quarta-feira, 3 de abril de 2013

'AVENTURAS DE RAPAZ", NOVO LIVRO DE ELIAS FARJADO

Em Aventuras de Rapaz, o leitor é convidado a acompanhar as venturas e desventuras de um jovem que parte do interior de Minas para o Rio de Janeiro em busca de um futuro. No caos da metrópole carioca efervescente do fim dos anos 1960, este personagem singular (aqui chamado apenas de
Rapaz) se dedica com paixão à arte de descobrir o mundo e a si mesmo – em meio a outros jovens também cheios de indagações sobre que destino tomar, que tendência seguir, que barato experimentar.
As aprendizagens desse jovem, tão icônicas da sua geração – o sexo, as drogas, música, arte, política – são emolduradas pelo clima de rebeldia generalizada que permeou o regime repressor dos anos
de chumbo – anos de violência e ternura. Festivais da canção, passeatas, protestos, os almoços no Calabouço, a morte do estudante Edson Luís: os passos e percalços de Rapaz se entrecruzam com alguns dos mais importantes acontecimentos da história recente do Brasil.

Aventuras de Rapaz pode ser lido em continuidade a Ser tão menino – romance anterior do autor –, relato lírico memorialista de uma infância mineira. Com agilidade de jornalista e sensibilidade de escritor, Elias Fajardo apresenta agora mais que um romance de formação – uma narrativa na fronteira entre a ficção, o testemunho e a biografia, na qual "as chamas da emoção fazem arder o bonde da história".

Aventuras de Rapaz, trecho

Elias Fajardo

"Entrega-se a Lauro depois de não sei quantas caipirinhas, arfando na cama do hotel barato, a cabeça roda mais do que os casais da gafieira Elite onde tinham ido, a cordes de choro e ela pede, quer mais, morde a carne rija de um Lauro perplexo, feliz, que ama com simplicidade e carência, amolece o corpo num abraço que nunca acaba. Se adentram com fúria de primeiros amantes. De manhã, ela procura os óculos, meio tonta, cata peças (de roupa e de sentimento), faz das tripas coração pois seu homem tem reunião na segunda-feira cedo, já está preocupado com o mundo, amando a revolução e não Eva, perdida em lençóis impessoais, apalpando seu próprio corpo amassado e desejando sumir, fugir, desaparecer na multidão."

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