A PALAVRA BRILHOU E DEU CAMBALHOTAS
O poeta Chacal brilha em evento no SESC-Copa
Há muito tempo a Poesia Carioca não reunia de uma só lapada tantos poetas de palavras e atitudes no mesmo poetário-ambiente.
"A Palavra Toda", festival bem bolado pela pesquisadora-editora Heloísa Buarque de Hollanda, ganhou vida na segunda e terça desta semana (24 e 25 de janeiro) deixando o auditório do Espaço SESC-Copacabana impregnado de rimas, tiradas, metáforas, performances, poemas ditos, cantados, falados e vividos, poesia em todos os ritmos e calibres. Foi uma calibrada noite de multiplaslinguagens. Helô vibro!
O poeta Chacal – ele, sempre ele – foi o MC da noitada de estréia, desempenhando a função com graça, maestria e poesia, tendo como companheiro de empreitada o jovem poeta Ramon Mello. Uma dupla dinâmica, quase Batman e Robin, que levou o festival até o cume do satisfação poética.
Como se tocasse em alto mar uma Nau Catarineta, Chacal avisava o tempo todo ao distinto público que o evento tinha como "objetivo montar um amplo painel dos possíveis suportes da palavra". De verso em verso, ele levou a encrenca por quase quatro horas seguidas, sempre mantendo a palavra na crista da onda, pois "ela se apropria do suporte para melhor soar". E assim zoou, a palavra reinou e redimiu-se para a eternidade neste verão de 2011. O poeta criador de "Quampérius" já tinha avisado pelos jornais: "o Rio está com saudade de poesia e pensamentos. Vamos nos reunir para pensar a cidade". Foi o que foi feito.
Deu gosto assistir aos recitais de poetas jovens, outros nem tantos, bardos experientes da linguagens como Carlito Azevedo, Letuce e Viviane Mosé, cada qual no seu quadrado e estilo.
Mas o circo pegou fogo mesmo quando adentrou à arena sesquiana quatro veteranos no trato das palavras como ferramentas basilares para a construção de seus petardos poéticos: Charles, um dos fundadores da Nuvem Cigana nos anos 70; Ricardo Santos, idem; Antônio Cícero, autor do inesquecível verso "meu amor, vem cá....sai dessa"; e o diplomata Francisco Alvim, o grande Chico Alvim, como seus perfurantes "poeminutos", quase flashes luminares como se fossem hai-cai cadentes.
Pra melhor sacudir a massa, num lance de dados quase anti-tecnológico, Chacal transformou um velho gravador cassete em instrumento da poesia e todos ouvimos a ressoante voz do poeta Armando Freitas Filho.
Antes, porém, a linguagem anarco-zaún de Zuca Sardang, poetíssimo que mora em Munique, Alemanha, mas vive no mundo da lua com seus Dragões Cascatinhas, Piratas do Além e Princesas Vespusas e outros personagens de seu maravilhoso circo de linguagem. O público delirou com seu concerto desconcertante à base de marteladas, bate-panelas e sons de descargas.
Foi sem dúvida uma noite poética de gala, onde tive a honra de assistir sentadinho da platéia em total sintonia e regozijo com o poetariado presente. Dei-me ao trabalho de presentear alguns dos partícipes, aqui e ali, com meu pequeno livro "Luísa Lulusa, a atriz principal" e alguns exemplares do "Meiaoito".
Satisfeito com a re-entrada no mundo das palavras do Rio, comi pizzas e bebi vinhos para saldar a nova-velha Poesia Carioca.
Um comentário:
Turibào esse teu artigo ztá mesmo do Balako-Baco, é todo um bloco que sobe sambando a Rodoviária Cósmica desde o Rio até o Umbigo do Brasil !... Vocè é o Korrespondente-Mor de Brasília pro Zufolo della Cera (faz cera mas chega) o unico matutino vesperal que traz os furos de amanhà,,, Zardong agradece os teus flashes flagrando as Gralhas da Rádio Carijó... Grazie Grazie Saravá ... Abbrazzzone grande del vostro sempre zzzzzzzzzzzz zuca
zzzzzucazardongzzzzzzz
CYSNE
O cysne no lago
do leque de Madame
Gravolet no lago
Olé-Olé do leque
Plek-Plek-Plek
de Madame Gravolet
zzzzzucazardongzzzzzzz
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