quarta-feira, 12 de maio de 2010

TARZAN, O FILHO DO ALFAIATE

Samba-choro de 1936, homenagem ao centenário de nascimento do poeta Nöel Rosa, a ser comemorado em dezembro deste ano

 

Noel Rosa e Vadico

 

 

Quem foi que disse que eu era forte?

Nunca pratiquei esporte

Nem conheço futebol

O meu parceiro sempre foi o travesseiro

E eu passo um ano inteiro

Sem ver um raio de sol

 

A minha força bruta reside

Em um clássico cabide

Já cansado de sofrer

Minha armadura é de casimira dura

Que me dá musculatura

Mas que pesa e faz doer

 

Eu poso pros fotógrafos

E distribuo autógrafos

A todas as pequenas lá da praia de manhã

Um argentino me disse

Me vendo em Copacabana:

"No hay fuerza sobre-humana

Que detenga este Tarzan"

 

De lutas não entendo abacate

Pois o meu grande alfaiate

Não faz roupa pra brigar

Sou incapaz de machucar uma formiga

Não há homem que consiga

Nos meus músculos pegar

 

Cheguei até a ser contratado

Pra subir em um tablado

Pra vencer o campeão

Mas a empresa pra evitar assassinato

Rasgou logo o meu contrato

Quando me viu sem roupão

 

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