Soneto de Luiz de Camões, publicado hoje (6.05) no TANTAS PALAVRAS DO CORREIO BRAZILIENSE
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Muda-se o ser, muda-se a confiança
Todo o mundo é composto de mudança
Tomando sempre novas qualidades
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança
E do bem, se algum houve, as saudades
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já foi coberto de neve fria,
E enfim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se a cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía
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