quarta-feira, 7 de abril de 2010

POEMA MOLHADO

"Olhando a chuva chegar

da varanda de um bar

enquanto espero Lapa e Jane"

 

 

A chuva, que dádiva,

é uma sugadora de ansiedades.

Uma espécie de lexotan metereológico da existência humana.

Quando cai, freia o ritmo frenético das pulsações

E faz com que as pessoas repensem suas órbitas.

 

Quem tá na chuva é pra melhorar

e molhar suas roupas novas

seus sonhos de valsa

suas capas e suas galochas.

 

A chuva, além de encharcar,

cai pra além dos guarda-chuvas

e encolhe as pressas e os cabelos esticados

nos longos congestionamentos de carros.

 

A chuva é isso e também aquilo.

Ela é muito perigosa

anda fora dos trilhos,

molhadinha,

essa fêmea cheia de pingos

 

 

Brasília, Mercado Municipal, 12 de novembro de 2008

 

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