terça-feira, 20 de abril de 2010

MÁRIO FONTENELLE FOTOGRAFOU BRASÍLIA NO COMECINHO l



 
 
SENSACIONAL!!!!!!
 
OS PRIMEIROS MOMENTOS DE BRASÍLIA NA LENTE DE MÁRIO FONTENELLE

 

Mostra resgata o valor histórico do trabalho de um dos principais fotógrafos da época

A CAIXA Cultural Brasília expõe de 21 de abril a 23 de maio a mostra "O Passageiro da Esperança", do fotógrafo Mário Fontenelle. As imagens apresentam a memória visual dos primeiros momentos da construção de Brasília, resgatando, para os cinquenta anos da cidade, o valor histórico do trabalho do fotógrafo, que chegou à Brasília com Juscelino Kubitschek. A abertura para imprensa e convidados acontece na terça-feira (20) às 19h.

 

Fontenelle é o autor da foto histórica dos dois Eixos se cruzando no cerrado ainda inabitado, feita em julho de 1957. É dele também a foto de Lúcio Costa e JK encostado numa placa de Avenida Monumental, em abril de 1957. Seu olhar preciso e a sensibilidade de captar, a bordo de um avião, o símbolo de posse de uma cidade desconhecida do Brasil, nascida do gesto singular de seu inventor, Lucio Costa, assinala a primeira fase do trabalho do "Passageiro da Esperança".

 

As imagens ambientam-se nos espaços expositivos sem preocupação cronológica, agrupando-se em cenas que interagem entre si e com o público – retratos de um tempo sem parâmetros na história do povo brasileiro. Passeando pela Mostra, é possível sentir esse momento, em que as lentes de Fontenelle estão focadas na monumentalidade das obras de Oscar Niemeyer, no cotidiano dos candangos, nos canteiros de obras, nos acampamentos pioneiros e na despojada Cidade Livre; rostos anônimos – esperança, suor, labuta e euforia – mesclam-se a personalidades e a figuras ilustres.

 

Passada a grande epopeia, os anos pós JK, Fontenelle foi condenado ao esquecimento e atormentado por lembranças de um tempo de glória, em que era considerado "autoridade". Foi-se isolando e passou a fotografar rostos desconhecidos e a fazer fotomontagens, segunda fase do seu trabalho.

 

Vivendo seu tempo ou esquecido no tempo, Fontenelle foi um grande profissional. Brasília deve a ele as homenagens pelo precioso acervo, doado ao Patrimônio Histórico, de fundamental importância para memória visual da cidade, exibido nesta mostra à população como prêmio à capital de todos os brasileiros.

 

Biografia

 

Natural do Delta do Parnaíba, Piauí, Mário Moreira Fontenelle nasceu em 29 de maio de 1919, filho de Manoel Moreira Fontenelle e de Maria José Dias Fontenelle. Casou-se com Carmen Andréa Paes Leme aos 26 anos, em 1945, com quem teve sua única filha, Sandra Sybila Fontenelle, nascida em 1946. No ano seguinte, o casal se separou.

 

De estatura média, olhos verdes, traços marcantes, Fontenelle era homem simples e de pouca instrução, como tantos outros nordestinos que aqui chegaram. Viveu seus anos de glória, proporcionados pela convivência com os presidentes Juscelino Kubitschek e João Goulart, contatos que lhe permitiu circular nos palácios presidenciais, entre políticos e autoridades, o que o tornou uma celebridade.

 

O encontro com Juscelino Kubitschek deu-se a partir de 1954, no governo de Minas Gerais, onde foi trabalhar como mecânico de avião, profissão que exercera antes dos vinte anos, nos Serviços Aéreos Condor, posteriormente, Cruzeiro do Sul. Em 1956, Fontenelle veio para Brasília, acompanhando a comitiva do Presidente Juscelino Kubitschek. Fotógrafo por acaso, é dele a mais célebre de todas as imagens – o cruzamento dos dois eixos, em forma de cruz, o Monumental e o Rodoviário, do projeto de Lucio Costa.

 

Fontenelle não tinha residência fixa, vivia num quarto do Hotel das Nações. Alimentava-se mal, bebia muito (cachaça e rum), não se preocupava com a saúde. Casou-se apenas uma vez, embora fosse um grande admirador da figura feminina, isso explica as muitas idas aos bordeis e o gosto por fotografar mulheres.

 

Em 1960, Fontenelle contraiu tuberculose, mas a aposentadoria ocorreu em 1969, com a ajuda de Lucio Costa. Nos últimos três anos de sua vida, doente, esquecido e abandonado, Fontenelle viveu no Lar dos Velhinhos Maria Madalena, no Núcleo Bandeirante, onde faleceu aos 67 anos. Macérrimo, o lado esquerdo do corpo paralisado por um derrame e a perna esquerda amputada, consequência de uma gangrena, Fontenelle acalentou seus últimos dias com a ilustre visita de Lucio Costa.

 

No seu sepultamento, em 23 de setembro de 1986, apenas três amigos , os fotógrafos Jankiel Goncvaroska e Sálvio Silva e o arquiteto Sílvio Cavalcante, à época, Diretor do Patrimônio Histórico e Artístico do DF.

 

 

Informações e entrevistas:

Objeto Sim: Gioconda ( 81420112)

Edenise de Sousa ( curadora da exposição)

(61) 8130 1021

edenise.sousa@gmail.com

 

SERVIÇO:

 

Entrada franca

Acesso para portadores de necessidades especiais

 

Um comentário:

Cabeças Falantes disse...

Salve. Sabe informar se alguma editora publicou em livro a obra do Mário Fontenelle?