Por Luis Turiba
É uma ladeira centenária com chão de paralelepípedo e curvas sinuosas. Começa na Rua do Catete e termina no Outeiro da Glória, onde está um dos mais belos patrimônios arquitetônicos que os portugueses deixaram para a civilização brasileira: a igreja Nossa Senhora da Glória, construída provavelmente em 1714, é considerada uma jóia da arquitetura setecentista. Construída no centro do adro, a igreja é formada por dois octógonos irregulares, alongados e interligados. Mas vamos voltar à subida da Rua Barão de Guaratiba, um pedaço do Portugal colonizador que sobrevive às modernidades do Rio da Copa, do Papa Francisco e das Olimpíadas de 2016. A maioria das casas da pacata "Barão" é da primeira metade do século passado. São casarões, cuja arquitetura colonial barroca soube como poucas equilibrar andares em espaços não lineares. Grande parte desses casarões carregam significativas tradições lusitanas tais como: portais azulejados, gradis rococós com a data da construção – muitos do século XIX -; muros altos, alguns em pedras, cobertos por heras e verdejantes avencas quase fluorescentes. A força da cor azul em portas e janelas com pequenas varandas é marcante, assim como alguns muros trazem a lembrança dos pagodes chineses, herança portuguesa em Macau. Os quintais são generosos e quase sempre dão vista para um longínquo Corcovado ou um próximo Pão de Açúcar. São também magníficas algumas espécies que nascem nas calçadas, transformando-as em jardins abertos, públicos e embelezadores. |
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