
opinião da ampla maioria da população, que segundo pesquisas
realizadas no ano passado pela própria Secretária de Cultura, pela TV
Globo e pelo Blog da Paola mostraram que a esmagadora maioria dos
entrevistados querem a volta dos desfiles para o Plano Piloto, o
compromisso assumido pelo próprio Governador e a decisão anunciada
pelo próprio Secretário de Cultura.
Mais uma vez, a exemplo do que ocorreu nos governos Roriz e Arruda, o
Carnaval está sendo usado como instrumento político e manipulado por
mesquinhos interesses eleitoreiros. Não se pensou no que é melhor para
o Carnaval e para a população do DF. Mas sim no que rende mais
dividendos eleitorais.
Realmente, esse não é um Novo Caminho, como esperávamos e
acreditávamos. Mas sim um velho e surrado caminho.
A decisão causou profunda revolta e indignação entre os componentes da
ARUC e, diante dessa repercussão negativa, a diretoria da ARUC convoca
uma reunião geral de todos os seus diretores e componentes para a
próxima segunda-feira, às 19 horas, em nossa quadra, quando
decidiremos se a ARUC vai ou não participar do desfile na Ceilândia.
Independente dessa posição, a diretoria da ARUC repudia a manutenção
dos desfiles na Ceilândia, considera essa decisão uma traição do GDF
aos compromissos firmados com as entidades carnavalescas e um
desrespeito às entidades carnavalescas e ao povo do Distrito Federal.
Brasília, 18 de janeiro de 2012
Moacyr de Oliveira Filho - Moa
Presid
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