"Olhando a chuva chegar
da varanda de um bar
enquanto espero Lapa e Jane"
A chuva, que dádiva,
é uma sugadora de ansiedades.
Uma espécie de lexotan metereológico da existência humana.
Quando cai, freia o ritmo frenético das pulsações
E faz com que as pessoas repensem suas órbitas.
Quem tá na chuva é pra melhorar
e molhar suas roupas novas
seus sonhos de valsa
suas capas e suas galochas.
A chuva, além de encharcar,
cai pra além dos guarda-chuvas
e encolhe as pressas e os cabelos esticados
nos longos congestionamentos de carros.
A chuva é isso e também aquilo.
Ela é muito perigosa
anda fora dos trilhos,
molhadinha,
essa fêmea cheia de pingos
Brasília, Mercado Municipal, 12 de novembro de 2008
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