domingo, 12 de julho de 2009

LONGA VIDA AO REI ROBERTO CARLOS

Ele sempre nos lembra o quanto é bom ser romântico apesar das barras e das crueldades da vida

Por Luis Turiba

Roberto Carlos, esse sim, é o cara. O Brasil parou nesta noite (de sábado) para festejar o cinqüentenário de sua vitoriosa carreira. Fomos todos ao Maracanã numa noite que não teve gols, mas sobrou rei. Um homem brasileiro de 68 anos, feições serenas e tranqüilas, marcas do tempo e dos amores nas dobras da face.
Todos ficamos um pouquinho mais românticos, mais amorosos, mais saudosos. Afinal, Roberto nos ensinou ao longo desses anos que o amor é feito de detalhes. E ninguém está sozinho numa dessas.

"Sim, sinto você bem perto de mim, outra vez. Eu conto os dias, conto as horas pra te ver. Eu não consigo te esquecer. Quero que você me aqueça nesse inverno e que tudo o mais vá pro inferno. É preciso saber viver. Estou amando loucamente a namoradinha de um amigo meu. Amanhã de manhã vou pedir um café pra nós dois. Estrelas mudam de lugar."

Roberto materializa a canção que embalou o povo brasileiro ao longo deste meio século. Nas angustias, agruras e alegrias. Traduziu a juventude rebelde dos anos 60 com a Jovem Guarda. Roberto, Wanderléia, a Ternurinha; e o seu amigo e parceiro Erasmo Carlos, o Tremendão. Foi uma brasa, mora.
Roberto Carlos nos plugou ao rock and roll com a sua voz mansa de bossa nova. A vida das pessoas da minha geração está intrinsecamente ligada às suas canções. Do primeiro beijo da adolescência aos problemas psíquicos da idade adulta. Nas nossas paixões e principalmente nas separações. Dos calhambeques aos vôos cibernéticos. Ninguém melhor do que ele falou à alma e da alma mulher brasileira.
É ele quem me faz lembrar, por exemplo, da minha mãe. Dona Lourdes, que tinha em casa seus primeiros LPs, assim como os de Chico Buarque também e outros bambas da MPB. Fui criado ouvindo Roberto e Erasmo. Quando fecho os olhos e me imagino jovem num baile no Clube Mackenzie, no Méier, quem está lá? Ele, o rei, animando nossa formatura com um iê-iê-iê da pesada.
Na barra tenebrosa da ditadura militar, Roberto também disse presente, falando das curvas da estrada de Santos e dos caracóis dos cabelos de Caetano Veloso. Sua voz é a voz do nosso Natal, de nossas fossas, nossas decepções amorosas e cicatrizes, nossas lembranças gostosas, dos namorados e namoradas, dos casos felizes e dos infelizes.
Enfim, emocionado como milhões de brasileiros, termino este texto escrito durante seu show de cinqüentenário, afirmando: você, Roberto, deixa o nosso coração maior que o Maracanã, pulsando como as luzes da via Láctea. Valeu!
Longa vida ao Rei!

Um comentário:

Anônimo disse...

Angelica Torres escreveu: "bem, se é meu lado brega, como diz um amigo meu, no problem... eu gosto de Roberto...
e também daria montes de beijo de bochecha dele, se estivesse lá ...

bjos