terça-feira, 4 de janeiro de 2011

TÚLIO BORGES, PRIMEIRA SURPRESA DE 2011

 


Por Luis Turiba


"Deixo que a brisa toque

O sino em mim no tempo

O vento sabe quanto é tempo

E quando é silêncio entendo"



A primeira surpresa cultural que me causou emoção em 2011 foi o CD "eu venho vagando no ar" de Túlio Borges, um brasiliense de 29 anos que canta e compõe maravilhosamente canções esquisitas.

Conheci a maneira ímpar de Túlio tocar e cantar suas canções em 2007, quando participei como júri do Festival de Música do SESC/DF. Naquele ano, ele ganhou o festival com a música "Shirley" , uma "doidivana bacana, que estampa, que cor, que cheio tem a sua cama."

Na ocasião, a música me encantou deveras pela maneira paulistanamente atonal de sua levada, aquelas coisas geniais que a poesia tem de correr atrás da música e no final dá tudo certo. Presidia o júri do festival SESC o performático Eduardo Duzek, que também se covenceu que "Shirley" era mesmo a tal.


Sobre o CD de Túlio, o mago da MPB Zuza Homem de Mello, histórico organizador de festivais, simplesmente disse o seguinte: "proponho aos ouvidos atentos prestarem bastante atenção ao trabalho musical de Túlio Borges. Depois a gente conversa".

Quer dica mais sábia.


A apresentação de "eu venho vagando no ar" fica por conta de outro fera dos textos de MPB, Tárik de Souza. Escreve ele:


"O tradutor brasiliense Túlio Borges cultua a musa como no tempo da delicadeza. "Nunca quis trabalhar com música com medo de perder o prazer de tocar", confessa ele que estreia com um belo e multifacetado disco. Estudou piano na Escola de Música de Brasília, gravou jingles, integrou uma jazz band e um grupo vocal escolar quando morou nos EUA, onde excursionou e ganhou festivais. Embora compusesse desde a infância, só aos 23 anos, morando em Londres, começou a compilar a obra (tinha quase 50 canções) que gravaria na volta ao Brasil. Aqui passou a participar de festivais e, dentre outros prêmios, ficou em primeiro lugar no SESC de Brasília e em segundo na Semana da Canção Brasileira, em SP, num júri que contava com Dante Ozzetti e Alice Ruiz."


Lá pelas tantas, depois da apresentação e comentar as músicas do CD, Tárik de Souza dá seu veredicto sobre a música que dá título ao álbum: "prefaciada por um pífano suspenso, a letra (versos que estão no início desse texto) brilha como uma joia reluzente, um manifesto deste novo artista singular."

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