segunda-feira, 4 de outubro de 2010

DA "SOMBRA VERDE" NASCERÁ MEU "BRASIL BRASILEIRO"


Por Luis Turiba

Nunca antes na história desse País, o povo brasileiro deu uma lição tão genial aos arrogantes e pretensos "donos" da verdade política brasileira, como foi o resultado desse primeiro turno das eleições de 2010 para presidência da República.

Inclua-se aí como "donos" dessa verdade, os institutos de pesquisas (todos erraram feio, pois se basearam em número frios, demonstrando total "insensibilidade" diante do fluxo astral do povo brasileiro); os caciques e meios-caciques do PT; e até o próprio presidente Lula, que independente disso continua sendo uma das antenas mais ligadas da nossa raça.

Apesar do seu apelo, o povo brasileiro resolveu não dar um cheque em branco para Dilma. Votou pelo segundo turno e escolheu o aprofundamento de um debate sobre os destinos e o futuro do Brasil que, infelizmente, não houve no primeiro turno.

O povo mostrou no voto e nas urnas que havia sim, algo de novo no cenário político brasileiro, e esse novo tinha nome, sobrenome e número na urna eletrônica: Marina Silva, brasileira, mestiça, cabocla, ecológica, sincera, número 43.

Ou como um dia disse o poeta, cantor e filósofo Gilberto Gil enquanto ainda era ministro da Cultura do governo Lula:

"O povo sabe o que quer, mas o povo também quer o que não sabe."

Foi o caso da "onda verde" que deu rumo novo aos destinos políticos do País. Essa onda, na verdade, foi um tsumani bem maior que o próprio PV.

O partido de Marina é ela própria, seu jeitão firme de falar e expor sua ideias e conceitos sobre as coisas do Brasil. Com suas sobrancelhas à maneira "Frida Khalo", sua voz frágil mas firme, ela nos conquistou.

Como eleitor, senti um prazer profundo e verdadeiro ao votar em Marina Silva. Foi como votar em Lula em eleições anteriores.

Marina foi ontem o que Lula era em 2002. Vesti uma camisa verde e sai por aí, com a minha carteira de cidadão brasileiro no bolso, meu título de eleitor na mão. Foi um domingo genial para mim e para 20 milhões de brasileiros e brasileiras. Surfamos na onda verde num domingo de céu azul.

Sou daqueles que têm certeza que o maior acerto de Lula foi dar prosseguimento a quase tudo que FHC havia implantado no Brasil. Esse papo de "nunca antes na história desse País" não cola. Lula aprofundou muito as mudanças de caráter social herdadas dos tucanos. Só não mexeu muito na macro política econômica, daí ter mantido o Meireles a frente do BC.

Agora, depois da lição dos votos, quem sabe a "sombra verde" de Marina com seus 20 milhões de votos faça Dilma sair da toca e mostrar sua verdadeira face, seus pensamentos e propostas. Serra também precisa deixar de ser o eterno ex-Ministro da Saúde de FHC e dizer, com todos os dentes, porque deseja presidir o Brasil.

Eleitor não é besta. Dilma e Serra precisam urgentemente se modernizar, falar do "Projeto Brasil" que esperamos para depois de FHC e Lula.

Se faltou um pouco do real "meu Brasil brasileiro" nesse primeiro turno, chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor. Candidatos, por favor, apresentem vossas armas pois nosso voto continuará sendo verde. E olha que somos 20 milhões!


5 comentários:

Amneres disse...

Que belo artigo, querido Turiba, também me senti assim, esperançosa e animada, ao sair ontem para votar, sentido os fluidos de uma onda verde que só viria a se confirmar no fim da tarde.
E Brasília, nossa linda e sonhadora menina-cidade deu mais de 40% de seus votos - incluindo o meu e o seu - a brasileira filha da floresta que amadureceu sem perder a capacidade de sonhar. E viva Marina Silva!
Beijo.

Amneres

Anônimo disse...

cheguei em casa agora e li seu texto
é o q senti ontem
valeu!
cê expressou o q não consegui verbalizar
boa mano!

resa

Anônimo disse...

ah, está feliz do partido desta traída apoiar o serra?
pelo amor de deus, turiba, essa mulher é ponta de lança para a direita voltar ao poder e roubar tudo o que vem roubando há 500 anos, caladinha, sem nenhum abelhudo investigar a fundo, que mané discurso novo, que estofo ela tem, que experiência, que práxis? mostrou ser uma vaidosa, uma carreirista, uma pseudo-esquerda, como fhc, uma traidora de um projeto bem-sucedido, mas ainda mto frágil, que precisava era da união da esquerda, e não de racha... precisava de maior consolidação, ela podia esperar mais um pouco pra realizar o projetinho egotrip dela, o que temos aí já vimos que deu certo, que está dando certo, e é onde tem que se apostar, e não num discurso bonitinho mas ordinário, que não se sabe onde vai nos levar... quer dizer, não é difícil saber onde vai nos levar, os interesses do capital vão cobri-la de seduções e ela vai cair (já caiu) como uma pata choca e deslumbrada, com o partidinho classe média dela se achando o máximo...
cara, pelo amor de deus, é isto que merece o maior gênio político da história do Brasil? depois de conquistar o respeito do mundo todo e de sermos reconhecidos como um dos maiores na atual política internacional e um peso pesado na economia? entregar tudo o que ele conseguiu em tão pouco tempo (oito anos frente a 500 de rapinagem! ) de bandeja para a tucanagem...e aqui no DF para os horrorizes?!!!!
ah, pelo amor de deus, pede perdão ao povo brasileiro faminto e miserável!
é de matar de tristeza o egoísmo e a burreza dessa "esquerda"...

angelica

Anônimo disse...

Parabéns Turiba, pelo belo texto. Pegou na alma e traduziu o que sentimos. E VIVA A MARINA que nos ajudou a não dizer amém a tanta besteira arrogante e prepotente. Depois é bom lembrar o princípio básico da democracia que é a alternância de poder. Tá na hora de passar a bola, galera.
Turiba querido, um beijo com as mais sinceras saudações verdes!
Bye
Ana

Anônimo disse...

Turiba, querido: uma pequena pesquisa poderia lhe dizer que Frida Calo escreve-se Frida Kahlo. Não é por nada não, é que ela era de origem judaica, daí o nome não ser essa coisa meio cachopa de dizer que a mulher, Marina, é um calo. O que, aliás, não passa de verdade. Eu, que trabalhei com ela, sei quanto ela pode ser conservadora, indecisa, submissa e propensa a não mexer em caixas de vespas para não se queimar, como por exemplo, nos financiamentos escusos para projetos ainda mais esquisitos, que dormem nos confins da selva amazônica e que sempre estiveram por baixo do pano financiando campanhas e enriquecimento ilícito. Mas deixa estar, agora que ela abandonou o ideal de Chico Mendes, ela não tem mais intimidade com a selva amazônica mas sim com a selva de ar condicionado de Higienópolis e Av. Paulista. De onde ela pensou cruzar transversalmente os destinos do País. Acho que o sonho dela acaba aí. Mas talvez ela pudesse me pagar os 18 mil reais de calote que levei do Ministério do Meio Ambiente, que desestruturou minha vida aí em Brasília e que ela solenemente ignorou. Um abraço.
Paulinho